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Os paralelos mitológicos na obra de Tolkien e as referências bíblicas no Silmarillion:

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Vantagens do gênero alta fantasia, podemos especular que Sam e Frodo talvez tenham sido protegidos do calor da erupção vulcânica por Aulë. Ou, como aventou o Ilmarinen, pelo cristal de Galadriel em plena potência, já que estava livre do Elemento Morgoth que se dissipava.

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A menção das Duas Testemunhas me lembrou uma coisa interessante: não sei se vcs sabem, mas A Dança da Morte, o livro The Stand, de Stephen King, que, na prática, também faz parte da Saga da Torre Negra, foi feito, intencionalmente, como uma versão norte-americana contemporânea do Sda. No fim dele
dois personagens, remanescentes de uma "comitiva" enviada pra confrontar o Homem Escuro, o Dark Man, Randal Flagg, o vilão saurônico da obra, numa terra além das montanhas, Las Vegas, depois da Barreira "Montanhas da Sombra" das Rochosas, morrem no meio de uma detonação nuclear causada (junto com intervenção "providencial" divina bem escorregão nas Sammath Naur) pelo Lata de Lixo, servo "gollum like" de Flagg, moribundo por exposição à radiação ( assim como Gollum era um "ghoul" transformado pelo poder do Anel), fazendo o papel das Duas Testemunhas citadas na Bíblia que diz-se seriam mortos pela Besta.




Já tem até dissertação de mestrado em inglês fazendo as comparações entre The Stand e o SdA.

No contexto da mitologia tardia de Tolkien, onde se diz que Túrin Turambar e Beren Camlost estariam entre os ressuscitados pra Última Batalha, fica a impressão de que As Duas Testemunhas seriam eles nesse contexto apocalíptico ( o que reforça a impressão de que Christopher Tolkien realmente interpretou errado o sentido de Última Batalha no texto de HoME XII). Vide comentário de Galin aí

Beren e Túrin então, além de correspondentes das Duas Testemunhas, seriam, ao mesmo tempo, análogos de Tyr, o deus maneta que teve a mão comida por Fenris ( feito Beren), e Thor que é o predestinado a enfrentar o Grande Verme ( Ancalagon/Jormungand) que na versão de Tolkien pra Sigurd e Gudrun havia encarnado na Terra como o mortal Sigurd e ressuscitaria pro Ragnarök. Daí a ênfase de Tolkien em realçar a mutilação de Beren até mesmo depois dele voltar pra sua Segunda Reencarnação dentro do Legendarium. A falta da mão já seria um atributo icônico reminiscente do deus nórdico

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Vide meu post aí explicando porque o reencarnado Túrin Turambar seria um análogo de Thor e de Jesus Cristo na Dagor Dagorath e porque muita gente, como eu, pensa que CT errou na inferência de achar que a Last Battle da profecia de Andreth no HoME XI era a Guerra da Ira.



Isso meio que destaca uma das coisas que evidenciam o grau de improbabilidade do salvamento de Frodo e Sam da catastrófica erupção do Monte da Condenação. Cercados por lava daquele jeito, eles deveriam ter virado cinzas muito antes de Gandalf e das águias chegarem pro resgate. Só o calor do próprio ar já faria o trabalho. Resumindo: no meu entendimento pode ter sido intenção original de Tolkien matar os dois, se eles fossem, de fato, correspondentes das Duas Testemunhas no "Juízo Final" de Orodruin.

O coração mole de Tolkien (também depois de trinta anos escrevendo desgraceiras a rodo no Silmarillion com só Beren e Lúthien sendo eucatástrofes a gente queria o quê?)provavelmente o impediu de fazê-lo mas a gente vê que a estrutura inteira da narrativa indicava isso mesmo.

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Explicação provável "in universe": O cristal da Galadriel, aí em cima brilhando no peito do nosso querido Portador do Anel, com o poder concentrado do Elemento Morgoth disperso na área explodindo por aí deve ter retornado com força total protegendo os dois hobbits do pior da onda térmica da lava.

Cara. Teu raciocínio pode ser corroborado com a análise comparativa feita no site do Myterious World:

In Tolkien's cipher, the destruction of the two trees probably has its cognate in the death of the two witnesses near the end of the Tribulation period. Interestingly, the word in Hebrew for "spear", qayin, is also the name of Cain, the son of Adam who slew his brother, Abel, which explains why Tolkien had Melkor use a spear to kill the trees instead of a sword or an axe. As we discussed previously, the two trees were almost certainly symbolic of the two witnesses of Revelation, who are associated in the Bible with two trees. The two witnesses, according to Revelation 11:7, will be killed by a "beast" that rises out of "the pit". This event will probably be cognate to the description in Revelation 9 of a "star" falling from heaven with a key to the Abyss, which releases a powerful demon named "Abaddon", whose release will be accompanied by thick clouds of black smoke from which locusts with stings like scorpions will descend. The falling star in the Lord of the Rings cipher is likely symbolized by Melkor. Abaddon, who is most likely the same as the beast described in Revelation 11 that will be released from the pit and given power to kill the two witnesses, is symbolized by Ungoliant, who was given power by Melkor to destroy the two trees and take their light from the world, covering it in a thick darkness.

A morte simbólica das Duas Testemunhas:

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E o paralelo "analógico" (?) com Frodo e Sam:

Frodo sendo atacado pela "arma do inimigo".

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E Sam enfrentando a "beast" that rises out of "the pit".

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Ambas as situações e figuras como "miniaturas de tal simbologia"?
 
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Cara. Teu raciocínio pode ser corroborado com a análise comparativa feita no site do Myterious World:


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Ambas as situações e figuras como "miniaturas de tal simbologia"?

Bem provável essa utilização de miniaturização do simbolismo: é consistente com o que acontece com outros itens do Legendarium onde certas coisas reaparecem no SdA em versão miniatura ( Cerco de Gondolin-cerco de Gondor; Cadeiramento de Húrin e sua corrupção e lavagem cerebral x o enlouquecimento de Denethor, ambos os mortais vendo através da visão distorcida dos Senhores das Trevas; resgate de Frodo em Cirith Ungol com o resgate de Maedhros, onde os dois são encontrados por seus salvadores através de suas canções, etc, etc, etc. Detalhe que, muitas vezes, as versões do SdA são subversões "final feliz" da versão silmarillica matriz.

Essa relação de Ungoliant com Abbadon está, provavelmente subentendida nessa picture da Maria Lombide Ezpeleta, o "Tema de Ilúvatar" onde o simbolismo da Prostituta montada em cima da besta de sete cabeças aparece, representando tanto Melkor quanto Ungoliant. A cimitarra da mulher em cima da besta simboliza o Ying e Yang representados pela Fênix e pelo Dragão das extremidades. O tênue vestido irisado de filamentos entrelaçados evoca mesmo uma teia de aranha...

E ela parece estar banhando sua luxuriante cabeleira no fluido contido nas duas taças, que são como o sangue das Duas Testemunhas...(?)e como a seiva das Duas Árvores...


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Versão sem censura aí embaixo

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Foi por essas razões que eu a escolhi pra ser a pintura inicial ilustrando meu ensaio sobre a Monstrenga já que o texto lidava com o conceito de dualismo incluindo o Ying Yang taoísta e o Maniqueísmo.

Abaddon é análogo de outro correspondente bíblico de Ungoliant estudado no ensaio: Raab, cognato de Tiamat a dragão do caos do mito sumérico-babilônico também marcada pelas suas cabeças múltiplas.

A Fênix e o Dragão no Budismo

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Vantagens do gênero alta fantasia, podemos especular que Sam e Frodo talvez tenham sido protegidos do calor da erupção vulcânica por Aulë. Ou, como aventou o Ilmarinen, pelo cristal de Galadriel em plena potência, já que estava livre do Elemento Morgoth que se dissipava.

Tá na cara que os Valar deram VÁRIAS ajudinhas pros Hobbits em Mordor, só isso explica, por exemplo, como eles conseguiram se infiltrar incógnitos num batalhão de Orcs (Ilusão. Lórien?). Aquela da pequena torrente de água que salvou Frodo e Sam tava praticamente assinado "Ulmo".

Ajuda de Aulë combinada com a atuação do frasco é perfeitamente possível também.
 
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Um fato interessante e que me chamou a atenção quando me vi lendo um dos comentários de um trecho retirado do filme "O Retorno do Rei:


Vide a afirmação do usuário LeonTheProfession100:

Smeagol and Deagol are the anglo saxon names for Cain and Abel

Em uma busca rápida acabei por encontrar a possível análise-base do comentário supra: http://tolkiengateway.net/wiki/Gollum

Sméagol's name is Old English one, from sméah, and adjective meaning "creeping in, penetrating". This title was also applied by the Anglo-Saxons to the Biblical Cain, from the story of Cain's murder of his brother Abel in Genesis. This draws a clear connection between the two.

Sméagol's "real" name was Trahald, of the meaning "burrowing, worming in" or "apt to creep into a hole". In both Westron and Old English, Sméagol's name is related to Smaug's: Smaug's name in "true Dalish" was Trāgu, and the Trah- stem in Trahald and Trâgu is thus an analogue of the Germanic stem present in both Sméagol and Smaug.

E por falar na conotação "rimada" de Cain e Abel X Sméagol e Deagol:

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Sem dissentir:

sair de diante de Tua face e andar errante pela terra
e a condenação da enigmática marca de Caim. A depender do entendimento destoante que muitos têm sobre o "Quê" exatamente a marca faz referência. Se há algum sinal ou significado físico ou metafísico ou até metafórico em relação a figura do primeiro homicida do mundo bíblico. Numa interpretação intimista, à Gollum fora atribuída a sua marca: O amor, o tormento, e a essência tentadora que o Um anel embrenhou-se em seu ser.

Para efeitos de ilustração (levando-se em conta pelo menos os significados que eu citei e que se atribui razoavelmente às características e propriedades do Um Anel):

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Não sei se é uma grande coincidência, mas os termos "creeping in, penetrating", além de indicar uma característica em especial de Smeagol quanto ao seu hábito de:
O elemento mais curioso e mais ávido de conhecimento dessa família se chamava Sméagol. Ele se interessava por raízes e origens; mergulhava em lagos fundos, fazia escavações embaixo de árvores e plantas novas, abria túneis em colinas verdes; com o tempo, deixou de olhar os topos da colinas, as folhas nas árvores, e as flores se abrindo no ar: sua cabeça e olhos só se dirigiam para baixo.

Me parece ser um "substrato-referencial etimológico" de uma palavra já elencada num dos meus posts acima, pois vejamos:

Interestingly, the word in Hebrew for "spear", qayin, is also the name of Cain, the son of Adam who slew his brother, Abel, which explains why Tolkien had Melkor use a spear to kill the trees instead of a sword or an axe. As we discussed previously, the two trees were almost certainly symbolic of the two witnesses of Revelation, who are associated in the Bible with two trees. The two witnesses, according to Revelation 11:7, will be killed by a "beast" that rises out of "the pit".

Os nossos qayin/spear e as nossas bestas de escuros abismos "querendo vitimar" nossas "pobres testemunhas" (com finais diversos, por óbvio):

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. This event will probably be cognate to the description in Revelation 9 of a "star" falling from heaven with a key to the Abyss, which releases a powerful demon named "Abaddon", whose release will be accompanied by thick clouds of black smoke from which locusts with stings like scorpions will descend. The falling star in the Lord of the Rings cipher is likely symbolized by Melkor. Abaddon, who is most likely the same as the beast described in Revelation 11 that will be released from the pit and given power to kill the two witnesses, is symbolized by Ungoliant, who was given power by Melkor to destroy the two trees and take their light from the world, covering it in a thick darkness.

Fonte: http://www.mysteriousworld.com/Jour...ipher/TheWarOfTheJewels.asp#TheWarOfTheJewels

O Interessante post de Ilmarinen é o expoente de tal descrição:

Uma capa de negrume teceu Ungoliant para eles, quando partiu com Melkor: uma antiluz, na qual as coisas pareciam deixar de sê-lo e que os olhos não podiam penetrar , pois era vácuo.

A cloak of darkness she wove about herself: an unlight, in which things seemed to be no more, and which eyes could not pierce, for it was void.
Eu até já comentei antes no ensaio:

Aliás, os pormenores acrescentados pelas versões posteriores combinam muito bem com o conceito de personificação da Noite primordial. Em passagens do Silmarillion como essas reproduzidas abaixo a relação de Ungoliant com o Vazio está implícita pois a dissolução aparente do próprio ser é um efeito colateral da Antiluz, e o Vazio é caracterizado pela ausência do Fogo Secreto que confere ser e vida independente às coisas. Essa vinculação com o Vazio exterior explica a sua fome insáciável por luz e o fato de que os poderes e a natureza de Ungoliant sempre remetem ao conceito de vácuo , de vazio, de ausência de ser.

O Fogo Secreto é a vontade criativa de Eru Ilúvatar, o Vazio é o local onde essa vontade ainda não brilhou, e a Antiluz tem, como uma das suas propriedades, sugar a vontade dos aprisionados em suas teias, cujas almas contém parte da Luz do Fogo Secreto ( Tolkien comparou o Fogo Secreto com o Espírito Santo em conversa com Clyde Kilby, ele é a manifestação do Espírito de Eru em tudo que tem existência individual criada abaixo do nível dele (cf nota 11 dos comentários ao Athrabeth ).

A Luz apagou-se mas a Escuridão que se seguiu foi mais do que perda de luz. Nessa hora fez-se uma Escuridão que parecia não a falta de qualquer coisa, mas sim uma coisa com ser próprio, pois era realmente feita de malignidade, a partir da Luz, e tinha a faculdade de traspassar os olhos e entrar no coração e na mente e estrangular a própria vontade.
A Antiluz parece ser a manifestação do Vazio dentro de Ëä, quando a potencialidade para criar se volta contra si própria e vira , de fato, uma sufocação, um estrangulamento de toda a Luz e a vida imbuídas com a Luz de Ilúvatar da qual ela é eternamente carente.O Outer Darkness , o Vazio, é a ausência do Bem destituída de vontade ou conteúdo que, uma vez suprida de inteligência e "espírito" destrutivos, se torna Antiluz dentro do Espaço-Tempo que é Eä.


Destarte:

O lance aí é que a leitura do Mitos Transformados sugere bem uma coisa , aproveitando o que vc falou: Melkor pode ter, fisicamente, abandonado o Vazio, mas o Vazio nunca o abandonou.Ele continuava sempre nos seus pensamentos, corroia-o de dentro pra fora.. E o texto diz que Melkor pensava sempre no Vazio e, inclusive, que Lúthien Tinúviel o enfeitiçou fazendo-o sonhar com ele.

Ela passou o manto pelos olhos de Morgoth e o fez ter
um sonho, escuro como o Vazio de Fora, onde no passado ele vagara sozinho. De súbito, ele caiu como uma colina deslizando em avalanche e desmoronou como o trovão de cima do trono, jazendo de bruços no piso do inferno. A coroa de ferro rolou de sua cabeça, ruidosa. Tudo o mais estava imóvel.
Compare com esse trecho do Book of Lost Tales 2


And the folk that sat about the walls or stood in that place were whelmed one by one in sleep, falling down into deep dreams of all that their ill hearts desired.
Você vê que a citação da versão original do The Book of Lost Tales sugere, em complemento com a posterior, que o sonho que Lúthien induziu não era só "negro como a Escuridão do Vazio" , o sonho era com a própria Escuridão do Vazio pq remontava ao profundo desejo niilista que Tolkien detalhou no Mitos Transformados.

Morgoth via o Vazio como uma tela em branco e queria que tudo ficasse reduzido a esse estado "virginal" primitivo. Mas, detalhe: era um desejo tão "negro" e tão profundo que ele mesmo não estava consciente disso, e ,muito menos, seus servos.

Melkor mentia pra si próprio e engodava os outros que acreditavam nele, motivo em função do qual Sauron trabalhava pra ele, mesmo pensando em "ordem e progresso" materiais pro povo da Terra sob o seu controle. Sauron e os demais não sabiam que seguir Melkor conduziria o Mundo à Aniquilação e o próprio Melkor só sabia disso na mais profunda "Noite dos seus pensamentos".

Se seguissem suas próprias naturezas até às últimas consequências, Melkor e Ungoliant fariam tudo voltar ao estado de Vazio não criado, a um "Caos Informe", eram ambos niilistas e Ungoliant um "beco sem saída" evolutivo onde sua própria existência era uma espiral descendente niilista que conduzia à auto- aniquilação. Uma coisa que Tolkien considerava intrínseca na natureza do Mal

Fonte: http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=87743&page=2

E "coitado" de Gollum:

Gollum, anos antes, já a vira, Sméagol que penetrava todos os buracos escuros, e em dias passados se curvara diante dela em adoração, e a escuridão de sua vontade maligna o acompanhara através de todos os caminhos de sua fadiga, isolando-o da luz e do arrependimento. - Duas Torres - pag. 763.


A ascensão das profundezas:

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Neste sentido, seguindo a linha da "miniaturização-simbólica" das Duas Testemunhas, mas é quando se elenca a "queda" e "ascensão" do personagem dos abismos e profundezas, não só no entender físico-geográfico, mas também no caráter e importância simbólica e histórica que a saga de Gollum tem para com os personagens Frodo e Sam. Tal ideia fora muito bem sistematizada no artigo do site: http://www.tolkienianos.com/p/content/content.php?content.29

O papel que esta personagem desempenhou nos acontecimentos que decorreram em torno da Guerra do Anel leva-nos a determo-nos um pouco mais sobre a sua natureza e percurso. Na verdade, Sméagol/Gollum encarna o que há de mais intrínseco à natureza humana: o conflito entre o Bem e o Mal. Simbolicamente, o imaginário mitológico criado por Tolkien assenta nessa dicotomia: Manwë/Melkor; Irmandade do Anel/Sauron; Gandalf/Saruman, mas é em Sméagol/Gollum que essa dicotomia se funde num único ser, configurando a verdadeira dimensão anímica do ser humano. Aliás, os hobbits são, de acordo com Tolkien, “aparentados connosco, muito mais chegados a nós do que os Elfos e até mesmo do que os Anões. Em tempos remotos, falavam as mesmas línguas dos Homens – à sua maneira, claro – e gostavam ou não das mesmas coisas que os homens (Irmandade do Anel, p. 16). No caso de Gollum/Sméagol, a natureza perversa foi, desde logo, a que se impôs. Como não associar o assassinato de Déagol por Sméagol à morte de Abel às mãos de Caim? E não era Sméagol “o indivíduo mais curioso e com espírito mais ávido de saber”?... O saber! O desejo de alcançar mais sabedoria para poder dominar: foi essa sede de saber e de liberdade que “perdeu” Sméagol, como já perdera Fëanor, e até Melkor! A mesma busca de saber que seduziu os primeiros ser-humanos no Éden bíblico!
Será que o desejo de conhecimento corrompe? A Sméagol corrompeu! Primeiro, porque a busca das “raízes e começos” o foi distanciando do convívio social (fundamental para o crescimento integral do indivíduo), depois porque, através da invisibilidade que o anel lhe concedia, tinha a possibilidade de saber tudo de todos e, assim, detinha o poder de manipular os outros:

Gollum parece seguir razoavelmente não só quanto figura referencial de Cain, mas também no que tange a sua natureza de Monstro, conforme interessante análise de Nelson Brent, em 2008: http://www.highbeam.com/doc/1G1-198731715.html

A despeito do conto de Beowulf não trazer uma descrição física de Grendel. Quem é quem?

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J. R. R. Tolkien was fascinated with monsters. His most enduring influence as a critic is his defense of the monster's central place in Beowulf, and he expressed similar enthusiasm for his own famous monster, Gollum, who owes much to the monsters of this Anglo-Saxon poem, particularly Grendel. Writing to his son Christopher on 21 May 1944, Tolkien observes that "Gollum continues to develop into a most intriguing character" (Letters 81). Tolkien returns frequently in his correspondence to the topic of his monster, implying Gollum's importance and that, like his counterpart in Beowulf, this monster has a central place in his story. Tolkien's conscious recognition of Beowulf as a source for his own fiction is incomplete: one of two direct acknowledgments of its influence comes in a letter to his son Christopher, dated 18 December 1944, and pertains not to Middle-Earth but to a "long shelved time-travel story" to which he was returning; the other, a comment in a letter to the editor of the Observer, concerns The Hobbit and identifies Beowulf 'as being "among my most valued sources" (105, 31). Readers of these works, however, have noted a number of significant parallels: some see influences in plot and structure, and many more find similarities between the various monsters of these two stories. But surprisingly little has been said about the influence of Beowulf's monsters, especially Grendel, on Tolkien's Gollum. (1) As Verlyn Flieger notes, Gollum's "parallel with Grendel, the man-eating monster of Beowulf, is unmistakable" (141), but it is a parallel that is largely overlooked in Tolkien criticism.

Early in The Lord of the Rings, Gandalf relates to Frodo the story of Gollum's origins, which foregrounds two important typological connections between Gollum and Grendel, evoking both the Leviathan of romance as elaborated by Northrop Frye and a second and related typology, one not recognized by Frye: the fall of Cain. A prominent detail in Tolkien's rendering of the scene is the relationship of Smeagol (Gollum's original name) to water. Smeagol belonged to a race of hobbits that bore one striking difference from the water-fearing hobbits of the Shire: "they loved the River, and often swam in it, or made little boats of reeds." Smeagol in particular was "[t]he most inquisitive and curious-minded" of his family; he

was interested in roots and beginnings; he dived into deep pools; he
burrowed under trees and growing plants; he tunnelled into green
mounds; and he ceased to look up at the hill-tops, or the leaves on
trees, or the flowers opening in the air: his head and his eyes were
downward. (I.i.2.62)

Smeagol's opportunity arises while fishing on a pond with his kinsman, Deagol, who hooks a great fish which drags him to the bottom of the pond where he finds the ring. Moved apparently by envy and greed, Smeagol demands that Deagol give him the ring as a birthday present and then strangles him when his request is refused. Smeagol and Deagol are not biological brothers, but the rhyming of their names suggest kinship of some kind. They are at least brothers in a figurative sense, and the results are the same as in the Genesis story: the profound guilt of the murderer, his exile, and a subsequent growth of wickedness. (2)

The association with Leviathan connects these two stories with a particular mythos that Northrop Frye identifies with medieval and early modern romance. Applying Frye's "grammar of literary archetypes," one might view both Beowulf and The Lord of the Rings as romance owing to their "tendency to suggest implicit mythical patterns in a world more closely associated with human experience" than is the case in "undisplaced myth" (myth that occurs in an overtly mythical context) (Anatomy 139-40). While both stories partake in a world divided between the apocalyptic (desirable) and the demonic (undesirable), leaning toward the former in what Frye calls the "analogy of innocence," the struggle of these characters is recognizably human. Each is an ideal world, a world of superlative heroes facing marvelous enemies in a series of adventures that prove their mettle, but one in which human real-world experience is reflected (186; 151-55; 192ff). Recast (by Frye) in the language of psychoanalytic dream analysis, this "quest-romance is the search of the libido or desiring self for a fulfilment that will deliver it from the anxieties of reality but will still contain that reality"; in the language of ritual, it is "the victory of fertility over the wasteland," where "[t]he enemy is associated with winter, darkness, confusion, sterility, moribund life, and old age, and the hero with spring, dawn, order, fertility, vigor, and youth" (187-88, 193). Whatever other modes one might identify in the generic mix of these two stories, romance must be part of it.

A key figure in the mythical landscape of romance is Leviathan. Frye describes the sea of romance as "the sea of chaos itself, the abyss of nothingness symbolized in the Bible by the monster Leviathan, the dragon of the deep that only God, in God's own time, can hook and bring to land." Leviathan, and by metonymy the sea, is both the "power of tyranny" and "the abyss of lost identity" (Natural 148-49; cf. Anatomy 189-91). In Job, Jonah, Ezekiel, and Revelation, Leviathan is a figure both of social oppression and sterility and of a universal state of fallenness into sin and death, which are identified with Satan (archenemy of man and God), the Edenic serpent, Pharaoh, and Babylon. Frye's treatment of Leviathan as the "power of tyranny," however, gives romance a social-universal slant, which is certainly an important aspect of the romance plot, but equally significance in Frye's scheme is the individual struggle for identity against the backdrop of chaos, decay, and fallenness. It is surprising, then, that Frye denies Cain a place in the mythos of romance, a story both of universal import and personal significance, and an element of typology that combines with Leviathan in the figures of Grendel and Gollum to make monsters that are not just social threats but themselves sites of struggle against lost identity. As a type of both Cain and Leviathan, Gollum, much like Beowulf's Grendel before him, faces a crisis of identity arising from guilt and the stigma of alienation, forgetting but retaining a trace of his former self and association with his original kind. But whereas Grendel's struggle against lost identity is expressed in outward hostility toward the social order, Gollum's is more explicitly internalized in a struggle of a divided self. Important imagery common to these two works brings these typologies together in a way that effects this shift from the universal to the personal, a shift that exists in potentia within the character of Grendel and is fully realized in his modern counterpart, Gollum.

Both the general shape and several details of Gollum's story evoke traditional associations with Grendel as sons of Cain and types of Leviathan.

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A descrição perfeita do "Caim" de Tolkien:

As Ricardo J. Quinones describes him, the culmination of the medieval Cain is characterized as the "abhorred other," a threat to society that is both anti-social and socially ostracized (58). Marked by the guilt of his associated violence, he is a wandering outcast living in everlasting exile from human society. David Williams adds that "[t]he chief characteristics of Cain's place of exile were that it was a desert place, a waste, solitary, and dark," a dwellings of beasts appropriate to his bestial soul (26-27). To match their feral environment, the traditional descendants of Cain-giants, monsters, dragons-had ferocious appetites. The products of miscegenation between women and libidinous angels, "The giants function[ed] only to devour" and symbolized physical appetite in the most extreme forms as "all-devouring cannibals" (Cohen 16 and 15-25 passim). (3) Nimrod, a descendant of …
 
Última edição por um moderador:
Uma boa noite a todos. Gostaria de analisar com vocês um evento "obscuro" e, por deveras, importante para o Silmarillion: A "criação" dos anões. Aparentemente, a elaboração dos "filhos de Aulë" parece seguir um dos conceitos elencados neste post, escrito no tópico:http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=108992&page=2

Muito boa discussão. Em relação à Glaurung e sua "classificação" existencial, há um post de Ilmarinen (creio) em que ele seguiria um conceito de "Simulacro", ou seja, a despeito de sua poderosa constituição física, o monstro provavelmente era fruto de alguma técnica de Corrupção somada ao conceito de "entidade multifacetada" ou uma extensão do espírito de Melkor guardado num "pote" armazenador que seria o corpo do """"Largarto"""", mas sendo que tal essência agiria num molde semi-independente, podendo perpetuar a espécie "artificialmente" no mesmo sentido que os Orcs (óbvio que partindo da interpretação pessoal de que estes não possuíam uma alma, mas utilizavam-se das propriedades biológicas originais e hereditárias para multiplicar a espécie).

Creio que tal processo seja semelhante ao que Aulë fazia com os pais do anões antes que fossem agraciados pelo livre-arbítrio de Iluvatar, mas na correlação Melkor-Glaurung, apesar da autonomia do Dragão, este ainda seguiria a vontade-mor de seu mestre, algo bem parecido (creio eu, mas devendo guardar as devidas proporções com este objeto) com "certas maquinações" exercidas pelo Um anel, que continha a essência de Sauron e agiu (para mim) em certos momentos, ou seja, Glaurung seria um "quase-um anel" de Morgoth (portanto, não passível de qualquer livre-arbítrio puro, pois tão somente seguiria um substrato já programado pela corrupção e porção Morgothiana em seu corpo), bem parecido com este dínamo armazenador e utilitarista do elemento-morgoth, pois, assim como Sauron no final a 2ª era, é demonstrado que Glaurung tinha que "recarregar" suas energias e quer coisa melhor do que o Ouro?

Mas também há a possibilidade de possessão de algum espírito ou Maiar sim. No Silmarillion, Sauron, senhor dos Espectro, fora mestre nesse processo Necromântico ao trabalhar com os corpos de Lobos e Lobisomens na 1ª era.

Destarte, o próprio Silmarillion se pauta (acredito) em várias influências "tangentes" a elaboração/constituição de seres artificiais presentes em diversas mitologias e contos. Vide o Capítulo II - De Aulë e Yavanna:

Dizem que no início os anões foram feitos por Aulë na escuridão da Terra-Média. Pois, tão grande era o desejo de Aulë pela vinda dos Filhos, para ter aprendizes a quem ensinar suas habilidades e seus conhecimentos, que não se dispôs a aguardar a realização dos desígnios de Iluvatar. E Aulë criou os anões, exatamente como ainda são, porque as formas dos Filhos que estavam por vir não estavam nítiddas em sua mente e...

Sem dissentir:

E a voz de Iluvatar lhe disse: - Por que fizeste isso? Por que tentaste algo que sabes estar fora de teu poder tua autoridade? Pois tens de mim como dom apenas tua própria existência e nada mais. E, portanto, as criaturas de tua mão e de tua mente poderão viver apenas através dessa existência, movendo-se quando tu pensares em movê-las e ficando ociosas se teu pensamento estiver voltado para outra coisa. É esse teu desejo?

Quando li esta passagem, eu estava acompanhando o mangá e o 1º anime do Full Metal Alchemist. De cara, lembrei o quão parecido era o conceito e as implicações "religiosas/biológicas" do pré-projeto de Aulë possuía com a definição da figura dos Homunculus:

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Na alquimia, o conceito primordial desta figura é um paralelo com a criação de vida humana artificial a partir de materiais inanimados. Nos dizeres do Alguimista Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim (o FMA catou bem a influência), conhecido como Paracelso http://pt.wikipedia.org/wiki/Paracelso

O conceito do homúnculo parece ter sido usado pela primeira vez pelo alquimista Paracelso para designar uma criatura que tinha cerca de 12 polegadas de altura e que, segundo ele, poderia ser criada por meio de sémen humano posto em uma retorta hermeticamente fechada e aquecida em esterco de cavalo durante 40 dias. Então, segundo ele, se formaria o embrião. Outro alquimista que tentou criar homúnculos foi Johanned Konrad Dippel, que utilizava técnicas bizarras como fecundar ovos de galinha com sêmen humano e tapar o orifício com sangue de menstruação.

Esquisitisses a parte, uma vez que Aulë possuía conhecimentos tangentes a "substância" terra e seus componentes correlatos, creio que, numa das etapas de elaboração, anterior, ainda, à análise e diálogo com Iluvatar, o Vala poderia ter-se utilizado dos componentes químicos inanimados que compõe o planeta/matéria e ter realizado tal obra. Não obstante a minha opinião, imperioso constatar que os elfos tinham uma crença (mesmo que parcialmente) analógica a tal entendimento. Vide:

Por isso, eles são duros como a pedra, teimosos, firmes na amizade e na inimizade, e conseguem suportar fadiga, fome e ferimentos com mais bravura do que todos os outros que falam (...) Antigamente, dizia-se entre os elfos na Terra-Média que os anões, ao morrer, voltavam para a terra e a pedra da qual eram feitos..

Não somente são articiais, mas suas criações passoram por um "laboratório"(?):

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E você também Aulë. Será que não pensou (2x) antes de constatar as implicações filosóficas no fabrico de seus "bonecos"?

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A passagem destaca, em si, não somente o embate de crenças pós-vida. Mas também nos remete à um conceito antigo, mas por deveras atual e polêmico. Pois os homens estão virando deuses. Bonecos de alma fazendo bonecos "sem alma"(será?):

Em maio deste ano, o cientista e empresário Craig Venter anunciou a criação da primeira célula coordenada a partir de um cromossomo sintético já feita pelo homem. O anúncio de Venter, e a publicação do trabalho na prestigiosa revista científica Science, causaram bastante alvoroço na mídia. Os criadores argumentam que, em pouco tempo, células poderão ser programadas para “trabalhar” em atividades específicas, como a produção de biocombustíveis, a retirada de poluentes da atmosfera ou ainda a produção de vacinas. Segundo o press-release do Craig Venter Institute, a nova célula “é a prova de que os genomas podem ser desenhados em computador, feitos quimicamente no laboratório e transplantados para uma célula recipiente para produzir uma nova célula auto-replicante controlada unicamente pelo genoma sintético”.

Dentro da comunidade científica, as opiniões a respeito do experimento se dividiram. Enquanto alguns pesquisadores criticaram o projeto por ser apenas uma montagem de vários pedaços de DNA e não apresentar nenhuma nova informação científica, outros se mostram entusiasmados pelas possíveis implicações para os estudos de genética e para o desenvolvimento das técnicas em biologia molecular. Entretanto, Venter alega que as implicações do seu trabalho são mais de ordem filosófica do que científica: a geração e produção de vida a partir de informações contidas em um computador e sintetizadores contendo elementos químicos colocaria em questionamento a natureza da própria vida.

Segue-se, portanto, um dos pontos em comum que nós, seres racionais e dotados de uma "Alma" possuem com os seres artificiais. É um "sopro da vida"? Ou a vida dos anões se deram com o nascimento no "mar da informação"? Vale a pena ver o vídeo que trata desta premissa:


Tua oferta aceitei enquanto ela estava sendo feita. Não percebes que essas criaturas têm agora vida própria e falam com suas próprias vozes?

Eru, me parece teria feito com os anões o mesma coisa que com o Homem: O sopro da vida:

E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente. G.N - 2.7

Há também este processo de "criação" de um Ser-humano, pois o que faz com que a criatura "inanimada" possa considerar ter um "EU", uma Alma, uma existência e o direito de existir e querer viver: Pensar como um humano? Ser um humano? Ser dotado dos componentes materiais comuns ao ser racional e "naturalmente" inteligente? Creio eu que tais considerações passaram-se na mente de Eru. Cito, mais uma vez Ghost in the Shell:


E não é que o laboratória tinha sua "fonte" no canto superior esquerdo?!

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Sem a concessão de Iluvatar, os anões poderiam ser ferramentas, seja para o resguardar o conhecimento transmitido ou na participação de outras obras de Aulë, algo que remente ao conto das criaturas autômatas criadas pelo Deus Vulcano/Hefestion:

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Mas, uma vez que era fiel aos desígnios de seu pai, Aulë teve o aceite do criador. Não poucas são as histórias que falam sobre este conceito. Desde pinóquio até o conto grego de Pigmalião e Galateia:

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Pygmalion_and_Galatea_%2528Normand%2529.jpg


Não obstante tal paralelo, há uma passagem no HOME, numa das versões abandonadas por Tolkien, em que os Orcs não seriam feitos de "carne e osso", conforme já nos é familiar, mas sim teria uma outra forma. Algo, parecido, creio, com o conceito do Golem, o monstro da lenda judaica que trata da criação artificial.

These Orcs Morgoth made in envy and mockery of the Elves, and they were made of stone, but their hearts of hatred.

Sem dissentir:

Melkor bred the Orcs (here called Orkor) 'in envy and mockery of the Eldar' from Quendi enslaved in the east of Middle-earth before ever Orome came upon them. It is explicit ($45) that Melkor could make nothing that had life of its own since his rebellion;

Sem dissentir:

The earliest stories of golems date to early Judaism. In the Talmud (Tractate Sanhedrin 38b), Adam was initially created as a golem (גולם) when his dust was "kneaded into a shapeless husk." Like Adam, all golems are created from mud. They were a creation of those who were very holy and close to God. A very holy person was one who strove to approach God, and in that pursuit would gain some of God's wisdom and power. One of these powers was the creation of life. However, no matter how holy a person became, a being created by that person would be but a shadow of one created by God.

Early on, it was noted that the main disability of the golem was its inability to speak. Sanhedrin 65b describes Rava creating a man (gavra). He sent the man to Rav Zeira. Rav Zeira spoke to him, but he did not answer. Rav Zeira said, "You were created by the magicians; return to your dust."

During the Middle Ages, passages from the Sefer Yetzirah (Book of Creation) were studied as a means to attain the mystical ability to create and animate a golem, although there is little in the writings of Jewish mysticism that supports this belief. It was believed that golems could be activated by an ecstatic experience induced by the ritualistic use of various letters of the Hebrew Alphabet.[1]

In some tales, (for example those of the Golem of Chelm and the Golem of Prague) a golem is inscribed with Hebrew words that keep it animated. The word emet (אמת, "truth" in the Hebrew language) written on a golem's forehead is one such example. The golem could then be deactivated by removing the aleph (א) in emet, thus changing the inscription from 'truth' to 'death' (met מת, "dead"). Legend and folklore suggest that golems could be activated by writing a specific series of letters on parchment and placing the paper in a golem's mouth.

golem.jpg

Its alive..its alive.

Semelhanças?
200px-Frithjof_Spangenberg_-_Orc.jpg


Mas com os Trolls, isso é inegável.

114-troll-model.gif


Vale a pena a leitura do conto que ilustra o conceito: http://www.pitt.edu/~dash/golem.html


E querendo ou "brincando" ser Deus, Melkor fez suas criaturas artificiais, um corolário que destingue este projeto falsificado e um simulacro do que é original e natural. Estabelecido por Iluvatar aos seus filhos.

Não obstante, até mesmos os orcs tinham uma espécie de crença de vida pós-morte (aparentemente). Eu tinha até especulado outrora neste tópico: http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=106507

O ponto destacado nesta citação parece indicar que os Orcs (aparentemente) possuíam (ou fora introduzido por Sauron) uma espécie de "crença" ou conhecimento sobrenatural de uma vida pós-morte destinados a eles, ou seja, trata-se aqui da manifestação de um tirano semi-onisciente: o olho que tudo vê, o olho vigilante de Sauron, a presença aterradora e constante de um ser que nem aparece, mas a ideia incutida e totalitária de vigia e controle parecida (e muito) com o conceito que eregion3 fez referência ao citar O imperador-deus de Duna: "Uma divindade jamais deve ser vista".

Ora, essa "esperança amaldiçoada" se encontra num âmbito que difere (creio) até mesmo do entendimento outrora defendido pelo próprio Melkor: "Não há vida após a morte, só o vazio" (me lembrou um pouco do conceito do MU - o Nothingness). Assim, me parece que Sauron utiliza-se de tal estratégia, um "parcial código de conduta (de uma possível introdução à uma religião-maldita?)" instituído por um ser de origem divina, direcionada aos Orcs que devem seguir as ordens dos "chefões" sob a pena de padecerem de um tormento eterno e irrevogável (e que inferno):

"Vai levar-te embora para as casas de lamentação, além de toda a escuridão, onde tua carne será devorada, e tua mente murcha será desnudada diante do Olho sem Pálpebra" - O retorno do rei - A batalha dos campos de Pelennor - pag. 890.

Quanto a essa aparente "crença" orquica, vale a pena ler e discutir este texto tratando da premissa do Destino dos Orcs com a sua morte:

http://www.duvendor.com.br/portal/in...bit&Itemid=185
 

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Sempre achei muito interessante o fato dos sete anéis dos anões não escravizá-los, mas potencializar os seus defeitos clássicos, a avareza e a cobiça, o que os levava à destruição de uma forma ou de outra. Ou seja, se Sauron não conseguia dominá-los, ele os aniquilava, ainda que de forma indireta.

Seria o fato de serem os "filhos de Aulë ('patrão' original de Sauron)" a razão disto?

.
 
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Destarte, o próprio Silmarillion se pauta (acredito) em várias influências "tangentes" a elaboração/constituição de seres artificiais presentes em diversas mitologias e contos. Vide o Capítulo II - De Aulë e Yavanna:

"Dizem que no início os anões foram feitos por Aulë na escuridão da Terra-Média. Pois, tão grande era o desejo de Aulë pela vinda dos Filhos, para ter aprendizes a quem ensinar suas habilidades e seus conhecimentos, que não se dispôs a aguardar a realização dos desígnios de Iluvatar. E Aulë criou os anões, exatamente como ainda são, porque as formas dos Filhos que estavam por vir não estavam nítiddas em sua mente e..."

Sem dissentir:

"E a voz de Iluvatar lhe disse: - Por que fizeste isso? Por que tentaste algo que sabes estar fora de teu poder tua autoridade? Pois tens de mim como dom apenas tua própria existência e nada mais. E, portanto, as criaturas de tua mão e de tua mente poderão viver apenas através dessa existência, movendo-se quando tu pensares em movê-las e ficando ociosas se teu pensamento estiver voltado para outra coisa. É esse teu desejo?"



Quando li esta passagem, eu estava acompanhando o mangá e o 1º anime do Full Metal Alchemist. De cara, lembrei o quão parecido era o conceito e as implicações "religiosas/biológicas" do pré-projeto de Aulë possuía com a definição da figura dos Homunculus:

donum4r[1].jpg


Na alquimia, o conceito primordial desta figura é um paralelo com a criação de vida humana artificial a partir de materiais inanimados. Nos dizeres do Alguimista Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim (o FMA catou bem a influência), conhecido como Paracelso http://pt.wikipedia.org/wiki/Paracelso

Sensacional o paralelo com FMA, homúnculos ("pequenino dentro do frasco") e clones da ciência contemporânea! Parabéns pelo post.
 
Sempre achei muito interessante o fato dos sete anéis dos anões não escravizá-los, mas potencializar os seus defeitos clássicos, a avareza e a cobiça, o que os levava à destruição de uma forma ou de outra. Ou seja, se Sauron não conseguia dominá-los, ele os aniquilava, ainda que de forma indireta.

Seria o fato de serem os "filhos de Aulë ('patrão' original de Sauron)" a razão disto?

Julgando pelas palavras de Yavanna a Aulë ( "seus filhos terão pouco apreço pelo trabalho das minhas mãos"), e a quantidade maior de elemento Morgoth que foi pro ouro, isso é , sem dúvida, parte da equação sim. Não cria uma predisposição absoluta e irresistível mas que é uma "tendência" real é sim, assim como é o dom pra música dos Teleri, e a habilidade com línguas e metais dos Noldor.

- - - Updated - - -

Ah, achei isso por acaso ontem, um texto bem legal sobre Ungoliant em castelhano.
 
Última edição:
Ah, acabei de topar com a figura por causa do Peacock King-Spirit Warrior que é uma influência do RG Veda prolixamente analisado por mim lá na seção de mangás e animês e como aqui é o lugar pra esse tipo de Esoterismo Sincrético influenciador de Tolkien lá vai.

Outra influência pra Melkinho é essa entidade aí também associada com o Satã judaico-cristão devido à sua virtual identificação com o Shaitan muçulmano( serviu de base pro herói do mangá do Makoto Ogino tb), Melek Taus, lembrando que o nome original quenya de Melkor era Meleko, uma reminiscência da raíz de "mensageiro", "anjo" das línguas semitas.

Melek Taus na Wikipedia

Noticiazinha em português aí

Taí em arte provida por BrotherOstavia on deviantART em perfil que agora naõ existe mais mas que o Google images me permitiu identificar ( viva a internet)

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Ê Pavão Misterioso!!!


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Conferir como a picture acima da sintonia total com o material desse outro post aí:

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"Tentado pela Atmosfera" quadro do pintor ucraniano Avinoff (1884-1949)

Descrição da picture
A Luciferic figure perches over the precipice of the planet and emanates out of an enflamed upsidedown pentacle. His body is adorned by a serpent and his clenched fists emit thunderbolts.



Comparar com essa outra mostrando a criação de Atlântida ( da danação pra consagração, reparem na proposital simetria com Tempted by the atmosphere; em cima, também podemos encaixar uma alegoria do próprio Akhalabêth com Melkor se tornando o deus de Númenor)
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Imaginem Manwë em cima ( com asas), Yavanna num pé do Vértice e Aulë no outro lado com a mão de Ossë ( só agora, juro, introjetei a informação que Ulmo se absteve, o que já era MUITO MAU sinal) embaixo erguendo o conjunto-reparem no anel no dedo pq no poema era o Priest/Saurônico que criava a Ilha. E nela seus habitantes se tornaram imortais...



Sim, eu acho sim que essa pintura (Tentado pela Atmosfera) pode ter influenciado Tolkien na hora de conceber a idéia do Elemento Morgoth e visualizado o conceito de "Anel de Morgoth" como uma abstração remetendo, entre outras coisas, à noção teológica de Tentação.

Até porque esse pintor também fez a Morte do Sacerdote, onde o sumo-sacerdote que provocou a Queda da Atlântida ostenta, enquanto é tragado pelas águas túrgidas, um belo anel de ouro, simbolicamente importante referindo-se ao conhecimento "oculto", feita pra ilustrar o poema Gibel Atlantidy ( A Queda de Atlântida) de 1938. Poema pelo jeito muito elogiado, um épico teosófico russo?





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Eu desconfio que caras como o Howe sacam essas coisas também... Veja a similaridade

db_Home9-PB-2002.gif



Aí tem comentário do poema

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a cena descrita acima pintada pelo Avinoff

Huuummm, vejam só, pessoa "fiel" da Atlântida que não se verga ao domínio do Sumo-Sacerdote sacrificada e aparecendo no céu com uma estrela na testa sendo que Eärendil é o patrono de Númenor com o Silmaril na testa e a Elendilmir era um adorno adamantino colocado na fronte de algumas mulheres em Númenor como Erendis mimetizando uma estrela...(?).Daí o nome dela Elestirnë, Dama da Fronte Estrelada (Tar-Elestirnë
The Lady of the Star-brow
).

O autor foi Georgii Golokhvastov Se Tolkien, de fato, ouviu falar dele e deu uma olhada na edição ilustrada pelo Avinoff ( as evidências apontam pras duas conclusões) é indício de que Tolkien estava na vanguarda de seu tempo em termos de apreciação artística, embora, muitas vezes, afetasse o contrário. E, aliás, parece que tem DOIS poetas russos que exploraram esse tema e duas Gibel Atlantidy, uma de 1912 era do Velimir Khlenibnikov que, pelo jeito, TAMBÉM tem a cena com a cabeça da Medusa aparecendo e a outra Queda de Atlântida que o o Avinoff pintou de 1938, felta pelo Golokhvastov

E, sim gente, eu TAMBÉM fiquei confuso com uma zona dessas fazendo esse post.Dois autores, poetas russos , escrevendo dois poemas com o mesmo título, com o mesmo tema e uma cena praticamente igual? Não é pra menos...Hauhau. O Avinoff e o Golokhvastóv emigraram pros EUA e provavelmente, dada a biografia do Avinoff eram mais do que só amigos...

Sobre o Golokhvastov quase não tem nada na Net ainda. Sobre o Avinoff também não havia nada há uns dez ou oito anos atrás como vcs viram.

E, Aster, com essa do "Rei Pavão" estávamos meio que corretos quando chutávamos que o Melkor dando a assediada em Arië era uma coisa bem destaque de Escola de Samba mesmo ( eu sempre comparei o Melkor "Flash-ah-ahhhhhh" do Mitos Transformados com uma Diva toda poderosa do Carnaval do Rio.

<iframe width="420" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/LfmrHTdXgK4" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

Artista original aí

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Mas tínhamos pressa, e desejávamos ordenar as coisas à nossa vontade; e as formas de muitas coisas que desejávamos criar despertaram em nossas mentes. Portanto, falávamos cada vez menos à Voz.
Então alguém apareceu entre nós em nossa própria forma visível, mas maior e mais belo, e ele disse que viera por piedade. “Vós não deveríeis ser deixados sozinhos e sem instrução” disse ele. “O mundo está repleto de riquezas maravilhosas que o conhecimento pode revelar. Vós poderíeis ter alimentos mais abundantes e mais deliciosos do que comeis agora. Vós poderíeis ter tranqüilas habitações, nas quais poderíeis manter a luz e afastar a noite. Poderíeis inclusive vestir-vos igual a mim.”

Então olhamos e vede, ele usava vestes que brilhavam como prata e ouro, e tinha uma coroa em sua cabeça e jóias em seu cabelo. “Se desejais ser como eu” disse ele “, ensinar-vos-ei”. Então aceitamo-lo como mestre

Ele então foi embora, e não o vimos por um longo tempo, e sem seus presentes éramos pobres. E então chegou um dia no qual a luz do Sol repentinamente começou a falhar, até que foi apagada, e uma grande sombra caiu sobre o mundo, e todas as feras e pássaros temeram. Então ele veio novamente, caminhando através da sombra como um fogo brilhante.
Prostramo-nos. “Há alguns entre vós que ainda estão dando ouvidos à Voz da Escuridão” disse ele “e, portanto, Ela aproxima-se. Escolhei agora! Podeis ter a Escuridão como Senhor, ou podeis ter a Mim. Mas a menos que tomeis a Mim por Senhor e jureis servir-Me, partirei e deixar-vos-ei, pois possuo outros reinos e moradias, e não preciso da Terra, nem vós”.

Pra quem achava que o visual bishonen dele aí tava off, relendo o conto de Adanel cujos trechos foram incluídos acima, vemos que não...

Melkor_by_BUNE616.jpg

Poderosérrima!!! agora sabemos de onde vieram as jóias no cabelo:P

É que nem o meme que compartilharam com Voldy do Harry Potter no facebook esses
dias:

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Perspectiva Neopagã de Malek Taus explicada aí:

MelekTaus.jpg
. Nota: a similaridade com Avatar não é mera coincidência não...
 

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Cabe colocar que tem a ver com o controle que os Valar tinham sobre a matéria do mundo em que o Silma explica como sendo a princípio uma música ou sons que foram usados na construção das coisas. No Silma os Ainur se utilizam dessas vibrações que os elfos associam com música porque não tinham como descrever um processo que a espécie governante assemelhada aos anjos e arcanjos da bíblia usavam para se manifestarem.

E é interessante notar que a música clássica e os corais estão entre os mais belos elementos da criação humana (a voz é um belíssimo instrumento) sendo também um símbolo do apreço pelo sagrado nas igrejas. No filme Esqueceram de Mim uma das cenas mais bonitas é quando Kevin entra em uma igreja no natal durante o canto de um coral e ajuda um homem a voltar a conversar com o filho.

Em outras palavras, corais humanos possuem efeitos humanos, enquanto que uma garganta élfica ou angelical adiciona uma perspectiva eterna com impacto e compromisso muito mais amplos do que os efeitos de vozes humanas comuns. Se um Vala ordenasse, o esqueleto de forças que disputa e sustenta "esta natureza que habitamos", o ponto de equilíbrio entre virtual e real podia ser mudado diretamente e uma atmosfera azul podia se tornar vermelha apenas pelo poder da vontade da garganta que a emitisse. Nos elfos isso também ocorria (um controle das propriedades da natureza maior e mais profundo que os humanos).

A conseqüencia imediata é que dependendo do poder do indivíduo estas vibrações também podiam ser aplicadas por outras partes do corpo e não apenas pela garganta mas também por órgãos iguais as mãos ou a luz emitida pelo corpo (toque).

E aqui entra a parte da criação de Glaurung.

Os Valar, segundo se fala no diálogo de Manwe, eram tidos por Eru como os senhores dos corpos e da casa dos filhos, da matéria e de tudo que era temporário nos círculos do mundo e podiam povoar as terras com seres vivos dotados de enorme sofisticação. De modo que a passagem sobre Aule parece descrever os anões com um comportamento muito parecido ao de animais.

Poderia ocorrer mesmo de um deles ter poder para criar uma casa sem espírito, parindo arremedos dos filhos e nesse ponto o que Tolkien fala sobre os Valar e maiar não poderem ter filhos parece estar incompleto e incoerente. Porque se os Valar podiam replicar e multiplicar a carne este era um método de reprodução que já era usado pelos animais e portanto podia ser considerado como reprodução ou um tipo distorcido de multiplicação. "Crescei-vos e multiplicai-vos" (os poderes não podiam criar novas almas com a reprodução, apenas podiam dar o corpo ou a forma ou então atrair uma alma pronta para a possessão como fazia Sauron)

De modo que se for pela lógica (e eu acredito nessa possibilidade) então o cruzamento de corpos de maiar ou valar entre si (dada a autoridade sobre corpos que fora concedida por Eru) tinha chances reais de gerar construtos autômatos iguais aos Gollens, desalmados, mas que desafortunadamente podiam ser possuídos por almas criadas previamente por Eru por artes negras como as de Sauron, ligados e aprisionados em parte por permissão e própria ambição das almas em possuir seres apavorantes.

Quer dizer, Valar e maiar podiam gerar carne animada usando as mãos que eram animais e monstros. Uma carne imensamente poderosa e que podia deixar vestígios do poder mesmo após a morte amaldiçoando com feitiço a terra em que caíssem. Também podiam gerar seres como plantas que eram um outro tipo de corpo ou forma habitada pela vida.

PS: Ghost in The Shell é um dos meus filmes favoritos (o primeiro), estando no meu top 10, tenho os dvs do original e da versão 2.0 do primeiro filme mas a primeira (1.0) é a melhor das duas.
PS2: Ainda hoje há relatos desses construtos inexplicáveis. Lembra os doppelgangger. Tive experiência pessoal real algumas vezes e não é nada fácil.
 
Última edição:
Primeiramente uma boa noite a todos. Gostaria de analisar com vocês os pormenores de um personagem fabuloso (e poderoso) na mitologia do Professor: Cacharoth, e por óbvio a natureza mítica que a humanidade atribuíra ao lobo. Entretanto, é imperioso destacar que tais seres se convertem num possível corolário dos medos e repúdios que os homens tinham (e têm) com estes que sempre os ameaçaram na corrida da sobrevivência: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lobo

Lobo ou lobo cinzento (Canis lupus) é o maior membro selvagem da família canidae. É um sobrevivente da Era do Gelo originário durante o Pleistoceno Superior, cerca de 300 mil anos atrás.[2] O sequenciamento de DNA e estudos genéticos reafirmam que o lobo cinzento é ancestral do cão doméstico (Canis lupus familiaris), contudo alguns aspectos desta afirmação têm sido questionados recentemente.[3] Uma série de outras subespécies do lobo cinzento foram identificadas, embora o número real de subespécies ainda esteja em discussão. Os lobos cinzentos são tipicamente predadores ápice nos ecossistemas que ocupam. Embora não sejam tão adaptáveis à presença humana como geralmente ocorre com as demais espécies de canídeos,[3] os lobos se desenvolveram em diversos ambientes, como florestas temperadas, desertos, montanhas, tundras, taigas, campos e até mesmo em algumas áreas urbanas.[4] O lobo cinzento, o lobo-vermelho (Canis rufus) e o lobo-etíope (Canis simensis) são as únicas três espécies classificadas como lobos. Os demais lobos pertencem a subespécies.[5]

E não é por menos a mitificação a tal ser, uma vez que o lobo sempre fora perseguido, poucas vezes compreendido e muito menos respeitado, sendo este um sério concorrente do homem no domínio e vivência na natureza. Considerado por muitos um símbolo de crueldade, selvageria "sanguinolente" e ícone indômito (por sua quase inviabilidade doméstica, e, principalmente, pelos estragos sócio-econômicos advindos da morte dos gados dos camponeses e nômades), os lupinos também eram passíveis de admiração, pois sem dúvida, o homem deve ter aprendido com eles, uma vez que a caça fora uma das essências à sobrevivência do homem primevo.

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Destarte, vemos nos "lobos de Tolkien" um paralelo com muitas figuras simbólicas a esta fascinante criatura. De início, temos o poderoso lobo de Morgoth: Carcharoth, o goela vermelha; monstro participante de alguns dos eventos magníficos da jornada de Lúthien e Beren. A exemplo do post de Ilmarinen que explana o paralelismo rimado de Tyr x Beren e Cacharoth x Fenrir:

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Cacharoth lembra em muito certas criaturas que povoaram o imaginário popular dos antigos, mais especificamente os sombrios e mortais Hellhounds, ícones bem disseminados na cultura pop, à exemplo da literatura e RPG, mas principalmente nas mitologias como a Teogonia de Hesíodo e demais contos gregos que citam Cérberus, o monstruoso cão que guardava a entrada do Hades:

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Vê-se que o paralelo com Cacharoth não ocorre tão somente pela presença deste último na entrada de Angband, mas também pelo fator intimista que Tolkien nutria com Beren e Lúthien, a ponto de ambos representarem Orfeu e Eurídice. Com a ressalva de que os gêneros dos personagens foram invertidos, haja vista Lúthien se converter num Orfeu divino que faz com que monstros terríveis durmam (Cerberus e Cacharoth) e Deuses Severos chorem (né, Hades/Mandos?!)

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Sem dissentir:

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Uma das figura que mais influenciaram a construção e a essência de Cacharoth vem a ser realmente Fenrir (mas não o único), não obstante o paralelo já tratado neste tópico, bem como outros, a exemplo da impossibilidade de frear o lobo, num sentido metafísico-simbólico entre o cinturão de Melian e as correntes divinas de Odin e Companhia. Sem contar o "afeto" do progenitor e a criatura numa referência rímica de Carchorth/Morgoth vs Loki/Fenrir:

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Mas não sendo o único neste paralelo, Garmr, "is a dog associated with Ragnarök, and described as a blood-stained * watchdog that guards Hel's gate (manchado de sangue? Goela Vermelha? Que detalhe, hein?!), não poucas vezes referido como Fenrir, sendo que nas Eddas:

The best of trees | must Yggdrasil be,Skíðblaðnir best of boats; Of all the gods | is Óðinn the greatest, And Sleipnir the best of steeds; Bifröst of bridges, | Bragi of skalds, Hábrók of hawks, | and Garm of hounds.

Ademais:

The Prose Edda book Gylfaginning assigns him a role in Ragnarök: Then shall the dog Garmr be loosed, which is bound before Gnipahellir: he is the greatest monster; he shall do battle with Týr, and each become the other's slayer.

Garm..quero dizer, Cacharoth e Tyr/Beren:

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Não sei porque, mas sempre que imagino a cena e leio este trecho, me remonta à um evento de um outro Cão, só que da literatura; The hound of Baskervilles - Arthur Conan Doyle's Sherlock Holmes: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Hound_of_the_Baskervilles

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Ocorre que o goela vermelha não se limitou a função de guarda, haja vista que, após devorar a silmarill e ser consumido pelo fogo puro que emanava da joia, o cão sombrio entrou numa espécie de estado berserker insano, praticamente fugindo do inferno, levando destruição e morte, mas o principal e que me passava despercebido nas primeiras leituras é o porque ele chegara exatamente à Doriath. Lógico que a obra nos fornece o "cumprimento do destino maior" e que uma força imensa guiava todos os enredados na trama, mas é uma constante mitológica que os condenados à uma terrível sina, enganaram a morte/fatalidade ou fugiram do plano etéreo dos mortos sejam trazidos de "volta" ao Status quo ante: http://en.wikipedia.org/wiki/Hellhound

A hellhound is a supernatural dog, found in folklore. A wide variety of ominous or hellish supernatural dogs occur in mythologies around the world, similar to the ubiquitous dragon. Features that have been attributed to hellhounds include black fur, glowing red or sometimes glowing yellow eyes, super strength or speed, ghostly or phantom characteristics, foul odor, and sometimes even the ability to talk.
Legend says that if someone is to stare into its eyes three times or more, the person will definitely die. In cultures that associate the afterlife with fire, hellhounds may have fire-based abilities and appearance. They are often assigned to guard the entrances to the world of the dead, such as graveyards and burial grounds, or undertake other duties related to the afterlife or the supernatural, such as hunting lost souls or guarding a supernatural treasure. In European legends, seeing a hellhound or hearing it howl may be either an omen of death or even a cause of death.

Há também outras figuras igualmente malignas, principalmente no que tange aos folclores que Tolkien possivelmente teve mais contato, vide a lenda Galesa de Cŵn Annwn: http://en.wikipedia.org/wiki/Cŵn_Annwn

Arawn, king of Ännwn, is believed to have had a pack of Cŵn Annwn that he would set loose to hunt mundane creatures.[1] When Pwyll saw a pack of Cŵn Annwn take down a stag, he set his own pack of dogs to scare them away.[1] Arawn then came to him and said that as repentance for driving away the Cŵn Annwn, Pwyll would have to defeat Hafgan.[1]
Christians came to dub these mythical creatures as "The Hounds of Hell" or "Dogs of Hell" and theorised they were therefore owned by Satan.[2][3]

Bem como não esquecer o Barghest (http://en.wikipedia.org/wiki/Barghest), o lendário monstro que (para mim) serviu de inspiração ao lobo-Sauron ou até mesmo para os lobisomens resultados de Necromancia espectral e a ferocidade lupina:

Barghest, Bargtjest, Bo-guest, Bargheist, Bargeist, Barguist, Bargest or Barguest is the name often given in the north of England, especially in Yorkshire, to a legendary monstrous black dog with huge teeth and claws, though in other cases the name can refer to a ghost or household elf, especially in Northumberland and Durham (see Cauld Lad of Hylton). One is said to frequent a remote gorge named Troller's Gill. There is also a story of a Barghest entering the city of York occasionally, where, according to legend, it preys on lone travellers in the city's narrow Snickelways. Whitby is also associated with the spectre.[1] A famous Barghest was said to live near Darlington who was said to take the form of a headless man (who would vanish in flames), a headless lady, a white cat, a dog, rabbit and black dog. Another was said to live in an "uncannie-looking" dale between Darlington and Houghton, near Throstlenest.[2]
The derivation of the word barghest is disputed. Ghost in the north of England was once pronounced guest, and the name is thought to be burh-ghest: town-ghost. Others explain it as German Berg-geist (mountain spirit), or Bär-geist (bear-spirit), in allusion to its alleged appearance at times as a bear. Another mooted derivation is 'Bier-Geist', the 'spirit of the funeral bier'.

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Pessoalmente, credito outros elementos a Sauron, senhor dos Lobisomens, no que tange a características heréticas em controlar tais criaturas, nos dizeres do Psicólogo Robert Eisler: http://en.wikipedia.org/wiki/Robert_Eisler

Voltaire afirmou que no departamento de jura, no espaço de 2 anos, entre 1598 e 1600, uns 600 licantropos foram sentenciados à morte por um juiz demasiado cristão. Isto não significa que os pastores acusados de heresia e vistos como lobos tivessem o poder de se transformar fisicamente nos ditos animais, mas simplesmente de que possuíam o poder hipnotizador de fazer crer as pessoas (ou aquelas que consideravam seus inimigos) que podiam controlar os lobos, quando na realidade não podiam.

Neste caso, surge-se outro elemento curioso aqui:a licantropia. E que (para mim) fora tratada por Tolkien, seja na transformação humanoide de Sauron para a forma lobo ou o disfarce utilizado por Beren e sua companheira vampira (queria ver isso ocorrer em Vampiro, a máscara):

O lobisomem é um ser lendário, com origem em tradições europeias, segundo as quais um homem pode se transformar em lobo, ou em algo semelhante a um lobo, às 21 horas de sextas-feiras de lua cheia, só voltando à forma humana novamente quando o galo canta.
Tais lendas são muito antigas e encontram sua raiz na mitologia grega que relata histórias como as de Licaão ou de Damarco de Parrásia, as quais provavelmente foram influenciadas por casos reais de licantropia clínica e/ou porfiria.
Tais lendas encontram raízes na cultura da Europa Oriental principalmente, na cultura dos povos eslavos. Segundo essa cultura o primeiro grande licantropo ou o eulicantropos era um Grand Duke de Podgorica, atual capital de Montenegro. Esse Grand Duke era Victor Kruschev II, segundo as lendas ele foi convocado a lutar do lado do Império Sérvio contra a opressão Austro-Húngara, em troca ele receberia autonomia sobre sua região.

Dentre as supostas influências para o lobisomem Tolkieniano, podemos citar a saga de Völsunga: https://docs.google.com/viewer?a=v&...HYTKtd&sig=AHIEtbTqCUe5lUQavyGGHyqz7iAiRT8daw

In Iceland the werewolf motif is found in fourteen indigenous sources,
i.e., Gylfaginning, Hrafnagaldur Óðins, Völsunga saga, Helgakviða
Hundingsbana I (Völsungakviða), Gibbons saga, Sigrgarðs saga frækna,
Sigrgarðs saga ok Valbrands, the Skjöldunga saga of Arngrímur “the
learned,” Ála flekks saga, Úlfhams saga, Tíódels saga, Jóns saga leikara,
Sagan af Þorsteini glott, and Hvað þýðir “sár”?5 In addition, the motif is
found in two Norwegian texts that were both known and read in Iceland: a
short episode in Konungs skuggsjá and the translation of the Lai de
Bisclavret (Bisclaretz ljóð) in Strengleikar.

Se tivesse sido mantida a versão dos HOME, em que Melkor fora o responsável pela criação da lua, poderia se explicar como a lua metafisicamente influi na transformação desses homens-lobos, algo como a disseminação do Elemento Morgoth à memória genética dos infectados pela maldição. Sobre a criação da lua, há um post meu no tópico: http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=105013&page=2

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Num contraponto psíquico:

No distúrbio psiquiátrico da licantropia, acredita-se que exista um transtorno do senso de identidade própria segundo a definição de Scharfetter. É encontrado principalmente em transtornos afetivos e esquizofrenia, mas pode ser encontrado em outras psicopatias. Psicodinamicamente, pode ser interpretado como uma tentativa de exprimir emoções suprimidas, especialmente de ordem agressiva ou sexual, através da figura do animal, que pode ser muito variado (lobo, cachorro, morcego, cavalo, sapo, abelha etc.). A psicoterapia e/ou o uso de medicação neuroléptica podem se mostrar efetivos.
 
Última edição:
Vale a pena, neste caso, uma análise do contraponto benigno desta criatura demasiadamente odiada. Uma vez que, na história de Lúthien e Beren, há um personagem muito importante para o "êxito" da demanda da Silmarill, bem como no término do terror do Lobo de Angband: Huan. Esta criatura invulnerável possui certa ligação também com Cŵn Annwn, não obstante a percepção cristã que simplesmente o demoniza: http://en.wikipedia.org/wiki/Cŵn_Annwn

However, the Annwn of medieval Welsh tradition is an otherworldly paradise and not a hell or abode of dead souls. Culhwch rode to King Arthur's court with two "Otherworld" dogs accompanying him, possibly Cŵn Annwn.

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Imperioso citar aqui uma percepção simbólica que os celtas atribuíam às cores das criaturas:

The Cŵn Annwn is associated with death, as it has red ears.[4] The Celts associated the color red with death.[4] White is associated with the supernatural, and white animals are commonly owned by gods or other inhabitants of the Otherworld. (Ahh..Huan) [4] Therefore, the Cŵn Annwn is associated with death and the supernatural.

Sem dissentir:

Ali, as fogueiras e as agonias do inferno nele se impregnaram; e ele foi tomado por um espírito devorador, atormentado, terrível e forte. Carcharoth, o Goela Vermelha, ele é chamado no relator daqueles tempos

No que tange à Huan, vê-se que:

Ora, o líder dos cães de caça que acompanhavam Celegorm era Huan. Ele não havia nascido na Terra-Média, mas vinha do Reino Abençoado. Oromë o dera a Celegorm muito tempo antes, em Valinor; (Otherworld)


The hounds are sometimes accompanied by a fearsome hag called Mallt-y-Nos, "Matilda of the Night". An alternative name in Welsh folklore is Cŵn Mamau ("Hounds of the Mothers").

Num contraponto interessante, o Warhound concedido por um ser divino e possuidor (creio) de uma essência sobrenatural, e auxiliador fiel dos necessitados; o cão de Oromë e o lobo de Morgoth são versões destoantes, mas originários de um figura mítica galesa, ou seja, de um arquétipo compartilhado. Surgem os dois grandes inimigos da 1ª Era:

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Mas, assim como Carcharoth, o cão-caçador de Oromë parece ter uma outra figura basilar e que (creio) deve ter influenciado Tolkien na percepção do Fiel amigo de Beren e Lúthien: Cafall, o Cachorro pertencente ao Rei Arthur. Neste caso, também referido como Cwm Cerwyn Vide: http://www.uiweb.uidaho.edu/student_orgs/arthurian_legend/hunt/culhwch.html e http://en.wikipedia.org/wiki/Hunting_of_Twrch_Trwyth

In this most ancient of surviving Arthurian stories (ca.1050, notwithstanding the accounts in Nennius [below] and Gildas, dating ca.800 and ca.540, respectively), both dogs and boar figure as prominently as men. Dogs and horses are treated with a warrior's respect; the nobility of Cafall, Arthur's dog, reflects on the kingliness of Arthur. The Dog is the ultimate symbol of loyalty and skill combined, the self-sacrifice that behooves a warrior, but is rarely seen. The Boar is often its antithesis, who in the pursuit of "self" is isolated, exiled, and ultimately evil and twisted. The Boar is not always a symbol of evil however. As Marcelle Thiebaux pointed out, Tristan's emblem is that of a black boar, and Geoffrey of Monmouth (ca.1136) referred to Arthur as "Aper Cornubiae," while Robert of Glouchester wrote this of Arthur: "[th]e bor of cornwaile ssal helpe [th]is londe."

The hunting of Twrch Trwyth is not so much a strictly "hunt" narrative, as it is an eulogistic listing of combat casualties. The hunt figures almost allegorically as a battle between nations, or between man and pestilence.

Batalha entre nações. Segue-se a melhor descrição do embate Valinor vs Angband:

Nenhuma briga de lobo e cão foi como aquela, pois nos latidos de Huan ouvia-se a voz das trompas de Oromë e a ira dos Valar, ao passo que nos uivos de Carcharoth estavam o ódio de Morgoth e uma crueldade pior do que dentes de Aço

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Vê se não lembra uma outra caçada.

Pessoalmente, sempre que me lembrava do embate entre os dois seres, fazia uma (parcial) conexão com Kiba e Darcia de Wolf's Rain:


Por estas duas últimas passagens que referenciam Huan, há de se analisar também o seu Dono, e como tal, há uma figura bastante familiar para aqueles que vêem Oromë em um outro sentido. Na versão em que o Vala era "chifrudo": http://en.wikipedia.org/wiki/Herne_the_Hunter. Neste caso, vale a leitura deste ótimo artigo escrito por Ilmarinen: http://de-vagaesemhybrazil.blogspot.com.br/2010/03/e-tilion-o-deus-de-chifres-celta-no.html

in English folklore, Herne the Hunter is a ghost associated with Windsor Forest and Great Park in the English county of Berkshire. His appearance is notable in the fact that he has antlers upon his head.

The first literary mention of Herne is in William Shakespeare's play, The Merry Wives of Windsor, though there are several theories attempting to place the origins of Herne as predating any evidence for him by connecting his appearance to pagan deities or ancient archetypes.
Herne has appeared in various books, TV series and other media since his first mention by Shakespeare.

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Oromë e Huan?

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O LOTRO seguiu esta versão do Vala Galhudo.

Vê-se, portanto, que Huan se converte numa figura que não poucas vezes amparou os proscritos e desesperados. Uma entidade a mando dos Deuses e que prestaram auxílio aos que fogem e são perseguidos. Em algumas mitologias do ocidente, vemos esta constante explanada no modo de pensar de alguns povos. Desde Rômulo e Remo, filhos do Deus-Lobo Marte (Warhound) até o conto da fuga de Lopichis do cativeiro: http://www.cristoraul.com/ENGLISH/MedievalHistory/The-Lombard-Kingdom/2/2-Friuli.html e http://lupus.madteam.net/articulos/2011-01/lobo-ibrico-canis-lupus-signatus/

Animal totémico del Imperio romano, emblema de las legiones, de Roma y de su poder (conocidísima leyenda de Rómulo y Remo salvados por una loba, que, a su vez, se replica, como mito fundacional, en otras culturas). La acuñación de las primeras monedas romanas troquelas (palabra de doble sentido en la sociedad lobuna) con la efigie lupina. Símbolo de la divinidad de Marte, dios lobo de la guerra y padre de Rómulo y Remo –y, por extensión, de los romanos; recurrente paternidad lobuna de pueblos

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Acrescentando:

The first of his ancestors mentioned by Paulus is Leupchis, who came into Italy in the year 568 at the same time with the great body of his countrymen. After living many years in Italy he died, leaving behind him five young sons, who having apparently escaped death by reason of their tender age, were all swept by the tempest of the invasion from Friuli into Avar-land. Here they groaned under the yoke of their captivity for some years; but when they had reached man’s estate, the youngest, named Lopichis, by an inspiration from above, conceived the thought of returning to Italy, and regaining his freedom. Having resolved on flight he started, taking with him only his quiver and his bow, and as much food as he could carry. He was utterly ignorant of the road, but, strange to say, a wolf was his guide through the mountain solitudes. When he halted the wolf halted too: when he lagged behind, the creature looked around to see if he were following, and thus he at length perceived that the wild beast was his divinely appointed guide. But after some days’ wandering amid the desolate mountains (probably in the district of the Kavawanken Alps) his provisions came to an end, and his death seemed nigh at hand. Faint with hunger, he fitted an arrow to the string and aimed at his heavensent guide, thinking that even its flesh might save him from starvation. The wolf, however, seeing what he meditated, vanished from his sight. Then Lopichis, despairing of life, fell to the ground and slept; but in his slumber he saw a man who seemed to say to him, “Arise! why sleepest thou? Resume thy journey in the opposite direction to that in which thy feet are now pointing, for there lies the Italy of thy desire”.

Só para fins "complementativos", nem sempre a figura lupina se pauta numa proteção "aos que merecem". Não poucas vezes o professor associa os lobos com os foras da Lei-bandidos e vagabundos dos Ermos; e que realmente sobrevivem de uma forma arisca e selvagem nos ermos. Não é por menos, haja vista a origem etimológica da palavra Outlaw: http://en.wikipedia.org/wiki/Outlaw

n the common law of England, a "Writ of Outlawry" made the pronouncement Caput gerat lupinum ("Let his be a wolf's head," literally "May he bear a wolfish head") with respect to its subject, using "head" to refer to the entire person (cf. "per capita") and equating that person with a wolf in the eyes of the law: Not only was the subject deprived of all legal rights of the law being outside of the "law", but others could kill him on sight as if he were a wolf or other wild animal.[citation needed] Women were declared "waived" rather than outlawed but it was effectively the same punishment.[1]

Destarte:

Caçavam e recolhiam a comida que conseguiam; mas no inverno, quando a fome os impelia, eram temidos como lobos, e Gaurwaith, os Homens-Lobos, era como os chamavam aqueles que ainda defendiam seus lares - Os filhos de Húrin.

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Última edição por um moderador:
Primeiramente um bom dia e um bom (e próspero) 2013 a todos. Estava a ler sobre a queda de Númenor, e fiquei a pensar sobre alguns paralelos/aspectos pertinentes ao conto dramático. Seguindo-se a cronologia trazida pela obra, vê-se que dentre os principais eventos "providenciais" fora a criação/oferta de uma dádiva aos homens que outrora lutaram e sobreviveram à opressão da sombra de Morgoth. Ou seja, o oferecimento de uma "terra prometida" aos virtuosos homens que ante a ferrenha fidelidade. No caso em comento, temos Númenor:

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Não obstante a possibilidade de se atribuir certa influência dos dizeres bíblicos, principalmente do Êxodo Hebraico, pela promessa de chegada à um local de paz e prosperidade, bem como os eleitos terem precedido a dádiva numa época de "escravidão" e dificuldades tremendas (vide ambos os povos estarem presos e oprimidos por monarcas impiedosos e tirânicos), sem contar que a fuga dos locais de perseguição são motriz de identidade e certa unificação dos povos (12 tribos hebraicas/três grandes clãs de beleriand): http://pt.wikipedia.org/wiki/Livro_do_Êxodo

O principal propósito do Êxodo é manter vivo na memória do povo hebreu o feito da fundação de si mesmo como nação: a saída do Egito e a consequente libertação da escravidão. Através de sua fuga e a busca da Terra Prometida, o judeu adquire consciência de sua unidade étnica, filosófica, cultural e religiosa pela primeira vez.

Não se pode negar que uma das principais (ou a maior) fonte para criação da ilha se verifica em outras mitologias. Por óbvio, é imperioso citar o mito de Atlântida, já tratado exaustivamente no fórum, a história do continente perdido advém dos diálogos de Platão, principalmente em seu "monólogo" envolvendo o debate entre Timaeus e Critias: http://en.wikipedia.org/wiki/Timaeus_(dialogue) e http://en.wikipedia.org/wiki/Critias_(dialogue).

Neste sentido, o diálogo de platão relata a perda gradativa das dádivas/bênçãos da centelha divina outrora predominante. Num paralelo simbólico e metafísico, a ilha de Tolkien também passara pelas mesmas etapas, uma rebelião sem volta e bem catastrófica:

"...when the divine portion began to fade away, and became diluted too often and too much with the mortal admixture, and the human nature got the upper hand, they then, being unable to bear their fortune, behaved unseemly, and to him who had an eye to see grew visibly debased, for they were losing the fairest of their precious gifts; but to those who had no eye to see the true happiness, they appeared glorious and blessed at the very time when they were full of avarice and unrighteous power."

Vide:

Naqueles tempos, a Sombra foi ficando mais densa sobre Númenor; e as vidas dos Reis da Casa de Elros foram reduzidas em virtude de sua rebelião, mas eles endureceram seus corações ainda mais contra os Valar (...) E no entanto, apesar de tudo isso, a Morte não se afastou da Terra. Pelo contrário, passou a vir mais cedo. Com maior freqüência e com muitas roupagens terríveis. Pois, enquanto no passado os homens envelheciam lentamente e se deitavam no final para dormir, quando finalmente se cansavam do mundo, agora a loucura e a doença os acometiam.

Um pedacinho de cada domínio ou principado, uma certa contribuição divina já tratada no fórum e citada na obra:

According to Critias, the Hellenic gods of old divided the land so that each god might own a lot; Poseidon was appropriately, and to his liking, bequeathed the island of Atlantis. The island was larger than Ancient Libya and Asia Minor combined.[4][5]

Foi erguida por Ossë das profundezas das Grandes Águas, e foi estabelecida por Aulë e enriquecida por Yavanna. Akallabêth - pag. 331.

Sua surpreendente e dramática queda, em um período muito curto. Uma espécie de simbolismo da pequenez dos feitos dos homens ante a grande do mundo ou a majestade dos Deus(ses):

But at a later time there occurred portentous earthquakes and floods, and one grievous day and night befell them, when the whole body of your warriors was swallowed up by the earth, and the island of Atlantis in like manner was swallowed up by the sea and vanished; wherefore also the ocean at that spot has now become impassable and unsearchable, being blocked up by the shoal mud which the island created as it settled down

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E Andor, a Terra da Dádiva, Númenor dos Reis, Elenna da Estrela de Eärendil, foi totalmente destruída. Pois estava perto do lado oriental da enorme fenda; e seus alicerces foram revirados, fazendo-a cair na escuridão; e ela não existe mais. Akallabêth - 355.

Sempre que leio tal passagem, me lembro, por óbvio a versão de Atlântida de Robert E. Howard, mas principalmente o dialogo entre o Conan e seu pai. O grande embate entre os gigantes, e como Crom com vento e fogo conseguira obliterá-los e lança-los ao grande mar. Os gigantes representandos os altos atlantes (não só em estatura, mas também em conhecimento, poderio militar, a grandeza civilizatória etc) que desafiaram as vontades divinas e foram tragados pela insensatez de seus corações. Razão pela qual o conhecimento, o avanço conquitado também se perderam e a humanidade pós-queda fora apenas uma sombra do que era e deveria ser: http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20100113063022AAZWQ7J


É possível que os territórios em que Conan viaja fizessem parte de uma fronteira ou posto avançado da civilização perdida, que teria tecnologia superior. Esta hipótese parece ser apoiada pela descoberta, no filme, de uma ruína/túmulo onde o herói encontra uma Atlantean sword, que é feita de aço. Resta saber se os cimérios aprenderam a fabricar aço pelos atlantes, ou são um resto do povo mítico. Numa nota um pouco diferente, é de perguntar se os atlantes podem ser identificados com os gigantes da mitologia dos cimérios, derrotados por Crom com "fogo e vento dos céus" que fizeram "tremer a terra" e "lançaram os gigantes às águas". Há três pontos fundamentais para a mitologia do filme. O primeiro é o momento em que o pai de Conan lhe explica a teogonia de Crom e dos titãs. As semelhanças com a mitologia grega e a ascensão dos deuses do Olimpo são completas, com a excepção do aspecto crucial que faz dos cimérios de Howard um povo especial: os deuses perderam o segredo do fabrico do aço, agora nas mãos dos humanos. Desde então, os cimérios são invejados pela sua técnica metalúrgica por deuses e homens.

Vê-se, portanto:

De repente, Meneltarma explodiu em chamas; vieram um vento fortíssimo e um tumulto na Terra; os céus tremeram e as colinas deslizaram; e Númenor afundou no oceano com todas as suas crianças, esposas, donzelas e damas altivas, com todos os seus jardins, salões e torres; seus túmulos e tesouros; suas jóias, seus tecidos, seus objetos pintados e esculpidos, seu riso, sua alegria e sua música; seus conhecimentos e sua tradição: tudo desapareceu para sempre.

Não nos esqueçamos também de outros contos e folclores que tratam desta premissa, como seres agraciados com abundância e justiça enveredam na corrupção, desordem e rebelião àqueles que em tese deveriam ser fieis. Neste caso, há um interessante relato da ilha Ys, uma terra magnifica, mas que seus habitantes também "caíram" e foram tragados por forças imensas e caóticas: http://www.unevacanceenfrance.com/french-folklore-legends/isle-of-ys/

The island city of Ys has several great stories associated with it, the most common and popular claiming it was built for the princess Dahut by her father Gralon, the king of the Cornouaille region.

As well as suffering from a shortage of vowels, the island was below sea level and protected by a gated dike for which the king held the only key. Ys was to become the most impressive and beautiful city in the world, but was also a byword for sin and corruption.

Sem dissentir:

Aos Ancestrais dos Homens, das três Casas fiéis, também foi dada uma rica recompensa. Aproximaram-se, então, saindo do mar para encontrar uma terra bela e produtiva, e se alegraram (...) E chamaram essa terra de Elenna, que significa Na Direção da Estrela; mas também Anadûnê, que significa Ponente, Númenorë no idioma alto-eldarin. Foi esse o princípio daquele povo que na fala dos elfos-cinzentos é chamado de dúnedain: os númenorianos, reis entre os homens.

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No diálogo com Crítias, Platão nos descreve como os eleitos acabaram se corrompendo aos dizeres e impulsos carnais. Algo que lhes atraíram somente decadência e morte; um sinal de que a época de prosperidade e ganhos também chegariam à um fim trágico/inimaginável:

"For many generations, as long as the divine nature lasted in them, they were obedient to the laws, and well-affectioned towards the god, whose seed they were; for they possessed true and in every way great spirits, uniting gentleness with wisdom in the various chances of life, and in their intercourse with one another. They despised everything but virtue, caring little for their present state of life, and thinking lightly of the possession of gold and other property, which seemed only a burden to them; neither were they intoxicated by luxury; nor did wealth deprive them of their self-control; but they were sober, and saw clearly that all these goods are increased by virtue and friendship with one another, whereas by too great regard and respect for them, they are lost and friendship with them."

Numa similaridade e paralelo ao descrito pela obra, e que também "atingira" uma grandiosa civilização Romana, que assim como Númenor, também fora a base primeva dos rumos e influências à humanidade:

diferente ao considerarmos, em seus detalhes, a decadência social e moral do mundo romano de então. Por debaixo de todos aqueles esplendores latejava uma profunda miséria. Roma tornara-se, não a rainha, mas a tirana da humanidade.
Em toda parte acentuava-se o contraste entre a riqueza e a indigência, bem como o domínio despótico do forte sobre o fraco. O egoísmo era a lei que regia as ações do homem.

Por outro lado, uma imensa corrupção dos costumes se alastrava por todo o território dos césares. A existência dos cidadãos livres decorria numa ociosidade propícia a todos os vícios, na procura desordenada do luxo e dos prazeres. As crônicas da época nos descrevem algumas das diversões que tanto atraíam as turbas: orgias, corridas, lutas de gladiadores, comédias. O que mais agradava àquele povo embrutecido era ver correr o sangue humano; com freqüência, ele se mostrava exigente com os imperadores, se o espetáculo não era suficientemente sanguinário para causar-lhe o delírio.

Destarte:

E eles eram homens orgulhosos, ávidos por riquezas, que impuseram tributos aos homens da Terra-média, tomando em vez de dar (...) Já os que estavam vivos se voltavam ainda com maior avidez para o prazer e a folia, desejando cada vez mais bens e riquezas.

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Nos pormenores que levaram a queda da maior civilização de Arda, é imperioso destacar a atuação de Sauron, o grande catalisador que encaminhou/acelerou o processo de destruição da Ilha. Primeiramente, há de se fazer uma correlação entre a figura de Zigûr, a construção do grande templo sacrifical e a deturpação teológica que precedera a obliteração a punição divina: http://books.google.com.br/books?id...w#v=onepage&q=Sauron and the ziggurat&f=false

The most common architectual image of Mesopotamian culture, the ziggurat, has a possible echo in Tolkien's world, even though the linguistic history os Middle-Earth precludes the Tower of Babel story with which the ziggurat image is now most associated. (Nothing in the Bible say, explicitly the Tower of Babel is meant to be a ziggurat, though, it has been plausibly argued). Zigûr was the Adûnaic name for Sauron (...) and his hole as an advisor to Ar-Pharazôn, who foregrounded Adûnaic and definitively repudiated Sindarin as the official state language of Númenor - that he does what bible judged the Ziggurat did: affronting the ordained powers with creaturely pride.

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The temple de Sauron, o impostor:

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É possível verificar que o templo construído em Númenor assuma não só um significado metafísico (no que tange ao crescimento de poder e influência Saurônica), mas também religioso, pois seguindo-se o paralelo simbólico com a Torre de Babel, o templo dedicado a Morgoth fora um dos instrumentos para que os homens de outrora alcançassem os Céus, neste caso o paraíso imortal de Valinor.

Depois disseram: «Vamos construir uma cidade e uma torre, cujo cimo atinja os céus. Assim, hemos de torná-los famosos para evitar que nos dispersemos por toda a superfície da terra.» Gênesis - 11:4

É um evento que expõe orgulho/megalomania da condição humana ante a sua pequenez diante do comando divino. Não esquecendo, neste caso, a atuação do maia rebelde em fazer com que o povo se distanciasse ainda mais da obediência e da essência de Deus. Neste sentido, Ar-pharazôn ou até mesmo Sauron, assume uma condição parecida em muito com uma figura apostata de Nimrod: http://en.wikipedia.org/wiki/Nimrod

He is depicted in the Tanakh as a man of power in the earth, and a mighty hunter. Extra-biblical traditions associating him with the Tower of Babel led to his reputation as a king who was rebellious against God. "Now it was Nimrod who excited them to such an affront and contempt of God. He was the grandson of Ham, the son of Noah, a bold man, and of great strength of hand. He persuaded them not to ascribe it to God, as if it were through his means they were happy, but to believe that it was their own courage which procured that happiness. He also gradually changed the government into tyranny, seeing no other way of turning men from the fear of God, but to bring them into a constant dependence on his power. He also said he would be revenged on God, if he should have a mind to drown the world again; for that he would build a tower too high for the waters to reach. And that he would avenge himself on God for destroying their forefathers.
Now the multitude were very ready to follow the determination of Nimrod, and to esteem it a piece of cowardice to submit to God; and they built a tower, neither sparing any pains, nor being in any degree negligent about the work: and, by reason of the multitude of hands employed in it, it grew very high, sooner than any one could expect; but the thickness of it was so great, and it was so strongly built, that thereby its great height seemed, upon the view, to be less than it really was.

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Interessante é que a punição divina gerou não só a queda física de tal civilização, mas também acarretou no fim de um processo de unificação do homem. Seja na mesma língua compartilhada em Babel, que acarretaria numa unificação política mundial, à exemplo de Númenor/Atlântida com suas conquistas insulares e a erradicação linguística/cultural dos conquistados (Ehh..Roma...):

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Seu paralelo histórico pode ser visto em uma outra figura déspota, poderosa, opressora e senhor de um grande império de muitos povos. Sim, é a figura de Nero, para muitos estudiosos o indivíduo a quem João (escritor do Apocalipse) atribui o cargo de Anticristo: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anticristo

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Por essa razão, os cristãos creem que este anticristo é descrito em outros textos, tais como o livro de Daniel, as cartas de Paulo (como "o homem do pecado") e o Apocalipse como a "Besta que domina o mundo". Para certos grupos cristãos, incluindo a Igreja Católica, tal Besta chegou a ser personificada através do imperador romano Nero.

Os ponto em comum da trindade piromaníaca:

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Os senhores do fogo em Númenor incineravam os fieis não só para fins políticos, mas também para fins cultuais. Neste caso, temos os sacrifícios humanos, uma maneira de conseguir uma providência ou feitos divinos de Morgoth, mas seguindo-se também à uma reforma religiosa sem precedentes na civilização Númenoriana. Evento este que lembra a tragédia vivida pelos Hebreus e narradas na bíblia. O culto a Melko... Molek:

Leviticus 18:21: ‘Do not give any of your children to be sacrificed to Molek, for you must not profane the name of your God. I am the LORD.
Leviticus 20:2–5: And he defiled the Tophet, which is in the valley of Ben-hinnom, that no man might make his son or his daughter pass through the fire l'Molech.

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Sauron "avoando", Melkor sentado e sendo cultuado. E os inocentes pagam o preço:

First MOLOCH, horrid King besmear'd with blood
Of human sacrifice, and parents tears,

Though, for the noyse of Drums and Timbrels loud,
Their children's cries unheard that passed through fire
To his grim Idol. Him the AMMONITE
Worshipt in RABBA and her watry Plain,
In ARGOB and in BASAN, to the stream
Of utmost ARNON.
His Temple right against the Temple of God
On that opprobrious Hill, and made his Grove

The pleasant Vally of HINNOM, TOPHET thence
And black GEHENNA call'd, the Type of Hell.
 
Última edição por um moderador:
Dando prosseguimento à análise dos mitos e contos que influenciaram Tolkien, Gostaria de analisar com vocês as influências bíblicas no que tange aos prenúncios apocalípticos presentes no Silmarillion, principalmente se referindo a maligna figura da Serpente/Dragão. Neste caso, há de se considerar, primeiramente, o maior embate divino registrado no Silmarillion: o confronto pessoal entre Tulkas e Melkor e o caráter simbólico por trás do confronto:

Entretanto, no meio da guerra, ao ouvir no distante firmamento que havia batalha no Pequeno Reino, um espírito de enorme força e resistência veio em auxílio dos Valar; e Arda se encheu com o som de seu riso. Assim veio Tulkas, o Forte, cuja ira circula como um vento poderoso, afastando a nuvem e a escuridão à sua frente.

Podemos inferir que a simbologia por trás do embate pessoal entre Melkor e Tulkas resguarda uma correlação com o papel desempenhado pelo misterioso anjo citado no Livro da Revelação (http://www.bibliaonline.com.br/acf/ap/20), vide a descrição feita por João:

Melkor foi refugiar-se no canto mais profundo. Tulkas apresentou-se então para defender os Valar. Lutou com ele e o imobilizou com o rosto no chão. E Melkor foi acorrentado com Angainor, a corrente que Aulë havia feito, e levado prisioneiro; e o mundo teve paz por uma longa era.

Sem dissentir:

E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão.
Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.
Apocalipse 20:1-2

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Sobre o misterioso anjo abismal, vale a leitura desta análise, pontificando (se houver a correlação com os dizeres do Silmarillion) a associação tanto para Tulkas quanto para o próprio Mandos, senhor da prisão onde Melkor está enclausurado: http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20100212043945AAiXUvQ

Abadon, o anjo do abismo — quem é ele?
Em Revelação 9:11, porém, a palavra “Abadon” é usada como o nome do “anjo do abismo”. O correspondente nome grego, Apolion, significa “Destruidor”. No último século fizeram-se esforços para mostrar que este texto se aplicava profeticamente a pessoas, tais como o imperador Vespasiano, Maomé e até mesmo Napoleão, e o anjo, em geral, era encarado como “satânico”.
Deve-se notar, porém, que Revelação 20:1-3 mostra que o anjo com “a chave do abismo” é representante de Deus, vindo do céu, e, em vez de ser “satânico”, ele amarra Satanás e o lança no abismo. Comentando Revelação 9:11, The Interpreter’s Bible (A Bíblia do Intérprete) diz: “Abadon, porém, não é um anjo de Satanás, mas de Deus, realizando sua obra de destruição às ordens de Deus.”

É interessante verificar que o legendarium trata desta premissa, haja vista a existência de inúmeros contos que descrevem o Herói/entidade divina que combate os seres caóticos, normalmente associado (ou assumindo a forma) da grande serpente/dragão que representa o grande mal da humanidade ou até mesmo em nível cósmico. Numa pesquisa feita, acabei encontrando o termo que descreve tal conceito: O ChaosKampf - http://en.wikipedia.org/wiki/Chaoskampf#Chaoskampf

Chaos (Greek χάος, khaos) refers to the formless or void state preceding the creation of the universe or cosmos in the Greek creation myths, more specifically the initial "gap" created by the original separation of heaven and earth.
The motif of Chaoskampf (German for "struggle against chaos") is ubiquitous in such myths, depicting a battle of a culture hero deity with a chaos monster, often in the shape of a serpent or dragon. The same term has also been extended to parallel concepts in the religions of the Ancient Near East.

Esta constante mitológica, praticamente um arquétipo dos povos indo-europeus. Foi uma sacada inteligente do professor tratar desta premissa no embate entre o campeão dos Valar e a "figura caótica" de Melkor. Para fins complementativos, vê-se o compêndio dos grandes embates (Ilmarinen até fez referência ao embate Thor e a serpente de Midgard, tá aqui no tópico por sinal):

Dragon or Serpent
One common myth which can be found among almost all Indo-European mythologies is a battle ending with the slaying of a serpent, usually a dragon of some sort (Watkins 1995).
Thor vs. Jörmungandr, Sigurd vs. Fafnir in Scandinavian mythology;
Zeus vs. Typhon, Kronos vs. Ophion, Apollo vs. Python, Heracles vs. the Hydra and Ladon, Perseus vs. Ceto, and Bellerophon vs. the Chimera in Greek mythology;
Indra vs. Vrtra in the Rigveda;
Krishna vs. Kāliyā in Bhagavata mythology;
Θraētaona, and later Kərəsāspa, vs. Aži Dahāka in Zoroastrianism and Persian mythology;
Perun vs. Veles, Dobrynya Nikitich vs. Zmey in Slavic mythology;
Tarhunt vs. Illuyanka of Hittite mythology;
Beowulf vs. the dragon in Anglo-Saxon literature

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Ante aos dizeres bíblicos utilizados por Tolkien, o "Diabolus" de Arda se configura numa analogia com a serpente/dragão, o Leviatã, descrito no Antigo Testamento, não somente pelo fato da entidade ser o grande inimigo de Deus ou associado com a figura de Satanás, mas assim como Melkor, o monstruoso ser também representa a "vontade primeva" do Caos inicial, o grande vazio atacado pela "abominável" criação divina:

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O Livro de Jó, capítulos 40 e 41, aponta a imagem mais impressionante do Leviatã, descrevendo-o como o maior (ou o mais poderoso) dos monstros aquáticos[1], . No diálogo entre Deus e Jó, o primeiro procede a uma série de indagações que revelam as características do monstro, tais como "ninguém é bastante ousado para provocá-lo; quem o resistiria face a face? Quem pôde afrontá-lo e sair com vida debaixo de toda a extensão do céu? ....Quem lhe abriu os dois batentes da goela, em que seus dentes fazem reinar o terror?...... Quando se levanta, tremem as ondas do mar, as vagas do mar se afastam. Se uma espada o toca, ela não resiste, nem a lança, nem a azagaia, nem o dardo. O ferro para ele é palha, o bronze pau podre"

Ademais:

The Leviathan of the Middle Ages was used as an image of Satan, endangering both God's creatures—by attempting to eat them—and God's creation—by threatening it with upheaval in the waters of Chaos.[7] St. Thomas Aquinas described Leviathan as the demon of envy, first in punishing the corresponding sinners. (Secunda Secundae Question 36) Leviathan became associated with, and may originally have referred to, the visual motif of the Hellmouth, a monstrous animal into whose mouth the damned disappear at the Last Judgement, found in Anglo-Saxon art from about 800, and later all over Europe.[8][9]

No que tange (ainda) a figura de Tulkas, havia uma antiga versão do HOME, em que o Ainu se apresentava como uma entidade divina relacionada ao Sol. Basicamente uma referência aos contos antigos que tratam do caráter sagrado do Sol, a sua tremenda importância à existência da humanidade e a antítese da escuridão/caos/vazio. Este arquétipo também se relaciona em outros relatos, desde o embate de Apollo e Píton até a grande rivalidade entre a Serpente Apophis vs O deus sol Rá: http://www.touregypt.net/featurestories/apep.htm

Apophis (Egyptian Apep) was the great adversary of the sun god, Re, and was the very embodiment of the powers of dissolution, darkness and non-being. Hence, he was a sort of void or "black hole" forcing those he swallowed into that non-existence which the Egyptians feared so greatly. Being completely outside of the natural world, he was believed to require no nourishment other than to "breathe" his own shouts. He was a huge serpent who was thought to have existed at the beginning of time in the waters of primeval chaos prior to creation and his power was so great that it was thought that he would continue to exist in an endlessly malevolent cycle of attack, defeat and resurgent attack. He is thus known by many epithets, ranging from evil lizard, opponent and enemy to world encircler and serpent of rebirth.
Apophis, like Seth, was also associated with various frightening natural events such as unexplained darkness such as solar eclipse, storms and earthquakes. Hence, he was always an underlying threat to the very stability of the cosmos.

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Uma outra serpente...melhor dizendo e, finalmente tratando do grande Dragão que evidencia o caráter apocalíptico do Silmarillion, no evento que pontifica ou trata como prenúncio do fim do mundo: Ancalagon, o negro. Sim, pois a guerra da ira é precedida de inúmeros acontecimentos que lembram os eventos pré-fim dos tempos tratado no livro do Apocalipse:

"Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos".E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.

E houve batalha no ar o dia inteiro e toda uma noite escura de dúvidas. Antes que nascesse o Sol, Eärendil matou Ancalagon, o Negro, o mais poderoso do exército de dragões, e o lançou das alturas. O dragão caiu sobre as torres das Thangorodrim, que foram destruídas com sua queda (...) E todas as escavações de Morgoth foram destruídas e expostas a céu aberto; e o poder dos Valar penetrou nas profundezas da terra.

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Ademais:

Em II Pedro 2:4 lemos: “... Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo....”.

Sem dissentir:

(...) e ele foi levado à prisão na fortaleza de Mandos, de onde ninguém consegue escapar, nem Vala, nem elfo, nem homem mortal. Vastas e fortes são essas construções, e elas foram erguidas a oeste da terra de Aman. Lá Melkor foi condenado a permanecer ao longo de três eras, antes que sua causa voltasse a ser julgada e ele pudesse mais uma vez implorar perdão. Os Valar empurraram o próprio Morgoth pela Porta da Noite, para além das Muralhas do Mundo, para o Eterno Vazio.

O que era exatamente o poder utilizado por Eärendil e a destruição causada na Guerra da Ira, há várias interpretações, desde "Mágica" até o uso de uma arma avançada. Bem, já tinha até especulado o que poderia ser: http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=108571 e http://en.wikipedia.org/wiki/Eye_of_Ra

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or for the preparations of the elevations in the various activities where there was the overcoming of (termed today) the forces of nature or gravity itself; and the preparations through the crystal, the mighty, the TERRIBLE CRYSTAL that made for the active principles in these, were a portion of the activity of the entity in that experience. For this entity, then … we would begin with the stone as the light of the activities in the temple in the Atlantean-Poseidian era. This might be termed the TUAOI STONE — T-u-a-o-i. This would be a six-facet stone of the height, as to proportion, with the rest of the chart as may be indicated. The STONE OF THE TUAOI would be opalescent, while the light would be indicated from the top in the rays of the white light. [The TUAOI stone]


Ilmarinen citou em um post a controvérsia sobre a representatividade da figura divina de Cristo, seja o próprio Eärendil na grande Guerra que marcou a 1ª Era, ou se esta figura encontra-se na Batalha de todas as batalhas presente na profecia de Mando, num Túrin ou Beren revividos. Olha, é complicado isto, haja vista a similaridade entre a figura do Astronauta e o próprio Jesus:

Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã. Apocalipse 22:16 - E dar-lhe-ei a estrela da manhã.
Apocalipse 2:28

Vê-lo-ei, mas não agora, contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel, que ferirá os termos dos moabitas, e destruirá todos os filhos de Sete. Números 24:17

Vide:

- Salve, Eärendil, dos marinheiros o mais famoso, o esperado que chega sem ser percebido, o desejado que chega depois da última esperança! Salve, Eärendil, portador da luz anterior ao Sol e à Lua! Esplendor dos Filhos da Terra, estrela nas trevas, jóia no pôr-do-sol, radiante na manhã!
 
Última edição por um moderador:
Este post é uma continuação do anterior. Não podemos esquecer de um dos personagens marcantes para os acontecimentos de Arda. O ser que protagonizou (mesmo não aparecendo) a obra mais conhecida e querida do Professor: Sim, estou a falar de Sauron, o servo mais capaz e fiel para os desígnios niilista de Melkor. Para mim, o indivíduo que é uma mistura simbólica entre a grande serpente inimiga da pretensão divina estabelecidas, mas também um "avatar" dos objetivos caóticos de seu antigo mestre:

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Entre seus servos que possuem nomes, o maior era aquele espírito que os eldar chamavam de Sauron, ou Gorthaur, o Cruel. No início, ele pertencia aos Maiar de Aulë e continuou poderoso na tradição daquele povo. Em todos os atos de Melkor, o Morgoth, em Arda, em seus imensos trabalhos e nas trapaças originadas por sua astúcia, Sauron teve participação; e era menos maligno do que seu senhor somente porque por muito tempo serviu a outro, e não a si mesmo.
No entanto, nos anos posteriores, ele se elevou como uma sombra de Morgoth e como um espectro de seu rancor, e o acompanhou no mesmo caminho desastroso de descida ao Vazio.

Mesmo não sendo tão poderoso quanto seu mestre, é interessante notar que o "modus Operandi" de Sauron era bem mais sutil e complexo. Uma vez que o personagem utilizava-se de sua "lábia divina" e associado ao uso do Um anel, o vilão tornou-se mestre na corrupção e dominação em massa de civilizações inteiras. Gerou guerras, discórdias, divisão, desconfiança e grande ódio entre os povos, mas principalmente atuou na construção de um culto a sua imagem. Um falso deus, a ser adorado e temido entre os povos:

No leste e no sul praticamente todos os homens estavam sob seu domínio, e naquele período eles se fortaleceram e construíram muitas cidades e muralhas de pedra; e eram numerosos e ferozes na guerra com suas armas de ferro. Para eles, Sauron era tanto rei quanto deus; e sentiam um pavor extremo dele, pois sua morada era cercada com fogo.

Neste sentido, creio ser possível uma interessante correlação entre o Maia Rebelde e uma figura bíblica "potente" e "aguardada" (para alguns..): O anticristo, o príncipe das trevas, o falso profeta. Se retomarmos aos principais eventos que evidenciam a atuação do Senhor dos Anéis, é possível verificar algumas similaridades ou melhor, referências a figura apostata que tanto amedronta os Cristãos: http://en.wikipedia.org/wiki/Antichrist

The Antichrist is a Christian concept based on the exegesis of Second Temple (500 BCE–50 CE) Jewish texts that refer to anti-messiahs. In Christian belief, Jesus the Messiah appears in his Second Coming to earth, to face the emergence of the Antichrist figure. Just as Christ is the savior and the ideal model for humanity, his opponent in the End of Days will be a single figure of concentrated evil.[1] In the New Testament, the term "antichrist" occurs five times in 1 John and 2 John, once in plural form and four times in the singular.[2]

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É na queda de Númenor que é possível identificar certos signos e fatos análogos a sinistra figura bíblica. É na grande ilha que Sauron atua em grandes vertentes comuns com o Antimessias. O primeiro deles é como catalisador de uma Apostasia que muitos creem já estar em curso, um distanciamento/rejeição das crenças e das verdades de uma fé até então tida como verdeira. E prosseguindo-se na atuação de uma grande liderança religiosa maligna, no moldes do poderoso Falso Profeta: http://fimdostempos.net/apostasia-sinal-fim.html

Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Mateus 7:15-20
Rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao seu ventre; e com palavras suaves e lisonjas enganam os corações dos inocentes.

Apostasia é a rejeição total da fé cristã por parte de uma pessoa batizada. A heresia é a negação de uma ou outra verdade da fé. São Paulo Apóstolo adverte ardentemente que a segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo será precedida por uma grande apostasia mundial.
“Não vos deixes enganar de modo algum por pessoa alguma; porque deve vir primeiro a apostasia” (2 Ts 2,1-3).
“O Espírito diz expressamente que nos últimos tempos alguns renegarão a fé, dando atenção a espíritos sedutores e a doutrinas demoníacas”
(1 Tm 4,1.2).

Sem dissentir:

Pois, agora, tendo acesso aos ouvidos dos homens, Sauron com muitos argumentos negava tudo o que os Valar haviam ensinado. - É aquele cujo nome não se pronuncia mais, pois os Valar os enganaram a respeito dele, apresentando em seu lugar o nome de Eru, um espectro criado pela insensatez de seus corações, que procura acorrentar os homens em servidão aos Valar. Pois eles são o oráculo desse Eru, que fala apenas o que eles querem. Mas aquele que é senhor dos Valar ainda vencerá, e os libertará desse fantasma. E seu nome é Melkor, Senhor de Todos, Doador da Liberdade, e ele os tornará mais fortes do que os Valar (...) Então, Ar-Pharazôn, o Rei, voltou-se para o culto do Escuro e de Melkor, seu Senhor, a princípio em segredo; mas dentro em pouco abertamente e diante de seu povo. E eles em sua grande maioria o imitaram.

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Numa referência histórica, a atuação de Ar-Pharazôn em perseguir e sutilmente obrigar a adoração à outro ser divino remete ao tirano Antióco IV: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Mina_Antiochus_IV.PNG

To consolidate his empire and strengthen his hold over the region, Antiochus decided to side with the Hellenized Jews by outlawing Jewish religious rites and traditions kept by observant Jews and by ordering the worship of Zeus as the supreme god (2 Maccabees 6:1–12). This was anathema to the Jews and when they refused, Antiochus sent an army to enforce his decree. Because of the resistance, the city was destroyed, many were slaughtered, and a military Greek citadel called the Acra was established.[7]
“ Not long after this the king sent an Athenian senator to force the Jews to abandon the customs of their ancestors and live no longer by the laws of God; also to profane the temple in Jerusalem and dedicate it to Olympian Zeus, and that on Mount Gerizim to Zeus the Hospitable, as the inhabitants of the place requested...They also brought into the temple things that were forbidden, so that the altar was covered with abominable offerings prohibited by the laws. A man could not keep the sabbath or celebrate the traditional feasts, nor even admit that he was a Jew. At the suggestion of the citizens of Ptolemais, a decree was issued ordering the neighboring Greek cities to act in the same way against the Jews: oblige them to partake of the sacrifices, and put to death those who would not consent to adopt the customs of the Greeks. It was obvious, therefore, that disaster impended. Thus, two women who were arrested for having circumcised their children were publicly paraded about the city with their babies hanging at their breasts and then thrown down from the top of the city wall. Others, who had assembled in nearby caves to observe the sabbath in secret, were betrayed to Philip and all burned to death.

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A segunda vertente evidencia um grande poder mundial, uma grande dominação que ninguém poderá negar, sob pena de grande perseguição e morte. Para os que permacerem fieis aos desígnios "verdadeiros", estes padecerão das piores crueldades perpetradas pelos homens:

E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai ao filho; e levantar-se-ão os filhos contra os pais, e os farão morrer.
E sereis odiados por todos por amor do meu nome; mas quem perseverar até ao fim, esse será salvo.
Ora, quando vós virdes a abominação do assolamento, que foi predito por Daniel o profeta, estar onde não deve estar (quem lê, entenda), então os que estiverem na Judéia fujam para os montes. Marcos 13:12-14

Vide:

Então, lentamente, operou-se na terra uma transformação, e os corações dos amigosdos- elfos se perturbaram profundamente, e muitos se afastaram cheios de medo. E, embora os que permanecessem ainda se intitulassem fiéis, seus inimigos os chamavam de rebeldes.

E o mais freqüente era que escolhessem suas vítimas entre os Fiéis. Porém, eles nunca eram acusados abertamente de não adorar Melkor, o Doador da Liberdade, mas o motivo para persegui-los era seu ódio ao Rei, o fato de serem rebeldes ou de tramar contra sua gente, inventando mentiras e venenos. Essas acusações eram em sua maioria falsas. Contudo, aqueles foram dias amargos, e ódio gera ódio.

A outra vertente; esta bem gritante na referência de Sauron com a falsa criatura tratada é a criação de um falso culto, mais precisamente com precedência interessante, mas abominável: a substituição físico-simbólica da antiga e original adoração através da construção do templo no lugar do sagrado local de adoração. É interessante notar que dentre tantos lugares, o Akallabeth descreve:

Já Sauron fez com que fosse construído no topo da colina, no meio da cidade dos númenorianos, Armenelos, a Dourada, um templo enorme. E. Na base, sua forma era a de um circulo. Ali, as paredes tinham quinze metros de espessura, e a largura da base era de cento e cinqüenta metros de um lado a outro, ao passo que as paredes se elevavam a cento e cinqüenta metros do piso e eram coroadas por uma enorme cúpula. E essa cúpula era toda recoberta de prata e se erguia cintilante ao Sol, de tal modo que sua luz podia ser vista a grande distância; mas logo a luz escureceu, e a prata ficou negra.

No que tange a temível atuação do anticristo:

Circa 380, an apocalyptic pseudo-prophecy falsely attributed to the Tiburtine Sibyl describes Constantine as victorious over Gog and Magog. Later on, it predicts:
When the Roman empire shall have ceased, then the Antichrist will be openly revealed and will sit in the House of the Lord in Jerusalem. While he is reigning, two very famous men, Elijah and Enoch, will go forth to announce the coming of the Lord. Antichrist will kill them and after three days they will be raised up by the Lord. Then there will be a great persecution, such as has not been before nor shall be thereafter. The Lord will shorten those days for the sake of the elect, and the Antichrist will be slain by the power of God through Michael the Archangel on the Mount of Olives.[19]
Augustine of Hippo (354 – 430) wrote "it is uncertain in what temple [the Antichrist] shall sit, whether in that ruin of the temple which was built by Solomon, or in the Church."[20]
Pope Gregory I wrote to Emperor Maurice A.D. 597, concerning the titles of bishops, "I say with confidence that whoever calls or desires to call himself ‘universal priest’ in self-exaltation of himself is a precursor of the Antichrist."

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É nesta catastrófica rebelião que vemos ocorrer na Atlântida, que Sauron vai distanciar os corações e mentes dos Númenorianos num objetivo insano e abominável: A invasão das Terras Santas. Algo que me é familiar com a grande corrupção descrita no livro da revelação de ferozes e poderosos povos que atacarão http://en.wikipedia.org/wiki/Gog_and_Magog

Gog and Magog (Arabic: يَأْجُوج وَمَأْجُوج‎ Yaʾjūj wa-Maʾjūj; Hebrew: גּוֹג וּמָגוֹג Gog u-Magog) are names that appear in the Old Testament, and in numerous subsequent references in other works, notably the Book of Revelation, as well as in the sacred scripture of Islam, the Qur'an. They are sometimes individuals, sometimes peoples, and sometimes geographic regions. Their context can be either genealogical (as Magog in Genesis 10:2) or eschatological and apocalyptic, as in the Book of Ezekiel and Revelation. The passages from Ezekiel and Revelation in particular have attracted attention due to their prophetic descriptions of conflicts said to occur near the "end times".

E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha.
E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou. Apocalipse 20:8-9
 
Gente, que coisa de loucoooo essas análises de vocês! Rs!

Vou pegar um tempinho e ler, mas tem muita coisa legal msm!!

No mais, sempre vi Morgoth como um demônio mesmo, e Sauron como um "demônio menor", que depois acabou "fazendo a festa" e um bom estrago.
 
Material útil de tópico que foi, estranhamente, apagado do fórum recentemente, posts meus e do Celio Meneldur reproduzidos abaixo por segurança:

Meneldur
21-07-2010, 07:36

Industrial, Tolkien nunca descreveu a Última Batalha com detalhes. Ele sempre quise inseri-la na história de Arda, como uma "profecia", mas nunca procurou "escrever como foi", entende?

Até 1937, ano que escreveu sobre o SdA, Tolkien tinha concepções muito claras sobre o que aconteceria no "Fim do Mundo": Melkor voltaria, Túrin, Eonwë (na época chamado Fionwë) e Tulkas lutariam com ele, e Túrin o acabaria matando de vez. Então Túrin seria contado entre os Valar (contado como um deles, não viraria um Vala de verdade - isso é impossível).

Mas, depois que Tolkien acabou de escrever o SdA, e voltou para o "Assunto dos Dias Antigos", no começo da década de 50, ele pensou algo totalmente novo para a Dagor Dagorath. Ele não estava totalmente satisfeito com os elementos presentes anteriormente. Havia inconsistências: como Túrin poderia voltar do Destino dos Homens? Como Morgoth poderia lutar sem pés nem mãos (já que ele não podia mudar seu próprio corpo)? Tolkien eliminou do Silmarillion todas as referências à Segunda Profecia de Mandos (como o próprio CT comenta). Isso denota que ele não estava satisfeito com ela e queria descartá-la.

Mas o Professor não queria descartar totalmente a Última Batalha. Resolveu modificá-la totalmente. Morgoth voltaria sim, mas não seria contra Túrin que ele lutaria. Seria contra os Valar. Vejamos o que Tolkien escreve no Myths Transformed:

A guerra teve êxito, e a ruína limitou-se à pequena (embora bela) região de Beleriand. Morgoth foi então na verdade feito cativo em forma física, e naquela forma levado como um simples criminoso a Aman e entregue a Námo Mandos como juiz - e executor. Foi julgado e, finalmente, expulso do Reino Abençoado e executado: isso é, morto como um dos Encarnados.

Quando aquele corpo foi destruído ele ficou fraco e completamente “sem-casa” e, naquela época, aparentemente perdido e “instável”. Lemos que ele foi empurrado para o Vazio. Aquilo deveria significar que ele foi posto fora do Tempo e Espaço, completamente fora de Eä; mas, se fosse assim, implicaria uma intervenção direta de Eru (com ou sem súplica dos Valar). Pode referir-se inacuradamente, porém, à retirada ou vôo de seu espírito de Arda

Pelo menos não podia ainda recorporificar-se. Nós não precisamos supor que Manwë estava iludido na suposição de que esta fora uma guerra para terminar com a guerra, ou até mesmo terminar com Melkor. Melkor não era Sauron.
Seria esperado, então, que o espírito escuro do “resquício” de Melkor, finalmente e após longas eras, aumentasse novamente, até mesmo (como alguns acreditaram) atrair de volta para si mesmo um pouco de seu poder dissipado anteriormente. Ele faria isto (mesmo se Sauron não pudesse) por causa de sua grandeza relativa.
Resumindo: Melkor volta, mas não luta contra Túrin.

Aí tudo começa "do zero": os homens vão para "Arda Restaurada", uma Arda nova, sem o poder de Melkor, com Eru.

Quanto à sua última pergunta: Tolkien queria que seu mundo "tivesse um Fim" sim. Ele não queria é escrever o que aconteceria com detalhes.

Ilmarinen
10-08-2010, 20:34
Industrial, Tolkien nunca descreveu a Última Batalha com detalhes. Ele sempre quise inseri-la na história de Arda, como uma "profecia", mas nunca procurou "escrever como foi", entende?

Até 1937, ano que escreveu sobre o SdA, Tolkien tinha concepções muito claras sobre o que aconteceria no "Fim do Mundo": Melkor voltaria, Túrin, Eonwë (na época chamado Fionwë) e Tulkas lutariam com ele, e Túrin o acabaria matando de vez. Então Túrin seria contado entre os Valar (contado como um deles, não viraria um Vala de verdade - isso é impossível).



Na verdade, Célio, Tolkien manteve a noção, apresentada como uma suposição, de que os espíritos de homens partidos para o Além, Fora de Eä, deveriam se tornar Valar, inclusive depois da publicação do Senhor dos Anéis, o comentário está incluído em HoME IX e foi repetido em HoME X, e, presumivelmente, isso ainda é válido para aqueles que morreram na Bem Aventurança, mesmo depois da Queda descrita no Conto de Adanel.

Desde o The Book of Lost Tales o "contado entre os Valar" era para ser entendido sim como significando transformando-se em Vala.


Yet now the prayers of Urin and Mavwin came even to Manwe, and the Gods had mercy on their unhappy fate, so that those twain Turin and Nienori entered into Fos'Almir, the bath of flame, even as Urwendi and her maidens had done in ages past before the first rising of the Sun, and so were all their sorrows and stains washed away, and they dwelt as shining Valar among the blessed ones, and now the love of that brother and sister is very fair; but Turambar indeed shall stand beside Fionwe in the Great Wrack, and Melko and his drakes shall curse the sword of
Mormakil.'

Of the astonishing feature at the end of Eltas' narrative (pp. 115 -- 16)of the 'deification' of Turin Turambar and Nienori (and the refusal of the Gods of Death to open their doors to them) it must be said thatm nowhere is there any explanation given- though in much later versions of the mythology Turin Turambar appears in the Last Battle and smites Morgoth with his black sword. The purifying bath into which Turin and Nienori entered, called Fos'Almir in the final text, was in the rejected text named Fauri; in the Tale of the Sun and Moon it has been described (I. 187), but is there given other names: Tanyasalpe, Faskalanumen, and Faskalan.





Ou seja, se for mesmo o caso de que Túrin e/ou Beren retornariam na época da Dagor Dagorath ou da Última Batalha da Primeira Era,Guerra da Ira, ambos, ao regressarem do "Destino dos Homens", deveriam, pela inferência, fazê-lo já convertidos em Valar.


Men (the Followers or Second Kindred) came second, but it is guessed that in the first design of God they were destined (after tutelage) to take on the governance of all the Earth, and ultimately to become Valar, to 'enrich Heaven', Iluve. But Evil (incarnate in Meleko) seduced them, and they fell.
He may therefore in stage introduce things directly, which were not in the Music and so are not achieved through the Valar. It remains, nonetheless, true in general to regard Eä as achieved through their mediation.

The additions of Eru, however, will not be 'alien'; they will be accommodated to the nature and character of Eä and of those that dwell in it; they may enhance the past and enrich its purpose and significance, but they will contain it and not destroy it.

Para variar, isso reflete Doutrina postulada a princípio pelo Paulo , o Apóstolo dos Gentios (http://www.bibliaonline.com.br/acf/1co/15). A rigor não implica realmente em dizer que os Homens se tornam anjos depois da Morte e do Julgamento e da Ressurreição da Carne, já que anjos são exclusivamente espíritos incorpóreos, mas que a carne é transfigurada e "elevada" junto com o espírito.

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Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão?
Insensato! o que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer.
E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou de outra qualquer semente.
Mas Deus dá-lhe o corpo como quer, e a cada semente o seu próprio corpo.
Nem toda a carne é uma mesma carne, mas uma é a carne dos homens, e outra a carne dos animais, e outra a dos peixes e outra a das aves.
E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres.
Uma é a glória do sol, e outra a glória da lua, e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela.
Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção.
Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor.
Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual.
Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante.

Detalhes aí:

http://www.newadvent.org/cathen/12792a.htm

Repare como algumas qualidades que Tolkien atribui aos espíritos dos Elfos refletem algumas das propriedades dos espíritos dos homens santos reencarnados como imortais, refletindo a teologia escolástica sobre as palavras de Paulo na Carta aos Coríntios onde ele fala sobre a natureza dos Ressuscitados.


As ages passed the dominance of their fear ever increased,'consuming' their bodies (as has been noted). The end of this process is their 'fading', as Men have called it; for the body becomes at last, as it were, a mere memory held by the fea; and that end has already been achieved in many regions of Middle-earth, so that the Elves are indeed deathless and may not be destroyed or changed(impassibilidade).(30)

He wrote here: 'Memory by a fëa of experience is evidently powerful, vivid, and complete. So the underlying conception is that"matter" will be taken up into "spirit", by becoming part of its knowledge - and so rendered timeless and under the spirit's command ( sutileza). As the Elves remaining in Middle-earth slowly "consumed"their bodies - or made them into raiments of memory? The resurrection of the body (at least as far as Elves were concerned) was in a sense incorporeal. But while it could pass physical barriers at will, it could at will oppose a barrier to matter( sutileza de novo). If you touched a resurrected body you felt it. Or if it willed it could simply elude you - disappear. Its position in space was at will(agilidade).'


These three characteristics, identity, entirety, and immortality, will be common to the risen bodies of the just and the wicked. But the bodies of the saints shall be distinguished by four transcendent endowments, often called qualities.

The first is "impassibility", which shall place them beyond the reach of pain and inconvenience. "It is sown", says the Apostle, "in corruption, it shall rise in incorruption" (1 Corinthians 15:42). The Schoolmen call this quality impassibility', not incorruption, so as to mark it as a peculiarity of the glorified body; the bodies of the damned will be incorruptible indeed, but not impassible; they shall be subject to heat and cold, and all manner of pain.
The next quality is "brightness", or "glory", by which the bodies of the saints shall shine like the sun. "It is sown in dishonour," says the Apostle, "it shall rise in glory" (1 Corinthians 15:43; cf. Matthew 13:43; 17:2; Philippians 3:21). All the bodies of the saints shall be equally impassible, but they shall be endowed with different degrees of glory. According to St. Paul: "One is the glory of the sun, another the glory of the moon, another the glory of the stars. For star differeth from star in glory"'(1 Corinthians 15:41-42).
The third quality is that of "agility", by which the body shall be freed from its slowness of motion, and endowed with the capability of moving with the utmost facility and quickness wherever the soul pleases. The Apostle says: "It is sown in weakness, it shall rise in power" (1 Corinthians 15:43).
The fourth quality is "subtility", by which the body becomes subject to the absolute dominion of the soul. This is inferred from the words of the Apostle: "It is sown a natural body, it shall rise a spiritual body" (1 Corinthians 15:44). The body participates in the soul's more perfect and spiritual life to such an extent that it becomes itself like a spirit. We see this quality exemplified in the fact that Christ passed through material objects.

Vemos, então, que 3 das quatro "qualidades" dos Santos reencarnados aparecem explicitamente descritas nos corpos dos elfos "transfigurados": Agilidade, a capacidade de estar em qualquer lugar à vontade, impassibilidade, a imunidade a dano, e sutileza a submissão do novo corpo "feito de memória" à vontade do fëa élfico, o que lhe dá a capacidade de se tornar etéreo e atravessar a matéria consoante a vontade .

A "claridade" era, indubitavelmente, tida por Gandalf, o Branco, e pela forma fánar dos Valar e outros Ainur e , possivelmente, dado o sentido de "alvo" como sendo elemento embutido no nome "elfo", claro, branco, fica subentendido que era atributo dos elfos também.


On the other hand, in a less tentative analysis, the name Vanyar may be related with the etymology of elf. Tolkien was obviously aware that elves were traditionally believed to be fair (beautiful) creatures, but moreover he should have known that the word elf itself was thought to originally mean "fair" in the sense of "light colored, white," as commented on above. Thus, it is possible that the name of the first kindred of Elves had been inspired by that idea. This theory is further supported by the generic name by which Men referred to Elves in Adunaic: Nimir, which stands for "the Beautiful" (WJ 386), but literally meant "the Shining Ones," from the verb NIMIR "shine" (Sauron Defeated 358, 416). (10) It is told that they were so named because "they were exceeding fair to look upon, and fair were all the works of their tongues and hands." But all those Adunaic words seem to be clearly connected to the Sindarin term nim ("white"), occurring in names like Nimloth ("White Flower"), Ered Nimrais ("White Mountains"), etc. (Sil. 438). This means that the pattern of a noun that etymologically means "white, light-colored," but is used to mean "beautiful" or to refer to fair beings, is not only common to Vanyar and the hypothetical history of the word elf, but also to the history of Nimir, the generic Adunaic name for Elves.

Como vemos, é impressionante o grau em que Tolkien parecia estar mesmo estudando teologia escolástica feita por Tomás de Aquino (http://www.catholicbook.com/AgredaCD/Aquinas_Catechism/acreed11.htm) para descrever as mudanças nos corpos etéreos e "sutis" dos elfos.

Juízo Final, a Ressurreição dos Corpos e Novo Céu e Nova Terra – Marcos Rocha (http://gentedefe.com/marcosrocha/20...-corpos-e-novo-ceu-e-nova-terra-marcos-rocha/)


Após a morte, seremos salvos, graças a Cristo. Receberemos corpos gloriosos ou espirituais. É o que está em Fl 3,21 e em 1 Cor 15,41-44, por exemplo. Teremos os chamados dons sobrenaturais, que compreendem:
a) a impassibilidade: o corpo estará submetido à alma racional, que estará submetida perfeitamente a Deus. Não haverá mais doenças, ferimentos, fadiga, sono, frio ou calor. Implica em eterna saúde, bem-estar inalterável, pois o domínio do homem sobre o corpo será perfeito.
b) a sutileza: implica o poder de aparecer e desaparecer, assim como o de penetrar através dos corpos sólidos, como Jesus ressuscitado fez (Jo 20,19-26). Como dito sobre a impassibilidade, o corpo estará submetido à alma racional, que estará submetida perfeitamente a Deus. O domínio do homem sobre o corpo será perfeito, conferindo o efeito em sua parte corpórea de algo da natureza dos espíritos, os quais chamamos sutis. Como Cristo ressuscitado, os corpos serão palpáveis, mantendo a consistência desta terra.
c) a agilidade: Também como conseqüência deste domínio perfeito sobre o corpo, haverá um efeito também sobrenatural sobre o movimento. A agilidade livrará o corpo do seu peso e ele poderá ir para onde deseja a alma com uma facilidade e velocidade incomparáveis.
d) a claridade : como um jorro de glória sobre o corpo humano (Mt 13,41; Ap 21,23). Esta claridade é fruto da visão beatífica. Jesus tinha este atributo e os demais, contudo, suspendera a impassibilidade (para sofrer por nós na cruz) e a claridade. Só a deixou ver por ocasião da transfiguração (Mt 17), a três dos apóstolos – Pedro, Tiago e João
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