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O dom de Iluvatar!

Como disse o Fëanor acima, para os homens não foi revelado o destino do espírito, que deixa sua morada, o corpo, e o mundo físico para um lugar desconhecido. Se é desconhecido, como ter certeza que o espírito humano realmente vai para algum lugar? Talvez tenha sido essa dúvida que fez com que muitas civilizações do passado acreditessem que a verdadeira eternidade estava em ser lembrado pelas gerações futuras, pelos seus feitos, através dos séculos. Então, para mim, até que se prove que Homens de fato receberam um "presente", os verdadeiros agraciados continuam a ser os Elfos.
A história está repleta de elfos lamentando o passar do tempo e das coisas, o maior feito élfico na Terra-média foi justamente a forja dos Três que minimizavam as mazelas do tempo, as máculas da imortalidade.

Não sei até que ponto podemos duvidar dos relatos trazidos no Ainulindalë e no Valaquenta. Lá é dito explicitamente que a morte é o dom que Eru reservou aos homens e que toda dúvida e incerteza que possam pairar sobre isso é obra da deturpação de Melkor. (não preciso citar o trecho novamente, está no meu outro post aqui no tópico)
 
Inclusive, quando os elfos foram achados pelos Valar em Cuiviénen, eles já haviam sido abordados por Melkor e muitos haviam desaparecido. Nem mesmo Mandos aparentava saber algo relacionado ao destino deles. Podem ter sido aprisionados, se tornados servos de Melkor, corrompidos em criaturas malignas, é tudo muito incerto. A partir daí os elfos já haviam perdido sua inocência inicial. :hihihi:
 
A história está repleta de elfos lamentando o passar do tempo e das coisas, o maior feito élfico na Terra-média foi justamente a forja dos Três que minimizavam as mazelas do tempo, as máculas da imortalidade.

Não sei até que ponto podemos duvidar dos relatos trazidos no Ainulindalë e no Valaquenta. Lá é dito explicitamente que a morte é o dom que Eru reservou aos homens e que toda dúvida e incerteza que possam pairar sobre isso é obra da deturpação de Melkor. (não preciso citar o trecho novamente, está no meu outro post aqui no tópico)

Interessante, Vilya!!! Obrigado por esclarecer!!! De qualquer forma, e foi o que eu esqueci de explicitar, o que eu disse tem muito mais a ver com uma outra interpretação que se poderia dar sobre o assunto, um outro ângulo (e não a verdade) e até mesmo um desejo pessoal de ver por esse lado a coisa toda sobre morte e imortalidade. Mas, se está lá, e Tolkien escreveu assim... (que falta me faz o Silma aqui!).:mrgreen:
 
Sobre morte... Quando Beren morreu o falecimento dele foi como o de um Elfo e a alma dele foi esperar nas praias dos mares de fora. O que nos dá uma indicação de que as almas dos homens após a morte começam a sair de Arda num processo contínuo que se parece mais com uma seqüência de transições do que com uma sucessão de fases com início e fim definidos. Então uma possibilidade é que o Fea deles vai lá para o além junto dos Ainur assistirem de camarote o desenrolar de Arda.
 
Nossa que legal! Pessoal gostou!
Então eu vejo a imortalidade como uma espécie de escravidão, mesmo os elfos sendo portadores de muitos talentos e poderes, agora no caso de um amor como o de Beren e Luthien, imagine vc ver os anos passando e a pessoa que vc mais ama envelhecendo e cada dia ficando mais perto da morte, em contrapartida vc (Elfo) sempre jovem intocado pelo tempo, imagine vc querendo dar alento ao seu amor e não encontrando respostas para as perguntas inquietantes. Tentem imaginar o amor da sua VIDA morrendo nos seus braços e vc querendo partilhar a dor e o mesmo destino, mas vc sabe que não pode e vai ter que conviver com essa lembrança ETERNAMENTE sem descanso, dia após dia.
EU definitivamente não gostaria de ser imortal.
 
Sobre morte... Quando Beren morreu o falecimento dele foi como o de um Elfo e a alma dele foi esperar nas praias dos mares de fora. O que nos dá uma indicação de que as almas dos homens após a morte começam a sair de Arda num processo contínuo que se parece mais com uma seqüência de transições do que com uma sucessão de fases com início e fim definidos. Então uma possibilidade é que o Fea deles vai lá para o além junto dos Ainur assistirem de camarote o desenrolar de Arda.

Esse post fez vir à luz a lembrança de "Leaf By Niggle".
Vcs devem estar pernguntado, "Putz, o que isso tem a ver, esse cara tá viajando aí!"
Talvez.

Quem já leu deve ter lido também comentários (e percebido por conta própria, é bem óbvio) sobre o caráter "auto-biográfico" que inspira a obra.
Assim sendo, vou traçar um paralelo entre o que acontece com Niggle no fim do conto e o que aconteceria com os Homens.

Contém Spoiler para quem pretende ler o Leaf By Niggle!
Quando Niggle vê completa sua obra, ele a percorre; e depois decide que é hora de "seguir para além, para as montanhas" na companhia do Pastor.
Ora, sabendo nós que Tolkien era Católico, e considerando o "seguir além" nada mais que a morte, é evidente que o Pastor simboliza Deus.

E o que acontece com ele ao seguir além?
Explorar, em companhia do Pastor, que é também o Guia, as montanhas e terras além.

O que isso quer dizer?
No meu entender, que agora que ele havia terminado o seu trabalho nesta terra, estaria pronto e disposto a conhecer o restante da criação, criada não por ele, mas por Deus.

E como isso se aplicaria ao Homens?
Exatamente da forma que Akira falou no post supra-citado!
Ao morrerem, a Fëa dos humanos estaria na companhia do próprio Iluvatar para poder contemplar e entender toda a obra da criação.

Um argumento a meu favor é que todo o processo de criação do Legendarium foi feito de forma muito similar à própria criação bíblica.
E a doutrina Católica nos ensina que após a morte iremos prestar conta de nossos atos e seremos então enviados para o Céu ou para o Inferno. E é exatamente por isso também que a doutrina Católica nos diz que morrer não é ruim, e sim um prêmio para os que foram bons. (Não me venham com discussões teológicas, todo mundo entendeu o que eu quis dizer.)

Então, é de se supor que Tolkien tivesse descrido desta forma justamente por também acreditar.


A analogia talvez não seja totalmente válida por Niggle não ser um simples Homem, e sim o criador de todo o Legendarium...

Bom, acho que era isso.
Espero ter-me feito claro.

Comentem, perguntem... Mas leiam ISTO. Principalmente o "Leaf by Nigge" e "Sobre Estórias de Fada".
 
Creio que os presentes, de mortalidade e imortalidade, dados à Ilúvatar para cada um de seus filhos, é singular e só e somente Ele sabe o real desígnio de seu significado.
Até para os Homens, mortais que são, a morte é um mistério... o que dirão os Elfos...
É fato que os elfos, por mais elegantes, sábios e belos que sejam, carregam em seu semblante as marcas das eras. Todos têm um "q" de melancolia, de marcas profundas, tanto de sua raça como do sofrimento de todas as outras raças e das coisas de Arda em si.
Eles são quase que uma essência, um termômetro de tudo que ocorre ou ocorreu.
Não creio que seja um martírio para eles a longevidade... mas talvez pelo fato de já saberem tudo, de vivenciarem muitas coisas, de verem tantas coisas, levariam os mesmos à um estágio de "letargia".
Mas ela, a tal imortalidade dos elfos, não existe em vão, assim como não é em vão o sono eterno dos homens...
Os Homens querem a imortalidade para serem eternos... os elfos querem a mortalidade para descansarem das cicatrizes que carregam não somente de seu povo, mas de todas as outras raças, e de todas as Eras por eles passadas, por cada pedra, árvore e ser vivo que já existiu.
 
Após ler todos os posts de resposta, toda essa questão da imortalidade e da morte, me levou a levantar outra questão. Muitos de vocês citaram que a imortalidade não seria tão ruim assim para os elfos visto os dons e a imensa sabedoria que os mesmo possuem, e isso me levou a perguntar se: Valeria a pena ser imortal apenas para possuir dons e sabedorias?

Vejam o caso de Aragorn, ele não é imortal, embora tenha uma vida prolongada, ele não dixa de ser sábio e de ter dons ou "virtudes", se aqui eu posso usar esse paralelo de comparação.

É da natureza das sementes (aqui subentendam-se a sabedoria como semente) permanecerem dormentes pelo período que for necessário. Depois de despertarem, elas precisam de tempo e cuidado para crescer. Pessoas simples (ou mortais) podem ter uma profunda falta de visão, mas o custo de se conquistar sabedoria e perspectiva normalmente é o flagelo.

“Gostaria de salvar o Condado, se pudesse - embora tenha havido ocasiões em que pensei não ter palavras para descrever a estupidez e idiotice dos habitantes daqui, e senti que o bom para eles seria um terremoto ou uma invasão de dragões. Mas não sinto assim agora. Sinto que enquanto o Condado permanecer a salvo e tranqüilo atrás de mim, a minha andança será mais suportável: saberei que em algum lugar existe um chão seguro, mesmo que meus pés não possam pisá-los de novo” (pag 64).
Dizeres de Frodo


“(…) São muitos diferentes do que esperava - tão velhos e jovens, e tão alegres e tristes, de certo modo…
Frodo riu de Sam, bastante surpreso, como quem esperasse enxergar algum sinal externo da estranha mudança que se operara nele. Não parecia a voz do velho Sam Gamgi que julgava conhecer. Mas era o mesmo Sam Gamgi ali sentado, a não ser por sua expressão extraordinariamente pensativa” (pag 89).

Talvez eu tenha interpretado o que alguns disseram de forma erronea, mas não creio que essa imortalidade élfica se justifique apenas pelo prazer de se ter dons e/ ou adquirir sabedoria. Dei Aragorn como exemplo, mas depois resolvi analisar Frodo e Sam, Frodo tem algo mais que o leve a adquirir esta sabedoria (aqui a própria convivencia com Bilbo e Gandalf são pontos importantes denotando que Frodo não tinha uma visão acomodada como a maioria dos outros hobbits), mas Sam, nem de longe no começo da jornada era alguém que pudessemos chamar de sábio, ele adquiriu essa qualidade com as experiências vividas.
Talvez um elfo não precisasse necessariamente ser imortal para ser sábio e desenvolver seus dons.
 
Última edição:
para os homens não foi revelado o destino do espírito, que deixa sua morada, o corpo, e o mundo físico para um lugar desconhecido. Se é desconhecido, como ter certeza que o espírito humano realmente vai para algum lugar? Talvez tenha sido essa dúvida que fez com que muitas civilizações do passado acreditessem que a verdadeira eternidade estava em ser lembrado pelas gerações futuras, pelos seus feitos, através dos séculos. Então, para mim, até que se prove que Homens de fato receberam um "presente", os verdadeiros agraciados continuam a ser os Elfos.

Diria que concordo com você em partes. Lembro-me de quando eu tinha meus oito anos de idade. Pensava: "Não quero morrer nunca! Queria ser imortal!". Pensava assim mais porque ouvia pessoas falarem sobre a morte, via na TV, e percebia o medo que pairava quando se tocava nesse assunto, do que por qualquer outra coisa.

Mas vou ser sincera, nunca senti a morte, de fato. A única pessoa próxima de mim que morreu nesses meus dezoito aninhos fori meu avô, quando eu tinha quatro anos. Ele morava no RS e mal e mal cheguei a conhecê-lo. As outras mortes, até hoje, foram de pessoas que sequer conheci direito. Amigos dos meus pais, conhecidos, pais de conhecidos, etc. Doloridas, sim, até certo ponto. Mas não vejo como sentir falta de pessoas assim, que não fizeram parte de minha vida.

Disse que concordo em partes porque hoje não penso mais como era quando criança. Entendo a morte como algo necessário, qualquer ser vivo morre, faz parte do ciclo vital. Não acho que seria lucro ter a imortalidade. Enfim, cada um pensa de um jeito.

A imortalidade dos elfos é uma benção e uma prisão imposta por Iluvatar, quando escrevi no "se você fosse um elfo" eu disse que pediria pra morrer e nascer de novo como uma mortal e isso é a bem da verdade. Porque eu não consigo enchergar a vida em que tudo morre, em que o mundo se move e eu seria obrigada a assitir, mesmo que aqueles que eu amo vivessem comigo, tudo iria passar, o mundo iria mudar e eu ficaria presa a um corpo que nunca muda.Acredito que é por causa disso que os elfos anciam tanto por ir a Valinor, porque lá as coisas acompanham a sua vida, se movem tão devagar quanto eles.

Já a mortalidade ela faz com que o homem possa descançar, quando morre no universo de Tolkien, ninguém sabe o que acontece e isso algo muito valioso, porque faz com que os homens aproveitem o máximo de sua vida e façam tudo aquilo o que podem, tendo a consciência de que um dia chegará um valoroso descanço, que dara fim a todos os encargos da vida. Na minha opinião a pior coisa que poderia ter acontecido com os homens foi o prolongamento da vida, isso subiu a cabeça deles fazendo com que toda essa dadiva fosse perdida pela ganancia, Númenor é um exemplo disso. Daí surge a minha teoria de que os homens são os filhos favoritos, porque a eles foi dado o maior bem.

Eu sei que foi um post meio pessoal, mas não existe como falar desse assunto sem que seja profundamente pessoal.

Escrevi também no tópico "e se você fosse um elfo", mas não lembro o que exatamente. Sei que disse que não sei se gostaria de ser um elfo, exatamente pela imortalidade, essa bênção e maldição ao mesmo tempo.

Creio na morte tal como Híswen falou, um descanso. E vou além disso. Mas aqui entram minha fé e minha "crença religiosa", e basta dizer que acredito sim em vida após a morte, em céu e inferno, para que vocês possam ter uma idéia.

E essa história de prolongamento da vida, acho que foi um mal mesmo. Subiu à cabeça, os homens passaram a desejar viver mais do que as centenas que eles viviam, alcançar a imortalidade élfica, e isso foi o a grande causa da Queda de Númenor, creio eu.

Realmente, mais uma vez concordo com a Híswen, não dá pra ser impessoal num tópico como este, rs.

Não sei até que ponto podemos duvidar dos relatos trazidos no Ainulindalë e no Valaquenta. Lá é dito explicitamente que a morte é o dom que Eru reservou aos homens e que toda dúvida e incerteza que possam pairar sobre isso é obra da deturpação de Melkor.

Acho que não podemos. Se Tolkien escreveu assim, ele tinha seus motivos, ele quis assim, é assim e ponto. Não significa que no "mundo real" tem que ser a mesma coisa. Mas no mundo de Tolkien era.

Bom, é isso.

Beijos a todos!
 
Última edição:
Após ler todos os posts de resposta, toda essa questão da imortalidade e da morte, me levou a levantar outra questão. Muitos de vocês citaram que a imortalidade não seria tão ruim assim para os elfos visto os dons e a imensa sabedoria que os mesmo possuem, e isso me levou a perguntar se: Valeria a pena ser imortal apenas para possuir dons e sabedorias?

Vejam o caso de Aragorn, ele não é imortal, embora tenha uma vida prolongada, ele não dixa de ser sábio e de ter dons ou "virtudes", se aqui eu posso usar esse paralelo de comparação.

É da natureza das sementes (aqui subentendam-se a sabedoria como semente) permanecerem dormentes pelo período que for necessário. Depois de despertarem, elas precisam de tempo e cuidado para crescer. Pessoas simples (ou mortais) podem ter uma profunda falta de visão, mas o custo de se conquistar sabedoria e perspectiva normalmente é o flagelo.



Talvez eu tenha interpretado o que alguns disseram de forma erronea, mas não creio que essa imortalidade élfica se justifique apenas pelo prazer de se ter dons e/ ou adquirir sabedoria. Dei Aragorn como exemplo, mas depois resolvi analisar Frodo e Sam, Frodo tem algo mais que o leve a adquirir esta sabedoria (aqui a própria convivencia com Bilbo e Gandalf são pontos importantes denotando que Frodo não tinha uma visão acomodada como a maioria dos outros hobbits), mas Sam, nem de longe no começo da jornada era alguém que pudessemos chamar de sábio, ele adquiriu essa qualidade com as experiências vividas.
Talvez um elfo não precisasse necessariamente ser imortal para ser sábio e desenvolver seus dons.


De uma lida no meu post e no da My. Admitimos que apesar de tudo isso a experiencia e a sabedoria não justificam a imortalidade que na verdade era um fardo dado aos elfos.

Não sei o que, exatamente, Tolkien quis quando criou as duas raças tão diferentes. Mas, dentro da minha mente ele quis nos mostrar que a morte, na verdade, não é tão ruim, por isso ele chama a morte de dom e diz que

a morte é o dom que Eru reservou aos homens e que toda dúvida e incerteza que possam pairar sobre isso é obra da deturpação de Melkor.


E é por isso que ele não reve-la a ninguém o destino, primeiro porque nem ele sabe, e segundo porque ele tenta mostrar aos imortais alguma humildade na sua condição, mas isso eles não entendem, por isso de tantas guerras. E é por isso que Melkor odeia tanto os homens, porque ele entende esse dom e sabe que disso ele não compartilha, assim como ele odeia a beleza dos elfos.

Mas, nem os próprios homens entendem essa dádiva, portanto invejam os imortais. Isso é um claro jogo psicológico que o velho fazia, nos dizendo que não devemos invejar aquilo o que o outro tem e que não devemos temer a morte.
 
Leaf é legal, eu baixei o pdf. A dúvida era só a pegadinha do Melkor. Que não era porque os homens precisassem morrer em Arda que eles estariam sempre condenados a não entender a imortalidade. Realmente, a maioria dos homens não saberia viver bem possuindo a imortalidade tendo vivido apenas com os poucos recursos que tinham. Como nunca foi problema para Eru injetar recursos em uma obra (lembrando dos anões), ele certamente planejava fazer dos homens como criaturas parecidas como ele mesmo era. Os elfos não entendiam os homens porque eles não eram como os Valares (os valares se assemelhavam aos elfos). Não lembro bem em que parte do Silma, mas acho que menciona que os homens eram mais semelhantes a Eru (além da semelhança deles com Melkor). Ou seja, os homens tinham potencial para estar entre as criaturas mais poderosas por se assemelharem a estatura desses seres. Não duvido nada que os primeiros a quem Eru resolvesse conceder a chama secreta seriam justamente os homens, por conhecer mais sobre o mal e sobre o bem e sobre o vazio, assim como ele conhecia e os seus filhos diretos não (a exceção de Melkor)... Biblicamente Jesus dizia que faríamos milagres muito maiores que os que ele fez e a obra de Tolkien é bem parecida. É bem capaz que Eru estivesse treinando a rapaziada.
 
Nossa, quantas belas respostas e palavras, parabéns a todos!

Minhas palavras porém, não serão tão belas, mas serão muito mais mundanas.

Achei engraçado que quando vi o tópico "O dom de Iluvatar" pensei qie vocÊs estivessem aqui debatendo sobre a vida, ou a criação das coisas. Como foi interssante entrar aqui e ver que vocÊs estão falando sobre o exato oposto do que eu tinha pensado num primeiro momento, já que falam sobre a morte e o término das coisas.

Lembrei também das condições dos vampiros, pois assim como os elfos, eles também são belos, pois são eternamente jovens e também são imortais, entretanto assim como os elfos, eles podem morrer e também, assim como os elfos, eles não vêem a imortalidade como algo positivo, pois são obrigados a assistir a morte e a finitude de tudo o que acreditam. Visto que eles acompanham a mudança dos tempos, das linguas (que também nascem, se desenvolvem e podem chegar até a morrer), das roupas, dos cenários, das músicas, da modo como as pessoas andam e se organizam, dos seus amigos, claro, e muitos etcs.

No caso dos vampiros, acho que justamente por eles resistirem a esse passar do tempo é que eles perdem cada gota de sua humanidade e se transformam nos monstros que são sem se importar com as pessoas como seus semelhantes, aliás, muito pelo contrário, eles vêem os humanos como os humanos vêem o gado.

No caso dos elfos, penso que a imortalidade já os mutila. Penso que eles poderiam fazer tantas coisas, pois são tão sábios e viram tantas coisas, mas na verdade, eles não querem fazer nada, eles só querem ir embora. Sim foram eles que fizeram as silmarilli e os anéis de poder, que são coisas fantásticas. Mas pensando que são imortais, essas coisas fantásticas foram poucas, na minha visão, eles poderiam ter feito muito mais.

Já os homens fazem tudo o que fazem porque estão com os dias contados, e talvez essa seja uma forma de "marcar", de ser imortal, de se perpetuar, assim como os filhos, que levam nas veias o sangue e o nome dos pais.

Interessante não?
 
De uma lida no meu post e no da My. Admitimos que apesar de tudo isso a experiencia e a sabedoria não justificam a imortalidade que na verdade era um fardo dado aos elfos.

Não sei o que, exatamente, Tolkien quis quando criou as duas raças tão diferentes. Mas, dentro da minha mente ele quis nos mostrar que a morte, na verdade, não é tão ruim, por isso ele chama a morte de dom e diz que

Mas, nem os próprios homens entendem essa dádiva, portanto invejam os imortais. Isso é um claro jogo psicológico que o velho fazia, nos dizendo que não devemos invejar aquilo o que o outro tem e que não devemos temer a morte.


Gostei do que a Hís disse. E só apra finalizar eu comecie a ler por esses dias O Silmarillion, queria apenas encerrar o qeu penso a respeito com um trecho escrito pelo próprio Tolkien, um pouco antes do citado acima por Hís:


"
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Inclui-se, nesse dom de liberdade, que os filhos dos homens permaneçam vivos por um curto intervalo no mundo, não sendo presos a ele, e partam logo, para onde, os elfos não sabem. Ao passo que os elfos ficam até o final dos tempos, e seu amor pela Terra e por todo o mundo é mais exclusivo e intenso por esse motivo e, com o passar dos anos, cada vez mais cheio de tristezas.
"
 
Nossa, quantas belas respostas e palavras, parabéns a todos!

Minhas palavras porém, não serão tão belas, mas serão muito mais mundanas.

Achei engraçado que quando vi o tópico "O dom de Iluvatar" pensei qie vocÊs estivessem aqui debatendo sobre a vida, ou a criação das coisas. Como foi interssante entrar aqui e ver que vocÊs estão falando sobre o exato oposto do que eu tinha pensado num primeiro momento, já que falam sobre a morte e o término das coisas.

Lembrei também das condições dos vampiros, pois assim como os elfos, eles também são belos, pois são eternamente jovens e também são imortais, entretanto assim como os elfos, eles podem morrer e também, assim como os elfos, eles não vêem a imortalidade como algo positivo, pois são obrigados a assistir a morte e a finitude de tudo o que acreditam. Visto que eles acompanham a mudança dos tempos, das linguas (que também nascem, se desenvolvem e podem chegar até a morrer), das roupas, dos cenários, das músicas, da modo como as pessoas andam e se organizam, dos seus amigos, claro, e muitos etcs.

No caso dos vampiros, acho que justamente por eles resistirem a esse passar do tempo é que eles perdem cada gota de sua humanidade e se transformam nos monstros que são sem se importar com as pessoas como seus semelhantes, aliás, muito pelo contrário, eles vêem os humanos como os humanos vêem o gado.

No caso dos elfos, penso que a imortalidade já os mutila. Penso que eles poderiam fazer tantas coisas, pois são tão sábios e viram tantas coisas, mas na verdade, eles não querem fazer nada, eles só querem ir embora. Sim foram eles que fizeram as silmarilli e os anéis de poder, que são coisas fantásticas. Mas pensando que são imortais, essas coisas fantásticas foram poucas, na minha visão, eles poderiam ter feito muito mais.

Já os homens fazem tudo o que fazem porque estão com os dias contados, e talvez essa seja uma forma de "marcar", de ser imortal, de se perpetuar, assim como os filhos, que levam nas veias o sangue e o nome dos pais.

Interessante não?



Eu concordo com o que tu disse com relação aos elfos e homens Gerbur, mas não sei se concordo com relação aos vampiros. Na minha visão esses seres são amaldiçoados com uma semi-vida baseada no instinto de se manter consciente ao beber o sangue daqueles que ainda vivem. Não sei se foram os livros que eu li, mas no início todo o vampiro é um animal, que se movimento buscando o cheiro de sangue e só vai adquirir uma consciencia do que faz depois de um tempo, portanto, depois desse tempo eu suponho que eles adquirem a consciencia da tristeza que é a imortalidade.

Quando recem transformados eles estão encantados com tudo aquilo o que podem fazer, a força, o fato de nada poder feri-los. Mas, só vão tornar-se melancólicos depois que passam tanto tempo fazendo sempre o mesmo e percebem que apesar de tudo mudar, para eles nada mudará, continuarão os mesmo seres cujo coração não bate e é nesse momento que eles retornam um pouco ao seu estado de humanidade. Passam a pensar antes de fazer ou então a bolar seus grandes planos para conquistar o mundo. :lol:

Mas, no frigir dos ovos eles são bem parecidos com os elfos, a diferença é que os elfos nascem com esse encargo em suas costas, já os vampiros são empurrados, na grande maioria contra sua vontade, a essa triste condição de imortalidade.
 
Temos que analisar a questão da imortalidade do jeito que as coisas "deveriam ser", e não como elas acabaram sendo. O fato de Valinor ser destinada aos elfos (teoricamente), e a Terra-média ser destinada aos homens (também teoricamente), já parece demonstrar como essas duas raças encaram a vida. Os homens, de existência mais efêmera, ficariam num lugar onde tudo nasce, cresce e morre, assim como eles próprios. Já os elfos, que vivem (ou deveriam viver) eternamente em Valinor, estariam ambientados num lugar tão duradouro quanto eles próprios, onde nada pereceria e eles permaneceriam felizes para sempre. Ao que tudo indica, foi por isso que forjaram os Três Anéis, para tentar frear a passagem do tempo (alguém pode me explicar como exatamente eles fariam isso?).

O fardo da imortalidade, portanto, seria relativo, de acordo com a raça e o lugar. Essa relatividade explicaria porque em várias passagens das obras parece haver uma interpretação dúplice da existência em Arda: ora Tolkien se refere à vida como algo ruim e pesaroso, ora como uma alegria extática. Tudo dependeria, então, de onde se está vivendo e à qual raça se pertence.

Essa dependência do lugar explicaria, a tristeza dos elfos que vivem na Terra-média. Apesar de aos olhos dos homens os eldar serem altivos, belos e habilidosos, eles têm que suportar o fardo de uma existência eterna, durante a qual vêem a terra à qual se apegaram (por terem vivido nela por tanto tempo) se alterar, e as coisas que eles amavam deixarem de existir. É o que já dizia o tio do Homem-Aranha: "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades". Ser imortal na Terra-média é um grande poder, que acarreta grandes implicações (ver tudo a sua volta perecer). Em Valinor, ser imortal não é um grande poder (é o normal) e por isso os elfos não teriam todo esse fardo por lá. Não é à toa que mesmo os que nunca estiveram em Aman anseassem pelo Oeste.

Se a mortalidade era ou não um presente, depende de onde cada um estava vivendo sua vida. Os eldar, mesmo imortais, se estivessem em Valinor, seriam felizes lá. Seria como uma prisão, mas tão confortável que você prefere ficar nela do que ir a outro lugar. Os homens também seriam felizes na Terra-média, como se estivessem de férias num lugar agradável, que em breve deixarão, já que a existência deles é curta. Isso, é claro, se não fossem corrompidos por Morgoth e ficassem cheios de dúvidas e temores com relação ao além-vida. Aliás, Tolkien parece ser bastante avesso a dúvidas. Todos que eram corrompidos por Morgoth ficavam com o coração cheio de dúvidas, como é dito em diversas passagens. Isso parece evidenciar uma necessidade de afirmar que "a morte é assim e pronto", sendo que qualquer especulação a respeito seria fruto de corrupção e indigna de crédito (posição estranha a dele, considerando-se que era um professor acadêmico).
 
Como disse o Fëanor acima, para os homens não foi revelado o destino do espírito, que deixa sua morada, o corpo, e o mundo físico para um lugar desconhecido. Se é desconhecido, como ter certeza que o espírito humano realmente vai para algum lugar?

Os Homens (e aqui com Homens quero dizer especificamente os das Três Casas dos Edain; explico o porquê mais para a frente) realmente não tinham como ter certeza de que seus espíritos iriam para algum lugar após a morte, mas o que fica implícito e é reforçado no decorrer das obras é que eles não precisavam ter certeza: eles tinham é que ter fé de que havia um lugar para eles após a morte - e um lugar bom, ou a morte não seria vista como um dom.

Toda a questão da morte como um dom de Eru foi apresentada aos Homens pelos Eldar, visto que estes tiveram contato direto com os Valar e aprenderam isso com eles. Os Homens das Três Casas, que foram os que entraram em contato com os Elfos na Primeira Era e aprenderam com eles, foram assim iluminados quanto a essa questão. Certamente que de posse desse conhecimento ímpar os Homens passaram então a ter uma visão diferente do mundo e de seu próprio papel nele, do porquê de suas vidas serem como eram. Com raras exceções (duas, na verdade: Tuor e Beren), os Homens jamais se encontraram com os próprios Valar de Valinor para saber se a história contada pelos Eldar era de fato verdadeira, mas aí entram dois fatores que ajudaram a sedimentar esse sentimento de esperança (estel, recorrente em praticamente qualquer texto tolkieniano):

1) A boa vontade dos Elfos que compartilharam esse conhecimento com os Homens, o modo como esses representantes dos Primeiros viam os Seguidores (principalmente através de Finrod e sua casa, que mostrava um respeito considerável pelos Homens); em vários aspectos os representantes das duas raças que travaram esse tipo de conhecimento possuíam mentalidades parecidas, de modo que não havia por que os Homens desconfiarem da informação que estava sendo passada. E depois do convívio direto com tais Eldar, esse sentimento de confiança só cresceu.

2) Mencionei que apenas dois Homens tiveram contato com os Valar de Valinor - e aqui é outro ponto, pois havia mais um Vala com o qual todos os Homens estavam familiarizados: Morgoth, a presença maligna palpável em Beleriand. E mesmo que o próprio Morgoth não fosse visto pessoalmente (exceto por Húrin), seus servos, atos e artimanhas eram reais o suficiente para que não se duvidasse da presença dele.

Qual é exatamente a relação da consciêcia da existência de Morgoth com a esperança no pós-vida? A resposta é até simples: por tudo que experimentaram na Terra-média desde os primórdios da própria raça, por todos os sofrimentos impostos por Morgoth e seus servos e sem a alternativa de escapar para um porto seguro (tal como havia para os Elfos, com Valinor), só restava aos Homens se apegarem à fé de que "algo melhor estaria por vir", e se não fosse nesta vida, certamente então seria na outra. E a centelha dessa esperança que foi dada pelos Eldar, uma especíe de "confirmação", servia muito bem para alimentar tal crença.

Os Rohirrim, embora não sejam exatamente da mesma "estatura" dos Dúnedain, não ficam também na completa "escuridão". Os contatos que tiveram com os Elfos nos primórdios de sua própria raça no leste da Terra-média trouxeram a existência de Eru ao seu conhecimento, assim como dos Valar, em especial de Oromë, que conheciam como Béma; é possível supor que possa ter havido um contato mais direto de Oromë com os ancestrais dos Rohirrim, que possa ter sido assim que os Mearas passaram para sua posse, etc., mas fica tudo no âmbito da especulação, claro. Ainda assim, eles possuíam algum conhecimento do Oeste e, ainda que não fosse tão abrangente quanto o dos Homens das Três Casas, em especial quanto ao pós-vida, eles certamente também tinham alguma esperança de "algo melhor". E é interessante notar que essa esperança, caso tivesse relação com um destino junto a Eru, era mesclada com crenças próprias deles, como exemplificado por Théoden às portas da morte, quando diz que agora poderia "ficar ao lado de seus pais (isto é, antepassados) sem sentir vergonha": fica claro que havia alguma crença em algum tipo de pós-vida, certamente algo nos moldes germânicos/nórdicos, como o Valhalla, onde os guerreiros que caíam em batalha eram recebidos.

Os homens de outros povos, em particular os Haradrim e os Orientais, por não terem entrado em contato amistoso com os Elfos, não possuíam esse tipo de conhecimento e, conseqüentemente, esse tipo de estel. É possível que tivessem suas próprias crenças sobre o pós-vida, mas elas deveriam ser bem diferentes da realidade do destino junto a Eru, visto que o que quer que ele soubessem havia sido consideravelmente distorcido pelas mentiras de Morgoth e posteriormente de Sauron - e esse tipo de distorção (que fica bem clara de como é, quando Sauron faz a cabeça de Ar-Pharazôn sobre a inexistência de Eru) pode inclusive ter sido um dos fatores principais para a atitude deste homens para com os Povos do Oeste: viam como inimigos não apenas no plano material, mas também nos das suas próprias crenças. Na visão dos homens caídos, os Povos do Oeste é que eram os "hereges" por não adorarem Sauron.
 
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Mas, Tilion, mesmo com esse conhecimento todo, pelo menos no primeiro contato com os Eldar, ainda assim existiam dúvidas na mente dos homens, afinal de contas, se não fosse apenas uma questão de Fé Sauron não teria conseguido convencer Ar-Pharazon e praticamente toda a Númenor da inexistencia de Eru e de uma esperança para o pós-morte, portanto fica explicado a questão dos conflitos de crença. Crenças podem ser fracas por serem baseadas naquilo que não vemos, portanto com argumentos um pouco mais lógicos e de acordo com a conveniencia daqueles queos escutam fica fácil de mudar o pensamento, ainda mais se o governante tem inveja da imortalidade e não compreende o dom que tem, o que acontecia com Ar-Pharazon, que era um homem letrado e que mantinha contato com os Eldar. Mas, a sede de poder pode mudar o pensamento dos homens que não aceitam aquilo o que são.
 
As dúvidas que os homens tinham mesmo no contato inicial com os Eldar são provenientes justamente das manipulações que Morgoth (ou mesmo Sauron, a mando de seu mestre) exerceu sobre eles em sua "infância", como fica evidente pelo Conto de Adanel.

No caso de Ar-Pharazôn, esqueci de mencionar uma coisa no post anterior, que é o fato de que aqueles Homens que realmente acreditaram nos Eldar continuaram fazendo isso ainda em Númenor: os chamados Fiéis, da casa de Amandil. Esses permaneceram leais aos Eldar e conseqüentemente aos Valar mesmo quando Sauron passou exercer toda sua influência sobre as outras casas númenoeanas, e essa lealdade era tanto com relação aos próprios Elfos e Valar como os seres que eram como para com as ideologias destes - isto é, a crença em Eru como o criador de tudo.

Não podemos subestimar o tamanho do poder de persuasão de Sauron (vide o que ele fez entre os Elfos também como Annatar). Ele percebeu que em uma parcela dos homens de Númenor ainda havia aquele medo quase que primordial da morte e então baseou todas suas mentiras nisso e os homens, ávidos por escaparem do "fim definitivo", caíram feito patinhos. Há uma falha moral grave implícita em Ar-Pharazôn e seus seguidores que Tolkien fez questão de frisar: a falta de fé. E foi justamente fé que os Fiéis nunca deixaram de ter e por isso foram salvos, pelo próprio Eru, alíás, já que este interviu diretamente na submersão de Númenor.
 
Essa parte sobre os ainda fiéis nem precisa ser mencionada, apesar de ser instrinseca a mensagem da história como um todo. Mas, final das contas é uma mensagem bem religiosa da parte de Tolkien, aqueles que ainda temem a morte e que tiram vantagem disso não serão salvos, e aqueles que acreditam serão salvos, apenas por serem fiéis e acreditarem. Que bela forma de Eru manipular a história e os acontecimentos.

É particularmente divertido, pelo menos eu acho, ficar tentando encontrar as mensagens de Tolkien em seus textos, fico imaginando quantas e quantas mensagens ele nos deixou em suas histórias e nós ainda não vimos. Uhnn, isso é uma boa idéia para um tópico, se ainda não existir vou criar um...
 
Os elfos colocados nos termos Tolkenianos, se assemelham bastante com a reencarnação, volta aos mesmos corpos com as mesmas lembraças...
Mas então morrer seria sim pela visão de Tolkien bom, ele trouxe o lado bom de algo que realmente pensamos ser ruim.
Isso nos faz refletirmos a respeito da vida que levamos. Tolkien tem esse dom implicito em seu livro, ele nos faz refletir até onde poderia não haver(não sei se isso era proposital, acredito que não).
Mas quanto a morte colocada no Silma como algo positivo (em termos), pois estavam somente na 1ª Era ainda tinha muito que ver no mundo, ele também acreditava em longevidade, todos os seres inventados por Tolkien viveram uito acima do que estamos acostumados a ver, o próprio Tolkien viveu bastante (81 anos).
 

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