Décimo
The Swanson Code
Os Faróis de Gondor
Os Faróis de Gondor eram um sistema de comunicação entre Gondor e Rohan. Havia no total sete faróis entre os dois países, desde Minas Tirith até à fronteira de Rohan, cobrindo uma distância de 150 milhas. Os montes dos Faróis eram, de este para oeste: Amon Dîn, Eilenach, Nardol, Erelas, Min-Rimmon, Calenhad e Halifirien.
Os primeiros faróis foram construídos antes da fundação da criação do reino de Rohan - os mais antigos eram Amon Dîn, Erelas e Min-Rimmon - com o principal objetivo de alertar Gondor para quaisquer ameaças provenientes da província de Calenardhon, a oeste de Anórien (consultar o mapa de Gondor em anexo). Quando Calenardhon foi cedida aos Éothéod e se tornou Rohan, a linha de faróis foi completada, contendo um total de sete faróis que iam até à fronteira do novo reino, junto ao Rio Mering. Passou a servir, acima de tudo, para avisar os povos de Anórien em caso de perigo. A mensagem podia ser transmitida nos dois sentidos, de Gondor para Rohan e vice-versa. No entanto, poucas vezes foram acesos.
Consistiam em pilhas de madeira, cobertas de combustível. Assim que um era incendiado, geralmente o primeiro ou último da linha (Amon Dîn em Minas Tirith e o Halifirien perto de Edoras), era avistado pelo seguinte, que era incendiado, e assim sucessivamente, até o sinal chegar ao seu destino. Eram mantidos pelos Guardas dos Faróis, que os protegiam e asseguravam que estavam sempre prontos para uma emergência.
Viriam a ter um papel importante durante a Guerra do Anel. Dénethor II, o último Regente de Gondor, decidiu acender os Faróis depois de saber que uma frota de barcos dos Corsários se preparava para atacar Minas Tirith pelo sul, o que colocaria a cidade branca numa situação impossível, na ausência de reforços. Foram acesos a 9 de Março de 3019, e a Seta Vermelha chegou a Edoras pouco depois. Théoden, cumprindo o Juramento de Eorl, partiu em auxílio de Gondor.
O feiticeiro Gandalf e Pippin, da Sociedade do Anel, viram os Faróis ser acesos à medida que cavalgavam para Minas Tirith. Quando, a 10 de Março, os Rohirrim passaram por lá, também a caminho da cidade, os fogos tinham sido extintos. Não há registo de que tenham sido utilizados outra vez.
Os Sete Montes dos Faróis
Amon Dîn
Amon Dîn era o primeiro dos sete montes dos faróis, e aquele que se encontrava mais perto de Minas Tirith. Situava-se na ponta este da Floresta de Druadan (ver mapa 2 em anexo); era um monte rochoso que se destacava de entre as árvores. Era um sítio pouco frequentado pela fauna local e apenas usado como posto de vigia.
Foi o primeiro monte a ter um farol erigido no seu topo. Do Amon Dîn, as sentinelas podiam ter sob vigia o ponto de travessia do Anduin junto a Cair Andros e a passagem entre Ithilien e Dagorlad.
Eilenach
Este monte situava-se diretamente no centro da floresta de Druadan. Era possível avistá-lo a grande distância. Era não só o ponto mais elevado da floresta como o monte dos faróis mais alto depois do Halifirien. O cume do Eilenach era agudo e estreito, pelo que o farol não tinha grandes dimensões.
Théoden e os Cavaleiros de Rohan, a caminho de Minas Tirith, acamparam junto ao Eilenach, na noite de 13 de Março de 3019.
Nardol
Era o terceiro dos montes dos faróis de Gondor, localizado na ponta oeste da floresta de Druadan, no extremo de uma pequena cadeia de montes que se estendia a partir das Montanhas Nebulosas. Outrora esses montes estiveram cobertos de árvores, mas foram deflorestados pelos trabalhadores de pedreiras próximas.
O farol de Nardol era especialmente grande. Uma guarda ativa era mantida em Nardol, para vigiar o farol e as pedreiras circundantes; havia sempre uma boa provisão de combustível preparada, em caso de emergência.
Erelas
O quarto dos montes dos Faróis era relativamente pequeno; verde e relvado, mas sem vegetação proeminente. Situava-se pouco a sul de Nardol, ainda perto da floresta de Druadan. Nem sempre era necessário, e apenas foi aceso em tempos de grande urgência.
Min-Rimmon
O quinto dos montes dos faróis era também um dos mais antigos, como já foi referido. Estava junto ao sopé das Montanhas Brancas. Antes da fundação de Rohan, era usado para comunicar com o povo de Anórien, a província de Gondor a oeste de Minas Tirith.
Théoden de Rohan acampou aqui com o seu exército a 12 de Março de 3019.
Calenhad
À semelhança de Eralas, o sexto farol era pequeno e apenas aceso em ocasiões de grande necessidade.
Halifirien
Era o último dos montes dos faróis, e talvez o mais importante. Situado no Bosque de Firien, junto à fronteira entre Gondor e Rohan, era o mais alto dos montes e o seu cume erguia-se bastante acima árvores.
O monte estava num canto a sudeste do bosque, com o Rio Mering correndo a oeste do monte, e por trás, um vale fundo chamado Firien-dale.
No começo da Terceira Era, Isildur trouxe os restos mortais de Elendil para o Halifirien, para que lá fosse enterrado. Escolheu esse local porque, na altura, se situava aproximadamente no centro do reino de Gondor. O túmulo de Elendil foi colocado no lado este do círculo no topo do monte. Sobre ele foi colocada uma pedra negra com três letras inscritas - lambe, ando, lambe - representando o nome de Elendil. Flores brancas chamadas simbelmyne cobriam o túmulo.
O monte tornou-se num lugar sagrado e foi chamado de Amon Anwar, o Monte da Admiração*. A ninguém era permitido ascender ao cume do monte, exceto o Rei de Gondor e quem o acompanhasse. Tornou-se costume dos Reis de Gondor traxer trazer o seu herdeiro até ao monte e contar-lhe sobre o túmulo de Elendil e outros assuntos importantes do reino - um costume continuado pelos Regentes.
Por volta de 2510, Eorl o Jovem dos Éothéod ajudou Gondor a combater os Balchoth na Batalha dos Campos de Celebrant. Então Cirion, Regente de Gondor, trouxe Eorl o Jovem até o Amon Anwar e ofereceu-lhe as terras de Calenardhon. Em troca, o novo rei fez aquele que ficaria conhecido como o Juramento de Eorl, declarando que o seu povo sempre ajudaria Gondor em tempos de maior necessidade. O corpo de Elendil foi movido para os Salões de Minas Tirith.
Cirion e Eorl no Halifirien
O Rio Mering estabeleceria a fronteira entre Gondor e Rohan, pelo que o Halifirien pertencia a Gondor, e a guarda e manutenção do monte foi responsabilidade de ambos os reinos durantes muitos anos. No entanto, com o passar do tempo, o Bosque de Firien, incluindo o monte, passaria a ser considerado território de Rohan.
No final da Guerra do Anel, o Rei Elessar de Gondor e o Rei Éomer foram até ao Halifirien e renovaram a Prenda de Cirion e o Juramento de Eorl.
Outras Informações
Nos Filmes
A história envolvendo os Faróis de Gondor foi significativamente mudada na adaptação cinematográfica de O Senhor dos Anéis, gerando por vezes alguma confusão entre os fãs menos familiarizados com os livros.
No filme existe farol diretamente no topo de Minas Tirith (como mostra a imagem acima), enquanto que na obra o primeiro farol é o Amon Dîn, está situado a alguma distância da cidade branca. São também mostrados cerca de dez faróis ao longo das Montanhas Brancas, ao invés dos sete que sabemos haver nos livros.
O farol de Minas Tirith, de acordo com os filmes
Mais significativamente, o papel dos Faróis foi simplificado: a Seta Vermelha é omitida, e eles são usados para avisar diretamente Edoras, estendendo-se a linha de Faróis até as montanhas à vista da capital de Rohan (foi talvez por essa necessidade do roteiro que vemos mais faróis do filme, já que sete faróis não cobririam a distâncias entre Edoras e Minas Tirith). E nos livros os faróis estão no topo de colinas, não no pico das montanhas de Ered Nimrais.
Há também algumas mudanças mais óbvias a nível cronológico: Tolkien escreveu, como referido, que Gandalf e Pippin observam os faróis acesos à medida que cavalgam para Gondor, mas tal não acontece nos filmes. No cinema Denethor nega-se a pedir auxílio a Rohan, obrigando Gandalf e Pippin a acender o primeiro farol eles mesmos.
É possível observar todos estes detalhes no clip do filme que se segue.
Os Faróis de Gondor são acesos, no filme O Retorno do Rei
A Inspiração de Tolkien: Faróis na Antiguidade
Os faróis são, tipicamente, fogos acesos no topo de montes ou promontórios altos e bem conhecidos, usados para guiar navios em alto mar, ou, em tempos mais remotos, para emitir avisos por terra de que tropas inimigas estão nas proximidades. São uma forma de telegrafia ótica, muitas vezes parte de uma cadeia, funcionando da mesma forma que os correios a cavalo que transportavam uma mensagem de posto a posto.
Sistemas deste tipo, particularmente, como interessa mais a este texto, os terrestres, têm sido usados em vários locais ao longo dos séculos. Na Escandinavia, por exemplo, muitas fortificações no topo de montes incluíam ou eram parte de uma cadeia de faróis que era acesa para avisar as aldeias e vilas da chegada de invasores.
Um farol escandinavo sendo acesso
Nas Ilhas Britânicas era comum haver faróis ao longo de cadeias montanhosas, usados para esse mesmo propósito; são particularmente notórios os faróis que durante o reinado de Isabel II alertaram para chegada da Armada Invencível de Espanha.
Parece óbvio que Tolkien, grande conhecedor da história antiga da Grã-Bretanha e das mitologias nórdicas, foi buscar aqui a inspiração para os faróis de Gondor retratados n'O Senhor dos Anéis.
Nomes e Significados
Amon Dîn: Sindar, "Monte Silencioso". Amon e dîn significando "monte" e "silencioso", respetivamente.
Eilenach: A origem deste nome é desconhecida; não é Sindar, língua de Númenor ou Fala Comum. O nome foi atribuído ao monte, provavelmente, pelo povo de Numénor que fundou Gondor.
Nardol: Sindar, "Cume de Fogo" ou "Cabeça de Fogo". A palavra nar significa "fogo" e dol significa "cabeça", sendo uma denominação frequentemente usada para monte. Este nome deriva do farol que se encontrava no monte.
Erelas: Sindar, significado desconhecido.
Min-Rimmon: Sindar, "Pico do Rimmon". O termo min significa "pico"; Rimmon é provavelmente um nome numenoreano.
Calenhad: Sindar, "Espaço verde". A palavra calen signfiica "verde" e had deriva de sad, que significa "local, ponto".
Halifirien: Língua dos Rohirrim, "Monte Sagrado". Deriva do anglo-saxão hálig-firgen, com hálig significando "sagrado" e firgen "montanha".
Amon Anwar: Nome Sindar para o Halifirien, "Monte da Admiração*".
*No original é awe, um misto de admiração, reverência ou medo inspirado por algo imponente ou autoritário.
Eilenaer: Outro nome para o Halifirien, de origem numenoreana, relacionado com Eilenach.
Mapas
Mapa 1: Os Faróis
Mapa 2: A Floresta de Druadan
Mapa de Gondor
Fontes
Livros:
O Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei, vários capítulos.
Internet:
http://www.gloriensburg.org.uk/?title=Beacon
Autor
O 10º Membro da Sociedade
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Nota: Quaisquer correções ao texto que entendam existir devem ser comunicadas por MP a mim e/ou ao Tuor. Agradecemos desde já qualquer colaboração.
Anexos
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