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Para MEC, "ideia de que há excesso de faculdades no Brasil é falsa"

Buky

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Um dia depois de o MEC (Ministério da Educação) anunciar que avaliará 21 faculdades que querem ter graduação em medicina ou direito, a secretária de Educação Superior, Maria Paula Dallari Bucci, saiu em defesa da abertura de novos cursos: "Ainda há espaço para expandir o ensino superior. A ideia de que há excesso de faculdades no Brasil é falsa", disse.

Para a secretária, a preocupação central "não deve ser a quantidade de cursos, mas a qualidade deles". "O MEC vai assegurar a qualidade daqueles que abrirem. Estamos acabando com cursos ruins e vamos dar espaço para os bons", disse.
À frente da Secretaria de Educação Superior desde outubro de 2008, a doutora em direito Maria Paula Dallari Bucci falou por telefone ao UOL Educação. Confira trechos da entrevista:

UOL Educação - O MEC vai avaliar 21 faculdades, todas particulares, que querem dar cursos de medicina e direito. Há demanda para isso?

Maria Paula Dallari Bucci - Acredito que ainda há espaço para expandir o ensino superior no país. A ideia de que há excesso de faculdades no Brasil é falsa. A meta do PDE (Plano Nacional da Educação) é ter, até 2011, 30% dos jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior. Em 2006, o censo mostrou que só tínhamos 12%. Então ainda é preciso aumentar as vagas...

UOL Educação - Não é contraditório autorizar novos cursos pouco tempo depois de o próprio MEC ter determinado fechamento de vagas em faculdades particulares por falta de qualidade?

Dallari Bucci - Não acho. O que o MEC tem feito não é diminuir oferta, é fechar curso que não corresponde a critérios de excelência. Estamos acabando com as vagas em cursos ruins e vamos dar espaço para os bons.

UOL Educação - Quantas faculdades estão na fila esperando autorização para abrir?

Dallari Bucci - Muitas, não saberia quantas são exatamente agora. Todo mundo pede para abrir curso novo e não é proibido pedir. O MEC vai assegurar que só vão abrir cursos que tenham qualidade. O que a gente não pode aceitar mais é o aluno ficar três, quatro anos num curso e não ser aprovado na OAB, não conseguir trabalho...

UOL Educação - Mas por que essa qualidade não foi exigida para os cursos que já abriram?

Dallari Bucci - O processo de autorização de novos cursos era desorganizado, os critérios eram pouco claros. O MEC fez uma reforma do marco regulatório da Educação. Desde 2006, agora o processo está mais transparente. Há instrumentos de avaliação com critérios objetivos e rigorosos...

UOL Educação - Muitos dos cursos abertos há dez anos teriam autorização negada se fosse hoje?

Dallari Bucci - Com certeza. Mas esses cursos serão trazidos para um padrão rigorso à medida que forem reavaliados. Desde 2007, todos os cursos são avaliados de três em três anos. Nesse período, todos os cursos do Brasil serão analisados por instrumentos como o Enade (antigo provão). Quando identificamos um problema, a instituição tem prazo de até um ano para corrigi-lo, se não, terá de fechar.

UOL Educação - Nenhuma dessas instituições que querem abrir vaga é pública. Não dá a impressão de que a expansão do ensino superior ficará nas mãos da iniciativa privada?

Dallari Bucci - Não é verdade. O Reuni [plano de expansão das universidades federais] fez duplicar o número de vagas nas universidades públicas. O ensino tecnológico, que muita gente esquece que é de nível superior, teve uma expansão nunca vista antes no Brasil...

UOL Educação - O Conselho Federal de Medicina quer um exame nos moldes da OAB. Se as faculdades fossem boas, esse tipo de prova não seria dispensável?

Dallari Bucci - A obrigação do MEC é avaliar os cursos, fazer que eles formem bons profisisonais para o Brasil. A OAB e o CFM cuidam do exercício profissional, é outra questão.

UOL Educação - Nos exames da OAB, dificilmente mais da metade dos formados conseguem passar da primeira fase. Quando isso deve mudar?

Dallari Bucci - Acredito que em três ou quatro anos, quando tivermos feito a primeira varredura em todos os cursos. Mas é importante lembrar que a OAB têm os seus critérios de avaliação, que fogem ao controle do MEC.

Fonte : UOL
 
Eu concordo com o que ela disse aqui:

"não deve ser a quantidade de cursos, mas a qualidade deles".

Mas acho que o MEC não tem feito isso de maneira rigorosa o suficiente. Muitos cursos considerados bons são, na verdade, menos ruins. E outros tantos ruins são inadimissíveis. O MEC continua autorizando faculdades a abrirem cursos ruins aleatoriamente.

Se formos fazer uma comparação internamente (ou seja, sem nem arriscar uma olhadela nos padrões do mundo desenvolvido), há uma discrepância muito grande entre as faculdades. A maioria dos cursos acaba encabeçado por duas ou três e lista-se mais umas duas ou três dentre as medianas, todas as outras relegadas à falta de qualidade.

Faculdades que ganham muito dinheiro não são obrigadas a investir em qualidade acadêmica, pesquisa etc.. E as faculdaes públicas só abrem mais cursos ou vagas às custas da falta de manutenção.

Aliás, esse é outro problema grave. As grandes faculdades estão com dificuldades para crescer, para receber mais alunos. Muitos campus são abertos sem segurança, sem estrutura e até com cursos ruins, só para dizer que a instituição cresceu.

Acho que o papel do MEC deveria ser muito mais intenso em relação a exigir qualidade, ou vamos chegar a um ponto onde qualquer pessoa poderá ter um diploma, porém dois terços desses diplomas vão servir para enfeitar a parede...
 

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