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Parlamentar neonazista agride rival comunista em debate na TV grega

Eu entendo, o que eu quis dizer é que conhecendo os comunistas atuais, pessoas como Zizek, Hobsbawn, Plinio de Arruda e etc, é difícil alimentar esse mito de "comunista violento comedor de crianças", até porque na maioria os comunistas hoje são intelectuais, pacíficos, provavelmente esse também deve ser o perfil da esquerda grega.

Não que o comunismo faça dele "santos", mas como a maioria dos comunistas hoje saem das Universidades e não costumam ser violentos (alguns até negam a revolução armada) dificilmente vc veria um comunista socando a cara de um liberal em um debate.

Zizek, Hobsbawn e Plínio de Arruda são intelectuais marxistas. Mais que isso, Zizek e Hobsbawn compõem uma elite intelectual de esquerda referenciada mundialmente. E o Plínio é um quadro político de importância histórica no Brasil. Mas e a base? Os militantes em si? Claro que há muita gente inteligentíssima na base. Mas minha experiência no movimento estudantil me mostrou que tem muito esquerdista autoritário sem qualquer base teórica minimamente respeitável e que jogam na lama o marxismo (ou, como o Paganus bem colocou, os marxismos) e a representatividade do movimento estudantil em si. E quem tentasse furar o piquete da UFF? Seria agredido por estes pares. O congresso da UEE então foi ridículo: "democracia" do grito e da coação. Nossa esquerda partidária, com honrosas exceções, é ridícula, fragmentada e tem incrível dificuldade de consolidar uma base popular. O primeiro partido dito de esquerda a conseguir isso foi o PT até inícios dos anos 1990... mas o PT andou pra direita e seus setores mais "radicais" estão completamente alijados dentro do partido.
Não vou me alongar em demasia, porque já super fugi do assunto do tópico.

Só pra não ficar completamente off, deixa eu só mandar um "Vá se foder!" pra esse neonazi grego imbecil! u.u
 
Algumas tendências a serem acompanhadas na Europa:

-Igual ao que ocorre no resto do mundo vai permanecer a dinâmica "donos de meio de produção - empregados" em que cada pessoa possua tanto aquilo que pode ser dividido quanto aquilo que não pode ser dividido. Essa tendência é forte porque é natural no homem exercer tanto atividades coletivas quanto atividades individuais. A raiz disso é profunda porque a pessoa é resultado de um fator individualista junto de um fator coletivista (genótipo + fenótipo, indivíduo e ambiente).

-A Alemanha de hoje precisa pensar nos neo-herdeiros do nazismo sob nome identificável ou sob disfarces uma vez que a percepção de mundo da Alemanha de hoje passou por mudança após o processo de morte massiva de homens alemães (emasculação) na guerra. Merkel é hoje um sinal da população feminina que precisou subir para governar, levantar e manter uma nação imersa no caos. Em escalas diferentes essa mudança de percepção aconteceu no Japão e ocorre hoje na China.

-Uma das coisas perigosas do populismo de mercado é que quando os investidores de aplicações promíscuas começam a viajar demais na maionese não avisam. Chuva de papéis duvidosos, bolhas, ações voláteis das modas de internet, países instáveis... As vezes a solução para sanar o mercado pode vir da esquerda (massa coletivista) as vezes pode vir da direita (donos dos meios de produção com interesse individual). Em ambos os casos a internet tem participação. O populismo tem penetrado desde a esquerda dinossáurica latina, espalhando-se entre os neonazis, neoateus, unabombers islâmicos, religiosos desligados do conceito de sagrado... Quer dizer, participar de uma facção se tornou uma questão de gangues. O interesse legítimo de defender idéias está escondido debaixo da poeira da crise. Quando a crise acontece as agências de rating ficam cegas e que a parte política da população do país que foi responsável pelo problema começa a infiltrar falsidade (ideológica também) no sistema político. Quem tem a solução normalmente perde umas boas décadas de vida tentando controlar os descontrolados e embranquecendo os cabelos.
 
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Considero o turning point, do mundo da Guerra Fria para o mundo em que vivemos, a ascensão da Microsoft e o consequente enriquecimento fabuloso de Bill Gates e Cia. Quem é da minha faixa etária, e se interessa por estas coisas, sabe que, até o final dos anos 80, estas fortunas absurdas eram coisa de príncipes do petróleo sauditas (forma educada de dizer que eram um tipo de de barbarismo). Hoje, graças à ganância cega institucionalizada, ganham-se bilhões, e perdem-se bilhões, em questão de horas.

PS: Nem a Microsoft e nem o Gates têm maiores culpas no cartório, eram apenas a empresa e o cara certos, na época certa e no lugar certo.

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Considero o turning point, do mundo da Guerra Fria para o mundo em que vivemos, a ascensão da Microsoft e o consequente enriquecimento fabuloso de Bill Gates e Cia. Quem é da minha faixa etária, e se interessa por estas coisas, sabe que, até o final dos anos 80, estas fortunas absurdas eram coisa de príncipes do petróleo sauditas (forma educada de dizer que eram um tipo de de barbarismo). Hoje, graças à ganância cega institucionalizada, ganham-se bilhões, e perdem-se bilhões, em questão de horas.

PS: Nem a Microsoft e nem o Gates têm maiores culpas no cartório, eram apenas a empresa e o cara certos, na época certa e no lugar certo.

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O "turning point" está algumas décadas antes, começando no pós-guerra, com a mudança gradativa nos padrões de poupança-investimento-consumo-endividamento, que passa por mudança ainda mais acelerada na década de 70, com a crescente desregulamentação bancária, inovações financeiras e globalização. De forma resumida, enquanto antes se existia uma relação mais ou menos "equilibrada" entre poupar antes, acumulando recursos para investi-los produtivamente em busca de lucros, com uma parcela deste sendo reinvestida e assim por diante; ao longo dessas décadas os mercados financeiros começam a assumir papel cada vez maior nesse circuito. Mas um ponto essencial é que o capital financeiro não produz valor diretamente, ele apenas se apropria de parte dos lucros em troca da distribuição de recursos, o que por sua vez permite um "giro produtivo" cada vez mais rápido. A isso soma-se o perfil de endividamento cada vez maior, não somente de governos, mas das famílias e dos investidores. No caso dos investidores, por começarem a ver cada vez mais vantagem em (e possibilidades de!) antecipar a realização produtiva para mirar em ganhos, o que também amplia cada vez mais os mercados especulativos. No caso das famílias, para dar vazão ao consumismo crescente. No que isso resultou? Em uma sobrevalorização extrema do capital financeiro sobre o capital diretamente produtivo. Em outras palavras, demasiado capital querendo distribuir recursos e especular para pouco capital produtivo, que é quem de fato gera o lucro necessário para a lógica do sistema.

E aí sim, nesse novo paradigma abre-se a possibilidade de ganhos extraordinários da noite para o dia. Sobre o Bill Gates, há de se considerar que os bilhões dele vieram de um sistema diretamente produtivo, no caso a indústria da informática (que colaborou grandemente para as inovações financeiras que eu mencionei lá em cima). Se fosse para citar algum indivíduo que parece estar mais associado a essa realidade de enriquecer do dia para a noite apenas aplicando recursos em mercados financeiros um nome mais adequado é o George Soros.


Hmm, acho que isso fugiu um pouco do tema do tópico.
 
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O Gates é mais "pop" do que o Soros, foi neste sentido que eu o escolhi e a ascensão da Microsoft também representa o ganho de importância da propriedade intelectual, outro dos pilares do mundo em que vivemos.

Para concluir: O yuppie clássico dos anos 80, até sua derrocada com o crash de Wall Street em 1987, sonhava em fazer o primeiro milhão de dólares antes dos 30 anos. Seus equivalentes da segunda metade da década de 90 falavam em fazer o primeiro BILHÃO antes de completar 30 anos.

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Ao entrar em Bill Gates é válido notar que depois da guerra as nações vencedoras (num mundo basicamente bipolar) mudaram o foco daquilo que consideravam tesouro ou riqueza.

A crise européia tem a ver com o que se considera riqueza atualmente. Por exemplo, a taxa de filhos abaixo do necessário no continente significa que as iniciativas familiares e individuais estão sendo pressionadas pesadamente pelo modelo político vigente. Este problema vem sendo identificado no Japão (outro participante da grande guerra que hoje se encontra envolvido no mundo da informática) sob a forma de um ideal de modelo familiar difícil de atender sem que as pessoas aceitem perda do padrão de vida.

Quando a política se esquece da economia, em outras palavras, quando se ataca um tesouro isso é contabilizado pelo sistema como ato de guerra, em que filhos na lógica econômica também representam um tesouro. De modo que sem poder voltar para a própria identidade a Europa perde em personalidade e em estabilidade debaixo de um sistema político que acredita que a coletividade é a única solução para todos os problemas sendo que o certo é o equilíbrio indivíduo/coletivo.

Sem equilíbrio, debaixo do escudo de uma popularidade que foi transformada em populismo, o significado de riqueza é esquecido.

Alguns tipos de riqueza foram concebidas para serem divididas, já outras podem ser apenas compartilhadas (e dependem daquele que possui a riqueza, talento ou dom). E ocorre que se alguém tenta dividir algo que foi feito para ser compartilhado o tesouro é destruído, como na história de Salomão e das duas mulheres. Se Salomão dividisse a criança em duas o tesouro se destruiria. Quer dizer, dividir não significa apenas multiplicar e a divisão pode também destruir se for a vontade daquele que possui originalmente a riqueza de que isso ocorra.

O que consigo ver no caso de Gates é que ele baseou parte do modelo de sua empresa nas gigantes de informática que se formaram na época da segunda guerra. Naquele contexto, os computadores da guerra eram concebidos para encarar as pessoas como parafusos numa máquina e a percepção de mundo que controlava a empresa era administrada pelo sistema político vigente. Poderíamos dizer que a idéia de popularidade da Microsoft é um conceito modificado das musas gregas.

As musas era filhas de Zeus e de Mnemosine (a deusa da memória). Elas cantavam o presente, o passado e o futuro e foram concebidas como entretenimento para os Deuses. Em oposição ao que se pensa hoje dos computadores, foram feitos como tendo valor de luxo massificado e não deve influenciar a economia além do papel de servidor. Quer dizer, as crises ocorrem quando colocam um sistema concebido para ser servidor como sendo chefe de tudo.

Como eu costumo dizer, o dinheiro é como um ser vivo ou uma força da natureza, igual as fúrias gregas, se ele é bem tratado ele trata bem as pessoas se é mal tratado ele se vinga.

Deixar o governo no modo automático gera perda do valor da riqueza e por conseqüência a perda de jovens antes de idosos sem que els tenham chance de deixarem descendentes...
 
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feanor disse:
O "turning point" está algumas décadas antes, começando no pós-guerra, com a mudança gradativa nos padrões de poupança-investimento-consumo-endividamento, que passa por mudança ainda mais acelerada na década de 70, com a crescente desregulamentação bancária, inovações financeiras e globalização. De forma resumida, enquanto antes se existia uma relação mais ou menos "equilibrada" entre poupar antes, acumulando recursos para investi-los produtivamente em busca de lucros, com uma parcela deste sendo reinvestida e assim por diante; ao longo dessas décadas os mercados financeiros começam a assumir papel cada vez maior nesse circuito. Mas um ponto essencial é que o capital financeiro não produz valor diretamente, ele apenas se apropria de parte dos lucros em troca da distribuição de recursos, o que por sua vez permite um "giro produtivo" cada vez mais rápido. A isso soma-se o perfil de endividamento cada vez maior, não somente de governos, mas das famílias e dos investidores. No caso dos investidores, por começarem a ver cada vez mais vantagem em (e possibilidades de!) antecipar a realização produtiva para mirar em ganhos, o que também amplia cada vez mais os mercados especulativos. No caso das famílias, para dar vazão ao consumismo crescente. No que isso resultou? Em uma sobrevalorização extrema do capital financeiro sobre o capital diretamente produtivo. Em outras palavras, demasiado capital querendo distribuir recursos e especular para pouco capital produtivo, que é quem de fato gera o lucro necessário para a lógica do sistema.
Obrigado, feanor, por definir em palavras o que eu apelidei de "efeito liquidificador" mas nunca consigo explicar pra quem pergunta o que quero dizer...

mas, eu vim aqui mesmo pra colocar isso aqui
 

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