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o inverso virado do avesso

abylos

USS Voyager - NCC-74656 - Classe Intrepid
Usuário Premium
Senhora da fortaleza;
Anseio de muitos.
Em tempestade envolta.
Mascaras, mascaras...

Doçura imensa;
Frágil como cristal.
Em tempestade envolta
Oculta, oculta...

Água mole, pedra dura,
de tanto bater, furará.
Mas ao romper a rocha escura,
o que dela verterá?

Sangue precioso de feridas
profundas sem solução.
Há muito tempo sulcadas
num nobre coração.

Na concha a ostra segura está.
Mas sem concha a lhe abrigar,
tão frágil a ostra não mais será.
 
Valeu, Mavericco.

Qual a impressão que o poema te da?
Estou curioso pra saber como cada uminterpreta esses versos...
 
Valeu, Mavericco.

Qual a impressão que o poema te da?
Estou curioso pra saber como cada uminterpreta esses versos...

Eu interpreto ele assim:

O poema dá a mesma impressão de se dizer dar uma volta de 360º: ou seja, de se voltar de onde se partiu por meio do caminho mais longo. A criatura descrita no poema, apesar de "Em tempestade envolta", ou com "Mascaras, mascaras" a seu redor, é Frágil como cristal (para essa metáfora existem várias interpretações, como a da translucidez ou da preciosidade), de modo que nem mesmo a ostra poderá proteger o que é em seu todo frágil, desde a pérola (cristal --> pérola) ou o "Sangue precioso de feridas / profundas sem solução" (onde as feridas talvez só são preciosas porque advém de problemas), até a ostra em si mesma: pois a ostra depende da concha e a concha da ostra, numa dupla proteção desnecessária.

E tem também o clima medieval que o poema possui: "Senhora da fortaleza; / Anseio de muitos.", visível também no uso dos redondilhos rimados e na linguagem de certo modo velada, receosa (por exemplo, a pergunta do final da terceira estrofe é respondida secretamente na quarta).

Se eu tivesse que manter uma intertextualidade, eu a embasaria no soneto "Mal Secreto" do Raimundo Correia, como nestes casos: "Ver através da máscara da face,", "Como invisível chaga cancerosa!", "Se a cólera que espuma, (...)".
 
O último verso é realmente foda!

Num todo, eu gostei bastante. Especialmente de como começa, mostrando-nos algo forte em "Senhora Fortaleza" e caminhamos para "tão frágil a ostra não mais será", ou seja, dualidade de ponta à ponta. Sem contar também na quebra de medidas dentro dos próprios versos, muito bacana mesmo.
 
O último verso é realmente foda!

Num todo, eu gostei bastante. Especialmente de como começa, mostrando-nos algo forte em "Senhora Fortaleza" e caminhamos para "tão frágil a ostra não mais será", ou seja, dualidade de ponta à ponta. Sem contar também na quebra de medidas dentro dos próprios versos, muito bacana mesmo.
Valeu, fernando...

Mas queria saber o que seriam as quebras de medida ^^'''

Uma curiosidade, o ultimo verso estava no meio quando escrevi, mas ai achei que ficaria melhor no final...
 
Valeu, fernando...

Mas queria saber o que seriam as quebras de medida ^^'''

Uma curiosidade, o ultimo verso estava no meio quando escrevi, mas ai achei que ficaria melhor no final...

A quebra de medidas que eu me refiro é mais relacionada ao fato de você inverter o teor do verso ao finaliza-lo. Tipo, começar com expressões alegres, e terminar de maneira densa. Acho muito bacana essa inversão.

Gostei da curiosidade, e te digo que foi uma ótima escolha.
 

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