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O RAIO X da Corrupção:

legolas86888

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A Revista VEJA, publicou na sua penúltima edição, uma reportagem sobre a Corrupção, o que convenhamos não é novidade, mas esta, abrange um conteúdo bem interessante:

O RAIO X da Corrupção:

Segundo o que a revista coloca, a PF ao investigar quadrilhas envolvidas com obras publicas, frequentemente se deparavam com um quadro incompreensível. Pois mesmo com a certeza de estarem diante de um crime, através de interceptações telefônicas e e-mails apreendidos, os investigadores muitas vezes não conseguiam responder a uma pergunta crucial: de onde vinha o ganho dos criminosos?
E era ai que estava o “X” da questão, bem embaixo do nariz deles.
Quando a PF investigava os contratos entre as empresas e os órgãos públicos, chegavam à conclusão de que os preços que elas cobravam estavam dentro do “limites legais”, logo, não existia superfaturamento e todo o resto não fazia sentido.

Para explicar isso, primeiro se faz necessário explicar como funciona a questão de Licitações nas obras publicas. Desde 2003, para tentar conter o desperdício de dinheiro com Obras Publicas, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, passou a exigir que antes que os Órgãos Públicos fizessem o pagamento pelos materiais e serviços, consultassem as tabelas oficiais de referencia de preços (Sinapi - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil. Sicro - Sistema de Custos Rodoviários).

Para órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União, um preço só é classificado como "superfaturado" se estiver acima dos valores constantes do Sinapi e do Sicro. Tudo o que estiver dentro do limite das tabelas é considerado legal.

O que a PF descobriu, e que causa espanto, é que as duas tabelas oficiais já trazem preços muito superiores aos praticados pelo mercado. Uma rápida pesquisa realizada pelos peritos policiais no comércio revelou que os preços dos produtos mais usados em obras de engenharia estão, em média, 20% mais altos do que deveriam.

Se o leitor, por exemplo, for a um depósito para comprar um tijolo cerâmico do tipo "oito furos", pagará 44 centavos a unidade. O mesmo tijolo, adquirido pelo governo. sairá por 56 centavos. A diferença, de 27%, é carregada para o ninho dos ratos da corrupção. Em produtos como a tinta látex acrílica, ela chega a 128%. No forro para teto, do tipo bandeja, as tabelas trazem valores até 145% mais altos que o usual. Ou seja, basta as empresas seguirem a tabela ao pé da letra para obter uma espécie de "superfaturamento legal".

Com isso, o governo dá de bandeja mais um motivo para as empreiteiras deitarem e rolarem. Elas cobram preços muito acima dos de mercado, fazem isso à sombra de regras estipuladas pelo próprio governo e, assim, ficam inalcançáveis pela lei – e pelas auditorias do TCU.

Entre outras coisas, a matéria cita:

- A construção da Ferrovia Norte-Sul de Goiás, que só em um dos sete trechos construídos teve mais ou menos 50 milhões "superfaturados legalmente"...
- O acerto entre empresas que trabalham com obras publicas, para assim boicotarem as Licitações.


Uma montanha de verbas públicas está prestes a ser despejada nas obras destinadas à Copa do Mundo de 2014. Pelos cálculos da PF, dos 24 bilhões de reais que serão gastos no Mundial, 5 bilhões ao menos podem ir pelo ralo da corrupção com a providencial ajuda das tabelas de referência. O objetivo dos ratos da corrupção é roer o dinheiro público sem deixar rastros. O do governo deve ser exterminá-los - e acabar de uma vez por todas com essa farra.

FONTE – Revista VEJA – Edição de Junho 2011 – (Esqueci o nº da edição:mrgreen:)
 
Para piorar existe uma cultura de não investigar a origem da verba no Brasil. Se um país como a Venezuela ou Irã decide investir numa refinaria de petróleo aqui no Brasil a galera só quer saber do dinheiro, mas nem falam na possibilidade de o projeto estar servindo para lavar dinheiro sujo de guerra ou de corrupção. O oposto ocorre quando se investe lá fora em países sem haver fiscalização pública, sem explicar para a população que ao investir numa país com ditadura, por exemplo, pode-se estar a financiar um regime que vai fundo contra aquilo que valorizamos.
 
Cultural é, mas só o fato dessas tabelas terem sido aprovadas e o cidadão não ter sido convidado a opinar sobre isso já me mostra como os politiqueiros tem seus representados em alta conta.
 

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