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O Inverno de Nossa Desesperança (John Steinbeck)

Lucas_Deschain

Biblionauta
[size=medium][align=center]O Inverno de Nossa Desesperança (1961 - John Steinbeck)[/align][/size]

[align=justify]Na fictícia cidadezinha de New Bayton, Ethan Hamley, descendente de orgulhosos capitães do mar da Nova Inglaterra, trabalha como empregado na mercearia que pertencera à sua família. Mary, sua mulher,está insatisfeita. Seus filhos são problemáticos, descontentes e sedentos pelos confortos materiais que ele não pode fornecer. Até que um dia, em um momento de crise moral, Ethan decide abandonar os próprios escrúpulos e princípios... O comitê do Prêmio Nobel, ao anunciar o prêmio de 1962 para John Steinbeck, declarou que, com O inverno da nossa desesperança, ele havia "reconquistado sua posição como um arauto da verdade". Steinbeck em sua melhor forma: um exímio criador de personagens que soube como poucos retratar seu país e suas brutais contradições sociais. Tudo isso com uma visão generosa na qual perpassa uma inigualável compaixão pelos seres humanos. [/align]

Fonte: http://pt.shvoong.com/books/novel-novella/1681012-inverno-nossa-desesperan%C3%A7a/

[align=justify]Estou acabando de ler ele e posso dizer que está me agradando muito. Acho o Steinbeck um autor muito bom, que soube reconhecer os conflitos e as desigualdades de seu tempo. Aliando essa sensibilidade com uma capacidade narrativa excelente ele inscreveu seu nome entre os grandes escritores da Literatura Mundial.
Alguém mais leu?[/align]
 
[align=justify]Ninguém leu esse livro? Queria que alguém que tivesse lido pudesse dizer se o livro usa o recurso de fluxo de consciência ou não. Não sei dizer com certeza.

Até o terceiro capítulo a história é contada por um narrador em terceira pessoa, onisciente. Aí no quarto capítulo a narração passa a ser em primeira pessoa e quem narra é um dos personagens do livro, que costura a narrativa da trama com suas considerações acerca do que está contando. Ele fala que tomaram um whisky e daí fala que é tão forte quanto picada de morcego, que era isso que seus antepassados tomavam e tudo o mais.

Isso "configura" fluxo de consciência? ( o engraçado é que ele é bem brincalhão, parece até um pouco o Holden Caufield só que sem tanto sarcasmo)[/align]
 
[align=justify]O Inverno de Nossa Desesperança foi publicado em 1961, um ano antes de Steinbeck ser laureado com o Prêmio Nobel de Literatura. Nesse livro o autor estadunidense conseguiu adentrar com êxito em um universo particular de um homem pressionado pelo seu entorno social e atormentado por dilemas pecuniário-escrupulosos, usando da narrativa em primeira pessoa para contar a história através dos olhos do protagonista, onde a desesperança do título (retirado de Shakespeare) é mostrada com uma sensibilidade deliciosa.

Tenho um carinho especial por esse livro. Dizer isso soa como se eu tivesse lido ele dezenas de vezes e já o conhecesse há bastante tempo, mas não é nada disso, já que o li não faz nem um mês. O carinho que tenho por esse livro advém principalmente pelo protagonista, Ethan Hawley, que, desde a leitura desse romance passou a ser um dos meus personagens prediletos.[/align]


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Cara, o Steinbeck não me decepciona. Logo logo tomo coragem e registro minhas ótimas impressões sobre o livro que estou lendo desde 10 da manhã.
 
O último livro que li foi On The Road. Aquilo sim é considerado fluxo de consciência. O Steinbeck é organizado demais pra se mostrar o caráter aleatório da mente. Se não me engano, há um capítulo com Margie como primeira pessoa narrando. Pode-se até confundir o narrador com o protagonista, em alguns pontos, mas nesse capítulo não. Me lembro de Vinhas da Ira, que realmente tinha uma variedade incrível de narradores bem distintos descrevendo o que vinha na cachola. Não é o caso de Inverno de Nossa Desesperança. As personagens são caracterizadas mais pelos diálogos do que pela narração.

Achei as personagens femininas da obra um tanto quanto apagadas. Mary, Margie e Ellen. Dona de casa, femme fatale aposentando e serpente adolescente. Me deu saudades da Cathy e da mãe Joad. Gostei das personagens fantasmas. O Capitão Hawley e a Tia Deborah são os amigos imaginários de adulto cético mais surpreendentes que já... não... O pai adotivo do Dexter da série de TV é mais legal.

Não consigo deixar de lado comparações com outra série de TV: Breaking Bad. Walter White, crise de meia idade e de princípios morais. Foi muito interessante ver o bom marido e excelente cidadão se cansar disso tudo e se deixar levar pela corrupção. Afinal, ele não conhecia ninguém que tenha obtido sucesso sem que tivesse cometido um crime, mesmo seus honrados ancestrais dos quais tinha muita estima. Por ter ido à Segunda Guerra Mundial e ter matado sua quota de alemães e ter conseguido se livrar do peso na consciência mesmo assim, foi um pulo pra que fizesse guerra em tempos de paz. Como ele mesmo diz: "quem comete crimes são os outros". Crime e castigo.

Outra comparação. Vem à cabeça Crime e Castigo, mais ainda Match Point. O Ethan se deu muito bem, teve muita sorte. Uma providência divina. Era pra tudo dar errado. Tudo o que ele planejou, se tivesse ido adiante, seria o fim antes do fim. É claro que, depois de tanta sorte, nenhum leitor que tente adivinhar o futuro descartaria a previsão de que algo pior viria. A corrupção do pequeno Allen foi completamente previsível. O que não foi previsível foi como Ethan lidaria com isso.

Danny... que personagem pouco desenvolvido... Não que ele tivesse poucas linhas no livro, mas sua história foi puro mistério. Nada foi revelado sobre o que fez ele desandar pro álcool. Sinceramente, fiquei com a pulga atrás da orelha.

Ah! Foi um ótimo livro. Comecei a ler pra passar o tempo durante um workshop de ócio durante meu trabalho e quase terminei ele de madrugada no meu quarto. Acordei tarde e quase perdi a hora do almoço pra terminar de ler o final.
 
Vi esse tópico agora e descobri que o tinha esquecido completamente. Prometo que vou voltar ainda hoje para podermos discutir, Rodovalho.
 

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