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O Poder e a Glória: a questão das assimetrias no sistema internacional

Lord Khamûl

Usuário
Pessoal!

Olha que legal e interessante esse artigo sobre as políticas assimétricas das relações de poderes entre as superpotência atuais.
Quem é fãn de política, geopolítica e estratégias militares e também vai fazer vestibular, eu aconseho ler este artigo:

O Poder e a Glória: a questão das assimetrias no sistema internacional

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Demorei pra responder esse tópico devido à falta de tempo para ler o artigo, mas vou aproveitar os minutinhos que eu tenho de folga aqui para fazer alguns comentários:D
O artigo é muito bom, tem muita coisa sobre o que pensar e realmente me remeteu aos tempos do meu terceiro ano. Vale a pena ler. Eu não concordo com algumas coisas escritas nele, mas de forma geral ele toca pontos muito interessantes.

O Iraque tentou adquirir capacidade nuclear ofensiva, sob o regime de Saddam Hussein, mas foi oportunamente detido pela comunidade internacional, vale dizer, pelos EUA.

Todo mundo sabe que a invasão dos EUA ao Iraque foi resultado de uma forjada existência de armas nucleares no Iraque.
Uma questão que eu acho absurdamente incrível é o fato de os EUA deterem tamanho poder bélico e chiarem quando qualquer outro país tenta criar armas nucleares. Sim, eu sou contra a criação/utilização desse tipo de arma, mas acho que isso também deveria valer para os EUA. Mas infelizmente não é assim que acontecem as coisas devido ao enorme poder por trás da nação estadunidense.

As assimetrias econômicas não deveriam ter conotação negativa, pois são elas que sustentam o padrão de trocas internacionais, uma vez que o comércio e o intercâmbio tecnológico só pode ser feito, justamente, com base nas assimetrias existentes.

Ok, eu concordo que existem diferenças econômicas entre os países. Mas o que estimula o comércio não é exatamente a diferença econômica, mas sim a diferença dos produtos de cada país. Se não fosse assim, países com o mesmo poder econômico não comercializariam entre si.
E eu acho que as assimetrias econômicas devem sim ter conotação negativa a partir do momento que elas aprisionam um país e o tornam dependente em relação a outro, quando essas assimetrias sujeitam as políticas de um país à vontade de outro.

o sistema da Liga provou sua inoperância e ineficácia para lidar com ameaças à paz ou com agressões efetivas à segurança dos Estados

A ONU também muitas vezes se mostrou ineficaz, principalmente quando ela deveria ir contra as maiores potências como os EUA, que passaram por cima da ONU na invasão do Iraque. A ONU muitas vezes parece uma entidade de fachada para simular uma aliança entre os países para o bem do mundo, mas que só bota a mão nos casos que não vão prejudicar os países membros.

Não voltamos mais a ter guerras totais, tão destruidoras como foram a primeira e a segunda guerra mundiais, mas tampouco conseguimos estabelecer um sistema de plena segurança que seja capaz de garantir um ambiente tranqüilo em todos os cenários geopolíticos. Mas a falha aqui não incumbe tanto à ONU e sim ao sistema de soberania absoluta segundo o modelo westfaliano, que permite a existência dos chamados estados vilões, ou agressores.

Jogar a culpa nos países "vilões" é muito fácil. Ao admitir a responsabilidade de manter estabilidade no mundo, a ONU deveria pelo menos tentar fazer isso, mas ela fecha os olhos para muitos casos. A chacina de Ruanda em 1994 mostrou o interesse dessa entidade em resolver conflitos complicados e que não trariam nenhuma "recompensa". Ao contrário, o conflito de Darfur teve uma intervenção da ONU impressionante. Por uma incrível "coincidência", essa região é rica em petróleo e há um enorme interesse econômico em sua estabilidade. Daí surge a dúvida: até quando a ONU é uma entidade que visa o bem do mundo e não apenas um instrumento para os países ricos exercerem sua influência?

Entretanto, pode-se perguntar se um instrumento moderadamente propositivo e modestamente implementável como a Declaração de 1948, adotada em circunstâncias que podem ser tidas como excepcionais no final da Segunda Guerra Mundial, teria condições, hoje, de ter sido aceita na forma como está, tamanhos são os condicionantes que se colocam para a aceitação de novos instrumentos de promoção dos direitos humanos, inclusive no plano do gênero e dos direitos econômicos e sociais.

A Declaração de 1948 foi muito importante, mas de lá para cá MUITAS coisas novas surgiram. Muitos direitos que não eram imaginados naquela época, tais como direitos relacionados à informática e à genética, o que faz com que ela seja insuficiente. Os direitos são históricos. Eles evoluem e são entendidos de acordo com seu contexto. Não adianta pegar uma declaração de 60 anos atrás e achar que ela será suficiente. Mesmo alguns de seus direitos são hoje entendidos de forma mais ampliada do que eram entendidos naquela época. Não é possível criar um bloco de direitos humanos absoluto e imutável, deve-se perceber como seu entendimento vai mudando e como ele deve ser aplicado em seu contexto.

Apesar disso, essas declarações internacionais servem apenas como diretrizes. Elas só têm algum poder se são positivadas e têm esse poder apenas na ordem constitucional que se inserem. É impossível falar em um direito transcendente do homem como uma realidade nos dias de hoje. Essas declarações são ideais a serem seguidos, mas para sua efetiva aplicação é necessário percorrer um longo caminho. Não adianta fazer declarações e achar que isso vai resolver o problema do mundo enquanto houver conflitos internos em diversos países, problemas de autoritarismo e totalitarismo. Eu acho que essa deve ser a primeira preocupação dos órgãos internacionais se eles realmente querem um mundo inteiramente democrático.

Quais são, ou deveriam ser, os objetivos fundamentais de todo poder democrático digno desse nome? A garantia da segurança individual, do respeito ao ser humano e ao cidadão (o que compreende o livre exercício do direito de expressão, de religião e de propriedade), a expansão contínua das franquias democráticas e do bem-estar de todos os membros da comunidade, o que implica a promoção de chances iguais para todos, independentemente das desigualdades distributivas existentes estruturalmente na sociedade como um todo.

Concordo totalmente. Democracia não é só a vontade da maioria, mas o respeito à pluralidade de opiniões, a liberdade de expressão dessas opiniões, a garantia de um quantum mínimo nas áreas econômicas e sociais para todo mundo, garantindo a todos a chance de se plenipotencializar, ou seja, de desenvolver as habilidades que gosta, trabalhar no que querem, etc.

Ainda que alguns teóricos defendam a noção de democracia econômica ou social, em contraposição ao que seria sua simples expressão formal, de direitos e deveres iguais para todos, mesmo em face de desigualdades distributivas derivadas da propriedade privada (a chamada “democracia burguesa”), não parece ser missão da democracia promover o igualitarismo, ainda que ela possa, e deva, contribuir para a minimização das piores iniqüidades sociais que emergem de forma natural no curso do processo histórico.

A democracia social não visa promover o igualitarismo. Acho que o autor está associando a idéia de democracia social ao comunismo aqui, o que é um equívoco. A idéia da democracia social não é tornar todos iguais. É, como eu já disse, garantir um quantum mínimo para que todos possam ter ao menos as condições básicas de se tornarem o que querem, de, se quiserem, trabalhar com medicina, com direito, com arquitetura, como lixeiro, de fazerem o que sentem afinidade e terem, assim, a chance de desenvolver suas habilidades como qualquer outra pessoa.

A regra da maioria, em primeiro lugar, o que significaria? Cada cidadão um voto, certo? Perfeito no plano nacional, mas pensemos duas vezes na sua aplicação em âmbito universal.

Não se deve esquecer que a regra da maioria tem seus limites devido à importância da minoria, que não deve ser desrespeitada nem rejeitada.

Infelizmente eu estou um pouco atrasado e não pude ler o final do artigo como eu queria ter lido, mas vou fazer um comentário rápido e mais tarde eu leio com mais calma.

Sobre a idéia de respeito à soberania de cada Estado, eu até acredito que seja possível, mas acho que é muito difícil isso ocorrer. Querendo ou não, os países são governados por seres humanos que querem enriquecer, que querem cada vez mais poder. Não importa se haja democracia no país, eles sempre vai fazer o possível para ser cada vez mais forte, aproveitando cada oportunidade possível. Um exemplo disso é os EUA, um país com uma democracia bem forte mas que, no âmbito internacional, abusa do seu poder. Eu acho que sempre vai ter um país hegemônico, pelo menos a curto e a médio prazo. Para o mundo chegar a um estado em que todos os países se respeitam e em que nenhum se soprepõe ao outro, não é suficiente apenas estabelecer uma democracia no mundo inteiro, mas mudar o próprio ser humano, que é algo que demora muito, mas muito mais tempo.
 

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