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ODISSÉIA - Homero

sério que a do carlos alberto mendes são as melhores? o_O as minhas são dele, mas a Ilíada é uma edição bem tosquinha (capa amarela), a Odisséia já é mais batuta.

é ele o da aurora rosidáctila? eu nunca lembro qual dos tradutores que dizia isso, hehe.
 
Tosca em que sentido?

A tradução dele das duas obras é a melhor, sim, em todos os níveis possíveis. Ele chegou ao ponto de manter a ordem sintática grega para ficar o mais fiel possível ao gosto do original - o que deu certo, embora obviamente cause uma estranheza em quem está acostumado só com a ordem direta em português. As estruturas e o vocabulário também estão de acordo, sendo que em vários momentos ele cria palavras em português na falta de uma adequada para o equivalente em grego.

Em suma, é o mais próximo de Homero que dá pra chegar em português.

A tradução do Haroldo de Campos é mais um poema do próprio Haroldo do que um de Homero. É o problema de poetas traduzirem poemas: claro que o resultado final vai ser bonito, mas já será uma outra coisa totalmente e o menos relacionada possível com a obra original. Poetas têm que compor poemas próprios, não se meter a traduzir os de outros poetas. Por isso sou mais fã das traduções de especialistas, pois visam se manter mais próximos do original. O resultado obviamente varia dependendo da competência do especialista: às vezes ele é um ótimo estudioso do autor e dos textos dele, mas péssimo tradutor.

O Carlos Alberto Nunes (não Mendes: provavelmente tu confundiu com Odorico Mendes, que também traduziu os dois poemas na segunda metade do século XIX) usa "Aurora dos dedos-de-rosa". "Rosidáctila" tem toda cara de ser coisa do Odorico. As traduções dele também são ótimas, não dá pra negar (ele traduziu também a Eneida, do Virgílio, e essa provavelmente é a tradução padrão até hoje), mas usam um português consideravelmente hermético: perto das traduções dele as do Carlos Alberto são tão fáceis como livros do Harry Potter, hehe. A Ateliê Editorial já relançou as três obras em edições muito bonitas e amplamente comentadas, notas essas que são mais do que bem-vindas dado o arcaísmo e a "truncagem" do português usado nas traduções.

Minha birra com as traduções do Odorico é de haver uma latinização extrema, traduzindo todos os nomes dos deuses para suas versões romanas (Zeus = Júpiter, Ares = Marte, etc.), além de heróis como Odisseu, que obviamente aparece como Ulisses. Mas isso vai mais de um gosto pessoal e do fato de esses deuses não serem exatamente os mesmos em ambas as culturas, já que o que houve foi um sincretismo da parte dos romanos, que se apropriaram de deuses e conceitos gregos e deram a esses nomes de deuses que eles já possuíam baseados nas similaridades de papéis e personalidades das divindades (afinal, alguém acha que antes da assimilação da cultura grega os romanos não tinham deuses? Pois é). Mas dá até pra defender esse tipo de escolha se partimos do princípio de que, como é uma tradução e o português é uma língua latina, nada mais lógico que usar formas latinas para vários nomes. Ainda assim acho que é forçar a barra.
 
tosca no sentido de ser igual as primeiras edições de livros da ediouro, algo mais para banquinha do que para livraria. mas é só o material, nenhuma reclamação sobre o livro em si (que é até bem legal, tem uma boa introdução e tudo o mais) :timido:
 
A edição que eu tenho aqui não se encaixa nisso de parecer mais de banca. O papel é aquele mais grosso e amarelado, o acabamento é bom, etc. A Ediouro também deve ter lançado naquele formato pocket tosco dela, mas essa não era a edição padrão do livro.
 
é da coleção clássicos de bolso. 6ª edição, publicada em 1996. tradução do nunes, isbn 85-00-70548-5. não é paperback, mas eu acho podre (especialmente se comparado com minha edição da odisseia).
 
Pois é, sempre fugi dessa coleção da editora, pois nunca gostei do formato, que é naquele dos livros de ensaios da editora Perspectiva. Mas ao contrário da Perspectiva, que tem livros de críticas e ensaios fantásticos no catálogo, que compensam o formato pouco prático, a Ediouro ainda tinha contra ela as traduções capengas da maioria dos livros que lançava.
 
e poxa, eu sei que o que importa é o texto e tudo o mais, mas é *muito* feio. é tão feio que foi um dos únicos livros na minha vida que eu não tive dó de rabiscar, está cheio de anotações :rofl:

se na época eu tivesse opção, teria comprado a caixa. :sim:
 
gente, só para avisar que essa caixa batuta que na saraiva sai por 109 está 69 reais no submarino -> http://www.submarino.com.br/produto/1/21507734/iliada+/+odisseia:+box+exclusivo?menuId=1339
 
Há alguma outra edição de Odisséia que vocês recomendam?
É que essa com tradução do Carlos Alberto Nunes além de esgotada está um pouco cara. Acho que aí só pela Estante Virtual mesmo.
 
Na Estante tem mesmo, numa edição mais antiga, mas a tradução é a mesma do Nunes. Tá com um preço bom.

Fora essa, a mais em conta atualmente é a em três volumes com tradução do Donaldo Schüler, publicada pela L&PM em formato de bolso.
 
Eu tenho a tradução da Odisseia do Carlos Alberto Nunes e posso dizer que poucas coisas me deram tanto tesão em matéria de literatura. [Selo de aprovação aqui.] :sim:
Acho que foi a única coisa digna de elogio que vi a Ediouro fazer até hoje.

A edição que eu tenho é com esta capa:
http://www.estantevirtual.com.br/mod_perl/info.cgi?livro=41157089



E só por que estamos falando de traduções de épicos e não tenho onde desabafar isto: lamento que não haja tradução completa em português da Kalevala (direto do finlandês, de preferência...)
 
Você pode pegar as traduções do odorico que estão em domínio público...

Mas sem notas de leitura / disposição pra consultar um bom dicionário não compensa muito...
 
Eu li na tradução do Donaldo Schüler (edição da LPM Pocket bilingue). Taí um livro que recomendo. O português Schüler é o português corrente e portanto não há necessidade de consulta ao dicionário. Um excelente livro para se ler numa viagem ...
 
Calib disse:
E só por que estamos falando de traduções de épicos e não tenho onde desabafar isto: lamento que não haja tradução completa em português da Kalevala (direto do finlandês, de preferência...)

Corrijo-me: descobri que existe uma tradução portuguesa integral. Só não consegui descobrir nada a respeito dela: se presta, se os tradutores são consagrados, ou se foi feita diretamente do finlandês... Na Cultura, só importanto, e está uns 80 reais e tanto. Acho que por enquanto me contentarei com a tradução em inglês que peguei na Internet... ($ovina quando po$$o).
 
A edição do Kalevala que li foi em espanhol da Losada, Coleção Classicos universales, traduzida por Alejandro Casona.... Taí, se não tiver vou criar um tópico...
 
Só pra avisar que Editora 34 está lançando esse mês uma edição bílingue de Odisséia, com tradução do Trajano Vieira e um ensaio do Italo Calvino. Dá uma olhada aqui.

Achei a capa muito bacana, e pelo que vi é meio padrão, também tem um "Medéia" no mesmo estilo.
 
E eu justamente pretendendo ler depois da Ilíada... O complicado é que 79 reais tá fora do meu paralelepípedo. E com Homero eu não sou tão afoito quanto com Dante (ainda bem, né...)

Ano que vem vai tá trinta. Vamos ter show da fé :rofl:
 
Agora acabaram as desculpas: quero ver todo mundo lendo a Odisseia! O que não falta é tradução.

Além da tradução pelo Trajano Vieira que o Diego recomendou, tem essa do Frederico Lourenço que foi lançada pela Cia das Letras, e que parece ser uma tradução bem premiada e tal:
http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=85025

E tem também o relançamento da tradução do Carlos Alberto Nunes pela Hedra:
http://www.hedra.com.br/home/?PHPSESSION_HEDRA=sess&id=2&livro_id=389&area[]=catalogo&area[]=detalhes

Em outras palavras: é pegar e ler.
 

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