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"O Príncipe" (Maquiavel)

Vasili

Usuário
É o livro que todo pólitico deve ler pra se manter no poder.O livro foi feito na Renasença mas funciona até hoje.Maquiavel diz que "os meios justificam o fim",ou seja mate,roube,engane,traia,qualquer coisa vale portanto que você fique no poder.Faça pequenos gestos de bondade para que o povo lembre de você como um bom governante.Nunca gaste todo seu dinhero em um presente só para o povo,gaste aos poucos fazendo pequenas coisas.No livro exemplos de reis e tiranos que chegaram ao poder por meio de virtudes ou da traição.Não importa o que você deve fazer,mas faça!Crie alianças para se fortalecer,mas se possivel mate-o para ficar com as possesões de seu aliado.é um livro muito interresante.
 
tambem gostei desse livro demorei um pouco para terminar ele, e no comeco meio que me perdi, mais e um livro e muito bom e muito interresamte sua historia marca :mrgreen:
 
Eu achei díficil as comparações por que ele usa exemplos da época dele,mas ele descreve o caminho que os príncipes(Para o Maquiavel Príncipe é o mesmo que rei,Líder de uma Nação)usaram para chegar ao poder e mante-lo.
 
Eu não li, aqui em casa tem, mas não consegui ler.... achei muito cansativo.... ¬¬
 
O meu é uma versão com comentários de Napoleão Bonaparte, o que só torna o livro mais fascinante ainda! O Príncipe é uma crítica mordaz de Maquiavelli, um retrato da monarquia de Florença, que serve como exemplo empírico para as proposições do que Nicolau define como fundamentais para a manutenção de um tirano no poder. Sob profunda influência da instabilidade política da Itália do final do século XVI, Maquiavelli traça um perfil do comportamento dos grandes nomes políticos da Itália de então, e cria meio que um "manual" do agir do Príncipe de modo a manter, assegurar e conquistar poder. É meio que um manifesto literário da fecundidade do mal. Obra de arte política! :clap:

ps: O legal na versão comentada por Napoleão é que esse era sabidamente seu livro de cabeceira e no decorrer da hístória militar e política de Napoleão, ele ia traçando considerações sobre os conceitos de Maquiavelli. Na maioria dos casos, parecia concordar e seguir a risca os ditames do príncipe.
 
Esse com os cómentarios do Napoleão eu não li,mas deve ser muito bom.O Maquiavel foi patrocinado pelos Medici que foi uma das importantes fámilias de Florença.E eles mesmo tiveram inumeras tentativas de assasinatos e tiveram várias outras pessoas tentando conseguir o trono deles,o que fazia o Maquiavel ter experiencia e assunto de sobra.
 
Eu tenho esse com os comentarios de Napoleao. É muito legal ver como funcionava a mente de napoleao.

O Maquiavel usou como "modelo" pro livro(ele o cita em algumas partes) um filho do Papa Alexandre VI que era um Bórgia.
 
Li esse livro, achei bastante interessante mas um pouco complicada pra uma pessoa que tem o discernimento tão reduzido quanto eu.... mas fora isso, adoro as idéias do Máquiavel ..
 
Não posso dizer que o Fernando Henrique Cardoso sempre constrói os seus prefácios dessa maneira, mas, tanto em Casa Grande & Senzala como em O Príncipe, ele parte da pergunta: "Por que é um clássico?"

Dada a partida, vai tecendo suas considerações, muito elucidativas, que terminam por apresentar um novo ângulo da obra.

Em O Príncipe, ressalta que, muito mais que um manuscrito filosófico de comportamentos e verdades atemporais, as linhas de Maquiavel são frutos de seu tempo, repletos de transformações sociais, políticas, culturais e econômicas. Tirá-lo desse contexto é empobrecer sua análise. Até aí, nenhuma novidade. Hoje. Ao longo dos séculos, porém, o tempo histórico não encontrou importância, sendo, quando não totalmente desconsiderado, posto em segundo plano. Assim, a obra encontrou elogios e repúdios. Correntes a satanizaram por ser o manual para déspota; correntes a elevaram, por representar uma sátira engenhosa que desnuda práticas autoritárias de governo, revelando o ideal republicano de seu criador.

Vou dar uma geral, bebendo do FHC e do também sociólogo Carlos Estevam Martins:

Maquiavel escreveu O Príncipe isolado em sua pequena propriedade rural. Havia sido expulso da cidade e da vida política quando os Médicis voltaram ao poder em Florença. Fora acusado de traição, torturado. Como quem tem juízo, tem medo, não protestou quando o despacharam para longe. No bucolismo, mergulhou nos clássicos da Antiguidade, buscou os gregos, os romanos, se municiou da antiga sabedoria:

“Quando a noite cai, eu volto para casa e me encerro em meu escritório; e, na soleira, tiro a roupa de todo dia, sempre coberta de barro e lodo, e ponho vestes régias e curiais; e, vestido de maneira mais adequada, adentro as antigas cortes de homens antigos e por eles sou amavelmente acolhido, e lá saboreio o alimento que é só meu e para o qual nasci (...).

Do flerte com os antigos, observou as práticas contemporâneas e, num diálogo entre passado-presente, temperado com observações acerca do comportamento humano, deu à luz ao seu controverso livro.

Enquanto o lia, embora devidamente advertido que ali se trataria do que é, não do que deveria ser, o julgava: Maquiavel, seu grande filho da puta! Mas fui ligeiro no julgamento! Como redenção, voltei ao século XV e XVI. Deixando de lado a transformação nas mentalidades que o Renascimento conduzia, passei para o campo político. Melhor, para o caos político da Penísula Itálica. Num território confuso, dividido em diversos principados governados à mão de ferro, onde a ascensão ao poder se dá via usurpação e demais mecanismos de conquistas, sendo o carácter dinástico irrelevante - portanto é natural, uma vez que conquistados pela força, que essa força se desloque entre diversos príncipes que almejam o mando, como também é natural que, aquele lançado ao “trono”, se utilize de meios violentos e desumanos para própria preservação no poder. Assim, dividida e perdida em meio à ocupações e desocupações entre fortes personalidades, a Itália se vê carente e impossibilitada da criação de um Estado Central, que seja capaz de edificar um exército próprio e poderoso, terminando o uso de milícias que só obedecem aos caprichos do dinheiro, tendo, dessa forma, a possibilidade – para Maquiavel a única e certa - de se encerrar as manobras militares e políticas dos governos organizados que disputam a hegemonia na Penísula, como o francês, o espanhol e os membros da Igreja Católica.

Fruto desse período, vivendo esses contextos – e os vivendo intimamente, uma vez que foi funcionário florentino com trânsito pelos corredores do poder – Maquiavel condensa suas reflexões, colhidas dos antigos e desse cenário zoneado, num livrinho de pouco mais de cem páginas. Meteu no bolo, também, seus conhecimentos de psicologia: segundo ele, os homens, independente da época, são todos egoístas e ambiciosos e, soltos, são capazes das maiores vilanias. Muito antes de Hobbes, ele antecipa um poder que coaja os homens à boa convivência. Tal coação se faz com benefícios – medidos, dosados, homeopáticos - e punições – rápidas, intensas. Numa mescla de amor e temor, a ordem se mantém. Nas palavras do próprio:

“(...) Por isso as injúrias devem ser cometidas de uma vez só, de modo que, por sua brevidade, ofendam menos ao paladar; ao passo que os benefícios devem ser feitos aos poucos, para que sejam mais bem saboreados”.

A punição, ainda, deve impossibilitar a reação, porque se os homens “podem vingar-se das pequenas ofensas, das grandes não podem; de modo que a ofensa que se faz ao homem deve ser suficiente para neutralizar qualquer possibilidade de vingança”.

Dessa forma, conhecendo a índole humana nas suas motivações e reações, os exemplos dos grandes homens do passado passam a ser fundamentais, pois estes já caminharam pelo mundo lidando com as mais diversas paixões. Olhar a História é conhecer a maneira adequada de agir frente a cada perigo, interno ou externo, bem como antever as possíveis consequências de cada atitude realizada.

Mais: sendo um manual – na falta de melhor adjetivo – pode-se interpretar O Príncipe como uma tentativa de matematizar, tornar exata uma prática política: para se evitar óbices, tal procedimento; para se combater distúrbios, tal remédio. Entendimento que é reforçado pela leitura da carta que Maquiavel endereça ao Magnífico Lourenço de Médici, quando diz que não poderia ofertar “maior dom que proporcionar-lhe a faculdade de poder, em brevíssimo tempo, entender tudo o que eu, em tantos anos e por tantas aflições e perigos, conheci e entendi”. No entanto, percorrendo todo o corpo do texto, principalmente seus últimos capítulos quando nos são apresentados os conceitos de fortuna (circunstância, tempo presente, sorte) e virtú (capacidade de controlar, de lidar com ocasiões e acontecimentos, com a fortuna), temos o rompimento com uma realidade dada e imutável. Noutras palavras, temos o destino – desvinculado de uma concepção divina – e a capacidade do homem de evitá-lo, modificá-lo e conduzi-lo. Em suma, fortuna e virtú são características temporais, mesmo que na concepção de Maquiavel a história seja cíclica. Cabe ao príncipe de virtú, portanto, analisar a fortuna e buscar – não apenas em seu manual – mas nas semelhanças de acontecimentos pretéritos a solução encontrada pelos ilustres e repeti-la, respeitando a particularidade dos tempos.

Assim, a iniciativa deve estar em consoante com as circunstâncias e, também, com as características próprias de cada organização política. Maquiavel as dividiu, sempre tendo em mente que os conflitos internos devem ser controlados e regulados pelo Estado – detentor de boas armas e boas leis -, em principados e repúblicas, dedicando, como o título da obra sugere, maior destaque aos primeiros, subdividindo-os em hereditários e novos. Ainda que com particularidades, com variações nos métodos de domínio – sendo que os principados novos exigem mais cuidados e atos de violência e desagrados – as formas de manutenção são similares: evitar a opressão ao povo e diminuir o poder de quem pode se configurar em ameaça. Ambos os processos se valerão da habilidade do príncipe de virtú em dissecar a situação real - sem floreios - e ação imediata.

Uma vez dominados e em relativa paz, os príncipes devem agir para que a fortuna não os apanhe desprevenidos. Fiel ao que se propôs de indicar caminhos, o autor exemplifica de forma crua as características que um governante deve conservar para evitar desvios bruscos e perda de poder. E, ao abordar itens que tornem o príncipe imune ao ódio dos súditos, como liberalidade ou parcimônia, crueldade ou piedade, amor e temor, honra à palavra dada, notamos que o sentido clássico de virtude é desconsiderado, passando a se denominar como a atitude que manterá o governo (lembrando que no principado, governo e príncipe são um), e as práticas, por mais desprezíveis que possam parecer, almejam um fim benéfico a todos: ao príncipe, segurança em seu poder; ao povo, estabilidade da qual herdará boas leis e instituições. Com isso podemos dizer que, embora imbuída de certa razão, é precipitada e simplista à crença de que para Maquiavel os fins justificam os meios.

Ainda nesse ponto de crueldade, reforço que somente o príncipe deve agir de forma violenta e apenas condicionado à manutenção do poder, gerando a já citada estabilidade, fator fundamental para a gestação de uma legislatura justa e surgimento de boas instituições. Disso resultará a participação do povo na construção de uma nação forte que, coesa internamente, não padecerá de assédios externos. O povo, assim, mesmo nos principados, é de fundamental importância para o advento de um Estado forte.

Maquiavel termina conclamando a Casa dos Médici a proceder da maneira que for necessária, segundo muitos dos seus “conselhos” e exemplos, para tomar a Itália e libertá-la. Ele, que havia iniciado alertando que trataria daquilo que é, não do que deveria ser, reforçando ao longo do texto esse intuito, ao dizer que“ pareceu-me mais conveniente ir direto à verdade efetiva da coisa que à imaginação em torno dela. E não foram poucos os que imaginaram repúblicas e principados que nunca se viram nem se verificaram na realidade” , termina com apelo esperançoso:

“Que não se deixe, pois, passar esta ocasião, a fim de que a Itália veja surgir depois de tanto tempo seu redentor (...). A todos cheira mal este bárbaro domínio. Que vossa ilustre Casa assuma, pois, este empenho com o mesmo ânimo e a mesma esperança om que se assumem as campanhas justas (...)"

Ou seja, qualquer semelhança com a "BOTA" do XV e XVI não é mera coincidência.

Finalizando, Maquiavel pode não ser o marido que desejamos pra nossa filha, mas, dentro do contexto, não é tão sangue ruim assim...

Leiam o livro. Vale a pena!
 
Última edição:
O príncipe, e confesso que "AMEI", e muitas coisas que hoje entendo, foi pela forma de ver o mundo através de algumas falas dele (Maquiavel).

Maquiavel é um gênio, e mesmo amando sua obra, e a odeio. A contradição é simples, a obra é simplesmente genial, e para a época, eu diria que foi magnifica. Em minha opinião, a raiz da obra, a frase que resume "Os fins justificam os meios", mas é a frase de um pensamento bárbaro.
É genial, fenomenal, um livro a ser admirado pela força imponente das palavras, a visão que ele tinha de todo o reinado e política, cada palavra exala esse conhecimento.
Mas não concordo em "nada" do que existe nele. rsrsrs

É uma leitura obrigatória. Fica a dica. ^^
 
O príncipe, e confesso que "AMEI", e muitas coisas que hoje entendo, foi pela forma de ver o mundo através de algumas falas dele (Maquiavel).

Maquiavel é um gênio, e mesmo amando sua obra, e a odeio. A contradição é simples, a obra é simplesmente genial, e para a época, eu diria que foi magnifica. Em minha opinião, a raiz da obra, a frase que resume "Os fins justificam os meios", mas é a frase de um pensamento bárbaro.
É genial, fenomenal, um livro a ser admirado pela força imponente das palavras, a visão que ele tinha de todo o reinado e política, cada palavra exala esse conhecimento.
Mas não concordo em "nada" do que existe nele. rsrsrs

É uma leitura obrigatória. Fica a dica. ^^

Concordar, também não concordo. Talvez, nem mesmo Maquiavel concordasse, mas advertiu que trataria das práticas como elas eram, não como deveriam ser. As "dicas" ao déspota seriam com o intuito de construir um Estado forte e autônomo.

Não que eu defenda a ideia, porém é difícil negar que a concentração de poder em mão única faz com que os processos se acelerem - em benefício de quem ou do que, é outra discussão.
 
Última edição:
Se aceleram, mas isso tem dois lados, independente do objetivo ele é alcançado. Com um tirano ou com um bom governante. Isso nem é bom nem é ruim. Mas prefiro a nossa opção política.
 
Última edição:
Concordo, Morfindel. Mas no contexto do Maquiavel, a saída vislumbrada para a Penísula foi essa. O poder concentrado para se estabelecer a ordem e assim, consequentemente, a autonomia.
 
Para quem se interessa por política e assuntos relacionados(*), existem uma pequena série de livros de ouro que *precisam* ser lidos. O "O Príncipe" obviamente está entre eles. É absolutamente fantástico, do começo ao fim. Leitura obrigatória.

[]'s!


(*) - Estratégia militar, por exemplo. Eu concordo com Bismarck quando ele diz que a guerra é a continuação da política por outros meios. Por isso que dois outros livros de Maquiavel são, também, leitura obrigatória, para interessados em política: "A Arte da Guerra" e "Comentários Sobre a Década de Tito Lívio". O primeiro trata sobre estratégia militar e o segundo é trata sobre a república - é sobre este livro a alusão no começo de "O Príncipe", por sinal.
 
Esse livro eu li duas vezes. É show de bola :D

Aconselho a todos para lerem, principalmente estudantes de filosofia, historia, geografia, direito e relações internacionais.
 
Tenho uma edição desse livro que faz parte da coleção "Os Pensadores", em que cada livro se tratava da obra-prima de alguns filósofos e pensadores (como "O Capital" de Karl Marx, e "Elogio à Loucura" de Erasmo de Roterdã). Já iniciei a leitura desse livro duas vezes, e das duas abandonei...É um livro interessante, mas muito complexo, exatamente como a política.:mrgreen:
 
Eu achei esse livro didático, ao mesmo tempo que brilhante. O Maquiável usa sempre exemplos fatídicos, como por exemplo as campanhas de Luis XIV em sua tentativa de dominar Principados italianos, e como ele poderia ter evitado o desconcertante fracasso, caso seguisse os conselhos que são passados no livro. Ainda são usados como exemplo imperadores romanos, e, se não me engano, acho até que tem uma referência à guerra de Tróia ou algum outro episódio da mitologia (é engraçado como, naquele tempo, história e mitologia ainda se misturavam tanto).

Enfim, faço coro à recomendação do Elessar, e acrescento que a obra é engrandecedora não só para os acadêmicos das esferas de pensamento que ele citou, mas para qualquer um. Se abstraídos adequadamente, os conselhos de Maquiavel podem ser valiosos em diversos aspectos da vida em sociedade.
 
Uma pergunta pra quem já leu o livro e o estudou a sério: alguns estudiosos afirmam que "O Príncipe" seria uma paródia, uma zoação, que não é um manual per se, que nunca deveria ter sido levado a sério. Isso procede? Se alguém puder responder uma outra, ficarei feliz: existe algo que indique que Thomas Hobbes fez o mesmo com "Leviatã"? Porque já me apresentaram essa hipótese mas nunca me apresentaram dados que corroborem isso.
 
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