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O Corcunda de Notre Dame - Victor Hugo

Rodovalho

Usuário
Um livro não se julga pela capa nem pela adaptação pela Disney. Num dia desses vi as capas coloridas da coleção Eternamente Clássicos lançada pela editora Leya e resolvi comprá-la. Capas coloridas e adaptações pra cinema. O Mago de Oz foi o primeiro livro dessa coleção que li e deixou muito a desejar. O que poderia fazer? A coleção é supostamente de literatura infantil. Nada que se compare a O Pequeno Príncipe ou A História Sem Fim. Então, eu tive que fazer uma viagem de 9 horas de avião de Recife pra Santarém e resolvi levar esse livro de 471 páginas comigo, porque teria tempo de sobra dessa vez.

As primeiras páginas do livro me frustraram um pouco. A história começa com a Festa dos Loucos, uma peça de teatro fracassada, uma comissão de embaixadores flamengos, mais plebes e fidalgos, ou seja, uma TV Fama medieval especializada em circo de horrores. Logo de cara se vê que a personagem principal é o Palácio da Justiça, onde a peça é encenada. Sim, o livro todo é uma apologia à Arquitetura, em destaque a Catedral de Notre Dame. Capítulos inteiros são dedicados a descrever a arquitetura de Paris do século XV, o sistema feudal e os costumes da época. Depois disso, se sobrar palavras, se descreve aqui ou ali as personagens humanas. A história mesmo só começa a ficar interessante depois que aparecem as personagens coadjuvantes, Esmeralda e Quasímodo.

Esmeralda não é nenhuma Carmen, é uma ciganinha pueril com a habilidade de seduzir passivamente padres e capangas corcundas de padres. Ela não consegue seduzir filósofos dramaturgos, mas a cabrita encantada dela sim. Esmeralda, como qualquer francesa de romances, tem uma queda por militares fanfarrões que não conseguiriam entrar no BOPE. Quasímodo, o célebre corcunda da Disneylândia, esse sim é feio que dói. Além de corcunda, caolho e coxo, Quasímodo ainda por cima é surdo, de tanto tocar os sinos da catedral. Não se usava EPIs naquela época, como todos sabemos. O padre Frollo é um velho babão, alquimista e psicopata nas horas vagas. Phoebus é o capitão mulherengo que se enforca no final nas rédeas do matrimonio. Gringoire é um zoófilo.

A narrativa, depois que se esgota de falar sobre a arquitetura parisiense, tem momentos marcantes e eletrizantes, dignos de um filme de ação. Não tem como se enojar do povo, que vai ao pelourinho para assistir um corcunda surdo levar chibatadas simplesmente por não saber responder corretamente a autoridade judicial, por ser surdo. Sim, a autoridade judicial era um surdo também. Desacato a autoridade e o corcunda paga levando chibatadas em praça pública, e todo mundo acha justo porque o corcunda é feio que dói. Em outro momento, a cigana vai a julgamento por bruxaria, por ter assassinado um honrado capitão, que aliás, nem tinha morrido, e é torturada para confessar um crime que não cometeu. Só de pensar que essas coisas não são pura ficção... Então em outro momento, um corcunda King Kong salva a donzela e depois enfrenta um exército persa de salteadores de catedrais de dar inveja aos espartanos. Sozinho. Seis mil salteadores, se o informante do Rei Luís estava certo. De romance histórico para filme de ação. Simplesmente, esse livro me pegou de surpresa.
 
. Sim, o livro todo é uma apologia à Arquitetura, em destaque a Catedral de Notre Dame. Capítulos inteiros são dedicados a descrever a arquitetura de Paris do século XV, o sistema feudal e os costumes da época. Depois disso, se sobrar palavras, se descreve aqui ou ali as personagens humanas. A história mesmo só começa a ficar interessante depois que aparecem as personagens coadjuvantes, Esmeralda e Quasímodo.

Lembro uma vez, de ter lido em algum lugar, que Vitor escreveu essa obra justamente para incentivar a cuidarem melhor da catedral.
Deve ser por isso que a obra é tão rica em detalhes de arquitetura.
Bem não sei ao certo, posso estar falando uma enorme bobagem por isso vou dar mais uma procurada e qualquer coisa edito aqui ^^
 

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