• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

O Terceiro Reich (Roberto Bolaño)

Pips

Old School.
Lembro que após ler Cem anos de solidão, reli o prefácio – que não dei atenção na primeira lida– e encontrei algo interessante frisado por Rinaldo Gama ao falar sobre uma citação de Gabriel García Márquez. De acordo com Gama, o autor colombiano dizia que todo grande escritor está sempre escrevendo o mesmo livro. Esse anedota sussurrava aos meus ouvidos a cada livro que eu lia de Roberto Bolaño e ao ler O Terceiro Reich, livro escritor em 1989 mas publicado postumamente e lançado pela Companhia das Letras em Janeiro de 2011, conclui que o escritor chileno realmente escreve sobre os mesmo temas (literatura, política, poesia, guerra) – e é fácil de notar que muitos dos seus livros são continuações ou capítulos “perdidos” de outros.

Em O Terceiro Reich seguimos o diário (com tom jornalístico) de Udo Berger, alemão de 25 anos viciado em jogos de guerra, que está de férias num vilarejo próximo à Barcelona acompanhado de sua nova namorada Ingeborg (não você não está louco, esse nome também figura por 2666). Através desse diário conhecemos as intenções de Udo de publicar novos trabalhos sobre os jogos de guerra, incluindo O Terceiro Reich, e aperfeiçoar sua escrita – que é motivada pelo seu melhor amigo Conrad. Todavia, durante grande parte da viagem o alemão é seduzido pela vida noturna, pelos jantares, pelas praias e pelos novos amigos que Ingeborg faz. Dessas novas amizades surgem os espanhóis Cordeiro e Lobo e o misterioso Queimado.

Continue lendo...
 
[align=justify]Todo livro lançado postumamente cria, na expectativa de sua publicação, uma espécie de aura de promessa, de que algum aspecto novo e definitivo irá se apresentar aos olhos do público. Assim vem sendo com a obra do escritor chileno Roberto Bolaño (1953-2003), cujo espólio aparentemente inesgotável vem oferecendo continuamente esse tipo de mobilização por parte de editoras, jornais e leitores. Tanto que a edição brasileira de O Terceiro Reich, que a editora Companhia das Letras lançou no começo de 2011, tem estampada na capa, quase como um subtítulo, a seguinte inscrição: “O inédito do autor de 2666 e Os Detetives Selvagens”. Há a necessidade de assinalar que esse romance é diferente dos outros, tem outra condição (como se esse de fato fosse o verdadeiro inédito), mesmo dentro das outras obras póstumas de Bolaño: esse não foi um livro que o autor não conseguiu ver lançado, mas sim um livro que ele preferiu não publicar.

Escrito em 1989, O Terceiro Reich inaugurou (secretamente) uma frenética produção romanesca que renderia, até o final da vida do autor, quase vinte livros. Não se trata de um manuscrito abandonado, mas um texto completo e corrigido. Então, por que mais de uma vez Bolaño declarou que o único livro que deixou inédito era uma “merda sem salvação”?

Lendo-o, é difícil acreditar nessa insatisfação. O romance traz já os grandes elementos da obra madura de Bolaño, como o uso muito específico da narrativa policial, a melancolia ligada a certos momentos de uma vida passada e os jogos das referências literárias, de vanguardas perdidas ou esquecidas. “Jogo” é, aliás, a palavra central de O Terceiro Reich.
[/align]

CONTINUE A LER ESSA RESENHA NO BLOG MEIA PALAVRA
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo