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Para pedagoga, é na escola que se aprende bê-á-bá do sexismo

Morfindel Werwulf Rúnarmo

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Os estereótipos de gênero começam já no útero, quando os pais escolhem o brinquedo, a decoração do quarto e as roupas do bebê. Mas é na escola que o sexismo é reforçado, segundo a pedagoga Tânia Brabo, da Unesp, que estuda movimentos feministas há 20 anos.

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Para a pedagoga Tânia Brabo, da Unesp, é na sala de aula que as crianças aprendem o bê-á-bá do sexismo​

Segundo ela, detalhes como separação de meninos e meninas em filas e diferenças nas aulas de educação física ajudam a perpetuar essa visão "bipolar" do mundo.

"Isso é nocivo a partir do momento em que um sexo se sente superior ao outro",
diz. Leia trechos da entrevista.

Folha - Ainda há muito sexismo nas escolas?

Tânia Brabo - Nos anos 80 e 90, feministas trouxeram a discussão sobre a necessidade de a escola não reforçar estereótipos, mas não houve continuidade. As publicações daquela época ficaram esquecidas nas bibliotecas.

Não se debate nas escolas a discriminação da mulher?


As políticas educacionais trazem essa questão na teoria, mas, embora haja um avanço, falta muito em termos práticos. No conteúdo das escolas, a questão da igualdade entre os sexos deve ser mais abordada.

Onde aparece o sexismo?


No dia a dia da sala de aula, quando atividades supostamente femininas são separadas para as meninas. Na educação física, meninas e meninos são separados e praticam diferentes esportes.

Esses problemas começam precocemente?


Sim. Na educação infantil, quando os brinquedos são separados --bonecas para as meninas, carrinhos para os meninos. Essa visão bipolar ainda está muito forte. Até nas brincadeiras. O menino não quer nem sentar numa cadeira rosa. Muitas vezes, os meninos querem brincar de boneca, mas a família e os professores não aceitam.

E deveriam aceitar?


Sim. Homens adultos usam brinco, colar, camisa rosa. Houve mudança nos costumes, mas as crianças ainda são tratadas como se certas questões fossem definir a sexualidade. Em países em que a figura da mulher e do homem são mais iguais, ambos aprendem a cozinhar, cuidar de bebê, bordar.

Certamente ainda há muita resistência da família.


Há escolas que se preocupam com a igualdade de gêneros e adotam políticas assim. Mas há pais que não entendem. Uma professora contou que teve de lidar com um pai que não aceitava o filho levar o livro da Branca de Neve para casa. Disse que não era leitura de menino.

Isso pode refletir na forma como o homem adulto encara a divisão de tarefas na casa...


Se o menino não pode segurar uma boneca, então será educado a não ter uma aproximação maior com os filhos. No passado, era assim a vida toda. Hoje, o menino é separado de tudo e na vida adulta é cobrado. Começa na educação infantil e o adulto continua a reproduzir isso.

Os alunos também desenvolvem uma visão sexista do professor. Há mais mulheres do que homens dando aulas até o ensino médio. E o salário, em geral, é ruim.


É fato. Hoje há mais homens no curso de pedagogia, mas é recente. Como a professora vai ensinar igualdade se ela se sente uma pessoa de segunda categoria?

Mas como os professores podem lidar com isso?


Estimular que ambos exerçam todos os papéis.

Fonte
 
Uma coisa é dizer que não se pode haver descriminação ou preferência de um sexo em relação ao outro - até aí, concordo plenamente. Estou de acordo também com a ideia de que homens e mulheres devem ter direitos e oportunidades iguais - a mulher pode ser jogadora de futebol, caminhoneira, física, whatever, e o homem costureiro, babá ou bailarino. Não há nenhum motivo racional para discordar disso - o ponto ótimo de uma sociedade é quando cada indivíduo se desloca para a função em que ele se sente mais apto.

Agora, o que esta pedagoga está falando é bem radical e até incoerente. Ela diz, durante o seu texto inteiro, que meninos e meninas têm que ter culturas idênticas, e isso jamais vai acontecer. Na verdade, seria horrendo se ocorresse.

A mera afirmação da existência de duas coisas distintas - homens e mulheres, bolas e quadrados, brasileiros e argentinos - além das propriedades naturais inerentes a cada tipo, faz com que se crie uma atitude cultural e se gere estereótipos para cada categorização. É impossível de evitar.
 

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