Ana Lovejoy
Administrador
ana maria bahiana comentando as indicações. eu não vi quase nada ainda, mas eu peguei uma birra tão grande do trio david o. russell/jennifer lawrence/bradley cooper por causa do ano passado com aquele capenguinha o lado bom da vida (tirando o oscar da riva ><) que nem vi o filme e já faço coro com a bahiana, bleargh. e sim, o daniel bruhl merecia pelo menos uma indicação. rush não seria tão foda não fosse o trabalho dele. enfim, o artigo dela:
Não é porque eu vi de relance as palavras “Jack Ass” e “Jonah Hill” no press kit dasindicações ao Oscar 2014 que fiquei brevemente em choque – afinal, Jackass estava indicado na categoria cabelo e maquiagem, onde apenas o trabalho técnico é apreciado (O Cavaleiro Solitário também está lá…) e por menos que eu goste de Jonah Hill, Scorsese extraiu dele um desempenho excelente (que eu mesma destaquei na minha resenha para o Just Seen It).
Não, não foi isso: foi quando eu fiz as contas e vi que Trapaça tinha dez indicações e12 Anos de Escravidão tinha nove.
Vamos então dizer logo de cara: amigas e amigos, 12 Anos de Escravidão é o filme mais importante da safra 2013. Mesmo com os dez minutos de Brad Pitt e seu sotaque bizarro (ator-produtor tem seus privilégios…) o filme de Steve McQueen já está na história do cinema como a mais profunda, exata e poderosa visão de um assunto que os americanos preferem empurrar para baixo do tapete.
Ei! Acho que acabei de descobrir o porque da diferença de indicações.
Sim, Gravidade e Trapaça são filmes muito mais confortáveis de serem indicados e premiados.
Não me levem a mal: gosto muitíssimo de Gravidade e acho Trapaça o melhor filme de David O. Russell desde Three Kings. Mas 12 Anos de Escravidão é o filme do ano. Ponto. Parágrafo.
Então vamos ao que gostei nas indicações de hoje de madrugada:
- Chris Hemsworth ao lado da presidente Cheryl Boone Isaacs apresentando os indicados. Colírio de manhã cedo é sempre bom.
- Da Academia não ter caído no engodo de O Mordomo da Casa Branca. O filme é ruim, é muito ruim. A histeria da mídia norte-americana praticamente cobrando uma indicação para Oprah me faz imaginar as dimensões da campanha de relações públicas correndo solta por baixo dos panos…
- Da inclusão do meu querido Alabama Monroe entre os indicados a melhor filme estrangeiro. Meus colegas não fizeram o mesmo, e agora a injustiça foi corrigida.
- De Ela, Nebraska e Philomena estarem entre os indicados a melhor filme, além de outras indicações. Pequenas, gloriosas gemas que merecem todo reconhecimento.
- De terem se lembrado de Leonardo DiCaprio por Lobo de Wall Street. Leo merece, e seus colegas da Academia tem o hábito de esquece-lo.
- Ver The Wind Rises e Ernest & Celestine entre os longas de animação. As manobras dos estúdios conseguiram tirar os dois da categoria nos Globos. Agora, justiça é feita (vocês já sabem por qual estou torcendo).
Agora, vamos ao que não gostei de jeito nenhum:
No balanço final tenho que admitir que a média não foi ruim. A Academia está mesmo rejuvenescendo, ficando mais atual e mais internacional. Agora é ver como vai ser essa longa, longa temporada de campanhas e estratégias – os Oscars são dia 2 de março este ano. Até lá, muita coisa pode acontecer….
- Clube de Compras Dallas não é um dos melhores filmes do ano. Mas de jeito nenhum. Queriam honrar um independente? Que tal Fruitvale Station, que vocês ignoraram por completo?
- De terem ignorado Rush e Daniel Bruhl. Por essa eu esperava – os americanos não entenderam aquilo que faz o filme, e o desempenho de Bruhl, absolutamente espetaculares.
- Como assim Blackfish fora dos indicados a documentário? Não é apenas excelente, é um dos docs que está causando mais repercussão real. Além disso a diretora, Gabriela Cowperthwaite, é brasileira- seria um modo de se torcer pelo país, certo? Torçamos então por The Square, igualmente ótimo e editado por um brasilero, Pedro Kos.
- Ver Oscar Isaac e Joaquin Phoenix de fora.
- Ver Robert Redford e All is Lost de fora. Nem a trilha, minha gente? Aquela trilha do John Williams para A Menina Que Roubava Livros é pura sacarina. Cadê a modernidade, pessoal?
- E Thelma Schoonmacher pela montagem de Lobo de Wall Street? Nada? Como assim?