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Os Magos Azuis e os Espectros do Anel

É verdade, Célio.

Morgs, ao dizer que eles poderiam estar sujeitos a dominação por um Grande Anel de poder, disso eu não tenho dúvidas, mas você acha mesmo que Sauron, que detinha os Nove Anéis dos Homens, teria dado Anéis aos Magos Azuis? Eu acho difícil, porque Sauron estava recolhendo todos os Anéis que estivessem ao seu alcance para que ele tivesse o maior poder possível, já que estava sem o Um Anel.
 
Os Nazgûl eram homens, isso ok... mas o fato dos Istari estarem encarnados (um caso único em todas as eras) não é um fato a se considerar? Melhor dizendo, se os Magos estavam sujeitos a tudo o que os encarnados estão, por que o Anel não poderia ter o mesmo efeito num Istar do que num Homem, por exemplo? O simples fato deles poderem se tornar servos do Inimigo já mostra que a força maia dentro deles está limitada pelo corpo, então não acho impossível (ainda mais agora, com esses relatos das datas, que eu não conhecia), que eles pudessem ser, de alguma forma, espectros... (não afirmo que eles tenham se tornado Nazgûl, mesmo porque é impossível de afirmar qq coisa aqui, mas não descarto a possibilidade...
Mas os hröar deles eram beeeeeeem mais resistentes que os dos homens. Isso dificultaria MUITO. E os espíritos deles também, e isso pode fazer toda a diferença.

Eu acho que algumas coisas podem ser descartadas, sim. Tolkien diz com todas as letras que os Nazgûl são HOMENS, várias vezes. Da raça humana, não seres de outras raças em corpos de aparência humana.

Os Magos Azuis podem ter se tornado servos do Inimigo? Sim. Podem virar espectros? Talvez. Se tornaram Nazgûl? NÃO.

Morgs, peço que responda a pergunta: como conciliar a afirmação de que os Nazgûl são homens com a possibilidade dos Magos serem Nazgûl? Não estou levando em conta aqui se eles podem ter virado espectros de algum outro modo (o que acho improvável), mas sim deles terem se tornado dois dos Nove.


Levantar hipóteses e 'viajar' um pouco é bom; masficar duvidando do que está mais que estabelecido nos livros não leva a nada.
 
Morgoth fala...

Mas os hröar deles eram beeeeeeem mais resistentes que os dos homens. Isso dificultaria MUITO. E os espíritos deles também, e isso pode fazer toda a diferença.

Concordo contigo! :)

Eu acho que algumas coisas podem ser descartadas, sim. Tolkien diz com todas as letras que os Nazgûl são HOMENS, várias vezes. Da raça humana, não seres de outras raças em corpos de aparência humana. [/QUOTES]

Ah mas quem afirma é Gandalf, segundo a tradição dos anéis de poder :) O que Tolkien diz é que pouquíssima gente sabe quem são ou de onde vem os Istari...

...and none save maybe Elrond, Círdan and Galadriel discovered of what kind they were or whence they came.

... e, sendo assim, um mago destes poderia muito bem se passar por um homem mortal :)

Sem contar que não era de conhecimento de muita gente os tais homens que caíram na armadilha de Sauron. Deconfiava-se que alguns eram da raça dos númenoreanos:

Yet Sauron was ever guileful, and it is said that among those whom he ensnared with the Nine Rings three were great lords of Númenórean race.

... enfim, um conhecimento nebuloso.

Outra coisa que temos que separar muito bem é o conhecimento que temos como leitores do conhecimento dos personagens do livro... esse conceito de fulano ser um Maia ou um Ainu, não era algo difundido na Terra-média, e dificilmente alguém falaria 8 anéis para os homem mortais e 1 para o maia azul hehehehe

Maaaaaas, ok... apesar de ver uma certa possibilidade aqui, acho realmente difícil que um dos Azuis tenha se tornado um espectro do Anel... pronto, to confeçando que é difícil, clemência com o Senhor do Escuro!!! ;)
 
Mas, Morgs, assim podemos duvidar até do Silmarillion... Afinal, foram os elfos que o escreveram.
Tolkien diz que os Istari são Maiar, como autor. E cita o poema do Anel, como autor, na Carta 131, quando explica quando os Anéis são divididos.
Desconfiava-se que eram númenorianos, não que erah homen. Isso era sabido. E embora os Magos pudessem parecer homesn, logo se veria que eles não eram: não envelheciam. Ninguém dizia que Gandalf era homem.
Tolkien não poria uma fala totalmente errada e sem sentido na boca de um personagem, não uma frase dessa importância.
 
Morgoth fala...

Mas, Morgs, assim podemos duvidar até do Silmarillion... Afinal, foram os elfos que o escreveram.

Exatamente!! O "elemento Morgoth" tá aí, não dá pra gente ficar acreditando em tudo e em todos não!! hehehehe

Tolkien diz que os Istari são Maiar, como autor. E cita o poema do Anel, como autor, na Carta 131, quando explica quando os Anéis são divididos.

Inegável que os Istari eram Maiar, apesar de ninguém na Terra-média saber disso.

Desconfiava-se que eram númenorianos, não que erah homen. Isso era sabido.

Ah sim, mencionei isso só pra dizer que ninguém sabia exatamente quem eram esses caras que foram corrompidos. E, na boa, acredito que se os Elfos que são elfos tiraram os Três do dedo quando perceberam que Sauron tava de palhaçada, se por um acaso Alatar ou Pallando tivessem estes anéis em mãos, eles também os teriam tirado, com certeza (o Saruman eu já não tenho tanta certeza... é capaz desse aí, de tão metido que é, achar que pode dominar o Um com um dos Nove hehehe )

Ninguém dizia que Gandalf era homem.

Hehehehehhehehehe, bem ele gostava de hobbits e... deixa pra lá :P

Correto... ele costumava ser confundido sim, com um elfo, apesar da barba... acho que confundiam o Gandalf com o Círdan hehehehe
De qq forma, até notar que o Mago não envelhecia, vai um boooom tempo...

Tolkien não poria uma fala totalmente errada e sem sentido na boca de um personagem, não uma frase dessa importância.

Ah, mas pra quem colocou o Bombadil pululante no meio da Floresta Velha, coloca qualquer coisa hehehe
 
Morgoth fala...

Ah mas quem afirma é Gandalf, segundo a tradição dos anéis de poder :) O que Tolkien diz é que pouquíssima gente sabe quem são ou de onde vem os Istari... e, sendo assim, um mago destes poderia muito bem se passar por um homem mortal

Mas, Morgs, assim podemos duvidar até do Silmarillion... Afinal, foram os elfos que o escreveram.

Só retomando essa pequena comentada no assunto deste tópico. Sobre aquilo que é dito dentro da obra por algum personagem qualquer e aquilo que é dito pelo autor em si. Li uma carta de Tolkien hoje que reforça essa forma de ver as coisas e valida completamente hipóteses mesmo que de outra forma afirmadas dentro da obra. Achei bem interessante; só compartilhando:

Carta 153, para Peter Hastings:

Treebeard is a character in my story, not me; and though he has a great memory and some earthy wisdom, he is not one of the Wise, and there is quite a lot he does not know or understand

O parágrafo completo:

As for other points. I think I agree about the 'creation by evil'. But you are more free with the word 'creation' than I am. Treebeard does not say that the Dark Lord 'created' Trolls and Ores. He says he 'made' them in counterfeit of certain creatures pre-existing. There is, to me, a wide gulf between the two statements, so wide that Treebeard's statement could (in my world) have possibly been true. It is not true actually of the Orcs – who are fundamentally a race of 'rational incarnate' creatures, though horribly corrupted, if no more so than many Men to be met today. Treebeard is a character in my story, not me; and though he has a great memory and some earthy wisdom, he is not one of the Wise, and there is quite a lot he does not know or understand. He does not know what 'wizards' are, or whence they came (though I do, even if exercising my subcreator's right I have thought it best in this Tale to leave the question a 'mystery', not without pointers to the solution).

Ou seja, nada é 100% certo, a menos que o próprio autor diga (o que é raro, sendo que ele mesmo faz perguntas sobre o seu próprio mundo hehehe). O lado bom disso tudo é que muitas discussões podem surgir desse meio :)
 
Mas, Morgs, será que Tolkien deixaria Gandalf 'errar' em algo tão fundamental para a história? O caso de Barbárvore era uma questão menor. E como já disse, o poema não foi feito por Gandalf, e Tolkien como autor o usa para dizer como os Anéis foram distribuídos.
 
Morgoth fala...

Mas, Morgs, será que Tolkien deixaria Gandalf 'errar' em algo tão fundamental para a história? O caso de Barbárvore era uma questão menor. E como já disse, o poema não foi feito por Gandalf, e Tolkien como autor o usa para dizer como os Anéis foram distribuídos.

Não, eu concordo contigo, e difícil realmente. Só queria mesmo compartilhar esse trechinho da carta sobre a diferença que o próprio Tolkien coloca quanto aos dizeres do autor x personagem. É isso aí! :joinha:

A propósito, Tolkien não se pronuncia no SdA (com exceção, talvez, dos apêndices), pois quem o escreveu foi, teoricamente, Frodo e Sam. Então qualquer menção ao poema do anel no decorrer do livro, veio do conhecimento destes sobre o que disseram a eles, certo?
 
Última edição:
A propósito, Tolkien não se pronuncia no SdA (com exceção, talvez, dos apêndices), pois quem o escreveu foi, teoricamente, Frodo e Sam. Então qualquer menção ao poema do anel no decorrer do livro, veio do conhecimento destes sobre o que disseram a eles, certo?
Eu me referi a um trecho da Carta 131 em que o Tolkien menciona o poema.
 
Como já dito: diz-se que os Nazgûl eram grandes reis, que foram seduzidos pelo poder das sombras ou algo do gênero. Pelo que eu me lembre, não houveram maiar reis, então acho que isso anula a hipótese.
Mas, se desconsiderar essa(e) afirmação/boato acredito que a hipótese seja real. Como faz tempo que eu li as obras e só estarei apto a relê-las no início do mês que vem, e com grandes pausas pois o colégio em que estudo é famoso por ser 'bravo', vai demorar para eu poder debater, de fato, esse assunto.
Mas pelo que eu me lembre é isso mesmo o que eu disse, e desculpas caso tenha errado.
 
Morgoth fala...

Como já dito: diz-se que os Nazgûl eram grandes reis, que foram seduzidos pelo poder das sombras ou algo do gênero. Pelo que eu me lembre, não houveram maiar reis, então acho que isso anula a hipótese.
Mas, se desconsiderar essa(e) afirmação/boato acredito que a hipótese seja real. Como faz tempo que eu li as obras e só estarei apto a relê-las no início do mês que vem, e com grandes pausas pois o colégio em que estudo é famoso por ser 'bravo', vai demorar para eu poder debater, de fato, esse assunto.
Mas pelo que eu me lembre é isso mesmo o que eu disse, e desculpas caso tenha errado.

Você tá certo Kirako..."Via de regra", os Nazgûl são homens mortais. A tradição dos anéis do poder e do Um Anel, diz isso claramente. A hipótese que lancei aqui foi o fato de que um dos Azuis poderia ser um Espectro do Anel já que, mesmo sendo do povo dos Maiar (ninguém sabia disso na Terra-média e seus poderes estavam limitados pelo corpo que os envolvia e padecia dos mesmos males dos filhos de Ilúvatar) pudesse ter sido um dos servos do Inimigo, tornando-se, de alguma forma, um Espectro. Já pro final da discussão está o fato de que Tolkien coloca em separado aquilo que é dito pelos personagens e aquilo que é dito por ele mesmo; sendo assim, um personagem que afirma X, está afirmando com base no seu conhecimento de Arda e das tradições. Mas ele não é Eru nem Tolkien, então pode não saber de todos os segredos do mundo... :)
 
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Penso que a "encarnação" daqueles maiar foi um tipo de medida "anti-corrupção" imposta pelos valar. Algo como: "Sentindo as agruras da carne (frio, fome, cansaço etc) eles não se corromperão".

Mas esta medida, no geral fracassou, vide o fato de que Saruman e os magos que foram para o Sul e o Leste (no caso destes dois as versões são divergentes) foram dominados pelo mal.

E Radagast, embora não se tenha corrompido, desviou-se de sua missão.

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Última edição:
.Mas esta medida, no geral fracassou, vide o fato de que Saruman e os magos que foram para o Sul e o Leste (no caso destes dois as versões são divergentes) foram dominados pelo mal.

Mas não há uma definição clara e exata de Allatar e Pallando tenham se convertido ao mal. Podem ter falhado sim, mas ambos voltados para as trevas não vejo isso.
 
Mas não há uma definição clara e exata de Allatar e Pallando tenham se convertido ao mal. Podem ter falhado sim, mas ambos voltados para as trevas não vejo isso.

Minha opinião é bem parecida com a sua. Ademais, há um texto da Valinor até mesmo tratando dos atos e acontecimentos relacionados à esses 2 Istaris:

http://www.valinor.com.br/6350/

“se eles permaneceram no leste,
perseguindo seus propósitos pelos quais foram enviados, ou morreram, ou
foram apanhados por Sauron e se tornaram seus servos, não é sabido”.

Sem dissentir:

Em uma carta ele falou que ele não sabia claramente sobre os outros dois: “Eu
acho que eles foram como emissários para regiões distantes, Leste e
Sul, longe do alcance numenoreano: missionários em terras ocupadas pelo
inimigo, como elas eram. Qual sucesso eles obtiveram eu não sei, mas eu
acho que eles falharam, como Saruman falhou, mas de maneira diferente,
e eu suspeito que eles foram fundadores ou iniciadores de cultos
secretos e tradições mágicas que perduraram após a queda de Sauron.”

E Tolkien até fala sobre esse fato, numa versão (escritos no livro The Peoples of Middle Earth) em que os nomes desses magos se apresentam como Morinehtar e Romestamo:

“Nenhum nome foi gravado sobre os dois magos. Eles nunca foram vistos ou conhecidos
nas terras a oeste de Mordor.” Em uma outra nota, Tolkien escreveu: “Os
outros dois? Eles chegaram muito mais cedo, ao mesmo tempo que
provavelmente Glorfindel, quando os problemas se tornaram mais
perigosos na segunda era. Glorfindel foi enviado para ajudar Elrond e
foi(apesar de não ser dito) importante na guerra em Eriador. Mas os
outros dois Istari foram enviados para propósitos diferentes.
Morinehtar e Romestamo. Destruidor da escuridão (Darkness-Slayer) e
Auxiliador do leste(East-helper).
Sua tarefa era atrapalhar Sauron:
para trazer ajuda para as poucas tribos de homens que se rebelaram da
“adoração a Melkor”, para incitar uma rebelião.”

Destarte, me parece que eles contribuíram em parte até mesmo com a diminuição da influência Saurônica à leste da Terra-Média, de forma que o poderio militar-colaborador dos orientais não fora tão massivo se comparado à 2ª era e as primeiras invasões registradas nos séculos iniciais da 3ª.
 
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Mais um caso de livre escolha? Penso que sim.

E se considerarmos o quão esparsamente povoado era o noroeste da Terra Média, podemos dizer que o Leste e o Sul também não haviam recuperado os níveis populacionais pré Grande Peste.

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Mais um caso de livre escolha? Penso que sim.

Livre escolha de quê? Ir para o leste e sul? Ou escolher lutar ao lado de Sauron? Se for a segunda pergunta eu entendo que não foi livre escolha lutar ao lado de Sauon. Seus fracassos podem ter se dado até mesmo devido a diversos fatores, tais como a questão cultural dos povos, a quantidade populacional, ou até mesmo uma ausência mais acentuada dos povos do oeste para com o apoio aos magos azuis.

As distâncias geográficas bem como o contexto político interferiram até mesmo nas deliberações dos seres "angelicais". Foram poucas vezes ou até mesmo uma única vez que Saruman foi para o leste e lá fazer seus trabalhos. Trabalhos estes que não sabemos ao certo para ajudar os povos livres ou um fingimento de ajudar para na verdade aumentar seus interesses futuros no domínio dos povos da Terra media.

E Gondor e Rohan neste contexto? Deram apoio militar, político ou ideológico aos povos sulistas ou orientais? Claro que não! Gandalf também se omitiu em ir para o leste não julgando se ele estava certo ou errado em não ir.

Por mais que as escrituras dizem que ambos os magos azuis falharam não é certo uma identificação de conversão ao "maligno". Dada as circunstância no qual Allatar e Pallando adentraram para esses regiões remotas da TM.
 
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Livre escolha de quê? Ir para o leste e sul? Ou escolher lutar ao lado de Sauron? Se for a segunda pergunta eu entendo que não foi livre escolha lutar ao lado de Sauon. Seus fracassos podem ter se dado até mesmo devido a diversos fatores, tais como a questão cultural dos povos, a quantidade populacional, ou até mesmo uma ausência mais acentuada dos povos do oeste para com o apoio aos magos azuis.

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Quis dizer que se trata de mais um daqueles assuntos em que há duas, ou mais, versões do próprio Tolkien para temas de sua obra. Exemplo mór: Origem dos orcs.

Nesta versão, o mais provável é que tenham se corrompido, o que não significa, necessariamente, subordinação a Sauron:

"Em uma carta ele falou que ele não sabia claramente sobre os outros dois: 'Eu
acho que eles foram como emissários para regiões distantes, Leste e
Sul, longe do alcance numenoreano: missionários em terras ocupadas pelo
inimigo, como elas eram. Qual sucesso eles obtiveram eu não sei, mas eu
acho que eles falharam, como Saruman falhou, mas de maneira diferente,
e eu suspeito que eles foram fundadores ou iniciadores de cultos
secretos e tradições mágicas que perduraram após a queda de Sauron.'"

Já nesta, os dois vieram para a Terra Média, ainda na Segunda Era, acompanhados de Glorfindel, e mantiveram-se fiéis à sua missão:

“Em uma outra nota, Tolkien escreveu: 'Os
outros dois? Eles chegaram muito mais cedo, ao mesmo tempo que
provavelmente Glorfindel, quando os problemas se tornaram mais
perigosos na segunda era. Glorfindel foi enviado para ajudar Elrond e
foi (apesar de não ser dito) importante na guerra em Eriador. Mas os
outros dois Istari foram enviados para propósitos diferentes.
Morinehtar e Romestamo. Destruidor da Escuridão (Darkness-Slayer) e
Auxiliador do Leste (East-Helper). Sua tarefa era atrapalhar Sauron:
para trazer ajuda para as poucas tribos de homens que se rebelaram da
adoração a Melkor, para incitar uma rebelião.'”

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Quis dizer que se trata de mais um daqueles assuntos em que há duas, ou mais, versões do próprio Tolkien para temas de sua obra. Exemplo mór: Origem dos orcs.

Nesta versão, o mais provável é que tenham se corrompido, o que não significa, necessariamente, subordinação a Sauron:

"Em uma carta ele falou que ele não sabia claramente sobre os outros dois: 'Eu
acho que eles foram como emissários para regiões distantes, Leste e
Sul, longe do alcance numenoreano: missionários em terras ocupadas pelo
inimigo, como elas eram. Qual sucesso eles obtiveram eu não sei, mas eu
acho que eles falharam, como Saruman falhou, mas de maneira diferente,
e eu suspeito que eles foram fundadores ou iniciadores de cultos
secretos e tradições mágicas que perduraram após a queda de Sauron.'"

Já nesta, os dois vieram para a Terra Média, ainda na Segunda Era, acompanhados de Glorfindel, e mantiveram-se fiéis à sua missão:

“Em uma outra nota, Tolkien escreveu: 'Os
outros dois? Eles chegaram muito mais cedo, ao mesmo tempo que
provavelmente Glorfindel, quando os problemas se tornaram mais
perigosos na segunda era. Glorfindel foi enviado para ajudar Elrond e
foi (apesar de não ser dito) importante na guerra em Eriador. Mas os
outros dois Istari foram enviados para propósitos diferentes.
Morinehtar e Romestamo. Destruidor da Escuridão (Darkness-Slayer) e
Auxiliador do Leste(East-Helper). Sua tarefa era atrapalhar Sauron:
para trazer ajuda para as poucas tribos de homens que se rebelaram da
adoração a Melkor, para incitar uma rebelião.'”

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Olha, acho que podemos deduzir, pela análise das citações com os pontos elencados tanto por Tar-Mairon quanto por Elessar Hyarmen, que se por um lado eles tiveram êxito na diminuição da influência de Sauron no leste, esses mesmos magos acabaram por introduzir os povos do leste nas artes "Mágicas" (podendo ter se provado um erro). Neste sentido, ao mesmo tempo em que eles pudessem revelar artes e conhecimento de índole anti-saurônica (já que o conhecimento "arcano" podia ser de interesse de seres humanos que queriam ter poder e informações inéditas, exclusivas, à fim de dominar, pelo saber "revelado", a sociedade ignorante quanto à essas ideias. Ou seja, gozarem de status perante os demais, gerando assim elites "religiosas" que: "Fazem tal conhecimento dizer ou favorecer esse grupo seleto"), eles podem ter gerado (ou dado continuidade) à um interesse para que esses povos complementassem o conhecimento adquirido com técnicas que remetessem ao próprio senhor de Mordor.

Sauron e seu domínio sobre os Espectros:

necromancer1.jpg


Ora, o acesso à tais cultos mágicos "bons" sempre iriam fazer que tais (futuros) seguidores/asseclas quisessem mais informações, mais elementos dessa "nova ciência" apresentada por esses magos.

Sendo assim, mesmo que os magos tivessem desviado uma das formas de dominação de Sauron, qual seja: a criação de cultos à sua imagem, seu caráter divino etc (lembrar da morada de Fogo que tanto aterrorizava os povos que o serviam; seguindo assim um dos intentos de Sauron: usar o terror e o medo para o domínio, e nada melhor do que um culto/religião degenerada); por força da apresentação do verdadeiro conhecimento ou até mesmo a demonstração de prodígios que desmentissem ou "enfraquecessem" o poderio da figura/falso "deus" adorado/a (me parece ser um conceito parcialmente utilizado com o que Moisés fez no conto bíblico da libertação dos Hebreus no Egito: "Porque eu estenderei a minha mão, e ferirei ao Egito com todas as minhas maravilhas que farei no meio dele; depois vos deixará ir." Êxodo 3:20).

Essa intenção "benevolente" e "libertadora" pode ter feito com que esses mesmos povos que perderam o interesse pelo culto de Sauron e, portanto, repeliram/baniram seu conhecimento/artes malignas, pudessem ter, no futuro, buscado "novos saberes" (complementando um conhecimento "bom" dos sábios do oeste, já que a curiosidade humana sempre quer ser alimentada) e terem retornado à artes que foram embriões de adorações Necromânticas, ou seja, arte esta que já existia e era usada por Sauron, mas sobrevivera à sua queda. Esse mesmo processo e acesso ao poder/novo culto (para esses povos influenciados pelos magos) deve de ter sido um dos pontos nodais para incrementar a corrupção que viria mesmo após a destruição do senhor do escuro; conceito este dito até mesmo por Tolkien que o contato com um poder "mítico" seria um perigo aos elfos, um caminho passível de corrupção, então há de se entender que também para os povos do leste-libertos pudessem retornar (em parte) à condição pré-contato de Palando e Allastar.

Se houve essa demonstração de conhecimentos e realizações "mágicas"-divinas para repelir possíveis fenômenos impressionáveis e amedrontadores (para mantença em uma adoração) por parte de Sauron, os Magos já de cara falharam, pois não deviam ter apresentado seus poderes, pois o intento de livrar esses povos do domínio do Necromante pode ter se dado pelo amedrontamento que os orientais sentiram em ver outros prodígios dos "benevolentes" Istaris: "Fins justificam os meios".

Sem dissentir:

seus emissários estavam proibidos de se revelar em formas de majestade, ou de procurar dominar as vontades dos homens ou dos elfos através da demonstração aberta de poder; mas, vindos em formas débeis e humildes, tinham a incumbência de aconselhar e persuadir os homens e os elfos para o bem, e procurar unir no amor e na compreensão todos aqueles que Sauron, caso retornasse, tentaria dominar e corromper. - Contos Inacabados

Para os povos que continuaram nesta terrível condição (dominação e corrupção "em Sauron"), e que não puderam ser "esclarecidos" (ou não tiveram contato) com os conselhos desses 2 magos, a semente da servidão continuou e perdurou mesmo na 4ª era, então, a adoração de um monstro demoníaco como Sauron pode ter servido de tradição/base para as "demonologias" de várias culturas ou desvio teológico com o culto de falsos "deuses" punitivos, vingativos e sanguinários (além da somatória da confusão que os homens já tinham feito em achar que os Valar seriam deuses). Além, é claro, da consolidação da influência do entendimento exclusivamente humano que deu continuidade à Necromancia (achar que tal arte foi exclusiva da criação humana, e que, portanto, já faz parte da tradição e costumes essenciais para uma sociedade, quando em verdade, fora uma criatura maligna que trouxe tais conceitos. Assim, não adiantaria nada, um dos legados de Sauron perduraria, neste caso, pois agora estaria ainda mais enraizado no homem, de forma que, qualquer tentativa do Reino de Gondor em mostrar/esclarecer e redimir tais povos com a mostragem do "erro" decorrente de uma maldade enganosa da Mão Negra seria virtualmente inútil).
 
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Por me fazer repensar o papel dos magos mereceu um ótimo.

Apesar de Tolkien não ter deixado claramente a função que eles exerceriam no leste... Curiosamente Gandalf dizia que para o leste ele nunca ia. Seria por alguma razão específica, um atrito com os outros magos, seria porque havia deixado com eles a tarefa do leste e ele, Gandalf, ficaria no oeste?

Em todo caso a camuflagem parece ter sido importante na missão original passada pelos Valar.

Algumas teorias para um fracasso deles seria que podem ter se tornado simples bruxos nos ermos, apaixonados pela experimentação da natureza como estava acontecendo com Radagast.

Pouco se conta da razão da missão deles ter algo tão essencial como o afastamento no espaço da terra média em direção ao leste. Pode ter inclusive a ver com o afastamento temporal também e não apenas espacial (os Valar e Maiar também eram mestres do futuro e do tempo)

Os caminhos de Eru eram intuitivos e ele plantava sementes bem antes de Melkor plantar as sementes do mal dele. Isso dava margem para que uma missão íntima, com alguns membros escolhidos no leste rendesse frutos importantes para as famílias do leste em algum tempo do futuro. Quer dizer, depois de Eru ficar a margem da história oficial não significava que aquilo deixava de ter importância e a camuflagem original ainda estaria respeitada.

Sabendo que os dois tinham a cor azul e analisando o padrão de dois seres poderosos próximos em outros personagens de Tolkien é difícil imaginar que os dois tenham se alinhado na mesma direção de um fracasso. É bem mais provável que fosse uma dupla que mesclasse sucesso e derrota, tragédia e vitória e que dada a natureza forte do destino na vida dos maiar podem ter trabalhado muito no começo em um curto espaço de tempo e parado logo em seguida para viver suas vidas.

Outra teoria diz que podem inclusive terem sido mortos em algum dos planos de Sauron no leste.
 
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