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O que é o vinil HD que quer revolucionar a forma como você ouve música

Fúria da cidade

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Ilustração do vinil HD da Rebeat - Rebeat




Quem acompanha a presente coluna já entendeu que o vinil é uma mídia virtuosa, que em nada deixa a desejar frente a CDs e outros suportes físicos em temos de qualidade e fidelidade sonora.

Mas o que talvez você não saiba é que o que já era bom pode alcançar patamares de excelência nunca dantes escutados. Já ouviu falar em vinil HD?

Venda de discos de vinil disparou; mas essa volta é real ou modinha?​


Sim, isso existe. É um projeto cuja patente foi registrada há cinco anos pela start-up austríaca Rebeat, que desde então passou a receber financiamentos milionários.

As vantagens de um LP de alta definição criado na era da alta definição é de saltar aos ouvidos, afirmam os desenvolvedores. Em quatro tópicos, o "HD vinyl" prevê:
  • Aumento de 30% na resposta de frequência, que promete um som de volume mais alto e, segundo a Rebeat, de maior qualidade.
  • Aumento de mais 30% na duração do LP, que hoje gira em torno de 22 minutos em cada lado --o total iria para quase uma hora de música, fazendo discos duplos caberem em simples.
  • Que os novos discos poderão ser tocados em qualquer aparelho de som, sem necessidade de gastar dinheiro com aparelhos.
  • Que, além de ser mais rápida, a fabricação empregará menos compostos químicos, o que é melhor para o meio ambiente.

Como conseguir tudo isso? Começando do início.​


A Rebeat quer mudar a forma de se fabricar discos. No lugar das várias etapas da prensagem tradicional, que envolvem um banho tóxico de sulfamato de níquel no molde do disco, entrará um processo mais simples, "limpo" e de origem digital —embora o sinal sonoro final continue sendo analógico.

Para entender melhor essa ideia, a coluna conversou com o austríaco Günter Loibl, CEO e idealizador do vinil HD, que é descrito no próprio site da companhia como uma "ideia maluca". E ele detalhou como funcionará cada etapa dessa maluquice.


Tela capturada do programa The Perfect Groove - Divulgação - Divulgação


Imagem: Divulgação

Resumindo, a música primeiro será inserida em um novo software CAD, chamado The Perfect Groove, que converterá os sons em um mapa tridimensional com a posição de cada sulco e ranhura interna do vinil —é correndo por sulco e ranhuras que a agulha "lê" o disco.

Depois, esse mapa topográfico será gravado fisicamente, por meio de uma máquina de laser de alta precisão, em uma placa de cerâmica. Ela substituirá a tradicional de laca, que dará origem um novo tipo de molde para a prensagem do LP.

Mais ou menos assim​



Dessa forma, a Rebeat promete prensagens mais precisas, com menos desgastes nos moldes e uma fidelidade sonora cerca de 50% superior.

E o que falta para esse vinil HD chegar ao mercado?​


A coluna apurou com a Rebeat que o software já foi finalizado e os esforços agora se concentram no desenvolvimento e aprimoramento do processo de corte dos moldes.

O problema é que, originalmente, o lançamento comercial deste supervinil estava previsto para 2019, antes da pandemia. E esse atraso de dois anos vem gerando desconfiança no mercado e entre colecionadores.

A necessidade de criar ranhuras perfeitas nos sulcos causou atrasos inesperados. Ainda há ruído de máquina presente nessas ranhuras. Isso está para ser resolvido. Também teremos um novo laser para aumentar a fidelidade e velocidade do processo. Günter Loibl

Segundo o CEO, desde o anúncio do projeto em 2016, o interesse de fábricas e estúdios de masterização de diversas partes do mundo vem surpreendendo a empresa.

Como hoje há escassez de discos de corte devido ao incêndio que aconteceu ano passado na fábrica Apollo Masters nos EUA, que dizimou e encareceu matéria-prima, eles querem a certeza de que processo estará adequado a futuras regulamentações ambientais. Günter Loibl

Ou seja, diante desse cenário, a capacidade de produção promete ser pequena de início, empreendida via parceiros pequenos e independentes. Se tudo der certo, grandes artistas e gravadoras serão o alvo seguinte.

E quando chegará e quanto custará esse bendito vinil HD?​


Atualmente não há previsão de data. Sobre preço, contrariando as expectativas, Loibl jura que ele chegará ao consumidor "custando quase o mesmo" que um LP novo normal, que por sinal já está suficientemente caro, como já escrevi por aqui.

Se o discurso for além do lado marketeiro, trata-se de uma grande notícia, já que os vinis tenderão a custar menos, por exemplo, que os de alta-fidelidade já disponíveis no mercado, como os do incensado selo americano Mobile Fidelity Sound Lab.

Você terá um vinil HD por quase o mesmo preço de um disco tradicional, mas com som muito melhor, ajudando a preservar o meio ambiente e podendo reproduzi-lo em seu toca-discos normal.


Günter Loibl, CEO da Rebeat - Divulgação - Divulgação

Imagem: Divulgação

Dúvidas​


Que Loibl está empolgadão é perceptível. Mas eu me pergunto: é para tanto? Afinal, o vinil HD até agora não virou um produto. É apenas um projeto. E projetos podem mudar de curso a qualquer momento.

A experiência do mercado com outros formatos de áudio HD, como o DVD-Audio e o SACD, que antes da era do streaming sofreram para encontrar consumidores e viabilidade comercial, é mais um balde de água em entusiastas.

Mas vai valer a pena começar a comprar?​


Eu diria que, se você é daqueles que prezam pela qualidade e possui um aparelho hi-fi em casa, pode, sim, ser uma boa ideia comprar um "HD vinyl". Ao menos para conhecer o formato e ter um na coleção.

Seu toca-disco está mais para uma maletinha ou um dotado de cápsula de cerâmica em vez magnética e agulha cônica no lugar da elíptica, ambos componentes de qualidade inferior? Então é melhor esquecer. O som sairá basicamente igual.

Sinceramente, o HD vinyl vai vingar?​


Minha aposta? Provavelmente não. Atendendo hoje a um nicho, discos de vinil já apresentam qualidade suficiente para agradar ouvidos com os mais variados níveis de exigência.

E a verdade é que a maioria desses está mais preocupada com a experiência analógica como um todo do que exatamente com alta definição.

Fábricas ainda terão de se adaptar, pagar pelo software e investir em novos e caros equipamentos e matérias-primas.

Então por que criar um novo produto e jogar mais plástico no mundo?​


A resposta pode estar justamente na justificativa ambiental do projeto. Esse será um tema central no acirramento dos debates políticos nos próximos anos —e décadas—, na esteira das mudanças climáticas, e pode ser decisivo no futuro dessa tecnologia.

 
nunca ouvi música em vinil, queria muito, pra ver qual é que o povo tudo vive falando; se o som é muito melhor/diferente mesmo, ou se é mais nostalgia ou algo legal, afetivo, o processo todo de colocar o disco e ter a mídia física etc...
 
é mais nostalgia ou algo legal, afetivo, o processo todo de colocar o disco e ter a mídia física etc...
Pra mim, é totalmente isso, foi legal procurar um aparelho antigo pra ouvir e que funcionasse bem, é legal estar procurando os discos que eu quero, encontrar aquele disco antigo com tudo intacto, mas comprar disco novo também, etc.
 
nunca ouvi música em vinil, queria muito, pra ver qual é que o povo tudo vive falando; se o som é muito melhor/diferente mesmo, ou se é mais nostalgia ou algo legal, afetivo, o processo todo de colocar o disco e ter a mídia física etc...

Só não queira iniciar a experiência com aquelas vitrolinhas tipo maleta que boa parte do disco fica pra fora :lol:

Como trabalhei um bom tempo projetando e dando manutenção em equipamentos de áudio, sinceramente no que diz respeito, a qualidade não vejo absolutamente nenhuma vantagem e tudo isso partindo do princípio que você coloque o disco totalmente limpo, num equipamento muito bom que permita equalizar graves, médios e agudos e com ótimas caixas de reprodução como manda o figurino.

De minha parte não consigo considerar um sistema que tem atrito físico entre as partes (e por menor que seja o ruído ele sempre vai existir e com o desgaste do tempo irá crescer) superior ao da reprodução de CD. No máximo com tudo funcionando muito bem, você só pode ter algo bem próximo, apenas isso. O resto é nostalgia.

Depois tem aquela outra discussão sobre amplificadores valvulados. De fato, tem válvulas que tem um desempenho e garantem uma reprodução de excelente qualidade, mas a tecnologia atual permitiu que se fabrique não-valvulados que são tão excelentes quanto os primeiros. Aí quem é do time dos valvulados não dá o braço a torcer. De qualquer maneira, eu que não me meto nisso, pois ganho dinheiro com esse público nostálgico que não mede esforço pra gastar o que for preciso pra que seu precioso equipamento não pare de funcionar (e eles pagam muito bem :obiggraz:)
 
Só não queira iniciar a experiência com aquelas vitrolinhas tipo maleta que boa parte do disco fica pra fora :lol:
Assino embaixo. Eu tinha uma dessa e já me desfiz faz tempo porque não atendia as expectativas mais baixas.
Comprei um aparelho usado, bem antigão, de um cidadão que só vende antiguidades. Esse aparelho em questão ele achou na casa de uma senhorinha que faleceu e o possuía desde os anos 70, ela comprou novo na loja e os filhos venderam quando ela faleceu. O aparelho está novo e servindo muito bem, é da marca National.
Pelo conhecimento que eu tenho com outros amigos que tem aparelhos e discos, sei que não é o top de linha e a minha coleção de discos não é das maiores, mas pra mim está servindo muito bem.
 
ah tendi. tô bem com minha conta do tidal e caixas de som/fones então. gastar dinheiro a mais pra quê? rsrs

mas é, deve ser bacana a sensação. vou ver se, quando tudo normalizar, eu vou na casa de um amigo que curte vinil e ouço pra ver como é :)
 
Comprei um aparelho usado, bem antigão, de um cidadão que só vende antiguidades. Esse aparelho em questão ele achou na casa de uma senhorinha que faleceu e o possuía desde os anos 70, ela comprou novo na loja e os filhos venderam quando ela faleceu. O aparelho está novo e servindo muito bem, é da marca National.

Anos 70 até meados dos 80 foi talvez a melhor época de fabricação de grandes toca-discos no Brasil e os famosos "três-em-um" quem tem e gosta não se desfaz facilmente. Eu já vi uns atuais que tocam até MP3 com visual retrô que não são tão bons quanto aqueles.
 
Jô Soares é muito burro, chato e péssimo entrevistador. Não sei como ele criou o mito de que era inteligente. Não sei como as pessoas aguentavam suas entrevistas. Sem foco, sem respeito, sem nada de interessante. Entrevistou mais o Tomate do que os convidados, só fez pergunta besta... Um desperdício completo. :raiva:
 
nunca ouvi música em vinil, queria muito, pra ver qual é que o povo tudo vive falando; se o som é muito melhor/diferente mesmo, ou se é mais nostalgia ou algo legal, afetivo, o processo todo de colocar o disco e ter a mídia física etc...
Minha vitrola velha tem muito ruído, e os discos antigos se estragam ou entortam muito facilmente, mas o som é analógico e muito mais próximo do real que a maioria dos CDs. Note que a qualidade dos auscultadores pode ser um fator altamente limitante.
 

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