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"O Ateneu" (Raul Pompéia)

Liv disse:
É o Carlinhos! Pois então, o guri era endiabrado mesmo! E tem uma forte ligação com O Ateneu. Principalmente nas críticas á educação. Mas os personagens são absurdamente antônimos! :dente:

Eu sou suspeita pra falar mais alguma coisa, pois adorei Menino de Engenho! :D

É mesmo, os dois autores fazem referências ao ensino que é muito defasado, trata as crianças como se fossem bonecos de fantoches querendo impor a todo custo os ensinamentos, sem elas podendo ao menos questinonar...

Concordo com o Felipe, eu posso não ter gostado, mas é um clássico que merece ser lido para conhecer ^^
 
Estou lendo esse livro agora. E estou adorando. Como o Ray falou, são muitas as intertextualidades. Por isso, em alguns momentos a leitura não se torna chata, mas um tanto nebulosa, se você não tem conhecimento(e o Raul Pompeia tinha uma puta bagagem cultural).

Discordo de alguns posts aqui. Esse livro é considerado um clássico justamente por causa do aspecto formal. Se fosse menos descritivo, menos cheio de referências, não haveria nenhuma diferença, por exemplo, pra uma comum história de jovens num internato(vide série Harry Potter, pra citar um exemplo atual). Deus, ele é repleto de metáforas. Desde orações simples até o todo. É incrível a multiplicidade de sentidos: se num nível mais "superficial"(e coloco entre aspas porque não existe nenhum superficialismo, mas no sentido de ser mais explícito), Raul critica o sistema de ensino, O Ateneu também serve como metáfora pro Brasil monárquico. E não é difícil ver em Aristarco, além da figura de um pai, também a figura de imperador, com seu jeito imponente.

Quanto à homossexualidade, tem esse trecho aqui que, pra mim, deixa mais do que claras as intenções de Sanches:

"Contudo Sanches, como os mal-intencionados, fugia dos lugares concorridos. Gostava de vaguear comigo, à noite, antes da ceia, cruzando cem vezes o pátio de pouca luz, cingindo-me nervosamente, estreitamente até levantar-me do chão. Eu aturava, imaginando, em resignado silêncio, o sexo artificial da fraqueza que definira Rebelo."

Mas não creio que chegasse a ser homossexualidade. Ponha um monte de garotos na puberdade num lugar e os tranque. Uma hora, eles vão ter que se aliviar de alguma forma que não seja apenas masturbação. É claro que tais lugares são mais propícios para a formação de homossexuais. Não tô sendo determinista, mas acho que a sexualidade é construída socialmente e não algo de nascença como muita gente diz.
 
Diva disse:
Estou lendo esse livro agora. E estou adorando. Como o Ray falou, são muitas as intertextualidades. Por isso, em alguns momentos a leitura não se torna chata, mas um tanto nebulosa, se você não tem conhecimento(e o Raul Pompeia tinha uma puta bagagem cultural).

Concordo com você em partes, o autor faz muitos volteios o que torna a leitura um tanto enfadonha.

Diva disse:
Discordo de alguns posts aqui. Esse livro é considerado um clássico justamente por causa do aspecto formal. Se fosse menos descritivo, menos cheio de referências, não haveria nenhuma diferença, por exemplo, pra uma comum história de jovens num internato(vide série Harry Potter, pra citar um exemplo atual). Deus, ele é repleto de metáforas. Desde orações simples até o todo. É incrível a multiplicidade de sentidos: se num nível mais "superficial"(e coloco entre aspas porque não existe nenhum superficialismo, mas no sentido de ser mais explícito), Raul critica o sistema de ensino, O Ateneu também serve como metáfora pro Brasil monárquico. E não é difícil ver em Aristarco, além da figura de um pai, também a figura de imperador, com seu jeito imponente.

Essa metáfora do Brasil monárquico é muito pertinente...Tanto que foi tema de vestibular (só não me lembro qual). Isso foi trabalhado quando fiz cursinho (lá se vão três anos :hahano:).
 
Achei um pouco repetitivo tb, mas nada que atrapalhe no geral. É uma obra merecidamente reconhecida.
 

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