Pips
Old School.
[size=xx-small]por Pips[/size]
[align=justify]A inspiração deve vir como a morte, nos arrancando o fôlego, parando o coração de supetão e nos sugando a alma de maneira feroz sem deixar outra escolha, senão aceitar todo esse turbilhão como uma ação divina e irrevogável. Eu, limbo.
Vivo de espasmos, não sei mais ser eu além de estar em outro. Me peguei sorrindo para o espelho. Há quanto tempo não o vejo. Simples e feliz. Sincero e cansado. Arrasado. Sem artifícios ou ensaios. Antes alinhado e em plena harmonia com os traços marcados a lápis. Os olhos pareciam dizer que os pulmões estavam em chamas. Eu, corpo.
Minhas personagens são techinicolor, não tem cores próprias e verdadeiras. Meus sentimentos são carregados, mas borrados quando o pano limpa a maquiagem. A cortina cedeu. Senti na carne a dormência de uma paixão visceral. Era tudo ensaio? Ela não me amou? De onde surgiu tudo isso? Eu sou um deus e um carrasco. Caçador de alegorias sentimentais. Exploro a alma humana através da superficialidade e artificialidade da minha arte. Eu, lacuna.
Na velhice de outras vidas, ainda falta um estado de rebeldia, uma insatisfação com tudo. Sinto todo o rastro deixado. Ouço cada movimento. Eu, amante.
Busco em meus olhos algo que ainda não disse. Eu, você.[/align]
[align=justify]A inspiração deve vir como a morte, nos arrancando o fôlego, parando o coração de supetão e nos sugando a alma de maneira feroz sem deixar outra escolha, senão aceitar todo esse turbilhão como uma ação divina e irrevogável. Eu, limbo.
Vivo de espasmos, não sei mais ser eu além de estar em outro. Me peguei sorrindo para o espelho. Há quanto tempo não o vejo. Simples e feliz. Sincero e cansado. Arrasado. Sem artifícios ou ensaios. Antes alinhado e em plena harmonia com os traços marcados a lápis. Os olhos pareciam dizer que os pulmões estavam em chamas. Eu, corpo.
Minhas personagens são techinicolor, não tem cores próprias e verdadeiras. Meus sentimentos são carregados, mas borrados quando o pano limpa a maquiagem. A cortina cedeu. Senti na carne a dormência de uma paixão visceral. Era tudo ensaio? Ela não me amou? De onde surgiu tudo isso? Eu sou um deus e um carrasco. Caçador de alegorias sentimentais. Exploro a alma humana através da superficialidade e artificialidade da minha arte. Eu, lacuna.
Na velhice de outras vidas, ainda falta um estado de rebeldia, uma insatisfação com tudo. Sinto todo o rastro deixado. Ouço cada movimento. Eu, amante.
Busco em meus olhos algo que ainda não disse. Eu, você.[/align]