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Orides Fontela

Mavericco

I am fire and air.
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Nasceu em São João da Boa Vista (SP), em 24 de abril de 1940, e faleceu num sanatório de Campos do Jordão (SP), em 2 de novembro de 1998. Começa a escrever em 1946, após ser educada por sua mãe. Em 1955, cursa a Escola Normal de São João da Boa Vista. Seus primeiros versos são publicados em 1956 no jornal “O Município” daquela cidade. Em 1967, vai para São Paulo (SP), onde ingressa no curso de Filosofia da Universidade de São Paulo – USP, formando-se em 1972. Trabalha como professora primária e bibliotecária em várias escolas da rede de ensino São Paulo. Após ter sido despejada do apartamento onde vivia, passa viver na Casa do Estudante, um velho prédio na Avenida São João daquela capital. De personalidade difícil, isolou-se dos amigos. Morreu na miséria e, se não fosse a atenção de um médico que a atendia no sanatório, teria sido enterrada como indigente. Há um longo depoimento de Orides Fontela sobre a sua formação e sua obra no livro ARTES e ofício da poesia, organizado por Augusto Massi, publicado em Porto Alegre pela editora Artes e Ofícios

Bibliografia: Transposição, 1969, Instituto de Espanhol da USP, coordenada por Davi Arrigucci Jr.; Helianto, 1973, Duas Cidades; Alba, 1983, Roswitha Kempf, Prêmio Jabuti; Rosácea, 1986, Roswitha Kempf; Trevo, 1988, Coleção Claro Enigma, organização de Augusto Massi; Teia, 1996, Marco Zero, Prêmio concedido pela APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte; Poesia Reunida, 2006, Cosac Naif/7 Letras;Trèfle (Trevo), tradução Emmanuel Jaffelin e Márcio de Lima Dantas - Paris: L'Harmattan, 1998; Rosace (Rosácea), tradução Emmanuel Jaffelin e Márcio de Lima Dantas - Paris: L'Harmattan, 2000.

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/sao_paulo/orides_fontela.html

Orides de Lourdes Teixeira Fontela nasceu em São João da Boa Vista, interior de São Paulo, em 21 de abril de 1940. Começou a escrever poemas aos sete anos de idade. Como ela mesma dizia, sua família “não tinha base cultural, meu pai era operário analfabeto, de modo que a cultura que peguei foi na base do ginásio, escola normal e leitura”. Aos 27 anos, deixou sua cidade natal e veio morar em São Paulo, com dois sonhos na cabeça: entrar na USP e publicar um livro. Cumpriu os dois: fez filosofia e publicou seu primeiro livro, Transposição, com a ajuda do professor Davi Arrigucci Jr., seu conterrâneo. Depois de formada, foi professora do primário e bibliotecária em escolas da rede estadual de ensino. Publicou ainda Helianto (1973), Alba (1983), Rosácea (1986), Trevo 1969-1988 (1988) e Teia (1996). Com Alba, recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia, em 1983, e com Teia , recebeu o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1996. Sempre com dificuldades financeiras, no final da vida, acabou sendo despejada de seu apartamento no centro da cidade e foi viver com sua amiga Gerda na Casa do Estudante, um velho prédio na Avenida São João. Era uma pessoa irritadiça e muitas vezes se meteu em encrencas, brigando com seus melhores amigos. Morreu em Campos de Jordão, aos 58 anos, no dia 2 de novembro de 1998, de insuficiência cardiopulmonar, na Fundação Sanatório São Paulo.

http://editora.cosacnaify.com.br/Autor/174/Orides-Fontela.aspx

Basicamente é isso. Uma poeta que teve uma vida desregrada, culminando em sua morte, tida como indigente, e que, em sua poesia, furtou-se ao essencial, à concisão não nos parâmetros cabralinos de frialdade, mas a uma concisão que, como bem notou o Ricardo Domeneck em texto, é a concisão de cubos de energia. Concisão o suficiente para que aqueles pequeninos artefatos batizados de poema, ao entrarem em contato com o ser humano, explodam, estourem, desaguem a dor (in)contida que neles subsiste.

Vale a pena citar um comentário de Fabrício Carpinejar sobre a obra da poeta, bastante incisivo:

São poemas imbuídos de investigação, mas que não recorrem à confissão ou a um tom de suspiro e enlevo. Íntimos, passando a largo de intimistas. Duros, críveis, laboriosos, destinado à lâmina da pedra mais do que à maciez do musgo. Orides Fontela conceitua a poesia como uma gramática. Poucos adjetivos, uma conduta de observação pura e imanente, protegida da transcendência. Com um repertório coloquial, nunca perde a realeza ou esbarra em facilidades expressivas. É comunicativa dentro de sua densidade, urde a complexidade das mais simples figuras.

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/sao_paulo/orides_fontela.html

No Brasil, a Cosac Naify relançou em 2006 sua poesia reunida:

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Páginas: 376; Ilustrações: 0;
Dimensões: 217 x 141 x 25 mm;
Peso: 0.540 kg;
ISBN: 8575034782.

Orides Fontela (1940-1998) foi autora de poemas que ficaram para a história da literatura brasileira do século XX. Sua obra é de um refinamento impressionante e acabou cativando críticos como Antonio Candido, Davi Arrigucci, José Miguel Wisnik e muitos outros. Segundo Antonio Candido, em seus poemas "se encontram a quintessência das melhores linhagens modernas e a capacidade de lhes imprimir um cunho pessoal inconfundível". Em Poesia reunida [1969-1996], a obra de Orides, há tempos fora das estantes mas sem nunca ter deixado de circular, reaparece pela primeira vez completa e com uma bibliografia atualizada. Neste volume estão reunidos os livros Transposição (1969), Helianto (1973), Alba (1983), Rosácea(1986) e Teia (1996).

http://editora.cosacnaify.com.br/ObraSinopse/10331/Poesia-reunida-[1969-1996].aspx

Com direito a site também: http://editora.cosacnaify.com.br/legacy/poemas/

Infelizmente, a edição se encontra esgotada. Esperemos que a relancem pela coleção Portátil!

O livro Teia, último livro da autora, pode ser encontrado no Estante Virtual por um bom preço. É um bom percurso na obra da autora, especialmente pelo andamento crepuscular que percorre os poemas.

Citarei apenas um poema do primeiro livro da autora como exemplo de sua poética:

FALA.

Tudo
será difícil de dizer:
a palavra real
nunca é suave.

Tudo será duro:
luz impiedosa
excessiva vivência
consciência demais do ser.

Tudo será
capaz de ferir. Será
agressivamente real.
Tão real que nos despedaça.

Não há piedade nos signos
e nem o amor: o ser
é excessivamente lúcido
e a palavra é densa e nos fere.

(Toda palavra é crueldade.)

Os textos anteriormente citados possuem, em seu bojo, outras composições.

Cito também uma postagem sobre a autora no escamandro e deixo registradas duas outras: uma, de Paula Dume para a Folha de São Paulo, 23/09/10, comentando o injusto esquecimento da autora; e outra na Revista de Cultura, o aritgo A imagem criativa na poesia de Orides Fontela, por José Carlos A. Brito. O preview do Poesia Reunida no Google Books é também digno de nota.
 

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