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O fim da "Lei de Moore" ?

Fúria da cidade

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O que é a Lei de Moore e por que você deve se preocupar com o fim dela


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Qual será o futuro do chip de processador? Imagem: Getty Images/iStockphoto

E se o princípio que impulsionou o avanço da computação nas últimas cinco décadas tiver se esgotado?
Jensen Huang, executivo-chefe da fabricante de chips Nvidia, fez um declaração de impacto na CES (Consumer Electronics Show) deste ano, a maior feira de tecnologia do mundo, que aconteceu em janeiro em Las Vegas (EUA): A Lei de Moore não é mais possível

O empresário taiwanês se referia a uma previsão feita lá em 1965 por Gordon Moore, cofundador da Intel. Segundo ele profetizou, a densidade de transistores nos chips usados por computadores (e hoje smartphones) dobra a cada 18 meses (ou dois anos).

Isso significa que os transistores (uma espécie de minúsculos interruptores) diminuíam de tamanho e duplicavam em quantidade nos chips, aumentando a capacidade de processamento dos dispositivos e promovendo o avanço de sistemas tecnológicos.

A projeção dele se mostrou real e padronizou os avanços exponenciais das tecnologias de computação.
"Você vê a evolução maluca que tivemos nos últimos anos. Dez anos atrás nós tínhamos um computador 100 vezes menos capaz que o celular mais moderno de hoje", comparou Lucas Wanner, professor do Instituto de Computação da Unicamp.

"Foi uma forma de alinhar tudo que foi sendo desenvolvido ao longo do tempo nas arquiteturas de PCs e celulares ao longo de todos esses anos", afirma Everson Denis, coordenador do curso de engenharia da computação do Instituto Mauá de Tecnologia.

Pois este avanço frenético não acontece mais, ao menos da forma como era no passado.

Desde os anos 1970, o silício foi adotado como o material para a produção dos circuitos integrados que formam os chips. Ele deu conta do progresso, mas está perto do seu limite.

Huang ressaltou que o avanço dos processadores já foi de 10 vezes a cada cinco anos e 100 vezes a cada 10 anos, mas caiu para pequenos porcentuais anuais.

Segundo Rodolfo Azevedo, professor do Instituto de Computação da Unicamp, essa desaceleração começou na década passada. "Você fazia o transistor pela metade do tamanho e fazia ele rodar o dobro da frequência pela mesma energia. Essa coisa mágica numérica morreu perto de 2000. Em 2004, você fazia transistores menores, mas eles não se comportavam mais dessa maneira", lembrou.

"Estamos observando a Lei de Moore ficando lenta. Quando no passado esperávamos o dobro do processamento a mais, agora esperamos alguns por cento. Vem acontecendo há uns anos", diz Wanner:
O motivo é que as coisas estão pequenas demais

Por pequeno, o professor da Unicamp se refere a uma contagem de átomos. A indústria de chips passou a trabalhar na escala de nanômetros, o milionésimo dos milímetros, e ficou difícil progredir trabalhando com os mesmos parâmetros do passado.

Quando se chega a chega a dois, três átomos, nós temos um curto-circuito. Não tem como ligar ou desligar. Não sabemos fazer transistor em átomo, e subatômico é uma coisa que não existe ainda
Wanner

Everson lembra que grandes empresas, como a Nvidia, têm apontado dificuldades para avançar, em parte por causa dos materiais usados na fabricação. "Hoje é relativamente caro e tecnicamente mais difícil dobrar esses dispositivos", conta.

Como isso nos afeta

Pense na quantidade de vezes que você trocou de celular nos últimos 20 anos. Neste meio tempo, houve o salto dos celulares comuns para os smartphones, que, por sua vez, ficaram cada vez mais poderosos mesmo cabendo na palma da mão.

Os avanços tecnológicos também fizeram os preços dos aparelhos mais poderosos baixar. Os R$ 800 gastos com um celular de 2012 comprariam um aparelho muito mais avançado em 2016.
Mas, se a indústria começar a estagnar, os ganhos serão menores de uma versão para outra.

Evolução mais lenta significa que vamos ter que nos contentar com menos coisas com o nosso dinheiro
Wanner

Uma forma que as fabricantes de smartphones e chips tentam contornar essa limitação é colocando mais núcleos de processadores em seus aparelhos. Estes podem operar simultaneamente, mas acabam consumindo mais energia --por isso que você precisa carregar o celular uma (ou mais!) vezes por dia.
"O limite térmico é o grande problema. Você não pode fazer seu processador rodar por muito tempo em uma frequência muito alta, e o celular não pode rodar todos seus núcleos ao mesmo tempo. Se você esquenta, gasta muita energia, bateria", afirma Rodolfo Azevedo.

Os transistores vêm dobrando. Em 10 gerações, você fez mil vezes mais. Mas a bateria não sobe nesse nível

Para onde vai o progresso?

A Lei de Moore pode ter chegado ao fim --ou perto dele. Mas isso não significa que computadores e celulares não possam ficar mais poderosos.

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Como o computador quântico vai solucionar problemões do tamanho do Universo

Pesquisadores e empresas precisam encontrar novas maneiras de produzir processadores ou de pensar computadores, de forma que os avanços possam ser retomados. Um caminho é achar um substituto ao silício.

"Se fala de substituir por grafeno de carbono, nanofolhas, 'sanduíches de silício'", comenta Everson.

"O que está acabando, em termos de Lei de Moore, é a evolução dos chips de silício como a gente conhece", conclui Wanner.

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O Silício foi maravilhoso e tem uma rica folha de serviços prestados, mas chega uma hora que seu limite bate mais forte.
 
Bem interessante, porém o ser humano sempre reinventa, como o progresso veio acontecendo até então de uma determinada forma, ela continuará sendo usada até se esgotar, ou alguém encontrar uma forma diferente que mantenha a exponencialidade da progressão.

Gosto de poder viver esses tempos.
 
Faz sentido ter uma parede tecnológica antes de entrar no mundo sub-atômico. Paralelamente ao fato da Lei de Moore depender do que entendemos por "tempo" as leis que descreveriam o tempo e o espaço no micro-cosmo também não se comportam como no macro-cosmo e são muito mais complexas de se prever prazos. Portanto há duas regiões que não são campos comparáveis. O universo também se espalha por lugares aonde leis e constantes podem não ser homogêneas nem obedecer a mesma soberania que o mundo das coisas grandes.

Mas eu imagino que quando apresentaram essa lei não estivessem pensando que isso valeria pra sempre nem de forma absoluta também. Tivesse estourado uma terceira guerra mundial as condições econômicas e políticas que financiam e suportam os departamentos de desenvolvimento das empresas em muitos países poderiam ser simplesmente paralisadas furando o prazo de 18 meses (alguns dependem do dinheiro que os consumidores pagam para financiar projetos). Ela tem servido como estímulo para a corrida tecnológica e provavelmente os investidores gostaram de ter um prazo para aposentar aparelhos e vender outros novos periodicamente (ordenhando o consumidor).

Com certeza vão empurrar quebra-galhos para as pessoas para poderem esticar por mais tempo a corrida da obsolescência. Quero ver como vai afetar os preços.
 
Última edição:
Não acredito no fim da lei e sim dela ser "recalculada", ainda mais se for usado outros elementos mais eficientes que o silício.
 

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