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Padrão de beleza racista?

Sim, infelizmente acredito que nosso padrão de beleza é racista. Assim como nossa sociedade, nossa educação, nossos empregos, nossas oportunidades. Racismo é uma coisa que me deixa puta da vida, na boa. E acho que infelizmente, as tentativas de inserção da comunidade negra no Brasil são sempre vistas como racismo velado, como a Tek disse. Andei estudando comunidades quilombolas em uma disciplina da faculdade, e me interessei muito pelo assunto, e pesquisando, vi que o preconceito é forte, inclusive pelos descendentes, como a Nai falou.

Acredito que enquanto nossa sociedade for assim, devemos tratar igual os iguais e desigual os desiguais na justa medida de suas diferenças.


Olha que legal, esse trecho de Darcy Ribeiro, em sua obra prima "O Povo Brasileiro":

"[...] Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles negros e índios supliciados. Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa que os supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós sentida e sofrida que somos e a gente insensível e brutal, que também somos. Como descendentes de escravos e de senhores de escravos seremos sempre servos da maldade destilada e instilada em nós, tanto pelo sentimento da dor intencionalmente produzida para doer mais, quanto pelo exercício da brutalidade sobre homens, sobre mulheres, sobre crianças convertidas em pasto de nossa fúria."

Fugi um pouco do assunto, mas acho válido citar Darcy aqui.
 
Eu acho que, se formos estritos demais, todo padrão de beleza é preconceituoso. Um padrão de beleza implica uma escolha de uma característica como bela, em detrimento de outra, e isso muitas vezes sem motivo algum aparente. Isso é algo natural, até mesmo no mundo animal. Os pavões, por exemplo, que adotam as penas como padrão de beleza. Então poderíamos acusar o padrão de ser preconceituoso com as pessoas que não tem tal característica. Acusar pessoas que gostam de mulheres magras/gordas de preconceito é a mesma coisa de acusar os pavões que gostam de penas vermelhas de preconceito

Esse padrões são algo extremamente pessoal. Só o fato de eu escolher uma característica como mais bonita, isso não me faz preconceituoso. A Tek diz (ou deu a entender, pelo menops pra mim, me corrija se eu estiver erradp, Tek!) que não gosta de cabelos como o da foto que ela postou. É o padrão de beleza dela, e isso não necessariamente a torna preconceituosa. A Bel disse que prefere cabelos crespos a escoovados. Também é escolha pessoal, e não a torna preconceituosa com gente de cabelos escovados.

O que caracteriza o preconceito não é o padrão de beleza, mas diminuir uma pessoa por não se adequar a ele. Aplicando ao caso da cabeleireira: é ok ela não gostar de cabelos crespos, alisar o cabelo dela e tal. O que é erradíssimo foi e cabeleireira diminuir a negra como ela fez: recusar-se a atendê-la e chamá-la de fedida.

Em resumo: acho que não dá pra classificar um mpadrão de beleza como racista. O que é racista são as atitudes discriminatórias derivadas desse padrão.

Estou pingando de sono e o post deve ter ficado meio confuso, mas vai assim mesmo.
 
Isso me lembrou um vídeo muito bacana. Lembrando que "racismo" não implica apenas no ódio, mas sim em qualquer valoração, inclusive estética, baseada em traços raciais. E não é uma questão de gosto, porque apesar de se manifestar pessoalmente (mesmo sem o ódio), é construído socialmente.

http://www.youtube.com/watch?v=WG7U1QsUd1g
 
Eu acho que, se formos estritos demais, todo padrão de beleza é preconceituoso. Um padrão de beleza implica uma escolha de uma característica como bela, em detrimento de outra, e isso muitas vezes sem motivo algum aparente. Isso é algo natural, até mesmo no mundo animal. Os pavões, por exemplo, que adotam as penas como padrão de beleza. Então poderíamos acusar o padrão de ser preconceituoso com as pessoas que não tem tal característica. Acusar pessoas que gostam de mulheres magras/gordas de preconceito é a mesma coisa de acusar os pavões que gostam de penas vermelhas de preconceito

Esse padrões são algo extremamente pessoal. Só o fato de eu escolher uma característica como mais bonita, isso não me faz preconceituoso. A Tek diz (ou deu a entender, pelo menops pra mim, me corrija se eu estiver erradp, Tek!) que não gosta de cabelos como o da foto que ela postou. É o padrão de beleza dela, e isso não necessariamente a torna preconceituosa. A Bel disse que prefere cabelos crespos a escoovados. Também é escolha pessoal, e não a torna preconceituosa com gente de cabelos escovados.

O que caracteriza o preconceito não é o padrão de beleza, mas diminuir uma pessoa por não se adequar a ele. Aplicando ao caso da cabeleireira: é ok ela não gostar de cabelos crespos, alisar o cabelo dela e tal. O que é erradíssimo foi e cabeleireira diminuir a negra como ela fez: recusar-se a atendê-la e chamá-la de fedida.

Em resumo: acho que não dá pra classificar um mpadrão de beleza como racista. O que é racista são as atitudes discriminatórias derivadas desse padrão.

Estou pingando de sono e o post deve ter ficado meio confuso, mas vai assim mesmo.

Mais ou menos. A discussão aqui não é se quem adota o padrão de beleza eurocêntrico está sendo racista. Acho que ninguém aqui acredita que esta construção seja fruto do juízo individual ou do maquiavelismo de uma ou duas cabeças da indústria cultural, mas do (in)consciente brasileiro. Na verdade, da coletividade ocidental, como um todo (não é à toa que tal cara é um "Deus grego", né meninas?).

Quer contraexemplo de que a noção de atratividade sexual dos biótipos seja, pelo menos ao todo, inata? No Ocidente, o bonito, até algumas décadas atrás, era tar com umas gordurinhas a mais. O padrão "six-pack" começou a emergir como bonitão num tempo relativamente recente. Por quê? Se ter reserva nos séculos passados indicava riqueza, uma mesa farta, segurança alimentar, hoje está associado a problemas de saúde. A oferta alimentar em alta (à exceção dos miseráveis) combinado com os problemas gerados pela obesidade alimentam um padrão cada vez mais mesomórfico. Na Polinésia, até hoje ser bonito é ser gordão. Eu e provavelmente você, que estamos dentro da mesma sociedade, alimentamos e endossamos isso. Qualquer padrão de beleza é excludente, e eu acho-os tão intrínssecos á humanidade, maleáveis que sejam, que não tenho esperança disso acabar.

Mas enfim, o x da questão é que este padrão ajuda sim a manter diferenças de hierarquia e conquista econômica entre a população "esteticamente incluída" e seu conjunto complemento. Eu não tenho esperança de que ação afirmativa, do tipo exigir percentual de modelos negras em concursos de Miss, vá corrigir o problema. A especificação da beleza surge a partir do domínio cultural, e não o oposto. Quando as diferenças de renda, influência cultural e poder político diminuírem, aí sim há esperança. Mas não esperem que não surja outra concepção estética igualmente excludente, ainda que não se dê no eixo da renda.
 

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