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O Jardim de Cimento (Ian McEwan)

Meia Palavra

Usuário
É fato que cada leitor se sente um pouco senhor da história ao encontrar através dela algum reflexo de si próprio, seja por afinidade ou por oposição. Quando fechei o livro me entreguei a um exercício que creio ser costume de muitos leitores: contemplar os ecos da história em seu próprio espírito e olhar para o nada.

Escrever uma resenha de um livro do Ian McEwan requer atenção e me incomodou por vários fatores, mas principalmente porque acho difícil analisar esse livro sem incutir em pelo menos alguns spoilers, então decidi dividir essa resenha em duas partes, a primeira, essa que vocês estão lendo nesse exato momento, está devidamente saneada de spoilers, enquanto a segunda, a ser ainda publicada, contém análises que não necessariamente pressupõe a leitura, mas que podem, por revelações acerca da obra, diminuir o elemento-surpresa da leitura.

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Essa é a segunda parte da resenha de O Jardim de Cimento, e está (aos desavisados) cheia de spoilers. Se você perdeu a primeira parte (sem spoilers), pode encontrá-la aqui.

OK, se você chegou até aqui é porque ou já leu o livro ou resolveu encarar os spoilers assim mesmo. O pai de Jack, o paradoxal piadista austero, planejava construir um estranho jardim, que nunca chegou a ser acabado por conta de sua morte, (a qual o narrador tem a impressão de ter tido algo a ver) e que permanece como símbolo de sua ausência até o final da trama. A austeridade dele se refletiu no jardim, inconcluso, que não possuía flores nem plantas, mas somente terreno semi-organizado, mas que jazia abandonado, quando, geralmente, é leve e descontraído.

A mãe dos quatro irmãos, convalescente, alerta Jack acerca de uma possível “ida ao hospital” da parte dela, sendo necessário que ele e Julie, os irmãos mais velhos, se encarregassem da família para que essa não fosse desfeita e eles fossem encaminhados às mãos do serviço social. A doença da mãe a leva desse mundo e os filhos são obrigados a lidar com um cadáver e com a necessidade de ocultar a morte da mãe. Um velho baú do pai, o resto dos sacos de cimento e o porão servem de esquife para a mãe, que ganha uma mortalha de cimento e permanece no porão da casa, longe do conhecimento de todos. Assim, a família permanece unida, mas aos frangalhos.

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