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O Carnaval dos Animais- Camille Saint-Saëns

manuu

yo hablo muy bien
Le Carnaval des Animaux

O Carnaval dos Animais - Camille Saint-Saëns

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Esta peça foi composta em 1886 pelo famoso compositor francês Camille Saint-Saëns. É uma das peças mais famosas do seu repertório. É uma peça dividida em 14 pequeníssimos andamentos, tanto que a peça completa tem cerca de 20 minutos, o que não é nada. Cada andamento representa, evidentemente, um animal, ou um tipo de animal. A cada animal corresponde um tema novo, e alguns animais contam também com solistas (caso do Elefante, do famoso Cisne, entre outros).


As 14 peças são assim desenvolvidas:
em NEGRITO vai a NARRAçÃO
Agora nós vamos visitar um jardim zoológico, e conhecer os animais de uma forma diferente. O primeiro que aparece é justamente o rei dos animais: o Leão. Orgulhoso e imponente, ele marcha pela floresta, desprezando a todos. “Eu sou o rei” – ruge com ferocidade, “eu sou o senhor dos animais”. (Introdução e marcha real do leão)

1. Introdução e marcha real do leão. Os dois pianos trinam e arpejam; as cordas abrem a marcha do soberbo animal, imitando seus rugidos.

Dá pra perceber que o nosso leão é o convidado de honra!
Esta peça foi escrita para orquestra de cordas, flauta, clarinete, harmónica de vidro, xilofone, e dois pianos! Promete, não?
Este zoológico tem até um galinheiro - representado pelas cordas unidas ao clarinete solista - onde o galo namorador, corteja as galinhas, que, entretanto, estão muito preocupadas em botar ovos.

2. Galinhas e galos. Clarinetes, pianos, violinos e viola em um breve trecho à moda de Rameau.

Pequeno e genial: Não há nada a fazer a não ser pensar em … Galinhas e galos!
Como correm esses antílopes pelos campos!
Eles são conhecidos por serem muito velozes e aqui aparecem estar voando, quando os dedos ágeis dos pianistas deslizam pelo teclado numa velocidade incrível, então prestem atenção nestes dois antílopes que vão passar aí. Não vai dar tempo para vê-los direito.

3. Antílopes (asnos selvagens do Tibet. Animais muito velozes). Em um Presto furioso, os dois pianos lançam-se em escalas de clima de loucura, que jamais se alcançam.

Outra ótima representação do animal em questão. Os pianistas nos deixam sem fôlego!
Aparecem agora as tartarugas que queriam ser bailarinas. Fazem o que podem para dançar o can-can de Offenbach. Uma melodia bastante importante conhecida. E para descrever realmente o movimento das tartarugas, o autor utiliza a melodia num andante em que elas possam acompanhar. E depois de tanto esforço, como elas acabam cansadas.
4. Tartaruga. Offenbach está presente aqui com sua obra Orfeu no Inferno. Tocada em andamento extremamente lento perlas cordas, sobre um acompanhamento do piano.

O tema é conhecido, e não é de Saint-Saëns. Se quiserem conferir. ele apenas lhe reduziu a velocidade, imitando com uma simplicidade genial as tartarugas. Lindo! :grinlove:
E as tartarugas encontram um rival: o elefante também quer dançar. “Se elas podem – diz ele – eu também posso”. As melodias escolhidas agora são a dança das Sílfides de Berlioz e o Scherzo de Sonhos de um Verão de Mendelsshonn. Mas para acompanhar sua dança, o elefante quer um instrumento que seja do seu tamanho, que combine com sua delicadeza de movimentos – o Contrabaixo.
5. O Elefante. O contrabaixo com ornamentos do piano tocam o tema da Dança das sílfides da Danação de Fausto de Berlioz, com uma alusão ao Scherzo do Sonho de uma noite de verão de Mendelsshon.

Se o Elefante cantasse, cantaria de certeza assim.
Atrás do elefante vem dois cangurus. Cautelosamente e muito curioso observam os animais que dançam na frente, e quando menos se espera, eles começam a pular.

6. Cangurus.
Os dois pianos saltitam. Eles hesitam, eles param...

Outra parte muita curta, mas que expressa muito bem o animal.
Vocês observaram alguma vez como é bonito um aquário de águas azuis, cheio de peixinhos vermelhos, que nadam abanando as suas barbatanas? Esses sim, são bons bailarinos. Vejam por exemplo, esse peixinho que de vez em quando dá rápido e harmonioso mergulho para o fundo do aquário.

7. Aquarium.
Flauta, celesta, os dois pianos e as cordas. As flautas dão um sentido de ondas, os pianos um sentido de nadar, a celesta faz parecer gotas de água.

É a minha parte favorita: Mágico. Não há palavra que melhor descreva. É também muito famoso e frequentemente usado em trilhas sonoras. (Contos de fada, lembrou?)
Assim como os bailarinos, temos também cantores. Observem esses dois burros e ouçam como eles tentam zurrar bem dentro da música. São tão afinados! Também pudera, com as longas orelhas que tem, devem escutar muito bem todas as coisas.
8. Personagens de orelhas longas. Por poucos compassos dois violinos alternam seus diálogos.

Um efeito muito bom dos violinos que dá a entender, precisamente, coelhos, lebres, etc. levantando sua orelhas, surgindo por todos os cantos.
Fechem os olhos e imaginem um bosque cheio de árvores muito verdes e muito altas. O sol se filtra tranqüilo por entre as folhas num fim de tarde de verão. Escondido no alto de um pinheiro, vocês poderão ouvir um cuco, aquele passarinho que lembra o relógio da vovó. Meio triste, entediado, ele canta no fim do dia. O cuco toca a clarinete.
9. O Cuco no fundo do bosque. Com o acompanhamento do piano, a terça do cuco é dita e redita pelo clarinete.

Muito calmo, muito bonito. O clarinete que surge é genial.:amem:
Vocês ouviram antes só um passarinho cantando. Agora estamos num viveiro, onde muitos pássaros felizes formaram um coral. Voando pelo ar, eles entoam canções alegres. E naturalmente, quem dirige o coral é aquele passarinho chamado flauta, que vocês já conhecem.
10. Viveiro. Uma flauta chilreia com acompanhamento dos pianos e das cordas.

Ficou lindamente representado.
De repente aparecem dois pianistas que também querem participar da festa do zoológico. Eles vão tocar para vocês, mas não reparem: são principiantes e a única coisa que sabem tocar, mais ou menos, é um certo exercício de piano. Por favor, perdoem os erros...
11. Pianistas. São segundo Saint-Saëns verdadeiros animais, e não dos menos barulhentos. Devem imitar o toque de um aluno de piano iniciante, alternado em escalas e terças duplas, com notas desafinadas. As cordas rangem, irritam-se e interrompem o insuportável duo.

E fica claro que essa peça não deixa de ser uma grande brincadeira!
Todos sabem o que é um fóssil de um animal antigo, muito velho mesmo, mas que apesar de tão antigo, ainda assim, se conserva com o tempo. Na música, também temos fósseis, isto é, velhos motivos musicais que todo mundo recorda e que ainda assim, estão vivos e interessantes. Aqui, o autor amontoou muitos desses temas: a sua própria dança macabra, três canções populares francesas, e até um pedacinho da ária de Rossini, da ópera do Barbeiro de Sevilha.
E tudo isto, com sabor ligeiramente cômico, dado pelo xilofone.

12. Fósseis. As antigüidades – uma série de citações que se encadeiam vivamente. A Dança macabra surge como um leitmotiv do movimento. Outras obras são citadas: Aria da Rosina do barbeiro de Sevilha,Ah! Vous dirai-je maman, Partan pour la Syrie e J’ai du bom tabac.

Eu adoro, acho esse andamento divertidíssimo!!! Impossível não ouvir sorrindo e imaginando ossinhos andando pra lá e pra cá :lol: (e é claro, fingindo ser o maestro!)
Chegamos ao lago de nosso zoológico. Bem no meio, nobre e tranqüilo, um belo cisne branco desliza sobre as águas. Ninguém melhor que o naipe das cordas para representar a calma, a solitária elegância do cisne, que lentamente desaparece ao nosso olhar.
13. O Cisne. Uma nobre bobagem, segundo o próprio Saint Saëns. O violoncelo toca sobre as harmonia dos pianos. No final ele adormece.

É de longe o mais famoso de todos. Todo mundo pensa: “ah, afinal eu já ouvi esta peça alguma vez”.
Chegamos ao final de nossa visita do zoológico. Todos os animais grandes e pequenos, aves, peixes, cantam, dançam a sua alegria! Até nossos pianistas participaram dessa festa. Ah, mas não se assustem: a esta altura, eles até já aprenderam a tocar. Música maestro!

14. Final. Um desfile de toda a bicharada, onde desfilam os principais temas ouvidos durante a obra, inclusive a dos pianistas.

O final também é extremamente famoso, e depois segue-se muita tensão. Arrepiante tensão. Tensão. Aí vem um desejo de ouvir o acorde final, o acorde final. Tenso. Arrepios... Se esse acorde não viesse, a peça não seria a mesma. :lol:
Essa parte é demais! Eu fico arrepiada do início ao fim e só lembro de respirar na hora das palmas!!! GENIAL!
Narração e descrições retirados daqui: http://repertoriosinfonico.blogspot.com/
 
Última edição por um moderador:
Ôpa! Que bom que gostaram!
Comentários sobre os andamentos, ou sobre outras peças como essa, serão bem vindos! Compartilhem aí ! =D
 
A dos pianistas é genial. Eu escutei isso a um certo tempo já, por influência do meu pai, mas faz tempo que não pego pra prestar atenção. Vou tentar um dia desses.
 
Eu adorei o piano na parte dos Antilopes.
Mas a minha parte preferida é Aquarium! Nossa, é como se eu fosse uma criaturinha sobrenatural voando pelo bosque :lol:
Muito lindo!

A do cuco tambem é muito lindinha. :amor:
 

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