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O prazer fono-estético em Tolkien

Smaug

Cacho
Muito se discute sobre os mais variados assuntos do legendário, citando o "escritor", o "professor" Tolkien, mas o que às vezes alguns podem não saber é que esse "professor" era especializado em Filologia, o estudo das línguas. Daí a paixão do autor, do filólogo, JRR Tolkien na invenção de idiomas para colocá-las em suas estórias - ou melhor, para colocar as estórias nas suas criações lingüísticas. E também o porquê de encontrarmos tantos nomes originais quando lemos qualquer livro de fantasia do Tolkien.

Mas não é exatamente esse o caminho que pretendo decorrer em discussão no tópico. Quis situar o tema. No que eu quero chegar é sobre o prazer fono-estético nas línguas de Tolkien: o prazer de ouvir um poema ou canto em (especialmente) élfico: quenya e/ou sindarin. Os elfos eram uma paixão de Tolkien, e a sua linguagem mais ainda, considerada muito "elevada", "nobre", até mesmo porque o professor trabalhou muito na elaboração das mesmas - tanto que podemos até ter cursos à disposição, de maneira até bem estruturada e elaborada, para aprendê-las.

Agora, o que faz uma língua ser agradável de se ouvir? Pode ser o modo com que os fonemas são unidos de maneira a obter-se um resultado agradável (de forma relativa, claro, tendo em vista as preferências de cada indivíduo), lembrando que certos fonemas - sejam vocálicos ou consonantais - podem ser belos (praticamente) em absoluto, seja qual for a maneira com que esses são encaixados na palavra; ou podem ser abruptos, "desagradáveis", quando não se encaixam em uma seqüência esperada.

Lembro de ter visto - ou lido - uma reportagem/artigo em que certos fonemas em certas línguas formavam palavras belas de serem ouvidas, segundo a opinião de seus falantes de berço. Por exemplo, lembro de ter visto um comentário quanto a beleza fono-estética que o "L" exerce na língua inglesa, se não me engano - e também me parece exercer no português, de certa forma.

Pegando esse exemplo, não sei se Tolkien comenta a respeito da beleza fonética do "L" (ou sobre outros fonemas de modo geral), mas nota-se a freqüente presença desta letra/pronúncia no poema "Namárië (Adeus)", dita por Galadriel em SdA. Citando alguns trechos:

Ai! laurië lantar lassi surinen,
Yéni únótimë ve rámar aldaron!
Yéni ve lintë yuldar avánier
mi oromardi lisse-miruvóreva
Andunë pella, Vardo tellumar
nu luini yassen tintilar i eleni
ómaryo airetári-lírinen.

E ainda aparecem: Tintallë, Oiolossëo, lumbulë, sindanóriello, falmalinnar, Rómello, Valimar, elyë.

Mas também, de uma maneira geral, nota-se muito o uso de fonemas vocálicos, não só no poema, mas no élfico. Enquanto que no trecho dos versos do Anel, na língua de Mordor, há muito o uso de fonemas consonantais, muitas "interrupções", e não uma fluência agradável: "Ash nazg thrakatuluk, gimbatul, durbatuluk, agh burzum ish krimpatul" (perdoando erros de grafia, citando de cabeça).


Resumindo, o que Tolkien diz de importante na elaboração de suas línguas, e da adequação de "beleza" (segundo um ponto de vista, já que poder-se-á surgir um "o que é belo?") lingüística para cada raça de Arda? Há comentários sobre o que joguei em conversa acima?
 
A Elbereth Gilthoniel
silivren penna míriel
o menel aglar elenath!
Na-chaered palan-díriel
o galadhremmin ennorath,
Fanuilos, le linnathon
nef aear, sí nef aearon!

O L aparece em todos os versos exceto um. O R também, em todos exceto um. Foi uma boa observação a sua. :)


Tenn' enomentielva!
 

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