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O intelecto feminino é inferior?

  • Criador do tópico Fafa
  • Data de Criação
Eu acho que vocês se perdem. Qualquer um que já frequentou uma universidade sabe com certeza que as mulheres, por quais motivos forem, de fato são minoria absoluta nos cursos de Exatas (no caso do meu campus, no ano de 1996 a taxa era de 83/17 entre homens e mulheres).

O motivo disso acontecer é um assunto muito válido de pesquisa :think:
 
Ka Bral o Negro disse:
Já conheço essa historinha; no passado, falavam que o intelecto dos negros era inferior, etc.
a diferença era q naum se faziam peskisas......
era uma afirmação puramente na base do preconceito......

nesse caso foi uma peskisa......completamente polemica e subjetiva (se naum me engano a maioria dessas peskisas se baseiam mais em estatisticas do q de algum fator biologico mermo.....e geralmente estatisticas tem otros fatores envolvidos).....

vc pode concordar ou naum com o resultado final das peskisas......mas essa comparação foi forçada.....
 
Deriel disse:
Qualquer um que já frequentou uma universidade sabe com certeza que as mulheres, por quais motivos forem, de fato são minoria absoluta nos cursos de Exatas (no caso do meu campus, no ano de 1996 a taxa era de 83/17 entre homens e mulheres).

O motivo disso acontecer é um assunto muito válido de pesquisa :think:
"Minha opinião é que tais discrepâncias ocorrem mais por imposições culturais do que por fatores biológicos; convencionou-se que os homens são mais racionais, convencionou-se que as mulheres são mais emotivas..."

...ou pelo menos era isso que eu ia declarar agora. Mas, se nem eu, muito menos as pessoas ao meu redor escapam dessa premissa (homens racionais, mulheres emotivas), então...


:think: :think: :think:


Ok.
 
Ué, muito simples. Como o Cabral falou mulheres são mais apegadas a área não racional, não "exata". Mas isso não é fator que desmereça seu intelecto ou o torne inferior de alguma maneira.

Resumindo, eu não entendo de que forma uma mulher que atua no campo das linguagens e suas tecnologias, por exemplo, pode ser dita com menos intelecto do que um homem que trabalha na área das ciências exatas.

:think:
 
Primula disse:
Remarks at NBER Conference on Diversifying the Science & Engineering Workforce
Lawrence H. Summers
Cambridge, Mass.
January 14, 2005
http://www.president.harvard.edu/speeches/2005/nber.html

Pessoalmente ainda não li o artigo todo, mas uma coisa me impressionou durante o tempo todo em que ele repercutiu na mídia e comunidades acadêmicas: quase NINGUÉM leu o artigo todo e tirou suas conclusões.
Eu li o texto todo, tanto a palestra quanto a parte de perguntas e respostas. E teria várias considerações a fazer, tanto sobre o tema em si quanto sobre a forma como foi tratado, vou ter que deixar algo de fora. Vou começar com uns itens sobre a forma como o assunto foi tratado:

- Pouca gente lê links.
- Ainda menos gente lê links longos, muito menos em inglês.
- Palpitar é mais fácil e rápido do que ler. Palpitar sem ler é um método perigoso, mas parece que pouca gente se importa.
- Como quase ninguém vai ter paciência de ler aquele texto, estou pensando em ser "malzinho" e não explicar direito o que está lá... (talvez eu desista dessa idéia)
- Jornalistas preferem repetir o "ouvi dizer" e não sabem fazer seu trabalho: ir às fontes.
- É melhor que a tal Faculdade da Harvard que aprovou o voto de não-confiança tenha outras razões para aquele voto.

- O reitor não foi mal-intencionado, mas foi ingênuo. Ele foi fazer uma "palestra-provocação", era para gerar um pouco de polêmica, não esse caos. Ele deixou claro que nenhuma das hipóteses era conclusiva, eram apenas temas a serem investigados, ele até foi cauteloso em alguns pontos, mas ele tinha que ter pensado no pior caso. O risco das palavras dele serem deturpadas e tiradas de contexto era alto e o custo disso voltaria para assombrá-lo. Um professor talvez pudesse dar-se ao luxo de arriscar assim numa palestra, mas quando um reitor fala algo que apenas pareça polêmico, a reação dos palpiteiros é bem pior.

- Erros e fofoca se propagam com muita facilidade.
- Infelizmente, o tópico começou com o pé esquerdo. E isso não é uma crítica ao autor, que rapidamente colocou o link pra palestra que a Primula indicou, mas é um comentário sobre Murphy e sobre o item anterior. Se o Estadão publicou uma nota sobre uma votação de reação a um "ouvi dizer", isso tudo numa versão bastante truncada, que mais poderia ocorrer?
- Muita gente entra num tópico, lê apenas o 1o post (nada de links) e já comenta. Aliás, tem gente que posta baseado apenas no título do tópico.
 
Continuando. Agora, não sobre as repercussões, mas relacionado ao tema principal:
Ka Bral o Negro disse:
Deriel disse:
Qualquer um que já frequentou uma universidade sabe com certeza que as mulheres, por quais motivos forem, de fato são minoria absoluta nos cursos de Exatas (no caso do meu campus, no ano de 1996 a taxa era de 83/17 entre homens e mulheres).

O motivo disso acontecer é um assunto muito válido de pesquisa :think:
"Minha opinião é que tais discrepâncias ocorrem mais por imposições culturais do que por fatores biológicos; convencionou-se que os homens são mais racionais, convencionou-se que as mulheres são mais emotivas..."

...ou pelo menos era isso que eu ia declarar agora. Mas, se nem eu, muito menos as pessoas ao meu redor escapam dessa premissa (homens racionais, mulheres emotivas), então...


:think: :think: :think:


Ok.
Ainda bem que o Ka Bral parou de repetir o bordão das "imposições culturais", mas ele ainda não parece satisfeito. Então eu vou começar por aqui: essa questão de "fatores sócio-culturais x fatores biológicos" na escolha de um curso universitário.

Qual dos fatores é predominante? Eu aqui não vou provar nada, mas vou colocar elementos a respeito da questão. E, antes que o Ka Bral fique ultra-indignado com minha "parcialidade", vou opinar logo de cara que fatores sócio-culturais certamente influem, mas não estou convicto de que são os predominantes. Afinal, debate é colocar pontos divergentes na mesa. Isso posto, seguimos...

Minha fonte de dados, as estatísticas da Fuvest:
http://www.fuvest.br/vest2004/estat/estat.stm
Em particular, vou usar a distribuição por sexo de 2004, segundo respostas ao questionário sócio-econômico:
http://www.fuvest.br/scr/qasen.asp?...000000TOT&quest=27&tipo=3&grupo=1

Copiando alguns dados pra ilustrar
Distribuição geral por sexo entre os aprovados 2004:
5790 (57.1%) Masculino
4337 (42.8%) Feminino

[O fato de não ser 50/50% entre os aprovados poderia significar alguma discriminação, mas eu vou atribuir isso ao fato de na Fuvest serem oferecidas muitas vagas para Exatas (área de grande procura masculina) e não a algum vício social. Aliás, no Brasil, as mulheres em universidades já são mais numerosas que os homens (é, eu li em algum lugar, mas não tenho link), então o acesso existe. ]

A distribuição por área nos diz:
Biológicas (Total das Carreiras de Biológicas)
1074 (39.6%) Masculino
1634 (60.3%) Feminino

Humanas
2236 (52.8%) Masculino
1993 (47.1%) Feminino

Exatas
2480 (77.7%) Masculino
710 (22.2%) Feminino

Então, pelo bordão "homens racionais, mulheres emotivas" devemos concluir que a área de Biológicas é menos racional e mais emocional e que Humanas é meio a meio? Ahn? :eek:

Esse gráfico é interessante, é a distribuição por curso dos aprovados masculinos:
http://www.fuvest.br/scr/qasecompn.asp?resp=0&tipo=3&anofuv=2004&quest=27&grupo=1
O gráfico das mulheres: (este é redundante se você já viu o outro, mas vou colocar para não ser "discriminador")
http://www.fuvest.br/scr/qasecompn.asp?resp=1&tipo=3&anofuv=2004&quest=27&grupo=1

Um exemplo do gráfico - a proporção de homens aprovados em "Engenharia, Computação e Matemática Aplicada": (seria o basicão de Engenharia da USP, ahn?)
760 de 870 (87.3%)
Hm, pela hipótese da imposição cultural, essa proporção deveria ser 50%. E a pergunta que vale o Prêmio Nobel é:

Pelo bigode de Einstein, onde estão essas mulheres?

Então quer dizer que há por aí milhares de mulheres em universidades que possuem aptidão para Exatas, gostam de Exatas, mas por fatores sócio-culturais foram reprimidas e terminaram fazendo outro curso? Tipo, Fonoaudiologia, Nutrição, Terapia Ocupacional? Uma maneira simples de testar isso seria fazer uma enquete nesses cursos de maioria feminina, perguntando às mulheres "você faz esse curso X, mas no fundo você não queria fazer Exatas e foi reprimida pela sociedade"? Ka Bral, você mesmo pode conduzir uma enquete dessas na sua turma e no seu campus. (ainda não começou, oras? :obiggraz: )

Hm, talvez essa mulherada reprimida não esteja nas universidades, mas então por onde andará? Será que um imenso contingente de mulheres com gosto e aptidão para Exatas engravidou na adolescência e não conseguiu seguir com seus estudos? Será que o grupo que não engravidou desistiu da faculdade para virar donas de casa? E será que esses fatores sociais (que existem e devem ser tratados) afetaram dramaticamente apenas a proporção nos cursos de Exatas e não nas outras áreas? Será?

Se alguém encontrar essa mulherada, vai causar uma revolução no ensino superior. E vai virar o herói dos estudantes de Exatas. Muita gente lá venderia a alma por uma sala 50%/50%. :mrgreen:


Como eu disse, eu não provei nada. Minha argumentação foi apenas para mostrar que, se as tais "determinações sócio-culturais" fossem o fator predominante, muita coisa esquisita (o sumiço dessa mulherada reprimida) teria que ser explicada.

Mesmo que o mecanismo predominante não seja o tal fator sócio-cultural, isso não significa automaticamente que o fator biológico é o principal. Talvez seja um terceiro fator, que até agora foi subestimado.


Enfim, Igualdade não é todo mundo ter os mesmos interesses e gostos. É ter os mesmos direitos e deveres, é ter as mesmas oportunidades. Talvez homens e mulheres se interessem por assuntos diferentes, e daí?
 
Ahhhh.... tá.

Engethor disse:
Ka Bral, você mesmo pode conduzir uma enquete dessas na sua turma e no seu campus. (ainda não começou, oras? :obiggraz: )
Não, estou com preguiça.

:jornal:


De qualquer maneira, o que mais ouço é "amo Literatura de paixão, não me imagino fazendo outra coisa"; por outro lado, ainda no meu campus, só vejo alunos homens declarando sua prediletação pela "lógica perfeita da versificação métrica", assim como eu. Bato nesta tecla porque isso me chama a atenção para este assunto "Razão vs Emoção"... :think:

Engethor disse:
Hm, talvez essa mulherada reprimida não esteja nas universidades, mas então por onde andará? Será que um imenso contingente de mulheres com gosto e aptidão para Exatas engravidou na adolescência e não conseguiu seguir com seus estudos? Será que o grupo que não engravidou desistiu da faculdade para virar donas de casa? E será que esses fatores sociais (que existem e devem ser tratados) afetaram dramaticamente apenas a proporção nos cursos de Exatas e não nas outras áreas? Será?
Uma conhecida minha engravidou; ela e o namorado possuem 17anos. Ele vai trabalhar, ao mesmo tempo que cursará a faculdade, mas ela "ficoucom vergonha, por causa da barriga", e por isso abandonou antes mesmo de prestar as provas de vestibular.

:|

Engethor disse:
Se alguém encontrar essa mulherada, vai causar uma revolução no ensino superior. E vai virar o herói dos estudantes de Exatas. Muita gente lá venderia a alma por uma sala 50%/50%. :mrgreen:
:rofl: :rofl: :rofl:
 
Pelo bigode de Einstein, onde estão essas mulheres?

Em cursos como Eng. Química, Ambiental e de Alimentos. Como geralmente não rola muita integração entre essas engenharias e as "clássicas" (Civil, Elétrica, Mecânica), acaba dando a impressão de que não tem mulher fazendo engenharia.

Se alguém encontrar essa mulherada, vai causar uma revolução no ensino superior. E vai virar o herói dos estudantes de Exatas. Muita gente lá venderia a alma por uma sala 50%/50%

Esses cursos que eu citei acima chegam bem próximo dessa proporção.

Digo isso com base nas minhas observações nessas 3 semanas de aula na UFRJ (Eng. Eletrônica, proporção 41/4 :roll:)
 
Primeira parte: tradução do artigo original (já que estou a ler mesmo)

Observação na Conferencia NBER sobre diversificação da força de trabalho em Ciencia e em Engenharia.
Lawrence H. Summers
Cambridge, Mass.
Janeiro 14, 2005

Eu perguntei a Richard, quando ele me convidou vir falar na Conferencia, se ele queria uma palestra institucional sobre as políticas de Harvard em busca de diversidade, ou se ele queria que fossem feitas algum questionamento, e tentativas de provocação também, pois eu então estava disposto mais para o segundo caso do que para o primeiro. Então concordamos que eu falaria não oficialmente, ou seja, não usaria esta oportunidade para expor as várias coisas que fazemos em Harvard para conseguirmos atingir o objetivo crucial de diversidade. Há muitos aspectos dos problemas que vocês estão discutindo, e para mim eles me parecem todos muito importantes do ponto de vista nacional. Eu vou me restringir a um ponto do problema, ou do desafio que estamos discutindo, que é sobre a representatividade das mulheres em posições de chefia na ciência e engenharia das principais universidades e instituições de pesquisa, não porque é necessariamente o problema mais importante ou o mais interessante, mas porque é o unico destes problemas que eu fiz um esforço para pensar de uma forma muito séria. Outro comentário de introdução que eu gostaria de fazer é que eu vou - pelo menos uma boa parte do caminho - tentar adotar uma abordagem positiva, mais do que normativa, e só tentar pensar sobre o assunto e oferecer algumas hipóteses sobre como nós observamos o que nós observamos sem ver de fato através do tipo de tendência de ficar julgando tudo que inevitavelmente está conectada com todos os nossos objetivos comuns de igualdade. Afinal de contas, não é o caso de que o papel das mulheres na ciência é o único exemplo de um grupo que é tem um número significativo de baixa representatividade, numa atividade importante e cuja baixa representatividade contribui para uma falta de modelos de conduta para os outros, que estão considerando estar naquele grupo. Pegando um grupo diverso de exemplos, os dados revelarão - estou confiante disto - que os Católicos tem substancialmente baixa representatividade em empregos do setor financeiro, que é uma profissão que paga generosamente em nossa sociedade; enquanto que homens brnacos tem uma representatividade extremamente baixa a Associação Nacional de Basquete (NBA, se vocês não sabem :roll:); e que judeus estão substantialmente mal representados em agricultura e agropecuária. Todos estes fenômenos que uma pessoa pode observar baixa representatividade, e eu acho que é importante tentar pensar sistematicamente e clinicamente sobre as razões da baixa representatividade.

Há 3 amplas hipóteses professadas sobre as fontes que geram grandes e substanciais disparidades que os artigos desta conferencia e outros documentados antes com respeito à presença de mulheres em profissões científicas. Uma é como chamarei - e explicarei cada uma delas em alguns momentos e comentarei qual a importancia que atribuo a elas - primeira que é o que eu chamo de hipótese de trabalho de poder grande. O segundo é o que chamarei de disponibilidade ou aptidão extremas, e a treceira é o que eu chamarei de diferente socialização e padrões de discriminação numa busca. E na minha opinião, a sua importancia provavelmente está nessa exata ordem que acabei de descrever.

Talvez seja util - por um momente - ampliar o enfoque no problema, ou do assunto, além da ciência e engenharia. Eu tive a oportunidade de discutir assuntos como este com executivos chefes de muitas das maiores corporações do mundo, com parceiros de administração de grandes firmas de advocacia, diretores de proeminentes faculdades-hospitais, e com os lideres de muitas outras organizações de serviços profissionais, assim como com colegas de alta educação. Em todos estes grupos, a estória é fundamentalmente a mesma. Vinte ou vinte cinco anos atrás, nós começamos a ver substancial aumento no número de mulheres que se graduavam em escolas deste campo. Agora, as pessoas que foram para a faculdade quando tudo aquilo começou tem 40, 45, 50 anos de idade. Se vocês olharem para os profissionais proeminentes de nossa atividade, não temos nada como 50%-50%, não é nada como nós pensávamos que seria quando começamos a ter um terço de mulheres, um terço das escolas de advocacia sendo mulheres há 20 ou 25 anos atrás. E o relativamente baixo número de mulheres que estão nos cargos mais elevados é desproporcional sejam elas solteiras ou sem filhos, onde a enfase difere dependendo de com quem você fala. E o que é uma realidade presente, é que uma pessoa tem quase exatamente o mesmo tipo de conversação em qualquer outro trabalho de alto cargo. O que é necessário para conseguir? Eu acho que é duro - e de novo, eu estou falando de forma completamente descritiva e não-normativa - dizer que há várias profissões e atividades, e para as atividades de mais prestigio em nossa socidade espera-se da pessoa que vai crescer para a posição de liderança aos seus 40 anos uma quase total dedicação para seu trabalho. Espera-se que passe várias horas no escritório, esperam uma grande flexibilidade de horários para atender à emergências, esperam um esforço contínuo durante a vida inteira, e eles espera - e isto é mais difícil de medir - que sua mente esteja sempre trabalhando nos problemas do trabalho, mesmo quando não estamos trabalhando. E é fato em nossa sociedade, que este é um nível de dedicação que uma grande fração de homens casados estão historicamente preparados para fazer mais do que mulheres casadas. Isto não é um julgamento sobre o que deveria ser, nem do que eles esperam. Mas parece-me que é muito difícil olhar para os dados e deixar de concluir que que essa expectativa vai de encontro com as escolhas que as pessoas fazem e está contribuindo substancialmente para os resultados que observamos. Outra pessoa pode colocar isto de outra forma. Um exemplo, e o trabalho que Claudia Goldin e Larry Katz estão desenvolvendo irá - tenho certeza - como tempo, contribuir grandemente para nosso entendimento desses assuntos e por tudo o que eu sei pode provar que todas as minhas conjecturas estavam completamente erradas. Outro jeito de expor o ponto é dizer, que fração de jovens mulheres no meio de seus vinte anos tomam a decisão que elas não querem ter um trabalho que consuma 80 horas por semana. E comparar com fração de jovens homens que tem de tomar a mesma decisão, e observar a diferença. E isso tem de ser um grande número do que é observado. Agora isso pede questões inteiramente normativas - uma das quais farei um pouco mais tarde - disso tudo é: nossa sociedade está certa em esperar esse nível de esforço de pessoas que obtém os trabalhos de mais prestígio? Nossa sociedade tem o direito de fazer arranjos familiares nos quais pede-se às mulheres para fazer tal escolha, e ainda pedir ainda que façam mais essa escolha que os homens? Nossa sociedade tem direito de pedir a qualquer pessoa que aspire a um importante cargo, esse nível de intensidade? Acho que estas são todas as perguntas que eu queria fazer lá atrás. Parece-me que é impossível olhar para este padrão, olhar para seu amplitude e nào concluir que algo do tipo que eu estou descrevendo tem de ser de significante importância.Para combinar convicção e teoria com piada, uma jovem que trabalhou bem de perto comigo no Tesouro e que mais tarde foi trabalhar na Google com o maior dos sucessos, é uma formada de 1994 por Economia em Harvard. Ela me diz que no seu seu primeiro ano na seção, havai 22 mulheres, das quais 3 estavam trabalhando com dedicação exclusiva neste ponto. Isto - o diretor da faculdade de economia me relatou - não é uma observação implausível dado à sua experiência com alunos. Então eu acho que em termos de entendimento positivo, a primeira e muito importante realidade a ser encarada é só o que eu chamo de, quem quer o trabalho duro e extenuante?

(continuo mais tarde... senao valinor perde meu post)
 
Sobre o que eu li.

O primeiro ponto é algo a ser realmente discutido. Não importa o que se diga, as mulheres que estão na casa de 40 a 50 anos, e que poderiam estar nos cargos de chefia hoje, tiveram de fazer uma escolha: ou cuidavam dos filhos, ou do emprego.

E se pensarmos bem, realmente não dá para exigir dedicação de 80 horas semanais par conseguir uma promoção quando se tem de buscar filhos na escola. (Hoje em dia, os homens começam a sentir isso também)

Mais à frente, li que há uma ajuda para as mulheres com filhos... que entram na faculdade. Ou seja, quando ele completa 18 anos. Enquanto crianças, há um dilema: pois é o periodo chave tanto para subir na vida, quanto de ser o modelo moral para os filhos. Não dá para ter ambos os pais envolvidos 24 horas por dia apenas com trabalho (vira Suzanna von Richtoff)

Outro ponto é realmente perturbador: o da genética. Não foi uma questão racista, ou discriminatório o que o Dr. Summers colocou. Também vejo esses problemas nas lojas de brinquedo, ou quando quero propor jogos para crianças. Mesmo quando há a liberdade de escolha, grande parte das crianças parecem ser moldadas (será o comercial, ou será a memória coletiva?) a escolher o papel que a sociedade designou para elas. Ou seja, as vezes eu quero brincar de carrinho, mas a menina quer brincar como menina (Polly, Barbie), e as vezes eu quero brincar de menina (quem conta um conto aumenta um ponto), mas o menino quer brincar de menino (fazer caretas, fazer pum)

Quem ensinou a um menino que é gostoso fazer pum na frente dos outros? E porque as meninas mesmo pequenas não tem a mesma predisposição?

Há as exceções, claro. Mas há algo em nossos genes que sabem de algo, independente de nossa consciência. O nosso corpo funciona porque o programa de inicialização tá rodando antes mesmo da gente entender que tá vivo. (na época da controvérsia foi publicada uma interessante de uma pesquisadora que comentou "as mulheres em média tem menos aptidão mesmo...Em média a mulher na História não precisou arcar muitos riscos para reprodução. Por isso a curva gaussiana é mais estreita na média. Já os homens tinham de ser temerários. A curva dos homens é mais ampla: Há mais prêmios Nobel homens, mas também há mais imbecis homens :mrgreen:)

O que me choca não foi o discurso. Antes de ser um político ele continua a ser um pesquisador.

O que me chocou, foi quando li essa notícia pela primeira algumas pessoas do publico não entenderam absolutamente nada e saíram indignados. Mesmo agora há pessoas que não entendem nadinha do episódio e fazem aquele voto de não-confiança. (pelo menos é de um grupo que realmente tem menos propensão de entender alguma coisa objetiva... mesmo assim, eles fazem parte da elite intelectual, e é uma vergonha deixarem emoção nublar a interpretação do texto, que nada tem a ver com discriminatório)
 
Deveria-se ter um intelecto de mesmo nivel,levando-se em conta as prioridades masculinas e femininas,mas...realmente,quando penso em genios,sejam da ciencia,musica ou oque for,só aparecem nomes masculinos!


Queria que vcs citassem nomes de "grandes" mulheres,visando o fator intelecto...
 
é verdade, a maioria absoluta dos "gênios" são homens, mas vamos fazer uma forcinha...

o q vc considera intelecto? vc falou em musica, então vou considerar artes em geral, ok?

-Frida Kahlo (artista mexicana)
-Marie Curie (cientista - francesa ou belga? - trabalhou com radioatividade e morreu de câncer por suas pesquisas)
-Janis Joplin (roqueira)
-Elizabeth I (primeira mulher a subir ao trono da Inglaterra; para contornar uma crise como a que o país vivia na época, tem q ter cerebro)
-Sofia Kovalevskaya (matemática - entre outras coisas, desenvolveu teoria sobre rotação de corpos não simétricos) [essa eu lembrei depois]

essa foi uma lista de 2 minutos; aceito colaborações...
 
Anna Cwen disse:
-Marie Curie (cientista - francesa ou belga? - trabalhou com radioatividade e morreu de câncer por suas pesquisas)

Polonesa, casou-se com um francês e mudou de nome.
A filha dela, cujo nome não me recordo, continuou as pesquisas dos pais e também ganhou o Nobel.

Teve também a Florence Nightingale, criadora da enfermagem, que é considerado "trabalho de mulher", mas o fato é que estariamos fudidos sem ela.
 
? disse:
Anna Cwen disse:
-Marie Curie (cientista - francesa ou belga? - trabalhou com radioatividade e morreu de câncer por suas pesquisas)

Polonesa, casou-se com um francês e mudou de nome.
A filha dela, cujo nome não me recordo, continuou as pesquisas dos pais e também ganhou o Nobel.

Teve também a Florence Nightingale, criadora da enfermagem, que é considerado "trabalho de mulher", mas o fato é que estariamos fudidos sem ela.

Detalhe sobre Mme Curie é que ela ganhou DOIS PRÊMIOS NOBEL.

Olha, ganhar UM prêmio Nobel é quase impossível... ganhar dois então...

E isso porque ela RECUSOU um terceiro, porque ficaria chato... tipo TRÊS!!!?!?!? Ela é Deus ou o que?!?

E Serious_Heero, você vai ter de garimpar um pouco, porque alguns nomes antes da Era Moderna não são os verdadeiros. Tipo, Sophie Germain assinava com o nome de Monsieur Le Blanc (um aluno medíocre de Gauss que desistiu do curso) porque mulher estudando Matemática era heresia (queime queime queime)... Algumas na verdade foram mesmo queimadas pensando bem :think:

(estudar matemática na verdade também era heresia... tipo entender a Criação para imitar a criação... mulher estudando matemática é DUPLA heresia)

E quem é Sophie Germain? Bem, na Torre Eiffell há uma placa com os nomes das pessoas que foram essenciais para a construção dela. Há um pedaço mais corroído e vazio. Ali estava o nome de Monsieur Le Blanc, mas quando descobriram que ela era mulher então debastaram a placa.

Não é que há poucas mulheres premios Nobel, eu li uma vez num livro... o incrível é que tenha havido tantas, considerando-se o que elas passaram!

(Mme Curie só conseguiu ser o que foi por causa do apoio de seu marido... porque ela só conseguiu ser empregada na Universidade de Paris quando ganhou seu primeiro premio Nobel)

O fato é que há mais homens premio Nobel, mas há mais idiotas também, como disse a psicóloga. E há muitas mulheres que preferem apenas ser donas de casa, oras bolas! Cuidar da casa e ainda fazer pesquisa é coisa de doido sô!
 
Ka Bral o Negro disse:
A comentar da Literatura, área que me diz respeito: diz-se que os homens possuem maior facilidade com romances lógicos de espécie Naturalista e poemas métricos do Parnasianismo, enquanto as mulheres seriam mais emocionais, como Clarice Lispector. Mas, para mim, são meras coincidências, criação e imposição cultural..

Bom, a única forma de preconceito que tenho contra mulheres - apesar de não ser necessariamente 'pré' - é na, já que citaram, literatura. Repudio a força que algumas autoras fazem para serem mulheres. Essas, que antes de escrever, se perguntam: Estou escrevendo como mulher?. Que acham "A Mulher no século XXI" o top dos assuntos, e o final de um relacionamento amoroso o máximo que a literatura pode proporcionar. Que escrevem "quero sondar o universo feminino, o coração alado de uma criatura que tem a coragem de ser mulher por inteiro". Que acham que a própria feminilidade é algo vagamente místico, um estado a ser alcançado. Não digo que não, talvez até seja: mas não há sutileza na abordagem e elas carregam o próprio sexo com a falta de discrição de um traveco estridente dando urros de amor numa calçada. if you have a sex, just don´t make too much of a fuss about it, IMO.

Pra mim, a masculinidade produz melhor prosa. Quando uma mulher está fazendo força para ser mulher ela se limita a falar de, e pensar em, relacionamentos fracassados, abortos, e vários tipos de sentimentos delicados. A feminilidade, se é um estado a ser alcançado, é notavelmente parecida com a chatice. A masculinidade, vista desse mesmo modo meio místico, meio infantil, é mais aberta à aventura, mais suportável.. IMO.

Claro que existem excessões, mas é vil citá-las. Talvez eu tenha excedido a proposta do tópico, divagando demais sobre a literatura, então adianto: quanto a inteligência em si, creio não haver diferença alguma, entre mulheres, pretos, brancos ou anões. Mas sim entre Joãos, Veras, Ricardos, Augustos, Tiãos, Macabéas e etc.
 
qdo alguém faz força para escrever, qq coisa q seja, tende a ser ruim. prosa, como o verso, precisa fluir naturalmente.
 
Só pra constar: procurei no Google, e o nome da filha de Marie Curie era Irene Joliout Curie. Ela e o marido descobriram a radioatividade artificial.

Familiazinha fraca, né? :mrgreen:
 
Provado: Intelecto feminino é SUPERIOR!

---

E vai virar o herói dos estudantes de Exatas. Muita gente lá venderia a alma por uma sala 50%/50%.

\o/



Em cursos como Eng. Química, Ambiental e de Alimentos. Como geralmente não rola muita integração entre essas engenharias e as "clássicas" (Civil, Elétrica, Mecânica), acaba dando a impressão de que não tem mulher fazendo engenharia.

Pq isso aí não é engenharia. É química, ecologia, e... er... hm... ahn... culinária XD
 
E vai virar o herói dos estudantes de Exatas. Muita gente lá venderia a alma por uma sala 50%/50%.

Eu não venderia a alma, mas trocaria de bom grado uns cuecas do meu curso por umas mulheres de algum outro curso lá da UFPR :mrgreen:.

Minha sala tem 41 homens pra 9 mulheres :disgusti:
 

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