Fúria da cidade
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A sorte foi lançada. Após anos de especulações, o Guarani enfim deu um passo concreto para a venda de seu maior patrimônio. Em Assembleia Geral Extraordinária realizada na quarta-feira, dia 12, com a presença de 250 sócios bugrinos, foi aprovada a proposta do Grupo Magnum de aquisição de todo o terreno que abriga o complexo esportivo do Brinco de Ouro da Princesa, incluindo estádio, ginásio, sede administrativa e clube social. Com esta autorização oficial, a Magnum garantiu exclusividade nesta negociação imobiliária. Agora, o projeto será encaminhado para a Prefeitura de Campinas. E, assim que for dado o aval público, uma nova reunião será marcada para que seja batido em definitivo o martelo que sacramentará a venda do Brinco de Ouro.
Segundo a proposta, que foi apresentada na Assembleia por Roberto Graziano, presidente da Magnum, o terreno que abriga atualmente todas as instalações do Brinco de Ouro dará lugar para a construção de um shopping, um hotel, um centro de convenções e um parque residencial. Pela transação, a Magnum pagará um valor estimado em R$ 325 milhões, quantia a ser utilizada com o pagamento de dívidas (que já chegaram ao patamar assombroso de R$ 240 milhões), mais a construção de uma nova sede social e um novo Centro de Treinamento, no terreno que o Guarani possui na Rodovia dos Bandeirantes.
Apesar dos devaneios feitos pelos mais otimistas, é muito improvável que, após a quitação das dívidas mais a construção dos novos clube social e CT, sobre dinheiro suficiente para que o Bugre construa seu novo estádio. O grupo presidido por Roberto Graziano se comprometeu a buscar outros parceiros a fim de viabilizar a finalização dessa nova arena. De qualquer modo, o estádio Brinco de Ouro da Princesa só será entregue à Magnum depois que o futuro Centro de Treinamento e a nova sede social estiverem prontos. Enquanto isso, ainda poderemos sediar nossos jogos em nossa inesquecível taba.
Reprodução/GuaraniFC.com.br
Vista aérea do Brinco de Ouro durante o jogo entre as Seleções do Brasil e Bulgária, em 1990, que recebeu um público de 51.720 pessoas.
Não, nem de longe a venda do Brinco de Ouro é a solução ideal para a desgraça financeira que assola o Guarani desde que as administrações de Beto Zini, José Luís Lourencetti, Leonel Martins de Oliveira, Marcelo Mingone e Álvaro Negrão foram dilapidando, uma após a outra, as nossas contas. Mas é preciso ser realista: soterrado em ações trabalhistas, problemas tributários, empréstimos e salários atrasados, as dívidas aumentam ano após ano cavalgadas por juros. Atolado na Série A-2 do Campeonato Paulista e na Série C do Brasileirão, sem visibilidade na mídia e sem cotas decentes da TV e da CBF, o Guarani perdeu a capacidade de montar times competitivos. E, diante deste cenário catastrófico que por pouco não levou o Bugre a ser vexaminosamente rebaixado para a Série D, seria difícil vislumbrar alguma saída caso a proposta apresentada pela Magnum não fosse aprovada.
Ao menos o Guarani possuirá agora a garantia de que finalmente todas essas dívidas trabalhistas infernais serão quitadas. Afinal, como toda a área do Brinco de Ouro está penhorada e volta e meia é levada a leilão, o Grupo Magnum só poderá construir seu empreendimento imobiliário após liquidar esses pendências, a fim de que a Justiça possa liberar novas construções no local. Além disso, independente das verbas destinadas para a compra do Brinco, a Magnum fará aportes financeiros mensais de R$ 350 mil a R$ 500 mil para que o Bugre possa montar equipes competitivas a fim de lutar pelos acessos às divisões principais dos Campeonatos Paulista e Brasileiro.
Porém, é fundamental que se faça o alerta: o dinheiro trazido pela Magnum é um alento, mas é preciso que seja muito, muito bem administrado. Afinal, como a torcida bugrina cansou de ver nos últimos anos, atrasos salariais acabam com quaisquer chances de obter boas campanhas em campeonatos. Do mesmo modo, para que o Guarani volte a crescer e retome a sua posição como o maior clube brasileiro do interior, é imprescindível que a administração atual invista sabiamente os recursos oriundos com a cessão de nosso mais valioso patrimônio. Afinal de contas, se o Bugrão não souber aproveitar esta chance de um novo começo, não terá mais estádio para vender.
Fonte
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É triste saber que futuramente um estádio super tradicional que foi palco de grandes jogos, pode deixar de existir pra dar lugar a outros empreendimentos, mas por enquanto é o único meio que o Guarani tem pra se livrar de todas as dívidas.
Segundo a proposta, que foi apresentada na Assembleia por Roberto Graziano, presidente da Magnum, o terreno que abriga atualmente todas as instalações do Brinco de Ouro dará lugar para a construção de um shopping, um hotel, um centro de convenções e um parque residencial. Pela transação, a Magnum pagará um valor estimado em R$ 325 milhões, quantia a ser utilizada com o pagamento de dívidas (que já chegaram ao patamar assombroso de R$ 240 milhões), mais a construção de uma nova sede social e um novo Centro de Treinamento, no terreno que o Guarani possui na Rodovia dos Bandeirantes.
Apesar dos devaneios feitos pelos mais otimistas, é muito improvável que, após a quitação das dívidas mais a construção dos novos clube social e CT, sobre dinheiro suficiente para que o Bugre construa seu novo estádio. O grupo presidido por Roberto Graziano se comprometeu a buscar outros parceiros a fim de viabilizar a finalização dessa nova arena. De qualquer modo, o estádio Brinco de Ouro da Princesa só será entregue à Magnum depois que o futuro Centro de Treinamento e a nova sede social estiverem prontos. Enquanto isso, ainda poderemos sediar nossos jogos em nossa inesquecível taba.
Reprodução/GuaraniFC.com.br
Vista aérea do Brinco de Ouro durante o jogo entre as Seleções do Brasil e Bulgária, em 1990, que recebeu um público de 51.720 pessoas.
Não, nem de longe a venda do Brinco de Ouro é a solução ideal para a desgraça financeira que assola o Guarani desde que as administrações de Beto Zini, José Luís Lourencetti, Leonel Martins de Oliveira, Marcelo Mingone e Álvaro Negrão foram dilapidando, uma após a outra, as nossas contas. Mas é preciso ser realista: soterrado em ações trabalhistas, problemas tributários, empréstimos e salários atrasados, as dívidas aumentam ano após ano cavalgadas por juros. Atolado na Série A-2 do Campeonato Paulista e na Série C do Brasileirão, sem visibilidade na mídia e sem cotas decentes da TV e da CBF, o Guarani perdeu a capacidade de montar times competitivos. E, diante deste cenário catastrófico que por pouco não levou o Bugre a ser vexaminosamente rebaixado para a Série D, seria difícil vislumbrar alguma saída caso a proposta apresentada pela Magnum não fosse aprovada.
Ao menos o Guarani possuirá agora a garantia de que finalmente todas essas dívidas trabalhistas infernais serão quitadas. Afinal, como toda a área do Brinco de Ouro está penhorada e volta e meia é levada a leilão, o Grupo Magnum só poderá construir seu empreendimento imobiliário após liquidar esses pendências, a fim de que a Justiça possa liberar novas construções no local. Além disso, independente das verbas destinadas para a compra do Brinco, a Magnum fará aportes financeiros mensais de R$ 350 mil a R$ 500 mil para que o Bugre possa montar equipes competitivas a fim de lutar pelos acessos às divisões principais dos Campeonatos Paulista e Brasileiro.
Porém, é fundamental que se faça o alerta: o dinheiro trazido pela Magnum é um alento, mas é preciso que seja muito, muito bem administrado. Afinal, como a torcida bugrina cansou de ver nos últimos anos, atrasos salariais acabam com quaisquer chances de obter boas campanhas em campeonatos. Do mesmo modo, para que o Guarani volte a crescer e retome a sua posição como o maior clube brasileiro do interior, é imprescindível que a administração atual invista sabiamente os recursos oriundos com a cessão de nosso mais valioso patrimônio. Afinal de contas, se o Bugrão não souber aproveitar esta chance de um novo começo, não terá mais estádio para vender.
Fonte
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É triste saber que futuramente um estádio super tradicional que foi palco de grandes jogos, pode deixar de existir pra dar lugar a outros empreendimentos, mas por enquanto é o único meio que o Guarani tem pra se livrar de todas as dívidas.