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Oscar 2010

Esse post do Décimo é estranho.
De certa forma contradiz o que ele mesmo falou na sua crítica ao "Ilha do Medo".
 
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Palavra breve ao Fusa Kamus, que francamente não entendeu o Hurt Locker:
Não costumo gostar muito de posts que começam assim.



Dito isto, o que o filme de especial para além desse elemento óbvio? Tem que é um relato objectivo e inteligente, talvez nunca posto desta forma no cinema, sobre a experiência de quem vive a guerra. Não é um filme sobre o Iraque - podia ter como cenário qualquer conflito recente - o discurso político está completamente ausente do filme. Podia até dizer que não é tanto um filme de guerra quanto um filme sobre certos aspectos da natureza humana, i.e. a obsessão por situações limite, mas estaria talvez a ir um pouco longe (ainda assim mais perto que quem diz ser um trabalho estético oco). O filme mostra, e deixa as interpretações para o espectador; que pode inclusive procurar uma mensagem anti-belicista lá dentro, e ela obviamente pode ser aplicada a posteriori, mas não é esse o objetivo. Boal e Bigelow estão mais interessados naquele sentimento visceral que compele o soldado - incorporado no filme pelo personagem do Renner, e falando nisso, só pelas interpretações este já é muito mais que um simples exercício de estilo - a arriscar a vida em situações cada vez mais perigosas: war is a drug, etc. (E aqui a comparação com um videojogo, feita sem maldade, ganharia alguma pertinência - a guerra pode ser aditiva, cada nova "fase" é um desafio, uma injeção de adrenalina, primeiro para sobrevivência, depois por necessidade.)

Enfim, não é um filme de porquês e essa é parte da sua força, ficando livre para explorar as personagens e as suas motivações sem interferências, como faz, até certo ponto (devo dizer que o desenvolvimento das personagens na segunda hora não me convenceu completamente, mas não é um problema crítico).
Meu ponto está aí.
Qualquer interpretação dessas que você citou é, como você disse, querer começar a enxergar muito do filme. Vira pensamento fanfiction. Coisas que você supõe sem ter onde agarrar no roteiro.

Se o objetivo foi explorar os personagens ao invés do contexto geral, eu realmente não entendi. Porque achei a maioria dos personagens bem rasos, sem maiores conflitos de pessoas nesta situação.
Eu vi ali meio que o inverso. Personagens simples usados para conseguir representar uma média dos soldados que foram pra lá. Nada pessoal e personificado.

E não dá pra representar qualquer guerra.
Representa, talvez, guerras modernas pós-Golfo.
Pra fazer isso você tem que se desapegar do que é mostrado explicitamente e considerar tudo como uma analogia ou metáfora. E aí fica mais fanfiction ainda.
 
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Pra fazer isso você tem que se desapegar do que é mostrado explicitamente e considerar tudo como uma analogia ou metáfora.

Mas é isso mesmo o que a diretora pretendeu. Ir além do que está sendo mostrado. Não é um filme mastigadinho. É um filme pra se pensar, analisar, talvez assistir de novo e aí sim entender. Por isso que a bilheteria foi fraca, muita gente não gosta de filme assim. Preguiça de pensar...

Mesmo filmes com maior sucesso. Bastardos, por exemplo. O número de analogias e referências é imenso. Mas isso passa batido pra maioria das pessoas, que só vê o jeito legal e criativo dele. É interessante, sim. Mas fica 10 vezes mais legal se você souber a que ele está se referindo.
 
Mas é isso mesmo o que a diretora pretendeu. Ir além do que está sendo mostrado. Não é um filme mastigadinho. É um filme pra se pensar, analisar, talvez assistir de novo e aí sim entender. Por isso que a bilheteria foi fraca, muita gente não gosta de filme assim. Preguiça de pensar...

Mesmo filmes com maior sucesso. Bastardos, por exemplo. O número de analogias e referências é imenso. Mas isso passa batido pra maioria das pessoas, que só vê o jeito legal e criativo dele. É interessante, sim. Mas fica 10 vezes mais legal se você souber a que ele está se referindo.
Mas "ver demais" você consegue com qualquer filme, livro, historia em quadrinhos, videogame, etc. Existem comunidades que propõem a isso pra praticamente qualquer história/ficção já contada na humanidade. Principalmente agora na internet.

E um filme ser bom só depois que você tiver que imaginar coisas sozinho não cola comigo.
Você mesmo citou o filme do Tarantino que é a forma que me agrada. É um bom filme por si só sem te obrigar a ficar inventando nada. Olhar a fundo só vai transformar ele mais e mais foda.

Exemplo de filme que explora as questões do vicio da adrenalina pós-guerra é Franco Atirador. É explícito mas tem mais coisas a serem exploradas se você se propuser a olhar mais fundo. Mas mesmo na superfície já é um filmão.
 
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