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O Jardineiro Fiel (The Constant Gardener, 2005)

Lordpas

Le Pastie de la Bourgeoisie
Poisé.

A Veja trouxe uma reportagem de Boscov recheada de elogios ao filme, vou deixar pra comentar ele melhor depois que assistir. (Não chegou no GNC daqui ainda, etc)


Entre duas Áfricas


Impulsionado pelo talento e pela
inquietação de Fernando Meirelles,
O Jardineiro Fiel faz denúncia
rimar com romance
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Isabela Boscov

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Meirelles, no Quênia, e Fiennes como Justin Quayle: nem a África nem a paixão têm cura




Não é todo dia que um cineasta com o talento de Fernando Meirelles surge no cenário nacional – ou, feitas as contas, no estrangeiro. Por isso mesmo, dados o prestígio de Cidade de Deus e a dimensão das expectativas geradas por ele, se poderia supor que, em sua aventura seguinte, Meirelles estaria fadado a desapontar. Definitivamente, não é esse o caso. O Jardineiro Fiel (The Constant Gardener, Estados Unidos/Inglaterra, 2005), que estréia nesta sexta-feira no país, confirma não apenas sua capacidade, como também sua força. Meirelles trabalha aqui com um elenco e um produtor ingleses, e em locações pouco amigáveis – a maior parte da ação transcorre em Londres, cuja prefeitura não costuma facilitar a vida das equipes de filmagem, e no Quênia, cuja boa vontade para com o projeto veio com o contrapeso do calor, do relativo caos de um país pobre e de técnicos pouco familiarizados com as exigências de um longa-metragem. Mais complicado ainda é o fato de essa ser uma adaptação de um dos mais britânicos escritores da atualidade – o ex-diplomata e ex-agente secreto John Le Carré, que por contrato tinha direito à aprovação de elenco, equipe, roteiro e montagem final. Obstáculos como esses já derrotaram um sem-número de estrangeiros convidados a trabalhar com dinheiro americano. Mas, embora seja um trabalho de encomenda, O Jardineiro Fiel é também, de cabo a rabo, um filme com a assinatura de Meirelles, sem nenhum daqueles sinais sempre tão evidentes de interferência do alto comando.

O protagonista de O Jardineiro Fiel é Justin Quayle (Ralph Fiennes), diplomata de médio escalão tido como vacilante e ineficaz. Sua maior utilidade, na visão de sua chefia, é como peça ornamental. Deveria ser essa, também, a função de sua mulher, a bela e jovem Tessa (Rachel Weisz). Mas, postados no Alto Comissariado de Nairóbi, os Quayle se tornam motivo de irritação e embaraço para o governo inglês, por causa do brio de Tessa e da inabilidade, ou falta de vontade, do marido em controlá-la. Espécie de versão radical da princesa Diana, ela visita favelas, inspeciona campos de refugiados e investiga obsessivamente as atividades de um gigantesco conglomerado farmacêutico, disparando cartas, relatórios e denúncias para o governo, ONGs e para a própria corporação. É quase certo que seja essa a razão de Tessa aparecer brutalmente assassinada num ponto remoto do país, no episódio que dá início ao filme. Tão certo, na verdade, que todas as forças em ação no Quênia se unem sub-repticiamente para forjar uma história de banditismo e adultério (Tessa viajava com um médico negro, ausente da cena do crime), e também para demover Justin antes que ele se torne fonte de novos constrangimentos.

Essa estrutura convencional de thriller não dura muito nas mãos de Meirelles. A cena que abre O Jardineiro Fiel, aliás, já anuncia que ela será trocada por algo muito mais interessante: na pista de um aeroporto, assiste-se a uma despedida amorosa entre marido e mulher, que está partindo com o médico negro, Arnold Bluhm, naquela que será sua viagem final. À medida que Tessa e Arnold caminham em direção ao avião, ambos são tragados pela luz branca e intensa da África (a excelente fotografia é, de novo, do César Charlone de Cidade de Deus). Um momento corriqueiro, portanto, mas que prenuncia o caos. A despeito do tom de denúncia da trama – o conglomerado farmacêutico está usando a população miserável do Quênia como cobaia para um remédio com efeitos colaterais potencialmente letais –, esse será um caos de ordem íntima. Contrariando sua docilidade habitual, Justin decide que a única coisa que ainda pode fazer pela mulher morta é continuar sua cruzada, numa jornada que o levará de Berlim ao Sudão – e, acima de tudo, a seu próprio interior. O que vai transpirar ao longo do filme é que Justin, um jardineiro devoto da beleza e da serenidade de suas flores, sente que não deu a Tessa mais do que sua complacência, deixando-se manter na ignorância das atrocidades que a investigação da mulher ia revelando. Aprender a conhecê-la por meio de seu trabalho será, assim, seu grande gesto romântico.

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Rachel Weisz, como Tessa Quayle: uma versão radical
e militante da princesa Diana



Segundo Meirelles, o material rodado em oito semanas no Quênia e outras tantas na Europa era tão extenso que dele se poderia ter feito um thriller cheio de suspense e cenas de perseguição ou, da mesma forma, um drama político completo. Na sala de edição, entretanto, Meirelles e a montadora Claire Simpson perceberam que o melhor e mais instigante Jardineiro Fiel seria esse que trata da paixão de Justin por Tessa. O desempenho de Ralph Fiennes, soberbamente matizado e contido, influiu nessa decisão. Mas a outra parte do mérito por ela deve ser atribuída aos instintos certeiros de Meirelles. Bombardeado por Hollywood com quase setenta roteiros na esteira do sucesso de Cidade de Deus, o brasileiro chegou a se ligar brevemente a Colateral, no qual dirigiria Russell Crowe (e que depois foi feito com Tom Cruise e o diretor Michael Mann). Mas desistiu do projeto em favor de O Jardineiro Fiel – disponível no Brasil pela editora Record – por ele ser mais barato (25 milhões de dólares), e assim lhe garantir mais liberdade, e por acreditar que a história de Le Carré oferecia uma perspectiva original sobre uma indústria que, apesar de todos os benefícios que proporciona, detém um poder desmedido – e não hesita em usá-lo. Em entrevista a VEJA, o diretor disse que sua maior tristeza foi ter de descartar, em prol do ritmo narrativo, uma trama paralela sobre dois africanos tratados com o insuficientemente testado (e fictício) medicamento Dypraxa. Essas seqüências ficaram no chão da sala de montagem, mas muitas outras foram eliminadas antes, no processo de refeitura do roteiro – assinado pelo inglês Jeffrey Caine, parcialmente reorganizado por Bráulio Mantovani, também de Cidade de Deus, e palpitado por John Le Carré. As vítimas necessárias dessa limpeza foram as intrincadas referências ao sistema de classes inglês e trechos substanciosos da trama.



Meirelles cortou muito, mas poderia ter cortado ainda mais. A tese política do filme, de que os governos hoje atuam como lacaios das grandes corporações em cantos do globo onde a lei é mais, digamos, flexível, é provocadora e oportuna. Mas, se há algo que faz peso em O Jardineiro Fiel e às vezes o puxa para trás, são o excesso de exposição sobre o Dypraxa e as maquinações da indústria farmacêutica na África (de acordo com Le Carré, a sujeira que ele expõe em seu livro não é nada perto da realidade apurada em sua pesquisa). Aquilo que funciona na página compete no filme com a pungência do amor de Justin e com a vibração com que Meirelles filma um continente ainda mais tumultuado do que o seu. O brasileiro é um desses raros cineastas que florescem diante do imprevisto e do inesperado, e o excesso de enredo subtrai do prazer que é vê-lo em ação. Há que reconhecer a sensatez e a generosidade de Le Carré em não exercer os vários vetos a que seu contrato o autorizava: a única expectativa que Fernando Meirelles reverte com O Jardineiro Fiel é a de que os filmes são sempre piores do que os livros dos quais se originam. Este aqui, sem dúvida, é melhor.​


Traillers
 
Ai, ai... Se não fosse muito incômodo, Folco, vc poderia explicar pq acha isso??? O objetivo d um fórum é discutir opiniões e não apenas soltar afirmações sem mais nem menos.
 
Gondorian Blade disse:
Se não fosse muito incômodo, Folco, vc poderia explicar pq acha isso???

Não, seria incômodo demais. Só de direcionar a minha mente de volta pra esse filme já me faz querer estudar Geometria, que (dica) não é um bom sinal.

O objetivo d um fórum é discutir opiniões e não apenas soltar afirmações sem mais nem menos.

Desse forum? Tsc. Você deve estar fazendo piadas, etc.

Anyway, eu não acho que é necessário o meu comentário para as pessoas compreenderem que esse filme é ruim. O próprio ato de ver o filme vai deixar bem claro que ele é ruim. Mas quem não viu ainda, fique longe de O FILME RETARDADO DE JARDINAGEM. E avisem o seu jardineiro que ele não vai se interessar nesse filme, porque nem tem muita jardinagem nesse filme. Esse filme não é bom nem pra jardineiros nem pra pessoas não-jardineiras igualmente.
 
Folco disse:
Anyway, eu não acho que é necessário o meu comentário para as pessoas compreenderem que esse filme é ruim.
Se você apenas disser "esse filme é ruim" e ponto, podem achar que isso é birra sua, mas se você escrever um review explicando porque você acha isso, seria mais eficaz.
 
Postando um review você estará poupando a outros da suposta experiência negativa de ver o filme.
Seria uma boa-ação, etc.
 
Última edição:
Metz disse:
Esse filme é ótimo. (também não ví):gira:

WTF parceiro, você vai dar a opinião pra um filme sem ver ele? Parece o V. Mas é bom que você não tenha visto, é melhor manter essa visão positivista dele na memória. Você não perde 10 reais e nem 2 horas da sua vida, como foi o meu caso.
 
Folco disse:
WTF parceiro, você vai dar a opinião pra um filme sem ver ele?

ué, mas não foi vc que fez exatamente isso com Sin City recentemente? (não lembro se era Sin City o filme, mas foi um desses que lançou no meio do ano)
 
Folco disse:
WTF parceiro, você vai dar a opinião pra um filme sem ver ele? Parece o V.

Em que universo paralelo eu fiz isso.

ué, mas não foi vc que fez exatamente isso com Sin City recentemente? (não lembro se era Sin City o filme, mas foi um desses que lançou no meio do ano)

Sim, e o pior é que ele gostou de Sin City. Deu 62, etc.
 
Folco disse:
....manter essa visão positivista...

Acho que você quis dizer visão positiva, né? Ou o positivismo tem alguma coisa a ver com esse filme, que eu não consegui ver ainda?
 
Knolex disse:
ué, mas não foi vc que fez exatamente isso com Sin City recentemente? (não lembro se era Sin City o filme, mas foi um desses que lançou no meio do ano)
E com FFVII:Advent Children também :tsc:
 
FFVII:Advent Children não conta. O filme é feito para fãs do jogo.
Se eu fosse o Folco não veria.

E a crítica dele foi pertinente. A maioria dos fãs não tem senso crítico e aceitam qualquer coisa que venham com o nome de seus ídolos.
 
Jedan disse:
FFVII:Advent Children não conta. O filme é feito para fãs do jogo.
Se eu fosse o Folco não veria.

E a crítica dele foi pertinente. A maioria dos fãs não tem senso crítico e aceitam qualquer coisa que venham com o nome de seus ídolos.

A critica do jogo foi assim: É baseado em jogo, deve ser ruim. Se você gostou, é fan-boy que não tem senso crítico. Basicamente é isso que ele escreveu, sem nem sequer ter se dado ao trabalho de ver.
 
O filme parece ser tão bom que o pessoal tá mais preocupado em discutir sobre as idéias político-sociais-cinematográficas do Folc(l)o(re)
 
Eu gostei. Apesar de ter achado um pouco longo na parte dos flash backs, principalmente no momento em que ele chega na casa do amigo dele em Londres, achei um filme não só muito bem feito, como necessário. Fazer um papel social muita vezes acaba tornando o filme meio chato, mas não foi o caso desse.

:cerva:
 

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