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"O Tempo e o Vento" (Érico Veríssimo)

Entendi o que você quis dizer, Fosco ^^

Eu terminei ontem O Continente, provavelemente nessa sexta começo O Retrato. Mas olha, eu devo dizer que os capítulos "Ana Terra" e Um Certo Capitão Rodrigo" são tão legais que a partir disso o livro foi meio... arrastado para mim. O Capitão Rodrigo era hilário, aquela história de ter faltado só um rabinho do "R" eu morria de rir toda vez que lia. A personagem faz um monte de caca, mas é tão carismática que não tem como não gostar dele.

Já as histórias que têm no segundo tomo... Bom, a primeira (Teniaguá) é legalzinha, especialmente por causa das doideras da Luzia e a força da Bibiana (hehe). Mas as outras... poutz. Aquele Licurgo é muito chato.

Na verdade eu devo dizer uma coisa: mesmo que as mulheres do livro tenham consciência de uma certa condição de "escravas", ainda assim elas parecem em muitos momentos mais fortes que os homens. A Bibiana é o melhor exemplo disso, a frieza dela para adquirir o Sobrado novamente é fora de série.

Enfim, quando ler o Retrato vou poder opinar sobre essa história de O Continente ser o melhor ou não =P
 
O Retrato é fantástico.

Mas é meio impossível (na minha cabeça, pra deixar claro) comparar o Retrato com O Continente... são dois enfoques e momentos históricos diferentes e com personagens diferentes. (dã).

Gosto de ambos, mas sou incrivelmente inclinado a achar O Retrato uma Obra-prima.

O Rodrigo do Retrato é um personagem fabuloso, enfim... não vou começar a falar senão vou encher vcs de spoilers. hehe
 
Tô com uma preguiça, hehehe. Mas vou dar um apanhado bem geral de porque eu gosto dele, sem spoilers. :g:

O que é incrível no Rodrigo é aquela coisa dúbia de um cara que vive entre os seus supostos preceitos morais e políticos e a total dependência do seu estilo elitista de ser. E isso é Érico Veríssimo, uma análise de um personagem que se parece tanto com tantos de nós. Ele vai contrastar com a imagem do Capitão, agora vivido mais na figura do Toríbio (irmão de Rodrigo). E tal contraste, do modo como Érico o faz e com toda a simbologia possível (adentrando a construção da Família dentro de O Arquipélago) me deixa arrepiado quando eu me lembro das passagens e tudo o mais.

Sem falar que em O Retrato tem o D. Pepe, o pintor que é simplesmente um "alter-ego" do espírito crítico a hipocrisia da caridade cristã e burguesa que nós vemos até hoje o Verissimo filho criticar.
 
Bá, o Licurgo é um dos meus personagens favoritos...

Bom Ana, tu vais ver quando terminar de ler a trilogia inteira que existe uma razão para ele ser separado de tal maneira e de utilizar a mesma técnica, etc. Uma coisa engraçada para os gaúchos que tem, ainda, alguma lembrança de uma família mais campeira é que consegue reconhecer em certos familiares traços, digamos, muito parecidos com os personagens dos livros.

Ah, eu acho o D. Pepe legal, mas eu vejo ele de outra maneira... (Se hay gobierno, soy contra!). O Toríbio e a Maria Valéria são fantásticos também.
 
Então, comecei a ler "O Retrato" hoje cedo, e muito embora ainda não tenha batido ainda na metade do livro (estou ali pela página 200), acho que já deu para ter uma idéia geral da narrativa em si então vou dizer djá o que acho :dente:

Primeiro: ele não usa técnicas semelhantes ao do continente. N'O Continente nós tínhamos os fatos de 1895 (que apareciam nos capítulos "O Sobrado"), intercalados com momentos que vinham desde 1475. Esses momentos, apesar dos saltos de tempo, eram apresentados de forma 'linear', digamos assim.

Então, o que víamos era 1895 - 1745 - 1895... etc.

Já no caso de "O Retrato", começa ali por 1930 (é isso, não?), com o Doutor Rodrigo (o filho do Licurgo) já velho voltando para Santa Fé. O primeiro capítulo, Rosa dos Ventos, é todo marcado por Cuca ouvindo as pessoas falando bem ou mal de Rodrigo, terminando com o depoimento do José Lírio, que faz um gancho com o segundo capítulo, Chantecler. Aqui volta-se para 1909, com Rodrigo ainda jovem e cheio de motivações.

O movimento é diferente d'O Continente, não temos aquela intercalação e retomada ao período "principal" (que seria 1895). Não que O Continente tambem não tivesse gancho de um capítulo para outro (só lembrar que n'O Sobrado que antecede "Um certo capitão rodrigo", Bibiana diz algo sobre o capitão).

Enfim, por enquanto eu estou gostando bastante, e não acho que ele perde o pique, não. Só sinto que "O Retrato" tem um estilo muito mais parecido com "Incidente em Antares" do que com "O Continente". Se não ficasse retomando personagens como Bibiana, Licurgo, Alice, etc., dava para dizer que era outro livro.
 
Ana Lovejoy disse:
Já no caso de "O Retrato", começa ali por 1930 (é isso, não?), com o Doutor Rodrigo (o filho do Licurgo) já velho voltando para Santa Fé. O primeiro capítulo, Rosa dos Ventos, é todo marcado por Cuca ouvindo as pessoas falando bem ou mal de Rodrigo, terminando com o depoimento do José Lírio, que faz um gancho com o segundo capítulo, Chantecler. Aqui volta-se para 1909, com Rodrigo ainda jovem e cheio de motivações.

Na verdade, o Rosa dos Ventos é em 1945, com o Rodrigo voltando já depois do Estado Novo. Mas, no Arquipélago essa maneira que tu disses é retomada, com os capítulos Reunião de Família intercalando os outros.
 
Antes de ler essa série, o meu contato com a cultura sulista era praticamente zero, então não escondo que tive uma certa dificuldade inicial pra concluir tudo. É uma obra maravilhosa e logicamente adorei e muito a trajetória do Capitão Rodrigo que é o livro mais marcante.
 

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