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Ortodoxos gregos e fascistas se unem em acusação de blasfêmia

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
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Protesto de fascistas e ortodoxos na porta do teatro​

O bispo Serafim de Piraeus, da Igreja Ortodoxa da Grécia, encaminhou à Justiça ação acusando o diretor teatral greco-albanês Laertis Vasiliu de blasfêmia pela apresentação da Corpus Christi. Na versão dessa peça de autoria do americano Terrence McNally, Jesus e os apóstolos são homossexuais.

A decisão do bispo tem o apoio do partido fascista Amanhecer Dourado, com 18 cadeiras no Parlamento. Padres e fascistas se uniram em manifestações contra a peça, até conseguir tirá-la em cartaz.

Vasiliu disse à imprensa que não tem intenção e insultar a religião ou seus seguidores. Argumentou que se trata de uma conhecida peça que já foi encenada inúmeras vezes em diversos países. Ele acrescentou ter estranhado o fato de o Ministério Público não ter feito nada contra os tumultos promovidos pelos religiosos, fascistas e seus seguidores defronte ao teatro.

A união entre ortodoxos e fascistas tem causado mal-estar dentro da própria Igreja. Para alguns observadores, contudo, era previsível que isso viesse a ocorrer porque a religião é um dos valores tradicionais defendidos pelos partidários da extrema direita.

O diretor da peça e seus atores vão ser julgados nas próximas semanas e podem ser condenados a dois anos de prisão.

Na prática, a Grécia é um país confessional porque seu código penal prevê essa condenação a quem “ofender a Deus” ou a “Igreja Ortodoxa de Cristo ou outra a religião”.

Fonte
 
Na prática, a Grécia é um país confessional porque seu código penal prevê essa condenação a quem “ofender a Deus” ou a “Igreja Ortodoxa de Cristo ou outra a religião”.

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CHUPA, LAICISMO!!!!!

É disso que eu tô falando, meu Brasil!!! :clap:

E como sempre o Metropolita Serafim de Pireus com posições firmemente ortodoxas e sem medo nem cagaço de expô-las. Lembro de quando ele reafirmou os anátemas contra a 'Roma decaída' e as 'seitas luteranas e calvinistas' e até mesmo Patriarcas pelo seu envolvimento no ecumenismo, a 'heresia das heresias'. Reafirmou anátemas contra muçulmanos, judeus, monofisitas e outras heresias.

Anátema contra a Velha Roma, decaída, cismática e herética:
Ecumenistas piram.

Enfim, atitude muito piedosa e zelosa do Bispo. Porque o Ocidente se secularizou e se laicizou a um nível diabólico as ofensas contra Deus, a Virgem e os Santos se tornaram cada vez mais comuns e os cristãos não tem culhões pra defender sua fé como os muçulmanos tem. Então se você quer apresentar uma peça blasfemando contra Cristo, lhe atribuindo conotações homossexuais (que, como sabemos, é pecado na moral ortodoxa) é sim blasfêmia e como tal tem de ser condenada pela Igreja, protestada pelos fieis e clero. 'Tradicional' ou não, é aceitável, belo e moral que se condene um lixo desses.

E fascistas infiltrados na Igreja aproveitam pra misturar os anseios do povo ortodoxo e sua fé com essas sandices deles. Típico.

Repararam que tem um monge todo lindo e pimpão segurando uma cruz na foto? :grinlove:
 
Última edição por um moderador:
Todo poder gera uma contestação. E a arte é o meio onde esse questionamento se expressa de forma mais pulsante. Colocar Cristo e os apóstolos com "conotações homossexuais" talvez -não sei o conteúdo da peça, muito menos a intenção do autor, para afirmá-lo - seja uma forma de atingir, de provocar esse Estado Confessional, ao mesmo tempo em que expõe a homofobia: Jesus, Pedro, Tiago e os demais, dessa maneira adjetivados, torna-se um problema a medida que o homossexualismo é visto como degeneração.

Por essa ótica, não é difícil entender o apoio fascista (que sempre encontra grandes ecos em meio a crises financeiras) aos ortodoxos: mais pelo costume homofóbico do que religioso.

Enfim, é polêmica. Mas antes da condenação e de se varrer tudo para debaixo do tapete, valeria o debate sobre a interferência da religião no Estado e a homofobia. Cresce-se muito mais com isso do que com radicalismos medievais.
 
É incrível, tudo que eu consigo ver é...


albus_dumbledore1.jpg
+
luiz-inacio-lula-da-silva.jpg

=

Anyway, sobre o tópico...
Acho muito idiota adaptarem a paixão de cristo desta forma apenas para causar e provocar polêmica. Se os apóstolos fossem ou não fossem o que importa é que eles sabem que isso vai ofender diretamente os religiosos. Fizeram por puro ego e acho a pena merecida. Não é quanto a liberdade de expressão, mas sim quanto ao senso comum, você não coloca sua filhinha de 3 anos na frente de um cão raivoso latindo pra mostrar pra ela que é perigoso ( eu faria isso, não você.). Creio que a grande maioria entenderia isso como ofensivo anyway.

Repararam que tem um monge todo lindo e pimpão segurando uma cruz na foto? :grinlove:

¬_¬. Gatão ein?

By Raphael S
Arrasssssemahhhhh
 
Última edição por um moderador:
Enfim, é polêmica. Mas antes da condenação e de se varrer tudo para debaixo do tapete, valeria o debate sobre a interferência da religião no Estado e a homofobia. Cresce-se muito mais com isso do que com radicalismos medievais.

O Ocidente tem uma arrogância de achar que todo o mundo deve se submeter a seus costumes e ideias políticas, econômicas e sociais que chega a ser abissal.

Não tem que discutir nada não. O Estado confessional é uma realidade na Grécia e uma realidade que segue uma linha contínua desde Bizâncio, apenas interrompida pelo domínio turco onde a fé ortodoxa era o único referencial de unidade cultural e social do povo grego. A Grécia é ortodoxa. 97% da população é ortodoxa. No Ocidente plurireligioso talvez isso seja uma heresia, mas a Grécia NÃO PRECISA de um Estado laico, nem de mais secularismo. Ela é um modelo, muito melhor que a Rússia, de um verdadeiro país cristão.

Até parece. A quase totalidade do povo grego é tremendamente religiosa e tradicional e encontra nisso seu valor, sua identidade e vem ideólogos ocidentais querendo lhe ensinar como uma civilização 'deve ser'. Laicazinha, secularzinha, fofuchinha, como todos os lindos países europeus e ocidentais sem Deus, sem identidade, sem unidade, sem 'sinfonia de poderes secular e espiritual' como é abençoadamente na Grécia.

E olha que legal, arranjei um novo apelido. Radicalista medieval. Vou até por no rank configurável.
 
Se quer falar de tradição, então vamos lembrar que este mesmo país é o berço da civilização ocidental e da democracia, muito antes de Jesus, Bizâncio e outros aparecerem. Ou seja, a ortodoxia é invasora, ajudou a completar o serviço que Roma fez de destruir o legado helênico.
Mas isso deverá encontrar seu fim, afinal é na Grécia, junto com a Espanha, onde a correlação de forças se encontra mais acirrada, assim a revolução lá é iminente.
 
Se quer falar de tradição, então vamos lembrar que este mesmo país é o berço da civilização ocidental e da democracia, muito antes de Jesus, Bizâncio e outros aparecerem. Ou seja, a ortodoxia é invasora, ajudou a completar o serviço que Roma fez de destruir o legado helênico.
Mas isso deverá encontrar seu fim, afinal é na Grécia, junto com a Espanha, onde a correlação de forças se encontra mais acirrada, assim a revolução lá é iminente.

Wat?

Que parte do 97% da população é ortodoxa você não entendeu? O legado helênico não foi destruído, foi elevado a Cristo.

Pagãos irão discordar óbvio mas o que a pregação apostólica fez ali foi transformar a cultura helênica em uma cultura monoteísta pela mesma filosofia que emergiu da primeira.
 
Enquanto eu escrevia, pensava: o Paganus virá com a faca nos dentes. De modo que fui em parte motivado por isso.

O que leva pra frente não é o "Amém", é a discussão. São os 3% não ortodoxos que arejam e clareiam as ideias, juntamente por serem o contraponto. Todo mundo rezando a mesma cartilha e o que seria?

Ficou bacana o retrato do Dostoiévski, com ar de Inquisidor, e o Radicalista Medieval.
 
Concordo que é a discussão. Mas os 3% MESMO.

Não quem vem 'de fora', como a patrulhinha ideológica do iluminismo ocidental. Foi isso que quis dizer.
 
Concordo que é a discussão. Mas os 3% MESMO.

Não quem vem 'de fora', como a patrulhinha ideológica do iluminismo ocidental. Foi isso que quis dizer.

Vá lá, 97% é um número considerável. Mas é um número.

No Brasil a maioria é católica, porém muitos de estatística, sem se importar com os dogmas e muitas vezes os questionando. A realidade da Igreja Ortodoxa não é mesma? Digo, desses 97% nem todos devem se ajoelhar para o mesmo sermão, o que aumenta os dissonantes.

A Igreja, Paganus, na sua opinião, não está fora do tempo histórico, uma vez que continua reforçando certas incoerências que a modernidade tenta equacionar de forma menos radical, como eutanásia e aborto? (digo tenta, justamente pela pressão religiosa). E esse anacronismo não compromete e contamina as políticas contra a homofobia e estímulo ao uso de preservativos?

Não tome como provocação, mas como interesse.
 
Última edição:
Vá lá, 97% é um número considerável. Mas é um número.

No Brasil a maioria é católica, porém muitos de estatística, sem se importar com os dogmas e muitas vezes os questionando. A realidade da Igreja Ortodoxa não é mesma? Digo, desses 97% nem todos devem se ajoelhar para o mesmo sermão, o que aumenta os dissonantes.

São situações diferentes, não só porque o Brasil tem uma porcentagem católica bem inferior como a religião católica deixou de ser um fator preponderante em sua cultura há muitas décadas. O Brasil é muito secularizado, demais, essa falta de laicidade do Estado é só um respiro de algumas lideranças pentecostais mais ousadas e a CNBB querendo mostrar serviço. O clero romanista no Brasil é tremendamente comprometida com ideologias esquerdistas e a outra parte com o conservadorismo. Nenhum padre ou bispo está preocupado em resgatar a cultura e identidade católica do Brasil colonial e imperial, tudo são comprometimentos com causas e ideologias estranhas à fé. E os protestantes com sua antropologia já bem secularizada há tempos não é muito diferente.

Já na Grécia, apesar de visões teológicas divergentes, a consciência do fiel ortodoxo é a mesma, uniforme, homogênea. É a mesma Igreja dos Concílios Ecumênicos, da Roma Imperial, da Santíssima Bizâncio, do martírio coletivo sob os otomanos, da nação independente e livre para se afirmar como antiquíssimo baluarte civilizacional da Ortodoxia. Há uma consciência espiritual E política muito clara, muito bem definida, uma verdadeira teologia política sendo tecida em torno de um nacionalismo mais ou menos exaltado por um clero mui consciente de sua responsabilidade na reconstrução dessa Grécia cristã. Estou falando também aqui de um renascimento dos mosteiros e da vida espiritual monástica e teológica caminhando lado a lado com o desenvolvimento da sociedade civil.

Lógico que também há um forte secularismo na Grécia e isso é muito mais frequente entre os mesmos cristãos ortodoxos que por uma pressão 'externa' mas de onde veio esse secularismo? Do Ocidente, obviamente, e isso não é esquecido. O problema econômico enfrentado pela Grécia está engendrando pequenos monstros que podem desvirtuar a construção da Nova Bizâncio mas se ele tem algo de bom é trazer desconfiança dos gregos, até mesmo aversão e hostilidade, para com o modelo civilizacional, econômico, social e cultural do Ocidente capitalista.

Com relação a dogmas, você tem razão. Católico que se importa com as tradições de sua Igreja, seus dogmas etc são minoria da minoria da minoria e isso se vê bastante nos próprios ritos. Mas isso é questão cultural, e histórica. Veja:

'Missa' pagã
abuso-liturgico.jpg


:rofl:

Divine-Liturgy-1.jpg


rsrs, pequeno marketing

Isso é resultado mais diretamente do desastre que foi o Concílio Vaticano II trouxe para Roma, com inovações, reformas (deformas), simplificações etc, uma invasão de modernismo e secularismo que demonstrava o mesmo modernismo invadindo Roma por dentro. Felizmente a Ortodoxia, vivendo entre tanto sofrimento e isolamento, e apegada às tradições e dogmas (que não se engane, o fiel ortodoxo valoriza inacreditavelmente) milenares, além de sua identidade cultural e religiosa afirmada e continuada na tradição espiritual do hesicasmo, nossa espiritualidade mística e monástica, forneceram a ligadura que nos mantiveram fieis e unidos de certa forma. Mas nós sofremos também com o secularismo, claro, mas muito mais nos países ocidentais da Diáspora que nos países e regiões ortodoxas.

A Igreja, Paganus, na sua opinião, não está fora do tempo histórico, uma vez que continua reforçando certas incoerências que a modernidade tenta equacionar de forma menos radical, como eutanásia e aborto? (digo tenta, justamente pela pressão religiosa). E esse anacronismo não compromete e contamina as políticas contra a homofobia e estímulo ao uso de preservativos?

A Igreja é um organismo teantrópico, isto é, é uma instituição formada por homens mas instituída e mantida continuamente na santificação e no trabalho pelo Espírito de Deus. É uma instituição única. É única porque ela está no mundo sem pertencer ao mundo. Ela aspira às coisas do alto, a Deus e busca sua contínua santificação, de suas estruturas e de todo o povo de Deus. Isso implica em uma conversão contínua ao Evangelho, e um forte sentimento de auto-crítica espiritual e filosófica andando lado a lado com uma identidade ortodoxa tradicional e tradicionalizante. Isso significa que a Igreja não condena ao mundo, não renuncia a ele, mas não se confunde com ele, ela está no mundo buscando purificá-lo do pecado e levá-lo à theosis, a deificação. O homem se torna Deus na Igreja assim como Deus se tornou homem por ele.

Então, se a gente for analisar bem, o melhor modelo da Igreja é 1) a Virgem Maria, Mãe de Deus e 2) o monge. Assim como a Igreja, Maria deu seu sim a Deus, colaborou com Sua obra, aceitou viver toda uma vida de sofrimento, privação, abnegação, uma vida realmente monástica, ascética, de entrega e no meio desse sofrimento era continuamente deificada. No fim de sua vida foi cortejada por centenas de discípulos de Seu Filho e Seus Apóstolos e na frente deles todos, ressuscitou e subiu aos céus, na glória, livre de todo julgamento como Rainha Soberana do céu e da terra. EXATAMENTE como a Igreja!

Aí temos o monge. O que faz o monge? Como ensinava o staretz Zóssima, ancião de 'Os Irmãos Karamazov', o monge encarna melhor e mais profundamente que qualquer fiel o cerne da espiritualidade cristã: 'Tu és responsável pelos pecados do mundo inteiro'. O dever do monge, como o da Virgem, é carregar Deus no ventre, ser teóforo (portador de Deus), isto é, vivendo no mundo, na carne, vive como um cidadão do céu, são homens que vivem como anjos, na estrita obediência, na mais pura castidade, na maior abnegação, em uma ascese meditativa profunda, na constante e incessante oração pelos próprios pecados e pelos pecados de TODA a humanidade. Assim como a Virgem. Assim como a Igreja.

O que que quero dizer com tudo isso é que, respondendo à sua primeira pergunta, a Igreja não está 'fora' do tempo histórico. Quer dizer, está e não está. Está no mundo mas não é escrava das vicissitudes terrenas, ao contrário, tem seus próprios valores e missão que transcendem esse mundo com o objetivo de levá-lo à perfeição. Eutanásia e aborto não são atenuantes, são características modernas, soluções modernas de um tempo histórico, de um mundo de valores e soluções e cosmovisões e filosofias e ideologias que são em si um mundo sem abertura ao transcendental, sem compromisso com o Evangelho, ao contrário, são em si sua negação. Nada mais justo que a Igreja se posicione contra essas coisas que não são soluções neutras nem inocentes. Revelam um modo de pensar materialista, manipulador, até eugênico que nada condiz com o cristianismo, até o nega. São valores pós-cristãos, valores que negam a fé. Portanto devem sim ser combatidos.

E isso inclui o homossexualismo. Dei minha respostas sobre isso aqui:

http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=125312&p=2472464&viewfull=1#post2472464
 
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