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O mal de se sentir inteligente lendo "Harry Potter" e "Guerra dos Tronos"

  • Criador do tópico Calib
  • Data de Criação
sempre que tem tópico de treta eu volto pra ver se tem post meu e se eu ainda concordo com o que disse. o que eu escrevi ali eu já tenho umas ressalvas, que fique o registro.
 
Não li o texto inicial, porque tô com preguiça*. Depois, se animar, eu leio e faço um post decente, aqui.

Sobre o título: bom, eu não me sinto inteligente lendo porra nenhuma (podem incluir os clássicos nesse balaio), então, acho que tô de boa. Mas isso não é falsa modéstia, não. Eu me acho inteligente (se vocês não me acham inteligente, reprimam isso, aí, até virar sintoma), só quero dizer que não me sinto inteligente por ser uma leitora voraz ou coisa do tipo. A literatura salvou a minha vida, e isso é mais do que eu poderia esperar dela.

*Na verdade, é porque tô fazendo um favor para a diretora da escola; somos três professoras de Português, mas ela gosta das minhas correções, então, não pede para as outras revisarem nada. O problema é que, dessa vez, tô revisando a carta final que a escola mandará para os alunos. Preciso dizer que estou chorando?
 
Eu tô por fora do que rola nas redes sociais. Mas pela minha experiência, sempre foi muito mais fácil achar gente que se acha inteligente porque lê alta literatura do que quem lê entretenimento.
Não sei se meu espaço amostral que é muito pequeno ou se minha percepção que está falha, mas esse texto não reflete a minha realidade.
E eu acho uma tremenda besteira os dois casos.
 
Bem, faz anos que rolou a treta. Hoje o mais provável é que as redes sociais estejam bem piores do quem em 2015... Virou tudo um esgotão a céu aberto :lol:

Mas o foco da treta não era que ler GRR Martin ou JK Rowling fosse ruim em si mesmo, mas o pessoal que pára nesse nível e nunca dá o próximo passo (que, para o autor, seria chegar aos clássicos, à dita alta literatura). Tanto que ele chega a esboçar uma espécie de escadinha em três níveis: 1- Saga Crepúsculo, 2- GoT/HP, 3- Clássicos/Alta Literatura. E ele aponta para o fato de que o pessoal do nível 2 debocha do nível 1, mas não aceita ser debochado pelo nível 3, e afirma que entre os níveis há uma distância igual (se não for até maior entre 2 e 3)... Veja bem: por essa óptica, achar-se inteligentinho por ler Dostô ou Shake não seria um problema muito grave porque ao menos você está de fato lendo Dostô ou Shake. Você só estaria sendo metido a besta, o que sempre é desaconselhável, mas em tese você seria metido por consumir a coisa "certa". O foco sempre foi esse: criticar um certo nicho que estaciona numa zona de conforto e se recusa a amadurecer, mesmo depois dos 30-40 anos.
 
Bem, faz anos que rolou a treta. Hoje o mais provável é que as redes sociais estejam bem piores do quem em 2015... Virou tudo um esgotão a céu aberto :lol:

Mas o foco da treta não era que ler GRR Martin ou JK Rowling fosse ruim em si mesmo, mas o pessoal que pára nesse nível e nunca dá o próximo passo (que, para o autor, seria chegar aos clássicos, à dita alta literatura). Tanto que ele chega a esboçar uma espécie de escadinha em três níveis: 1- Saga Crepúsculo, 2- GoT/HP, 3- Clássicos/Alta Literatura. E ele aponta para o fato de que o pessoal do nível 2 debocha do nível 1, mas não aceita ser debochado pelo nível 3, e afirma que entre os níveis há uma distância igual (senão for até maior entre 2 e 3)... Veja bem: por essa óptica, achar-se inteligentinho por ler Dostô ou Shake não seria um problema muito grave porque ao menos você está de fato lendo Dostô ou Shake. Você só estaria sendo metido a besta, o que sempre é desaconselhável, mas em tese você seria metido por consumir a coisa "certa". O foco sempre foi esse: criticar um certo nicho que estaciona numa zona de conforto e se recusa a amadurecer, mesmo depois dos 30-40 anos.


Concordo absolutamente com tudo que tu disse, mas me questiono seriamente que a intenção do autor não foi a de dizer isso, e sim se autoafirmar...

Ou, aplicando o death of the author, o texto me passa esta ideia descrita pela Seiko:
Também não li nenhuma mentira, mas as observações dele foram feitas com tanta arrogância que o texto me deu nojo. "Veja como eu sou foda,culto e inteligente, eu leio [isso, isso e aquilo], diferente da plebe inculta sedenta por cultura pop e leitura superficial". Eca.


Disclaimer: quando eu comentei sobre o que EU li, foi só para dizer que eu '''''passaria no crivo''''' do autor do texto, e ainda assim discordo dele. O mimimi dele não me faz me autoafirmar, e sim achar ele bobo.

Eu sou favorável a leitores receptivos a todos os públicos - se a gente for do tipo 'leitor-chato', supostamente em prol de uma 'leitura de verdade', a gente não vai, no fim, incentivar ninguém a ler (mais ou melhor), e sim criar um conflito bobinho e desnecessário que afasta potenciais leitores.

A pessoa quer "ler bobagem e se sentir em Harvard por isso"? Pois deixe. Vai que um dia ela lê tanta bobagem que começa a perceber a diferença quando acontece, por acaso, de ler algo de mais qualidade.

E, enquanto isso, só ignorem. Simples assim. #peace
 
Bem, faz anos que rolou a treta. Hoje o mais provável é que as redes sociais estejam bem piores do quem em 2015... Virou tudo um esgotão a céu aberto :lol:

Mas o foco da treta não era que ler GRR Martin ou JK Rowling fosse ruim em si mesmo, mas o pessoal que pára nesse nível e nunca dá o próximo passo (que, para o autor, seria chegar aos clássicos, à dita alta literatura). Tanto que ele chega a esboçar uma espécie de escadinha em três níveis: 1- Saga Crepúsculo, 2- GoT/HP, 3- Clássicos/Alta Literatura. E ele aponta para o fato de que o pessoal do nível 2 debocha do nível 1, mas não aceita ser debochado pelo nível 3, e afirma que entre os níveis há uma distância igual (se não for até maior entre 2 e 3)... Veja bem: por essa óptica, achar-se inteligentinho por ler Dostô ou Shake não seria um problema muito grave porque ao menos você está de fato lendo Dostô ou Shake. Você só estaria sendo metido a besta, o que sempre é desaconselhável, mas em tese você seria metido por consumir a coisa "certa". O foco sempre foi esse: criticar um certo nicho que estaciona numa zona de conforto e se recusa a amadurecer, mesmo depois dos 30-40 anos.
Então, foras das redes, conversando cara a cara com as pessoas, eu nunca vi alguém que só curte literatura de entretenimento debochando de outros pelo gosto literário, mas já presenciei várias vezes gente se achando o máximo porque leu isso ou aquilo da alta literatura e desmerecendo o resto.
Por isso digo que o texto não reflete a minha experiência. Mas provavelmente, pelo que ele comenta ali no começo, o autor deve estar se baseando na experiência dele em redes sociais, o que, imagino, seja bem diferente mesmo, e esse tipo de coisa deve rolar aos montes.

Então sim, eu concordo que que falta maturidade pro tipo de gente que ele se refere. Mas eu não concordo que essa falta de maturidade venha pelo tipo de leitura que essas pessoas fazem. Acho que falta maturidade pela forma que elas se socializam com os outros. Esse mundo de rede sociais é extremamente imaturo, e não estimula ninguém a crescer, pelo contrário, como você mesmo disse, a coisa hoje só está pior. E o cara ainda comenta que são na maioria adolescentes, ou seja, gente que nasceu já inserido no universo de rede social e o está usando mais do que deveria.

Meus pais nunca leem nada, e eu os considero muiiito mais maduros que eu, que sempre estou com um livro debaixo do braço. Isso porque eles têm muito mais experiência de vida do que eu já tive. Aí eu olho pra essa geração em que, pra muita gente, a experiência de vida é basicamente só em rede social, não dá pra esperar muita maturidade mesmo.
 
Acho uma besteirada sem tamanho tentar criar niveis de leitores, eu consumo muito literatura pop, ainda não li nenhum classico, mas basicamente não me encomodo com pessoas que leem outro tipo de livro, por mais que não goste do livro.

Um exemplo é Crepusculo, eu tentei ler mas acabei não gostando, mas não é por isso que acho ruim que alguem leia ou goste.

Eu cresci lendo Harry Potter também, alias foi o livro que me inseriu na literatura, li o primeiro quando tinha 11 anos, e foi minha carta para Hogwarts, depois disso veio minha paixão por Tolkien, o qual não li nem 1/10 de suas obras ainda.

Eu costumo separar os livros em grupos, mas não os leitores, por exemplo:

Eu mesmo ja li muita coisa diferente, desde livros extremamente comerciais como Maze Runner e Percy Jackson, passando por alguns menos comerciais mas bastante populares também como Paulo Coelho, além de alguns livros espiritas.

Acho que o texto só serve para criar polemica mesmo. :disgusti:
 
Haha meu Deus, eles alteraram o texto na caruda, sem menção a datas nem nada assim. A abertura do texto de 2015 faz menção a fatos de 2020! :rofl: Quanta ética!
 
Em 2015, eu li esse texto, compartilhei no facebook e gerou uma discussão bem legal nos comentários. Lembro de um colega fazer uma crítica interessante ao "canonismo" babaca do autor do texto, e de outro lado discutíamos a questão do "fanboyzismo", coisa que eu identifico na minha própria trajetória, lembrando a minha adolescência, quando eu achava que não poderia haver nada melhor que Tolkien.

Hoje li a "nova edição" do texto e eu, que não sou fã de Harry Potter nem sou leitor do Martin, achei o texto rançoso e babaca.

Depois leio a primeira versão de novo, que lá em 2015 eu tinha achado interessante e vejo se mantenho as minhas impressões da época.
 
A mim me pareceu que ele só tinha alterado mesmo a introdução; mas também não quis ir até o fim porque fazia poucos dias que eu tinha lido tudo de novo... ^^"
 
Mesmo se deixarmos de lado a "experiência de vida" e "socialização", como o Finarfin discutiu, e só tomarmos o âmbito cultural... ainda assim a literatura artística é só uma pequena parte: a cultura é uma rede vasta, não uma escada, e todo mundo vai ter buracos na sua rede... Por exemplo, seja um pianista fodão que lê GoT ao final do seu dia. Seria um tanto quanto ridículo alguém querer bancar o maduro por ler clássicos enquanto o pianista não o faz - decerto o modo como este vive a arte musical é infinitamente mais profundo do que o modo como o leitor de clássicos sabichão vive a arte de seus livros. Ou, outro exemplo, há meios em que pessoas ambiciosas intelectualmente se direcionam mais à literatura filosófica do que à literatura artística. Também seria um tanto quanto ridículo o leitor de Dostoievski se achar o sabichão frente a um sujeito que manja verdadeiramente de Kant ou Aquino, por exemplo.

Até porque esses poetas e romancistas são muitíssimo mais acessíveis do que grandes filósofos ou do que grandes compositores clássicos. Vide o Machado de Assis: é um puta clássico, mas é extremamente acessível, tanto é que é usado como livro de vestibular, todo ano milhares de adolescentes lêem. Sem falar de literatura científica propriamente dita, como ciências naturais, ciências econômicas ou ciências sociais. Não vejo grande amadurecimento em ler Shakespeare e mal saber as leis de Newton, por exemplo, mas é bem comum que esse pessoal que se acha culto tenha fraca cultura científica, mesmo daquela que é adquirida idealmente no ensino médio... Aliás, essa tendência chega até nos educadores, tem gente que não quer saber mais nem da tabuada, mas adora um Paulo Freire... Enfim, de minha parte, acho muito mais inteligente o sujeito que consegue tocar uma Sonata Patética ou o sujeito que realmente compreende Kant, do que o manolo que meramente leu Shakespeare e se acha no topo de alguma escada. Mas longe de cair no outro extremo de achar que o leitor de Kant está automaticamente no topo de alguma escada, o que temos são redes com buracos aqui ou acolá. Para analisar a qualidade da rede, seria preciso fazer uma análise mais complexa e não-unidimensional...

Outro ponto é que, parece, muito desses ditos (alto) cultos fazem uma checklist e saem lendo a rodo. Não há, por exemplo, um profundo interesse em Dostoievski: lê-se para atualizar na rede social, mas há pouca reflexão ou análise que vá para além de resumir o enredo, ou quando há maior reflexão, baseia-se mais em mero senso comum do que em inspiração proveniente do espírito do livro. Lêem dezenas de livros, mas saem exatamente como entraram, com os mesmos vieses e crendices. Daí que quem, por exemplo, manja pra caramba de Dostoievski - leu, releu, refletiu, pesquisou, discutiu - está, em geral, ciente o quanto não manja de outros autores, e não vai querer pagar de leitor classicudo para fãs de livros mais simples...

Aliás, dependendo da qualidade do leitor, as coisas podem até se inverter. Por exemplo, o Pr. Paulo Ricardo é leitor de Chesterton e Tolkien, e tenho certeza que ele tem uma experiência artística muito mais profunda do que o primeiro anista que leu por ler Shakespeare e Dostoiévski (que são autores tidos como mais "altivos", na falta de palavra melhor). Até pela bagagem que precede a leitura em si. O que tem de protestante que leu a Bíblia de cabo a rabo mas só fala bobagem, porque desconectado da herança cultural que circunda a Bíblia... O mesmo tipo de coisa pode acontecer na leitura de clássicos. Daí também a importância da interdisciplinaridade em matéria de cultura.

Por isso, quem leu Shakeaspeare e se acha fodão eu tenho até em pior conta do que quem se acha fodão por ler GoT. Em geral, quem exulta GoT está com discurso voltado ao fandom da literatura fantástica: em um mundo menor, decerto os maiores parecem gigantes, assim como o que se sai melhor na pelada do domingo, e não interessa comparar o peladeiro com o Neymar. Agora, se o sujeito chegou até Dostoievski e ainda assim tá se achando o fodão, aí peloamordeDeus né, decerto pulou algumas etapas... Provavelmente faltou um bom ensino médio, que daria uma boa visão paronâmica da cultura universal e da pequeneza relativa de qualquer punhado de leituras.
 
Última edição:
Aliás, vi que você tinha me marcado aqui, @Béla van Tesma , por conta da discussão no Facebook à qual eu me reportei. Lembrava mesmo vagamente de uma galera da Valinor ter comentado aquele post: você, o @Bruce Torres , o @Felagund , não tenho tanta certeza, mas acho que o @Neithan e o @Éomer também.

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Li o tópico todo, todos os posts. Engraçado que eu concordei com muita gente com posicionamentos bastante conflitantes. Acho que isso deve denotar que o texto do cara tem méritos e fragilidades para além do tom, que foi ao que me ative no último post.

Acho que em 2015 me identifiquei com o texto porque coincidiu, mais ou menos, com uma fase em que tinha começado a explorar novas leituras.

Eu me formei como leitor dentro do fandom tolkieniano. Aliás, acho até que aprendi a escrever corretamente mais discutindo Tolkien na internet do que na escola. Passei pelo Fórum Valinor, peguei o finalzinho da Ordem de Ëa, passei brevemente por Fórum Dúvendor, pelo Templo do Conhecimento (um fórum de mitologia, com uma área Tolkien, criado pelo Lucas "Ingwë" e pelo dwain), algumas comunidades no orkut dedicadas a O Senhor dos Anéis, fiquei bastante tempo no Fórum Andúnië, que eu adorava.

O ponto é: acho que a minha adolescência foi muito essa coisa do fandom. Lia outras coisas além de Tolkien, mas dentro desse nicho da literatura fantástica. E eu emendei isso com a graduação e mestrado, quando a literatura propriamente dita saiu do cardápio e entraram as leituras no âmbito das ciências sociais: historiografia, teoria da História, filosofia, sociologia, antropologia, economia política, etc.

Aliás, lembro que nessa época, frequentar a parte de literatura daqui do Fórum fazia com que eu me sentisse tremendamente inculto, sem referências. Acho que até cheguei a comentar isso no Diário aqui da Valinor, anos atrás.

Esse foi parte do motivo de eu ter criado um Clube de Leitura, junto com amigos, lá em 2014: eu identificava como um déficit de formação cultural a falta de contato com os clássicos, no que respeita à literatura. E eu queria fazer isso de maneira compartilhada, discutindo os livros - talvez porque essa cultura de discussão seja algo que eu sempre tive no fandom tolkieniano, além do costume de frequentar grupos de estudo propriamente acadêmicos, ligados à minha área de formação. E aí a literatura se tornou uma válvula de escape, porque eu estava surtando na reta final do mestrado e precisava de algo pra descansar a cabeça.

Acho que gostei do texto que é objeto deste tópico, lá em 2015, porque fazia relativamente pouco tempo que eu havia começado a me abrir para outras leituras. E essa é uma atitude que eu tenho tentado cultivar: me desafiar a ler coisas fora da minha zona de conforto.

E mesmo assim eu pontuo o seguinte: vários livros, tidos como de "alta literatura", que eu li, o fiz me apegando ao enredo mesmo, buscando tão somente uma boa história. Eu não tenho a pretensão de ser crítico literário e, com frequência, a leitura pra mim se atém a essa avaliação subjetiva, à dimensão afetiva da experiência como leitor. É aquela coisa: tenho uma rotina de trabalho estressante e, ao chegar em casa, quero pegar um livro pra ler tão somente pra descansar a cabeça.
Acho curiosa essa separação entre "alta literatura" e "literatura de entretenimento", porque eu, com alguma frequência, leio "alta literatura" tão somente pelo entretenimento. A questão é que eu gosto de discutir as leituras e talvez isso propicie o aprofundamento de algumas delas. É por isso que eu adoro a experiência de um clube de leitura. Dando um exemplo doméstico: tanto eu como minha esposa gostamos muito de ler (aliás, ela lê mais do que eu), mas nós temos preferências literárias, no geral, diferentes, embora com alguma convergência aqui e ali. Só que... por causa do Clube de Leitura, nós sempre temos pelo menos uma leitura em comum. E isso torna a coisa mais bacana. A possibilidade de num café da manhã, no meio da rotina corrida, discutir algum aspecto da leitura...

Perdoem a digressão e o relato pessoal. Volto ao texto...

Acho que nem tem tanto problema se o cara quer se encerrar em um determinado nicho de literatura. É uma escolha dele. Mas acho válida a crítica ao cara que sente qualquer crítica ao autor de que ele gosta como um ataque à sua própria honra, com a coisa do "fanboy" xiita que arma uma cruzada contra os "infiéis" que ousaram ofender a sua "fé".

Por outro lado, acho que o problema do texto é meio isso que a @Mellime , a Seiko e a @Ana Lovejoy , de maneiras diferentes, colocaram. O autor está dizendo que ler esse tipo de literatura não é um problema em si ( o problema é a coisa do fanboy xiita, que se fecha nisso e tudo o mais), mas ele se trai em alguns momentos e transparece o ranço pela dita "literatura de entretenimento", pela cultura inferior dos pobres mortais que não estão à sua altura. Puro ranço e autoafirmação...

E aí tem o que o @Haran Alkarin comentou acima. A experiência e a formação cultural é múltipla, sendo necessariamente fragmentária. O cara que não leu Dostoiévski ou Shakespeare, de repente manja muito de Samba, de Jazz, de determinados ramos da filosofia, de História do Brasil, de cinema, de - por que não? - teledramaturgia, etc. E o cara que eventualmente leu Dostoiévski e Shakespeare, pode tê-lo feito de maneira descompromissada e pode ter vivido uma experiência cultural mais rasa do que o cara que está lendo a "mediana" Rowling.

Tem muitas nuances nisso tudo aí.
Só finalizo acrescentando o seguinte. Esse é um Fórum dedicado à obra de Tolkien, que surge do fandom tolkieniano, um punhado de nerds, etc: espaço propício para "fanboys", não é? Basta passear pelo Fórum pra verificar que um bom número de leitores foge ao espantalho que o cara construiu, transcendendo essa experiência limitante que ele desenha no texto dele.
 
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