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O chinês americano (Gene Luen Yang)

Meia Palavra

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Existe uma lenda chinesa que conta a história de um macaco nascido de uma rocha, e que ao destacar-se de seu bando recebeu o título de Rei Macaco. Na busca por aprimorar seus poderes ele treinou com um grande patriarca budistaoísta, dominou os segredos das artes marciais adquirindo poderes extraordinários como imunidade contra água, fogo e objetos cortantes. Também adquiriu o poder de se transformar em 72 formas diferentes e transformar os próprios pelos em duplicatas de si mesmo, além de uma técnica que o permitia viajar sobre as nuvens.

Porém ao desafiar Tze-Yo-Tzuh, o Rei Macaco é preso por cinco séculos até que se oferece para acompanhar o monge Xuanzang, numa jornada até a Índia para recuperar Sutras Budistas1 em troca da liberdade. Ambos são acompanhados do porco Zhu Baije e o homem-peixe Sha Wujing que buscam o perdão pelos seus crimes.

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Essa graphic conta tres historias distintas: a de um rapaz que se estrepa todo ano quando o primo chines vem visita-lo, pois tal primo é o esteriotipo vivo e falante do pior que ha nos chineses, o de um rapaz que, por ser filho de chineses, era discriminado pelos colegas de escola (o que me parece ser autobiográfico) e a historia do Deus-Macaco, que por ter sido humilhado por outros deuses e por demonios, negava a si mesmo e a outros sua natureza símia.

O livro tem narrativa bem rapida, com essas 3 historias se intercalando, e todas as tres tramas sao interessantes, com dialogos e personagens bem construidos.

Entretanto, nada nele me indicava o porque de ele ter sido indicado para o premio literario mundial. Ate que veio o final, e que final!

O autor mescla as tres historias numa maneira inteligente, emocionante e que é condizente (até demais) com os personagens apresentados. Um verdadeiro exemplo de narrativa e sensibilidade.

Pela minha interpretação, esse livro trata sobre como as pessoas reagem quando são humilhadas. Quando o deus-macaco foi humilhado por ser macaco, quis se distanciar de sua origem - e cometeu violencia para que isso ocorresse, violencia tao sem limite que ele teve que ser contido. Mas a maior violencia foi contra ele mesmo, em nao querer ser macaco - apenas para ganhar a aprovação de deuses que, dada a oportunidade, o humilhariam de novo e de novo.

Quando o rapaz (e o autor, por conseqüência) foi humilhado por ser chines, logo descontou em outro chines recem-chegado, e continuou descontando outras frustrações no decorrer do livro. Porem, sera que ele se considerava errado? Ou se considerava certo, porque a humilhação que sofrera "justificava" aquilo que fazia, em sua cabeça?

Uma frase muito boa que esse livro entrega é quando um personagem diz para o outro: "nao sou tao idiota para acreditar que voce tem poder sobre a vontade de meu filho. a escolha dele foi vontade dele mesmo."

Ou seja, o fato de voce ter sido prejudicado, humilhado ou algo assim, NAO significa que voce pode agir dessa maneira com os outros. As ações possuem consequencias, independente de voce ter justificativas em sua mente para agir assim. Algo que pode parecer obvio, mas qualquer um nesse mundo sabe que as pessoas costumam, quase sempre, descontar seus problemas em outras pessoas (nas mais fracas, obviamente).

Recomendo essa HQ vivamente. Nota 9,5
 

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