Eu me lembro de ter escutado na abertura desses jogos olímpicos que o Brasil havia investido para esse ciclo um valor um pouco inferior ao que investiu a Itália.
As delegações desses países também têm número absolutos bem parecidos. São 290 italianos, contra 248 brasileiros.
Na economia, os PIB's dos dois países também se equivalem. U$ 2,29 trilhões do Brasil, contra U$ 2,24 trilhões da Itália.
A grande diferença é que no Brasil, esse PIB está (mal) dividido entre 196 milhões de pessoas, enquanto na Itália, a população está na casa dos 60 milhões.
Mesmo assim, acho que seria uma boa comparar o desempenho dos italianos com o nosso para ter uma ideia de onde poderíamos chegar.
A Itália terminou a participação em Londres em 8º lugar (8 Ouros, 9 Pratas, 11 Bronzes).
Nós ficamos em 22º (3 Ouros, 5 Pratas, 9 Bronzes).
Mas por que duas delegações praticamente do mesmo tamanho e com o mesmo investimento têm desempenhos tão diferentes?
Na minha opinião, esse investimento brasileiro ainda é pequeno e tem capacidade de, no mínimo, dobrar pra 2016.
Mas também é necessário saber onde investir e nesse ponto estamos muito atrasados.
Não dá tempo de transformar a cultura esportiva de um país em apenas um ciclo olímpico.
Boa parte desse dinheiro deveria ter a alcunha de investimento em esporte, mas na verdade seu destino seria as escolas de ensino fundamental e as universidades públicas.
Assim, as nossas crianças seriam educadas para o esporte.
O estímulo da prática esportiva nas crianças seria o 1º passo para a descoberta de novos talentos no alto rendimento futuro.
E aqueles que não chegarem lá, pelo menos, ganharão um pouco mais de saúde...
O segundo momento seria de lapidar esses jovens e prepará-los para uma atividade esportiva combinada a uma vida acadêmica, mais ou menos como acontece nos estados unidos, com incentivos para atletas promissores. De lá é que sairão atletas de esportes menos populares, como atletismo, ciclismo, remo, ginástica, entre outros.
Esse é um trabalho pra uns 20 anos, mas eu não tenho muita esperança de que se torne realidade enquanto eu estiver vivo.
Vejam bem, se até eu consegui pensar num plano assim, provavelmente, muitas pessoas também já chegaram a essa conclusão e certamente alguém chegou a propor ao governo um projeto nesses moldes.
Os governantes devem ter dado muitas risadas desse pobre coitado!
Eu só consigo chegar à conclusão que teremos uma evolução muito pequena em 2016. Longe da revolução que poderia acontecer, se houvesse interesse político.
Entretanto, essa ínfima melhora será exaustivamente utilizada como instrumento de propaganda.
Assim, nos iludiremos e continuaremos na colônia!