Eu discordo!! Kandinsky por exemplo iniciou com o expresionismo subjetivo, distorcendo a realidade até chegar ao abstrato. E no abstrato ele formula teorias e métodos. Um destes métodos é o improviso, que deve ser impulsivo e desprendido de qualquer valor. É o minus-K , minus knowledgment, onde você, apesar de ter uma p*** carga de conhecimentos, age como se não conhecesse nada, impusivamente. É mais ou menos o que um músico deve fazer para tocar, ele sabe toda a teoria, mas para solar com real sentimento, esta teoria deve ser esquecida. E temos que lembrar que Kandinsky formula estas práticas com base na música!
Isso é improviso, sim, mas não desprovido de razão. O abstracionismo de Kandinsky tem raizes no cubismo, em Chagall, na arte árabe e em outros movimentos que o inspiraram. As Improvisações de Kandinsky, creio eu, não foram obra do puro impulso, mesmo que Kandinsky o diga. Elas obedecem padrões, foram vinte anos praticamente de quadros que guardam entre si profundas semelhanças. Kandinsky era estudioso das formas e impacto das cores, seus quadros eram estudos acadêmicos, e as liberdades que tomava eram bem pensadas...
Pois bem, então surgem aqueles caras que pintam o corpo e se jogam na tela, andam sobre a tela, saem voando e pintam a tela. Ou então fazem a ready made art, retiram um pedaço de muro que foi pixado e colado de cartazes diversas vezes e põe no museu. Esse tipo de arte não tem nenhuma intenção, é conceitual, mas por isso mesmo é chatíssimo de se ver.
E bota chato. Aqueles caras que pintam o corpo e jogam na tela pra mim não fazem arte, apenas carimbam as nádegas e acham que estão abafando...
E eu não consigo entender mondrian, eu não acho nada. Na verdade penso que sua obra também é conceitual, é matemática e natural. Já existia antes dele fazer, como a ciência que vai sendo descoberta. E artistas do mesmo grupo que ele realizavam obras que sintetizavam até linhas e quadrados algumas paisagens naturais. Ou seja, a paisagem já estava ali, não ouve sentimento ou intençao em cima.
Ok, vou falar um pouco dobre o estilo em que Mondrian se enquadra...
Mondrian era da turma do DE STJL e posteriormente adere aos neoplásticos. O movimento, cujo nome significa literalmente “o estilo”, se adequa ao movimento que contribuiu para firmar o design do século XX. O movimento De Stijl, tal como o Construtivismo, se colocou explicitamente sob influência da tecnologia avançada e das descobertas da ciência e não foi outro senão Theo Van Doesburg, um dos grandes responsáveis pela internacionalização do Construtivismo, o seu principal fundador. Era ele teórico, poeta, crítico, pintor, arquiteto e tipógrafo, e também um dos pioneiros do moderno design gráfico. Suas peças chamavam atenção pela rigorosa precisão com a qual o espaço era dividido, por vezes se valendo de linhas negras para contrastar as divisões. Buscavam tensão e equilíbrio mediante o uso da assimetria e, tal como os suprematistas e construtivistas, usavam com arrojo as formas básicas e as cores primárias. O grupo De Stijl viria a ampliar o enfoque geométrico proposto por Malevich. Também se destacavam pela máxima simplicidade de suas soluções. Eles criaram o termo Neoplasticismo, nos anos 20, para designar sua concepção de pintura bidimensional, e o termo acabou por se tornar sinônimo do estilo do grupo em geral.
Influenciados num primeiro momento pela livre assimetria da arquitetura de Frank Loyd Wright, tanto nos designs quanto nas pinturas, foi por meio de Van Doesburg que o grupo as estendeu a tipografia, abrindo maiores oportunidades para o desenvolvimento criativo do moderno design gráfico. O movimento acabaria por ajudar a alterar o aspecto da página impressa, em razão do crescente envolvimento com as modernas idéias tecnológicas e industriais, se contrapondo ao simétrico e ornamental. Dos modelos estabelecidos pelo De Stijl surge a base para as primeiras criações tipográficas do movimento Bauhaus. O nome do De Stijl vem da revista homônima, publicada de 1917 a 1932. Van Doesburg foi um dos primeiros a reconhecer a quarta dimensão como elemento do design, quando percebeu a importância do ritmo nos filmes de Hans Richter, um membro do grupo. Sobre o design neoplástico, em 1926, afirmou que a crescente necessidade de uma realidade visual era a causa da enorme popularidade do cinema, dos jornais ilustrados, das revistas e da fotografia. Para ele, essa realidade visual fazia parte do estilo do nosso tempo. Não escondia sua apreciação pelo cinema, pelo rádio, pela chapa de impressão, como instrumentos que emancipavam o homem em relação à natureza no que tange ao espaço e tempo.
Van Doesburg resume, em 1928, a revolucionária concepção formal do De Stijl: “A linha reta corresponde a velocidade do transporte moderno; os planos horizontais e verticais à manipulação mais sutil, ou às mais simples tarefas da vida e da tecnologia industrial. (...) O Homem moderno desafia a forma ortogonal (simétrica) com uma forma oblíqua (assimétrica). Essas renovações encontram seu equivalente na teoria da Relatividade, nas novas pesquisas sobre a natureza da matéria e numa atitude aberta em relação a inteligência ilimitada e às iniciativas criadoras dos seres humanos”.
Pra concluir, alí havia um propósito, uma intenção clara... E mais, talvez não fossem trabalhos sentimentais, mas de uma notável sensibilidade estética no que tange a composição do espaço.