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"Paulo Leminski: O bandido que sabia latim" (Toninho Vaz)

Anica

Usuário
Então que depois de muito tempo resolvi ler a biografia sobre o Leminski escrita pelo Toninho Vaz (o Fábio comprou há uns dois anos atrás, ficou tão empolgado que quis até achar o túmulo do Leminski aqui no cemitério água verde :mrpurple: ). Eu já comentei sobre o livro no Hellfire, mas resolvi abrir o tópico aqui para trocar opiniões com alguém que já tenha lido o livro (ou responder dúvidas para quem se interessar).

Cópia do meu post no Hellfire:

Na noite de sábado para domingo comecei a ler a biografia Paulo Leminski - O bandido que sabia latim (escrita por Toninho Vaz), mas foi ontem à noite que a leitura engrenou de um modo que eu simplesmente não conseguia deixar o livro de lado (o que rendeu bastante reclamação do Fábio sobre a luz, hehe). Eu sei que não basta uma personagem interessante sem talento para se contar a história, só que, não desmerecendo o trabalho do Vaz (que é excelente, diga-se de passagem), Leminski parece uma daquelas pessoas que renderam histórias que nem o mais inapto dos escritores conseguiria tirar o brilho.

O que eu acho engraçado é que quando comecei a ler me dei conta que na realidade nunca fui fã do Leminski, mas da obra dele. E isso é raro, visto que sempre que me apaixono por algum trabalho quero logo fuçar a vida do autor (vide Wilde, Voltaire e Poe, por exemplo). Sabia pouco dele, pelo menos comparado com o que há para se saber.

Mas do que adianta uma estrela sem nada orbitando ao redor, certo? E o charme da biografia fica por conta da contextualização, a articulação entre um evento e outro que de certa forma serviram como um mapa para guiar o poeta. E confesso, dentro de mim mora uma tia bairrista que adora ver sua Curitiba como um dos palcos dessa história. E aliás, ler algumas tiradas impagáveis sobre o pessoal daqui, como por exemplo “O ideal do curitibano é ser invisível“.

Enfim, o livro é uma delícia de ler e agora deu vontade de reler o Leminski. E deixarei aqui então a sugestão da leitura não só da biografia, mas principalmente da obra. Segue um aperitivo:

ICEBERG

Uma poesia ártica,
claro, é isso que eu desejo.
Uma prática pálida,
três versos de gelo.
Uma frase-superfície
onde vida-frase alguma
não seja mais possível.
Frase, não, Nenhuma.
Uma lira nula,
reduzida ao puro mínimo,
um piscar do espírito,
a única coisa única.
Mas falo. E, ao falar, provoco
nuvens de equívocos
(ou enxame de monólogos?)
Sim, inverno, estamos vivos.
 
RE: Paulo Leminski: O bandido que falava latim (Toninho Vaz)

Fiquei super curioso para ler essa biografia, principalmente por conhecer muito pouco sobre ele. Adoro os poemas, mas nunca ive uito tempo (ou curiosidade) para procurar saber mais, o que é, sem sombra de dúvida, muito importante quando se fala para compreender melhor determinado poeta, já que a poesia é subjetiva e influenciada totalmente pelo recorte que o autor faz do mundo.

Infelizmente acho que se dá muito pouco valor ao Leminski fora do Paraná e dos estados do Sul, acho que rola meio um " Senão é Paulista, baiano ou caioca não pode ser bom" em relação à literatura, o que é bastante lamentável.
 

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