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Como prometido, farei um pequeno comentário sobre o livro de Aldous Huxley, cuja a última edição saiu pela editora Hemus em 1982.
A história gira em torno de um novo pároco escolhido para a da cidade de Loudun em 1604. Seu nome era Urbain Grandier, um homem de grande estatura, porte atlético, bigode mefistofélico e cabelos negros ondulados. Pela descrição, já dá para perceber que os interesses do padre foram além dos sermões pregado para as paroquianas.
O grande destaque desta obra é o modo como Huxley vai delineando o trágico fim de Grandier que, de grande conquistador de moça recatas (tendo inclusive engravidado a filha de seu amigo e chefe da polícia local) e jovens viúvas, foi considerado por seus inúmeros inimigos e desafetos um maléfico feiticeiro. E para se vingarem de Grandier, utilizaram um episódio famoso naquele século: a possessão das irmãs ursulinas e da prioresa superiora, a irmã Jeannes. Narrado assim, parece uma história como outra qualquer. Mas é aqui que autor revela sua genialidade. A partir de registros históricos de bibliotecas e mosteiros (as personagens existiram, de fato), Huxley pára em um determinado ponto da história e recua no tempo para analizar, um por um, fatos históricos que influenciaram no comportamento da população da cidade (como a ascenção do Cardeal Richilieu que anos ante fora insultado por Grandier e os hugenotes protestantes de Loudun), os livros de Santo Tomáz e Agostinho que decretavam o que era considerado heresia pela Igraja Romana.
O condicionamento das pessoas na crença do Mal era tamanho e a rígida conduta dos conventos tão opressora que, ao ouvir sobre a fama de conquistador de mulheres, a prioresa tentou diversas vezes convidá-lo para um conversa particular com ele. E quanto mais Grandier recusava sequer conhecê-la, mais a irmã Jeanne o odiava. No entanto, à noite, a prioresa era atormentada por pesadelos eróticos irreprimíveis pelo pároco; e de tanto tecer comentários sobre seus sonhos com as demais irmãs ursulinas, todas passaram a sofrer do que os antigos chamavam de "furor uterinus". Um padre exorcista e alguns Carmelitas foram chamados para retirarem os demônios das irmãs. e todas passaram a acusar Grandier de as ter enfeitçado. Era tudo que os adversários do padre queriam. Logo, inúmeras acusações foram feitas e levadas para ao conhecimento de Richelieu e do Rei Luís XIV.
O convento da irmãs endemoniadas tornou-se palco para o espetáculo macabro dos padres exorcistas e suas supostas vítimas. Cujo ápice foi a tortura (apesar das poucas páginas, a descrição é muito forte) de Urbain Grandier e sua ida para a fogueira.
É isso! Um livro formidável para quem gosta de histórias obscuras da Igreja e de como ela afetava o comportamento da população no período da Inquisição!
A história gira em torno de um novo pároco escolhido para a da cidade de Loudun em 1604. Seu nome era Urbain Grandier, um homem de grande estatura, porte atlético, bigode mefistofélico e cabelos negros ondulados. Pela descrição, já dá para perceber que os interesses do padre foram além dos sermões pregado para as paroquianas.
O grande destaque desta obra é o modo como Huxley vai delineando o trágico fim de Grandier que, de grande conquistador de moça recatas (tendo inclusive engravidado a filha de seu amigo e chefe da polícia local) e jovens viúvas, foi considerado por seus inúmeros inimigos e desafetos um maléfico feiticeiro. E para se vingarem de Grandier, utilizaram um episódio famoso naquele século: a possessão das irmãs ursulinas e da prioresa superiora, a irmã Jeannes. Narrado assim, parece uma história como outra qualquer. Mas é aqui que autor revela sua genialidade. A partir de registros históricos de bibliotecas e mosteiros (as personagens existiram, de fato), Huxley pára em um determinado ponto da história e recua no tempo para analizar, um por um, fatos históricos que influenciaram no comportamento da população da cidade (como a ascenção do Cardeal Richilieu que anos ante fora insultado por Grandier e os hugenotes protestantes de Loudun), os livros de Santo Tomáz e Agostinho que decretavam o que era considerado heresia pela Igraja Romana.
O condicionamento das pessoas na crença do Mal era tamanho e a rígida conduta dos conventos tão opressora que, ao ouvir sobre a fama de conquistador de mulheres, a prioresa tentou diversas vezes convidá-lo para um conversa particular com ele. E quanto mais Grandier recusava sequer conhecê-la, mais a irmã Jeanne o odiava. No entanto, à noite, a prioresa era atormentada por pesadelos eróticos irreprimíveis pelo pároco; e de tanto tecer comentários sobre seus sonhos com as demais irmãs ursulinas, todas passaram a sofrer do que os antigos chamavam de "furor uterinus". Um padre exorcista e alguns Carmelitas foram chamados para retirarem os demônios das irmãs. e todas passaram a acusar Grandier de as ter enfeitçado. Era tudo que os adversários do padre queriam. Logo, inúmeras acusações foram feitas e levadas para ao conhecimento de Richelieu e do Rei Luís XIV.
O convento da irmãs endemoniadas tornou-se palco para o espetáculo macabro dos padres exorcistas e suas supostas vítimas. Cujo ápice foi a tortura (apesar das poucas páginas, a descrição é muito forte) de Urbain Grandier e sua ida para a fogueira.
É isso! Um livro formidável para quem gosta de histórias obscuras da Igreja e de como ela afetava o comportamento da população no período da Inquisição!