Creio que exemplificar qualquer nação da Terra-Média como um país da Segunda Guerra não é absurdo, somente a alegoria Mordor - Qualquer Coisa.
Vejamos porque. Rohan, o que é? Basicamente uma nação, decadente, basicamente agrária, mas que já foi lar de várias glórias e tem um passado (curto, sim, mas) glorioso. Pode-se comparar à França da Segunda Guerra. A França não tinha um exército muito poderoso e numeroso, tampouco Rohan o tinha, vejam o custo para defenderem suas fortalezas!
Gondor é outra nação gloriosa, mas decadente. O Império Britânico caiu após a Primeira Guerra. Ganhou a corrida armamentista, ganhou a guerra, mas perdeu importância: sem a intervenção americana, os generais recorreriam ao famoso
Alea Jacta Est de César: a guerra poderia permanecer em
statu quo nas trincheiras, e tanto os alemães quanto os ingleses/franceses poderiam avançar. Gondor, antes de Sauron, mandava na Terra-Média incontestavelmente, e o Império Britânico mandava na Inglaterra. Os Britânicos, também, não tinha muitos soldados na Segunda Guerra, contexto do livro: a Marinha era forte e a RAF, mediana. A maioria do Exército estava dispersa nas numerosas colônias: imaginem o número de batalhões necessários para manter a ordem somente na Índia, onde o espírito separatista crescia!
Mordor, por sua vez, é o mal propriamente dito. A analogia MAIS PRÓXIMA, mas ainda assim insuficiente, é de que Mordor seria a Alemanha, que após a derrota na Primeira Guerra (Primeira Ascensão de Sauron com o Anel), se aquietou e ressurgiu, mais traiçoeira, anos depois.
Oromë disse:
Só um pequeno detalhe: os EUA não foram salvação na Segunda Guerra em lugar nenhum. Eles só entraram no final da mesma e por terem sido atacados. Além disso, a Alemanha se derrotou sozinha quando invadiu a URSS. Jogaram fora o que era o melhor exército existente até então.
Quanto à representação, como já disseram, Tolkien não gostava de analogias. Entretanto, pode ser que exista alguma inconsciente, dado que um ser humano não se dissocia de seu meio. Mas nesse caso, estaria muito mais próximo da Alemanha Nazista, dada a aversão do Professor pela mesma. Até porque, os EUA só se tornaram uma superpotência no final dessa mesma guerra, quando bancou a reconstrução dos países arrasados. Até lá, ele só agia como carrasco dos países latino-americanos.
Duas coisas. A primeira: os EUA não entraram no fim da Guerra. Eles invadiram a Europa, o que ocasionou o fim da Guerra. Os EUA entraram na Guerra em 1941, com o ataque a Pearl Harbor, e não deram só um empurrãozinho. Com a Marinha Japonesa voltada para a defesa/conquista do Pacífico, os Alemães não puderam pôr em prática o plano de dominação da Inglaterra. Sobre o fracasso da Alemanha ao atacar a URSS, concordo.
A segunda coisa: o
Big Stick e o Corolário Roosevelt à Doutrina Monroe permaneciam na América, mas os EUA já havia abandonado a Doutrina Monroe, por si só, na Primeira Guerra.
Quais eram os principais pontos da Doutrina Monroe? A não criação de novas colônias nas Américas; a não intervenção nos assuntos internos dos países americanos por parte de países europeus; a não intervenção dos Estados Unidos em conflitos relacionados aos países europeus como guerras entre estes países e suas colônias ou entre estes próprios países. Os EUA tornaram-se senão uma superpotência, mas ao menos uma POTÊNCIA, após o fim da Primeira Guerra, quando emprestaram milhões de dólares para a Alemanha, apesar de Thomas Woodrow Wilson, presidente dos EUA à época da Guerra e PÓS-Guerra, ter sido contra as abusivas taxas de indenização impostas a Alemanha (fato que ocasionou a crise econômica na Alemanha, e, portanto, a Segunda Guerra!), tanto é que criou o Idealismo (Wilsoniano), corrente política quanto às relações internacionais. Essa potência decaiu muito com a crise de 29, e só se reergueu... adivinhem? Na Segunda Guerra! Os EUA são o que são hoje por sua colonização, sim, mas também pelas guerras que financiou e participou!