Shiryu disse:
O avanço tecnológico é inerente ao modo de produção. Não há como haver um desenvolvimento tecnológico permanente a não ser no capitalismo. No comunismo da URSS o desenvolvimento era focado apenas na área militar-espacial, os objetos de consumo eram lixos que duravam por muito mais tempo do que deviam (vide Lada e aquele carro que nem tinha marcha ré que me esqueci o nome) e a produtividade agrícola lá era ridícula, o que gerou escassez quase que permanente de alimentos. Não havia incentivo particular a inovar simplesmente porque não haveria ganhos particulares.
Você está generalizando o comunismo ao que houve na URSS. O comunismo vai muito aquém disso. Existem várias formas de comunismo assim como existem várias formas de capitalismo... O capitalismo do Zimbabué é uma droga; então, todo capitalismo é uma droga. Não é bem assim... O comunismo soviético, da forma como se iniciou, a partir de uma revolução que introduziu o mesmo de forma rápida, demonstrou-se falho, na medida em que não desenvolveu uma mentalidade anti-capitalista (e derivados, como anti-consumismo e etc) nas pessoas.... Agora não sejamos tolos. A falha do comunismo soviético se deu em vários fatores, sendo alguns deles a forma efêmera como a revolução foi feita; o fato da população não ter tido participação efetiva; a disputa imperialista posterior da união soviética para com o imperialismo norteamericano, o que tirou o foco da prioridade social que é o cerne do comunismo.
Quanto à latifúndios, eles existem porque são mais produtivos. Simples. Não há porque substitui-los por pequenas propriedades familiares que não tem a mesma produtividade.
Produtividade? Pra quê eu quero produtividade para enriquecer os bolsos dos latifundiários? Pra quê eu quero toneladas de soja se elas não vão mudar minha condição social, ou não vão diminuir o preço dos alimentos? É completamente irrelevante ter uma produtividade baseada num latifúndio de monocultura....
Esse desenvolvimento e essa produtividade dos latifúndios são relativas e falsas... Elas alimentam um grupo seleto de pessoas... A baixa produtividade do minifúndio atinge as pessoas, a população de forma mais efetiva e mais palpável. Não adianta nada ter uma economia desenvolvida se apenas um grupinho sente essa economia; prefiro uma economia pequena voltada para a população...
Isso sem contar que latifúndios degradam vastamente a natureza, ao passo que os minifúndios além de terem um impacto menor, movimentam a engrenagem social que, a meu ver, é mais importante que a econômica, na medida em que afeta nossa vida de forma maior...
Sim, muita gente morre de fome hoje, o que mostra que sem o capitalismo seriam muito mais.
Isso não mostra nada, oras... Pode ser que sem o capitalismo morram menos pessoas; e eu acredito que dependendo do modo de produção, realmente morram. Se pararmos de supervalorizar a economia e passarmos a olhar mais para o minifúndio, quem sabe realmente não consigamos reduzir esses números? O capitalismo é desigual por natureza, ele pressupõe que exista alguém comendo muito e outro comendo nada. Ele pressupõe que essa pessoa que coma muito explore a que coma nada numa obtenção máxima da mais valia.
Lu Eire, quando me refiro ao fato do capitalismo ser o melhor modo produção existente não é que ele não tenha defeitos, mas que tem menos que os outros: o escambo dos primórdios da organização social, a subserviência ao senhor no feudalismo, a mesma subserviência só que ao Estado no comunismo - basicamente, em todos estes modos de produção houve fome em grau muito maior do que no capitalismo, além de que eles são fatores que limitam o crescimento (sem contar o controle estatal da sua vida no comunismo, e se você não amasse o papa Stalin era gulag...).
Comunismo não é subserviência ao Estado -- isso ocorreu em governos comunistas passados, pois que a população não tinha uma mentalidade comunista e por conseguinte não trabalhava -- daí o advento dum Estado super poderoso para forçar a engrenagem social. Fora isso, você não pode comparar os índices sociais de hoje com os índices sociais de ontem. O mundo evoluiu tecnologicamente, e isso possibilitou o aumento da qualidade de vida: não foi o capitalismo, mas sim os avanços científicos.
Cientista capitalista --> vou inventar uma máquina de comida e ganhar royalties.
Cientista comunista --> vou inventar uma máquina de comida para alimentar a sociedade, da mesma forma que hoje inventam colchões e lâmpadas para mim.
O controle estatal soviético foi substituído por um controle midiático norteamericano. Se eu não gostar de Coca-Cola, sou retardado, estranho. Se eu gostar de ler sou estranho e recluso, e por aí vai... A formação de opiniões baseadas nos preceitos capitalistas de consumismo sem razão, sem norte, sem sentido, cria uma série de preconceitos...
Afinal, o comunismo quando com Lênin funcionava bem. A coisa desandou com Stálin, que superpotencializou o Estado e criou a forma como o capitalismo propagou. Mas também não sejamos parciais. As ditaduras durante a guerra fria não foram excessão comunista. Não tivemos no Brasil? Na América do Sul? Pessoas não eram expulsas dos EUA por terem "ideais comunistas"? Os comunistas comiam criancinhas e faziam as pessoas morrer de fome.... E os capitalistas jogavam Napalm nas populações, e explodiam bombas atômicas pra mostrar sua superioridade geopolítica; e colocam até hoje cartazes gigantescos da Coca-Cola na África subsaariana...
Luís Henrique Rodovalho disse:
A lei da Ficha Limpa partiu de um abaixo assinado, não?
Igual um queijo suíço de tantas adaptaões que desvirtuaram o projeto original, mas veio...
(e parou nisso: o brasileiro assinou a petição e esqueceu de ver os buracos que o governo adicionou..!)
Omnius disse:
Concordo com o shiryu!
O capitalismo visivelmente não é perfeito, porém é o melhor sistema de geração de riqueza já colocado a prova pela humanidade. E lembrando que como sistema produtor de riqueza, não tem nenhum compromisso social, para isso existe políticas direcionadas a necessidades do povo.
Quanto a petições e abaixo-assinados, acho muito ingênua e inócua essa forma de protestar/reivindicar algo. Não espero (nem quero) que alguém se compadeça dessa empresa de boicotar a construção da usina.
Mas... Produzir riquezas? Isso é irrelevante, oras... No capitalismo, quem usufrui das riquezas é quem é dono dos meios de produção! A partir do momento em que o capitalismo não tem compromisso social, ele permite que a criação de uma classe social superpoderosa seja gerada e que essa classe social controle a classe baixa de forma imperialista... Essa classe controla a política, controla a mídia, os meios de produção... Não podemos esperar por políticas direcionadas a necessidades do povo pois estas nunca irão aparecer: a máquina capitalista enriquece unilateralmente: necessitamos de uma máquina que enriqueça polilateralmente, atingindo todas as camadas de forma igual... Se a riqueza gerada por essa máquina será baixa ou alta, isso não importa: desde que todas essas classes mantenham-se equivalentes...
Omnius disse:
E outra.
Caso o mimimi dos eco-chatos fosse levado a sério, não teriamos: pontes, estradas, aeroportos, usinas, empresas......
A questão não é parar de ter; a questão está em: precisamos realmente ter? A construção destes vai beneficiar quem? Os empregos gerados pela construção serão temporários? As populações que dependem dessa região serão ressarcidas? E por aí vai... Não é simplesmente ir lá e construir e tal... Dependendo, vamos estar degradando o meio ambiente pra jogar dinheiro no agrobusiness, como é comumente ocorrido no Brasil......