Zirak-tarâg
Moleculista
Sei que dizem que ele antecipou tendências do modernismo, mas hoje encontrei esse discurso, do encerramento das atividades do primeiro ano da ABL:
Embora seja uma fala mais academicista que conservadora, fiquei pensando no que ele acharia se tivesse a oportunidade de ler Macunaíma, por exemplo. Não conheço muito do pensamento dele, mas, como eu vejo, ele estava mais aberto à inovação de conteúdo (que talvez seja um dos pontos fortes dele) do que de forma.
O que vocês acham?
Nascida entre graves cuidados de ordem pública, a Academia Brasileira de Letras tem de ser o que são as associações análogas: uma torre de marfim, onde se acolham espíritos literários, com a única preocupação literária, e de onde, estendendo os olhos para todos os lados, vejam claro e quieto. Homens daqui podem escrever páginas de história, mas a história faz-se lá fora. Há justamente cem anos, o maior homem de ação dos nossos tempos, agradecendo a eleição de membro do Instituto de França, respondia que, antes de ser igual aos seus colegas, seria por muito tempo seu discípulo. Não era ainda uma faceirice de grande capitão, posto que esse rapaz de vinte e oito anos meditasse já sair à conquista do mundo. A Academia Brasileira de Letras não pede tanto aos homens públicos deste país; não inculca ser igual nem mestra deles. Contenta-se em fazer, na medida de suas forças individuais e coletivas, aquilo que esse mesmo acadêmico de 1797 disse então ser a ocupação mais honrosa e útil dos homens: trabalhar pela extensão das idéias humanas.
Embora seja uma fala mais academicista que conservadora, fiquei pensando no que ele acharia se tivesse a oportunidade de ler Macunaíma, por exemplo. Não conheço muito do pensamento dele, mas, como eu vejo, ele estava mais aberto à inovação de conteúdo (que talvez seja um dos pontos fortes dele) do que de forma.
O que vocês acham?