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PLC 48 - Acabará com o dinheiro em espécie, permitindo somente transações eletrônicas

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Na realidade os numismáticos podem até agradecer pelo inverso. Numa eventual extinção do papel-moeda passarão a ser donos de relíquias que efetivamente serão absolutamente raras e cujo valor só tende a crescer ainda mais.
 
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Olha, pra isso acontecer o Governo teria de investir pesadamente em data center, estimular e massificar o uso de smartphones com aplicativos de transações comerciais. Ou seja, reduzir os impostos em cascata sobre a produção dos aparelhos e melhorar a rede de transmissão de sinal por todo o país.
 
Notícia fresquinha de um país que usa pouco papel-moeda, mas que ainda assim nem tudo lá são flores...
Na Suécia, nem os bancos aceitam mais dinheiro

  • Linus Sundahl-Djerf/The New York Times
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    Em igreja de Estocolmo, fiéis pagam dízimo pelo celular. A Suécia avança para um futuro sem dinheiro vivo

Os fiéis pagam o dízimo por mensagem de texto para a igreja. Vendedores ambulantes sem-teto têm máquinas de cartão de crédito sem fio. Até o Museu Abba, apesar de ser um santuário em homenagem ao grupo pop dos anos 1970 que escreveu "Money, Money, Money", considera o dinheiro uma coisa tão século passado que não aceita cédulas nem moedas.

Poucos lugares estão caminhando para um futuro sem dinheiro tão rápido quanto a Suécia, que aderiu à conveniência de pagar contas com aplicativos e cartões.

Este país avançado tecnologicamente, lar do serviço de música Spotify e da produtora dos jogos Candy Crush para celular, foi atraído pelas inovações que facilitam os pagamentos digitais. É também uma questão prática, já que muitos dos bancos do país não aceitam mais dinheiro em espécie.

No Museu Abba, "não queremos ficar para trás, aceitando dinheiro uma vez que o dinheiro está acabando", disse Bjorn Ulvaeus, ex-membro do Abba que transformou o legado da banda num crescente império de negócios, que inclui o museu.

Nem todo mundo está feliz. A adoção dos pagamentos eletrônicos na Suécia tem alarmado as organizações de consumidores e os críticos que alertam para uma ameaça crescente à privacidade e uma maior vulnerabilidade a crimes sofisticados pela internet. No ano passado, o número de casos de fraudes eletrônicas subiu para 140 mil, mais que o dobro de uma década atrás, segundo o Ministério da Justiça da Suécia.

Os mais velhos e os refugiados que vivem na Suécia poderão ser marginalizados por utilizar dinheiro, dizem os críticos. E os jovens que usam aplicativos para pagar tudo ou tomam empréstimos pelo celular podem ficar endividados.

"Isso pode estar na moda", disse Bjorn Eriksson, ex-diretor da polícia sueca e ex-presidente da Interpol. "Mas existe todo tipo de risco quando uma sociedade deixa de usar dinheiro."
Porém, defensores como Ulvaeus citam a segurança pessoal como uma razão para os países pararem de usar dinheiro. Ele passou a usar só cartão e pagamentos eletrônicos depois que o apartamento de seu filho em Estocolmo foi assaltado duas vezes há alguns anos.

"Ficamos muito inseguros", disse Ulvaeus, que não carrega nenhum dinheiro. "Isso me fez pensar: o que aconteceria se vivêssemos numa sociedade sem dinheiro e os ladrões não pudessem vender o que roubaram?"
As cédulas e moedas agora representam apenas 2% da economia da Suécia, em comparação com 7,7% nos Estados Unidos e 10% na zona do euro. Este ano, apenas um quinto de todos os pagamentos de consumidores na Suécia foram feitos em dinheiro, em comparação com uma média de 75% no resto do mundo, de acordo com a Euromonitor International.

Os cartões ainda imperam na Suécia --com quase 2,4 bilhões em transações de crédito e débito em 2013, em comparação com os 213 milhões de 15 anos atrás. Mas até mesmo os cartões estão enfrentando concorrência, à medida que um número crescente de suecos usa aplicativos para o comércio cotidiano.

Em mais de metade das agências dos maiores bancos do país, incluindo o SEB, Swedbank, Nordea Bank e outros, não há nenhum dinheiro em estoque e não são aceitos depósitos em dinheiro. Eles dizem que estão economizando muito em segurança ao retirar o incentivo para os assaltos a bancos.

No ano passado, os cofres dos bancos suecos tinham cerca de 3,6 bilhões de coroas em notas e moedas, em comparação com 8,7 bilhões em 2010, de acordo com o Banco de Pagamentos Internacionais. Máquinas de saque, que são controladas por um consórcio de bancos suecos, estão sendo retiradas às centenas, especialmente nas áreas rurais.

Eriksson, que agora dirige a Associação das Companhias de Segurança Privada da Suécia, uma associação de firmas que fornecem segurança para as transferências de dinheiro, acusa os bancos e empresas de cartão de crédito de tentar tirar o dinheiro do mercado para abrir caminho para os cartões e pagamentos eletrônicos, que geram renda com taxas.

"Acho que isso não é uma coisa que eles devem decidir por conta própria", disse ele. "Será que eles têm o direito de usar sua força de mercado para transformar a Suécia numa sociedade sem dinheiro?"
O governo não tem procurado evitar a tendência. Na verdade, ele tem se beneficiado uma vez que a cobrança de impostos se tornou mais eficiente, já que as transações eletrônicas deixam um rastro; em países como a Grécia e Itália, onde o dinheiro ainda é muito utilizado, a evasão fiscal continua sendo um grande problema.

Leif Trogen, funcionário da Associação dos Banqueiros da Suécia, reconheceu que os bancos estavam tendo um rendimento substancial com as taxas geradas por essa revolução. Mas como é caro para os bancos e empresas realizarem comércio com dinheiro, faz sentido reduzir seu uso em termos financeiros, disse Trogen.
O dinheiro com certeza não morreu. O banco central sueco, o Riksbank, prevê que ele vai diminuir rapidamente, mas ainda estará circulando daqui a 20 anos. Recentemente, o Riksbank emitiu novos modelos de notas e moedas.

Mas para um número crescente de consumidores, o dinheiro não é mais um hábito.
Na Universidade de Gotemburgo, os alunos disseram que utilizam quase que exclusivamente cartões e pagamentos eletrônicos. "Ninguém usa dinheiro", disse Hannah Ek, 23. "Acho que a nossa geração pode viver sem ele."

A desvantagem, ela admitiu, é que é fácil gastar sem pensar. "Eu gasto mais", disse Ek. "Se eu tivesse uma nota de 500 coroas, pensaria duas vezes antes de gastar tudo." (Quinhentas coroas equivale a cerca de R$ 230).
A mudança atingiu até mesmo os cantos mais improváveis da economia sueca.

Stefan Wikberg, 65 anos, ficou desabrigado durante quatro anos depois que perdeu o emprego como técnico de TI. Agora ele tem onde morar e vende revistas para a Situation Stockholm, uma organização de caridade, e começou a usar uma leitora de cartão móvel para receber pagamentos depois de perceber que quase ninguém carregava dinheiro.

"Agora as pessoas não podem fugir", disse Wikberg, que carrega uma placa dizendo que aceita Visa, MasterCard e American Express. "Quando elas dizem, 'não tenho troco', eu falo que podem pagar com cartão ou até por SMS", disse ele, referindo-se às mensagens de texto. Suas vendas cresceram 30% desde que adotou a leitora de cartão há dois anos.

Na igreja Filadelfia Stockholm, entre os mil paroquianos, eram tão poucos os que usavam dinheiro que a igreja teve de se adaptar, disse Soren Eskilsson, o pastor executivo.

Durante uma recente serviço de domingo, o número da conta bancária da igreja foi projetado num telão. Os fieis pegaram seus celulares e pagaram o dízimo através de um aplicativo chamado Swish, um sistema de pagamento estabelecido pelos maiores bancos da Suécia que está rivalizando com os cartões.

Outros fieis fizeram fila para uma máquina de cartão especial chamada "Kollektomat", onde podiam transferir fundos para diversas operações da igreja. No ano passado, dos 20 milhões de coroas suecas coletadas, mais de 85% o foram com cartão ou pagamento digital.

"As pessoas doam mais dinheiro para a igreja agora porque é eletrônico e fácil", disse Eskilsson, acrescentando que a igreja economizou em custos de segurança por manipular menos dinheiro.
Apesar da conveniência, até mesmo alguns que têm a ganhar com uma sociedade sem dinheiro veem desvantagens.

"A Suécia sempre esteve na vanguarda da tecnologia, por isso é fácil abraçar isso", disse Jacob de Geer, um dos fundadores da iZettle, que fabrica uma leitora de cartões móvel. "Mas se você só compra coisas por via eletrônica, o Big Brother pode ver exatamente o que você está fazendo", disse ele.

Para o magnata da música Ulvaeus, essas preocupações são exageradas.
"Tudo conspira para uma sociedade sem dinheiro", disse ele enquanto passava pelo Museu Abba para pegar seu carro. "É um pensamento utópico mas estamos muito perto disso."
Ele fez parou num carrinho de cachorro-quente para comer um lanche. Porém, quando foi pagar, a leitora de cartão estava quebrada.
"Desculpe", disse o vendedor. "Você terá que usar dinheiro."
 
Acabar com papel moeda no Brasil ainda está bem longe de poder ser realidade.

Desigualdade entre regiões reduz acesso a cartão de crédito

Se você se desacostumou de levar dinheiro na carteira, é bem provável que more numa região de renda mais alta. Estados com maior renda per capita são também aqueles com o maior número de maquininhas de cartões, mostra estudo da consultoria especializada em varejo financeiro Boanerges e Cia.
A diferença entre as regiões é grande. Em lugares como o Distrito Federal, com 37,9 maquininhas por mil habitantes, São Paulo (37,5) e Rio Grande do Sul (33,9), os números se aproximam da média de países desenvolvidos como o Canadá (36,3) e a Austrália (40), de acordo com o estudo da consultoria.
No outro extremo, o Maranhão, Estado com a menor renda per capita do país, tem também a menor cobertura de cartões (7,7 maquininhas por mil habitantes), seguido pelo Piauí (9). O nível é próximo do do México e da África do Sul.

O maior atendimento bancário nas regiões mais ricas e o consumo mais alto explicam a diferença observada.
Os custos que envolvem a aceitação de cartão, como o aluguel da máquina e a taxa paga pelo lojista à credenciadora de cartão a cada compra realizada, também são barreiras à popularização do meio eletrônico de pagamento.

Vitor França, responsável pelo estudo, lembra que as vantagens do acesso maior aos cartões vão da segurança de não precisar carregar dinheiro à redução dos custos com a emissão da moeda.

O uso do plástico também facilita a fiscalização do comércio, o que reduz a sonegação e eleva a arrecadação.

Segundo França, uma maior competição poderia estimular a expansão dessa cobertura em um setor que hoje é dominado por Cielo, credenciadora do Bradesco e do Banco do Brasil, Rede, do Itaú, e GetNet, do Santander.

A cada compra com cartão, o lojista paga uma taxa –chamada taxa de desconto– à credenciadora do cartão, ou seja, a dona da maquininha.
Uma concorrência maior, diz França, poderia reduzir essa taxa, ajudando a espalhar mais maquininhas por regiões menos favorecidas.
Por outro lado, mudança recente na cobrança do ISS (Imposto sobre Serviços), cuja alíquota agora tem um piso de 2%, poderá elevar custos que serão repassados aos lojistas, dificultando a cobertura em áreas mais pobres.

Embora o número de maquininhas tenha caído no ano passado, pela primeira vez desde 2008, o volume de compras com cartões de crédito e débito aumentou. O total de compras atingiu 27,5% do consumo das famílias em 2016, ante 27,1% em 2015.
O fim da exclusividade entre algumas bandeiras e maquininhas, como Elo e Cielo, acabou com a necessidade de ter várias máquinas para aceitar vários cartões e explica a aparente contradição.
 
Se algum dia uma única moeda eletrônica for-nos imposta (mas ainda não ditatorialmente), teremos a alternativa das permutas e suas moedas alternativas, coisa que tem crescido no Brasil, Argentina e Canadá. :) Eu mesmo sonho em criar um dia o Banco de Permutas, uma empresa que administre um clube de permutas, com uma moeda alternativa, e no qual estejam cadastradas milhares de empresas e pessoas. :)

Obs: sei que já existe isto, aqui ou ali, mas pretendo investir nisto no futuro.
 

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