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O que a internet está fazendo com o nosso cérebro?

adrieldantas

Relax and have some winey
Afinal, o que a internet está fazendo com o nosso cérebro?

Se você nunca se perguntou isso, talvez agora seja um bom momento para pensar a respeito. Pensar. Será que a gente se lembra como fazer isso de verdade, de maneira consciente e não no piloto automático? Às vezes tenho a impressão de que nós, seres humanos, estamos nos esquecendo como desempenhar funções básicas, não porque evoluímos e aprendemos algo novo no lugar, mas porque simplesmente desaprendemos deixando que uma máquina faça tudo por nós. E por mais que a gente pense que o acesso à informação está cada vez mais democrático, ao mesmo tempo a maneira de encontrar esta informação não é nada democrático, já que apenas alguns poucos “escolhidos” são capazes de desenvolver algoritmos para tal.

Ou seja: você joga uma busca no Google, que devolve os resultados para você, mastigados segundo o que aquela combinação de algoritmos definiu. Geralmente, a gente acaba se dando por satisfeito e pronto, fica por isso mesmo. Daí, me ocorreu o seguinte:
Já tem algum tempo que eu tenho pensado a respeito e tenho certeza de que nós – eu, você e outras pessoas – não estamos sozinhos na busca por respostas a estes questionamentos, especialmente se você faz parte daquela parcela da população que se lembra de como era o mundo analógico, quando as pesquisas para a escola eram feitas em bibliotecas (Barsa e Guia do Estudante, quem nunca?) e você precisava esperar meses para ouvir uma música nova ou assistir a um filme.

Não, eu não estou sendo saudosista, nem reacionária, adoro poder ouvir a música nova do David Bowie no exato momento em que ela é lançada. De não precisar deixar o videocassete gravando um programa na MTV, só para poder assistir ao videoclipe deste ou daquele artista. Eu só acho que talvez seja exatamente por conta desta facilidade que as coisas estão se tornando cada vez mais superficiais e efêmeras, por assim dizer. Tudo se tornou consumível, reciclável. Você consome uma coisa e, quando se cansa dela – o que ocorre com rapidez cada vez maior – vamos para a próxima. Não existe mais aquela coisa de se criar uma expectativa e, quando ela finalmente chega, você vai e curte durante um bom tempo, até se cansar. E, quando se cansa, não joga fora ou recicla. Você guarda. Eu tenho um monte de livros e discos aos quais sou apegada porque tive de esperar por eles. Cada um tem sua própria história, que faz parte da minha história, representa um momento da minha vida ou uma lembrança.

Mas, voltando à rapidez, será que com um volume tão grande de informação, a uma velocidade tão absurda, a gente consegue reter alguma coisa? O Epipheo Studios (que tem o Google entre seus clientes), fez uma entrevista com o escritor Nicholas Carr sobre esse assunto e criou uma animação muito legal e altamente esclarecedora, What the Internet is Doing to Our Brains.

Se você não ligou o nome à pessoa, Nicholas Carr é o autor de A Grande Mudança e, mais recentemente, Geração Superficial.


Carr explica que nós nos tornamos uma espécie de dependentes digitais, que precisam ficar checando emails, smartphones e afins o tempo inteiro – curiosamente, uma espécie de evolução de instintos pré-históricos. Isso pode ser prejudicial por várias razões, mas uma delas está ligada diretamente à nossa capacidade de aprendizado, denominada consolidação da memória. É o processo que leva a informação da memória recente para a memória de longo prazo e permite que a gente crie conexões entre elas.

Na prática, sabe quando você começa a fazer alguma coisa, mas daí o telefone toca ou você recebe uma mensagem, e no segundo seguinte esquece completamente o que ia fazer? É mais ou menos isso: você lê alguma coisa, mas na hora de o cérebro transferir os dados, uma interrupção qualquer acaba causando um pau na HD.

E Deus falou: só a atenção salva…

Ok, não foi Deus quem disse isso. Foi Nicholas Carr, só que com outras palavras. Mas acho que você entendeu a ideia. Quer “salvar” uma informação na sua memória de longo prazo? Preste atenção no que está fazendo e evite distrações. Acredite, isso é um fator determinante entre criar alguma coisa ou apenas reproduzir algo que você viu.

Parece complicada essa coisa de se desligar mas, de fato, eu acredito que seja possível haver um equilíbrio entre digital e analógico, aproveitando-se o melhor dos dois universos. É muito prático ter uma biblioteca inteira em um tablet, mas não existe nada como o cheiro de livro novo (ou velho, em alguns casos). Sem contar que o tablet sempre tem muito mais do que livros, mas um monte de outras distrações que podem se tornar muito mais atraentes do que a leitura em si. Já o livro… é você e ele.

A era digital é ótima, mas imaginação e curiosidade para continuarmos em frente é essencial. E isso só cultivamos com um cérebro bem nutrido de realidade, informações, referências, histórias, experiências e até algumas distrações, desde que sua memória não seja prejudicada.

Se esse assunto já acabou? De forma alguma. Essa conversa só está começando.

Fonte
 
Última edição por um moderador:
Pois então, penso que quando se fala em pilhas de algoritmos e de programas de contas que servem as pessoas, sabe-se que acima de tudo os perfis e contas são robôs que funcionam como secretária eletrônica anotando recados e colecionando documentos.

E ocorre que atrelado ao significado da palavra robô existe um sentido que nunca abandonou inteiramente os sistemas automáticos apesar das versões cada vez mais rápidas dos processadores.

O significado de robô é também o de escravo ou daquele que trabalha forçado. E acontece que todo aquele que ouve demais aquilo que um escravo fala começar a ter vontade de agir também igual a um escravo. Por exemplo, o objetivo do robô que é o meu perfil em uma rede social é sempre insaciável, desejando imprimir a marca do robô em alguém vivo (que sou eu). Por isso é melhor tratar o programa como secretária eletrônica e eu até coloquei o avatar de uma mulher robô (a Kosmos de Xenosaga) pra eu nunca esquecer desse detalhe.

Principalmente em tempos aonde se imagina que é possível apenas se transformar em bons nerds quando existem também gênios do mal a isca fica mais atraente e descontrolada. E é possível se transformar em um nerds escravo ou escravagista, dependendo da dominação da máquina. Por isso a realidade deve sempre manter uma superioridade saudável na vida de um internauta.
 
Eu lembro de quando precisávamos de meses pra ver as novas temporadas de Saint Seiya... RSRSRSRSRSRS!!

Mas de qqr forma é mta informação mesmo. Estou montando uma loja virtual e como tem MUITA coisa acessível ao mesmo tempo na net, faço 3 ou 4 coisas ao mesmo tempo e acabo me "desligando" da loja. Tem um lado bom e um lado ruim, né...

E saio "cansada" do pc, como se tivesse feito muita coisa. E fiz mesmo: leio livros, estudo kanji, vejo filmes, e agora penso em trabalhar pela net, e tudo isso te exaure.
 
Hoje em dia as pessoas estão mais acomodadas, preguiçosas, sem paciência, etc...
É como aquela velha frase do filme "Contato":

Nós fazemos compras, navegamos na web, mas, ao mesmo tempo nos sentimos mais vazios, mais sós e isolados uns dos outros do que em qualquer outra época.

Depois desta materia eu passei a ver a internet de um modo diferente.
 
Tem estudos que inclusive relacionam a altíssima velocidade de formação e eliminação de conexões neuronais com a inibição do funcionamento saudável da memória (principalmente a memória de longo prazo que é a que fica abandonada pelas pessoas de pouca paciência). O ciclo vicioso se transforma num festival de futilidades que não alimentam a vida.

De modo que os distúrbios de memória estão no fundo de muitos problemas que incluem entre si a infelicidade uma vez que o cérebro esgota os recursos fazendo conexões sem balancear o metabolismo da memória antes. Para um robô é perfeito, já para um humano é a visão do inferno.
 
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