Permaneceram então em paz os Valar atrás de suas montanhas e, tendo concedido a luz a Terra-média, a deixaram por muito tempo abandonada. A autoridade de Morgoth não era contestada a não ser pela bravura dos noldor. Ulmo, que recebia notícias da Terra por meio de todas as águas, não deixava de pensar nos exilados.
A partir dessa época foram contados os Anos do Sol. Mais rápidos e breves são eles do que os longos Anos das Árvores em Valinor. Foi nesse período que o ar da Terra-média se tornou pesado com o hálito do crescimento e da mortalidade; e a transformação e o envelhecimento de todas as coisas foram muito acelerados. A vida pululava no solo e nas águas na Segunda Primavera de Arda, e os eldar aumentaram em número. E, sob o novo Sol, Beleriand se tornara verde e bela.
Ao primeiro raiar do Sol, os Filhos Mais Novos de Ilúvatar despertaram na terra de Hildórien, nas regiões orientais da Terra-média; mas o primeiro Sol raiou no Oeste, e os olhos dos homens que se abriam se voltaram para ele; e seus pés, quando Perambularam pela Terra, acabavam indo naquela direção. Atani foi como os eldar os chamaram, o Segundo Povo; mas também os chamavam de Hildor, os Sucessores, entre muitos outros nomes: Apanónar, os Posteriores; Engwar, os Enfermiços; e Firimar, os Mortais. Ainda os chamavam de Usurpadores, Desconhecidos, Inescrutáveis, Malditos, Desajeitados, Temerosos-da-noite, Filhos do Sol. Dos homens, pouco se conta naquelas histórias que dizem respeito aos Dias Antigos, antes do surgimento dos mortais e do desaparecimento dos elfos, à exceção daqueles ante-passados dos homens, os atanatári, que nos primeiros anos do Sol e da Lua entraram na região Norte do mundo.