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Obra de Tolkien e o Cristianismo

Gostaria de saber em qual história de Tolkien vocês acham que a sua fé na igreja está mais aparente. :pray:

Para mim é principalmente em o Silmarillion na queda de Númenor (Akallabêth). E para vcs? :pray:

O começo do Livro a primeira vez que li quando fala de Eru e melkor, me lembrou bastante a Bíblia.
 
A semelhança é muito grande tanto que Melkor que era considerado o mais poderoso dos valar pode ser perfeitamente comparado a Lúcifer, que era o arcanjo mais poderoso e foi expulso do céu por querer interferir na obra de Deus e Manwë pode ser comparado ao Arcanjo Miguel que se manteve fiel a Deus e liderou as hostes celestiais contra as forças de Lucifer (muito parecido com a batalha dos Valar contra Melkor).

Um abraço de Tiberius!!!

Utulie'n aurë. Aiya eldalie ar atanatari. Utulie'n aurë.
 
O Ainulindalë lembra muito a Bíblia. A diferença é que Eru aparece como relatado por um teólogo não pela mentalidade rústica e mui humana, portanto imperfeita de um Moisés.
 
Última edição:
Bom, pelo que pude notar a influencia de Tolkien vem de varios lugares, como ja foi dito, a grande influencia da mitologia grega, tambem podemos notar traços da mitologia nórdica. Mas que existe uma forte inspiração baseada no cristianismo, não se pode negar, principalmente do que diz respeito ao Silmarillion.
Então na minha opnião o Silmarillion retrata bem a ligação de Tolkien com o Cristianismo.
 
Realmente, a queda de Melkor nos remete formetemente ao cristianismo. Assim como a criação do mundo.

Mas como os colegas já disseram as obras de Tolkien são cheias de trechos que nos fazem lembrar de algo escrito no livro sagrado.
 
'Havia Eru, o unico[...]'
Não precisa dizer mais nada

Morgoth é lucifer, um vala 'caido' da mesma forma que lucifer era um anjo caido.
Da mesma forma que lucifer, que perdeu sua beleza e asas, Morgoth perdeu sua aparencia bela e virou a coisa que ele é.
Os ainur... não consigo explicar nada decentemente, mas sim, eles criaram Arda praticamente sozinhos, já o fato deles protegerem e manter os filhos de Eru 'a salvo', algumas vezes, é facil dar-lhes o nome de Anjos.
Já que da mesma forma que lucifer corrompeu 1/3 dos anjos transformando-os em demonios, Melkor o fez da mesma forma, os balrogs.
Os valar seriam algo parecido com os anjos mais poderosos ou qualquer outra coisa do tipo, quando os maiar seriam... né, os fraquinhos.

Quanto aos templos, acho que em 'Dos homens e sua chegada ao oeste' diz alguma coisa sobre os homens adorarem Eru em florestas e bosques e não construirem templos enquanto sempre temeram os Valar, sempre adorando apenas a Eru, como nós, você não vê ninguem adorando anjos. Claro, com os Númenor as coisas mudaram um pouco e vimos no que deu.
 
Última edição:
Minha impressão sobre os reflexos do cristianismo na obra tolkeniana é de que o mesmo estabelecesse muito mais a base de valores para a construção da história do que realmente os traços que tornam a narrativa característica do seu autor. Do ponto de vista da elaboração moral, há certo maniqueísmo na obra de Tolkien, não do ponto de vista das personagens, mas sim do entorno e da forma de situar as histórias - a presença de dois 'lados' é marcante e permeia todo o processo de enredo.

Na minha opinião, a Queda de Melkor é onde essa influência maniqueísta aparece com mais força, contrastando com outras histórias onde a perda da moral das personagens ditas 'do bem' mascaram esse aspecto. Porém relacionar a Queda de Melkor com a própria idéia da criação do demônio pela idéia cristã é muito ilustrativa.

Ah, eu já havia postado mais um trechinho nesse outro tópico:
http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=92938

A idéia de Tolkien, ao que dizem vários estudos, era criar uma mitologia 'inglesa' ao misturar elementos de outras mitologias - vide nórdica, por exemplo, ao usar a idéia de Trolls, e grega, pela imagem de Taniquetil (que remete ao monte Olimpo) ou de Aman (relacionando-se com os Campos Elíseos) - com traços da mitologia celta e anglo-saxã mas norteando tudo dentro de uma visão católica.

Há alguns paralelismos que podem ser traçados entre a obra de Tolkien e o catolicismo, a existência de um deus único, a queda de Melkor, entre outros aspectos. Mas não parecia haver nenhum interesse da parte de Tolkien de elaborar um livro teológico ou que possuísse todas as imagens retratadas na História da Salvação.

O que se discute mais é a presença de uma 'moralidade' (que inclui traços católicos), já que existe uma relação invisível entre os atos nobres ou vis de um e outro personagem - como se um ato fosse recompensado de alguma maneira conforme o tipo de intenção que leva o seu autor a fazê-lo. Até em SdA, a posse do um Anel desperta desejos como a avareza, a cobiça, a inveja e outros 'pecados' que acabam por degradar as pessoas (trazendo sim a idéia do mal versus o bem, ou do moral versus o imoral).

Porém isso não era uma premissa de caráter exclusivamente cristão na obra tolkieniana e sim uma derivação de seu projeto de criação de uma obra mitológica que pudesse permanecer como um reflexo de uma sociedade. Portanto, não havia na obra de Tolkien uma idéia maniqueísta ou exclusivamente católica, e sim um espectro de 'fábula', ou seja, que fosse embutido no texto alguma forma de lição moral (da qual não seriam imunes os heróis, visto que Tolkien não os pinta como perfeitos e sim como imperfeitos e capazes de perdas de moral).

É claro que não há como desvalorizar a presença católica na obra tolkieniana, já que os valores que ele traz têm, sim, projeções repletas de uma moral religiosa mais específica. Por outro lado, há uma idéia que ultrapassa a religiosidade, englobando características de uma obra de valor perene e universal, que tenha abrangência de valores que não se restrinjam ao grupo a qual Tolkien pertencesse.
 

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