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Os Magos Azuis

Os magos azuis são (junto a Tom Bombadil e Fruta dOuro, e a questão das asas de Balrog) provavelmente os personagens mais incertos e desconhecidos dos trabalhos do Professor J.R.R. Tolkien . Não sendo comentados nO Senhor dos Anéis - apenas a citação enraivecida de Saruman sobre "os cajados dos cinco magos" (As Duas Torres, "A Voz de Saruman") indica a possibilidade de suas presenças - somente após a morte do Professor algumas informações relevantes sobre eles foram reveladas. Este momento ocorreu quando o livro Contos Inacabados foi publicado em 1980, uma coleção de contos e ensaios que Christopher Tolkien recuperou dos escritos de seu pai e editou em um livro. Um desses ensaios diz respeito aos Istari, outro nome para a ordem dos magos. Dentro desta seção do livro, finalmente alguma informação foi revelada sobre eles; de fato, é a maior fonte de informação sobre os Istari.

No primeiro dos textos apresentados, datado temporariamente por Christopher Tolkien como sendo de 1954, a chegada dos magos aos grandes portos é dada. Após a descrição da chegada de Saruman, segue-se alguma informação sobre os magos azuis:

"... Mas existiram outros, dois vestidos de azul-marinho... dos Azuis pouco é sabido no Oeste [da Terra-média], e não possuem nomes exceto Ithryn Luin os Magos Azuis; pois eles viajaram para o leste com Curinir, mas nunca retornaram; e se permaneceram no Leste, prosseguindo com os objetivos para os quais foram enviados, ou morreram ou, como é defendido por alguns, foram enlaçados por Sauron e tornaram-se seus servos não é conhecido. Mas nenhuma dessas possibilidades é impossível."

A próxima fonte, cronologicamente no desenvolvimento da história, é uma das cartas de Tolkien (que foram publicadas por Humphrey Carpenter no The Letters of J.R.R. Tolkien). Na Carta #180, um rascunho datado de 14 de janeiro de 1956, Tolkien escrever: "Quase não há referências nO Senhor dos Anéis a coisas que não existem de fato em seu próprio plano (de realidade secundária sub-criacional): isto é, que foram escritas". Em uma nota de rodapé situada na palavra existem, Tolkien acrescenta "Os Gatos da Rainha Berúthiel e os nomes e aventuras dos outros 2 magos (5 menos Saruman, gandalf e Radagast) é tudo que consigo me lembrar". Portanto fica claro que, a este momento, realmente nada fora determinado, pelo próprio autor, sobre quem os Magos Azuis eram (esta carta pode indicar mesmo menos conhecimento do que o texto acima dá).

Outra carta preenche o espaço de fonte significativa de informação sobre os dois magos. Carta 211, escrita em outubro de 1958, oferece informações mais específicas sobre seus destinos:

"Eu realmente não sei nada muito claramente sobre os outros dois - uma vez que eles não dizem respeito à história do noroeste. Eu acho que eles foram como emissários para regiões distantes, Leste e Sul, bem distantes do alcance Numenoriano: missionários para terras ocupadas pelo inimigo, aparentemente. Quanto sucesso tiveram eu não sei; mas temo que eles falharam, assim como Saruman, embora de maneiras diferentes; e eu suspeito que eles foram os fundadores ou iniciadores de cultos secretos e tradições mágicas que sobreviveram à queda de Sauron."

No Contos Inacabados existe outro texto que revela um pouco mais de informação sobre os Magos Azuis. A datação do texto não é conhecida mas é colocado após a escrita dO Senhor dos Anéis (pode ter sido escrito antes ou depois da carta precendente, mas isto não é muito importante para esta discussão). O texto é uma descrição de um conselho em Valinor no qual o envio dos magos foi decidido e algumas informações novas são reveladas sobre os Magos Azuis. Seus nomes aqui são Alatar e Pallando, ambos Maiar de Oromë (embora Pallando tenha sido mudado, sendo antes um Maia de Mandos e Nienna). Originalmente, Alatar foi o único escolhido por Oromë, mas Alatar escolheu levar Pallando "como um amigo". Nenhuma razão é dada para suas atribuições a Oromë, mas Christopher Tolkien especula: "Oromë, de todos os Valar, tinha o maior conhecimento das regiões distantes da Terra-média, e os Magos Azuis estavam destinados a viajar para estas regiões e permanecer lá". Esta idéia é a mesma presente na Carta 211, portanto não existe contradição aparente entre estes textos.

Todas as informações acima, retiradas do Contos Inacabados, apontam para a chegada na Terra-média por volta de 1050 anos após o início da Terceira Era, uma vez que eles chegaram aproximadamente ao mesmo tempo que os outros magos (e esta data é dada no Apêndice B dO Retorno do Rei). Apesar disso, em 1996 quando o décimo segundo volume da série The History of Middle-Earth, The Peoples of Middle-Earth, foi publicado, uma nova perspectiva sobre os Magos Azuis foi revelada - uma perspectiva que vai de encontro a essencialmente todas as informações de fontes anteriores sobre os dois magos perdidos. Anotações que foram consideradas incompreensíveis durante a escrita do Contos Inacabados (como declarado em ambos os livros) foram finalmente decifradas por Christopher Tolkien. Tendo sido escritas nos últimos anos da vida do Professor Tolkien - 1972 - a chegada dos magos azuis foi mudada até mesmo na data. O texto dado no The Peoples of Middle-Earth, "Last Writings", é citado aqui em sua totalidade. Inicialmente existe uma visão mais geral dos magos:

Não são registrados nomes para os dois magos. Eles nunca foram vistos ou conhecidos nas terras a oeste de Mordor. Os magos não vieram ao mesmo tempo. Possivelmente Saruman, Gandalf e Radagast vieram, mas mais provavelmente Saruman o chefe (e já conciente disso) veio primeiro e sozinho. Possivelmente Gandalf e Radagast vieram juntos, embora isto ainda não tenha sido contado. (o que é mais provável)... Glorfindel também encontrou Gandalf nos Portos. A existência dos outros dois seria conhecida apenas por Saruman, Gandalf e Radagast, e Saruman em sua ira mencionando os cinco estava deixando escapar um pedaço de informação privada.
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Novamente, aqui, temos referência ao comentário de Saruman sobre os "Cajados dos Cinco Magos" e o mistério geral sobre os dois Istari restantes. Contudo, também se segue uma descrição muito mais específica:

"Os outros dois vieram muito mais cedo, provavelmente ao mesmo tempo que Glorfindel, quando os assuntos se tornaram muito perigosos na Segunda Era. Glorfindel fora enviado para auxiliar Elrond e foi (embora nada tenha sido dito) proeminente na guerra em Eriador. Mas os outros dois Istari foram enviados com um propósito diferente. Morinehtar e Romestano. Assassino da Escuridão e Auxiliar do Oeste. Suas tarefas eram driblar Sauron: levar ajuda às poucas tribos de Homens que se rebelaram contra a Adoração a Melkor, provocar rebelião... e após sua primeira queda procurar seu esconderijo (no qual falharam) e causar dissensão e confusão no Leste escuro... Eles devem ter tido uma grande influência na história da Segunda e Terceira Eras em enfraquecer e confundir as forças do Leste... que, de outra forma, tanto na Segunda quanto na Terceira Era teriam... sobrepujado o Oeste".

Fica claro qual era a última idéia de Tolkien com relação ao assunto (embora última, como tudo envolvendo os escritos de Tolkien, simplesmente não significa finalizada). Os Magos Azuis chegaram na Segunda Era, por volta do ano 1600 para ajudar nas guerras contra Sauron. Eles não foram enviados para auxiliar as forças dos Povos Livres na batalha contra o mal, como os outros magos, mas para seguir para o leste e destruir a base de Sauron entre os Orientais. Apesar de na Carta 211 ser dito provável que tenham falhado em suas missões, aqui o oposto é verdadeiro, pois se tornaram essenciais para as vitórias do Leste nas Guerras contra Sauron reduzindo as forças de Sauron no Leste. E também seus nomes são alterados para Morinehtar e Romestamo.

O assunto Glorfindel não é importante aqui além de saber que também em escritos tardios de Tolkien é explicitado claramente que Glorfindel de Gondolin reincarnou e retornou à Terra-média provavelmente no tempo em que Sauron forjava o Um Anel e se preparava para a guerra contra os Elfos que descobriram seu segredo. Os Magos Azuis são ditos terem vindo com ele para a Terra-média, mas, novamente, não foram enviados para reforçar os exércitos de Elrond, mas para enfraquecer os de Sauron, e desestabilizar sua influência no Leste.

No final das contas pode-se ver que os Magos Azuis possuem uma história complicada. Originalmente nada era sabido deles e apenas uma dica superficial de suas existência pode ser encontrada nO Senhor dos Anéis. Logo, suas missões no Leste foram estabelecidas, mas é duvidoso se foram bem sucedidos. Nos últimos textos, embora a história nunca tenha sido completamente terminada, os rumores de falha são eliminados; ao invés disso os dois magos se tornaram muito importantes para a sobrevivência da Terra-média e derrota de Sauron.
 

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