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Peru tem torneio com 20 mil times e Copa em que prêmio é um caixão

Fúria da cidade

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Após festa da Libertadores, país volta à realidade do futebol local

O troféu levantado no Peru neste domingo (24) não foi o da Libertadores e não aconteceu diante de 60 mil pessoas. Com um gol de falta aos 43 do 2º tempo, Rinaldo Cruzado deu o título do Torneiro Clausura ao Alianza Lima, o clube mais popular do país.

A taça (na verdade, um disco de prata) foi erguido no acanhado estádio IPD de Moyobamba, com capacidade para 7.500 pessoas.

Moyobamba, cidade com 50 mil habitantes e capital do departamento de San Martín (norte do país), fica a cerda de 670 quilômetros da capital do Peru, Lima, onde fica o Monumental, maior estádio da América Latina, com capacidade para 80 mil torcedores (quantidade reduzida para a final da Libertadores por motivos de segurança).

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Jogadores do Alianza Lima (Peru) comemoram gol no jogo que deu ao time o título do Torneo Clausura - Divulgação/Facebook Alianza Lima

“Ontem [sábado] foi um sonho. Hoje [domingo] o futebol do Peru voltou ao normal”, se resignou Isabel Méndez, 54, vendedora de água e refrigerantes em dias de jogos na região do estádio Monumental, em Lima, onde a equipe carioca conquistou o título continental.

Era este também o local em que o Universitário precisava derrotar o Real Garcilaso para continuar com chances de ser campeão. Ganhou por 1 a 0, mas como o Alianza venceu, o resultado não teve qualquer valor.

Isabel e outros ambulantes puderam se aproximar das entradas do Monumental no domingo. O policiamento era de 200 policiais, muito menor do que os 6.500 usados no esquema de segurança da final da Libertadores. Havia os vendedores que tentavam empurrar para os torcedores do Universitário cachecóis e bandeiras encalhadas do torneio sul-americano. Sem sucesso.

A realização da final da Libertadores em Lima, depois de a Conmebol decidir tirar o evento de Santiago, no Chile, trouxe cerca de 45 mil turistas para a cidade e fez o comércio local arrecadar cerca de US$ 55 milhões (R$ 220 milhões), segundo a Câmara de Turismo.

“É importante ter um jogo assim na cidade, mas para o futebol peruano, pensando no futuro, não vai fazer grande diferença. Continuará tudo como antes”, afirma Aldo Corzo, zagueiro do Universitário autor do gol contra o Garcilaso.

No complicado sistema do Campeonato Peruano, o Alianza disputa agora a semifinal do torneio anual contra o Sporting Cristal. Quem vencer, decidirá o título geral com o Deportivo Binacional.

Não é só isso. O torcedor do país andino acompanha também o quadrangular final de um torneio como nenhum outro do futebol nacional: a Copa Peru.

“É o nosso celeiro de jogadores. A Copa Peru é um orgulho do esporte do país e parece que cada vez mais chama a atenção pela grandiosidade e pela quantidade de equipes”, diz o presidente da Comissão Nacional de Futebol, responsável por organizar a competição, Luis Duarte Plata.

A “grandiosidade” citada por ele à Folha é pelo número de times. São 20 mil espalhados pelo território peruano. E tem a inusitada capacidade de levar um clube do amadorismo direto para a elite do futebol profissional.

O campeão sobe para a primeira divisão peruana. Sem escalas. O segundo e terceiro colocados disputam quadrangular com o penúltimo da segunda divisão para ver que se classificará para o segundo patamar do futebol local na temporada seguinte.

Union Comércio e Piratas FC, dois rebaixados da Liga 1 neste domingo, chegaram ao torneio com títulos da Copa Peru.

A fórmula envolve fases distritais, provinciais e departamentais até que sobrem 50 agremiações para a etapa nacional. Nas rodadas iniciais, há equipes indígenas, de funcionários de mercados, bares e os jogos acontecem onde é possível e do jeito que der.

“Para um estrangeiro, é realmente difícil entender a Copa Peru. Mas o clube que fizer um trabalho sério e tiver um mínimo de estrutura, pode dar um salto e ter sucesso a longo prazo. Não é muito comum, mas é possível”, analisa o técnico Miguel Ángel Arrué, que estava no Piratas FC até setembro deste ano, quando foi demitido.

O Piratas, fundado em 2015 por funcionários de uma companhia de moagem, ganhou certa notoriedade por colocar no escudo a imagem do personagem Jack Sparrow, interpretado por Johnny Depp na série de filmes Piratas do Caribe. Como não tinha direito de usá-la, o distintivo passou a ter apenas um desenho de pirata.

Mas depois de sediar a primeira final em jogo único do principal torneio de clubes do continente, os torcedores do país podem argumentar que a Copa Peru nem sequer é o torneio mais inusitado no horizonte.


Em maio de 2020 vai acontecer a Copa Ataúde na cidade de Juliaca (1.277 km de Lima), capital da província de San Román.

O primeiro torneio ocorreu neste ano e reuniu times de funerárias da região. A próxima edição deverá aumentar o número de participantes de 9 para 40, diz Jose Luis Oliveira Pandia, dono do Consórcio Funerário Flores, campeão do torneio.

O Flamengo, por vencer a Libertadores, recebeu da Conmebol US$ 12 milhões (R$ 48 milhões). A Copa Ataúde deu a Pandia um caixão avaliado em 4.500 soles (R$ 6 mil).
 

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