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O Apanhador no Campo de Centeio (J. D. Salinger)

[align=justify]A única coisa que me preocupa com essa indicação de leitura para pessoas com 16 anos é terem o fim que o Holden teve. Mas ainda assim arriscaria indica-lo, ao menos para a pessoa saber que não é a única em conflito, indecisa, meio sem rumo. E outra coisa é que, através do livro poderemos formar mais pessoas com o senso de humor do Holden, o que, diga-se de passagem, é muito bom, XD XD XD XD [/align]
 
Anne. disse:
Somos duas! Quer dizer, eu o li, mas não foi aos 16 e ainda assim gostei bastante do livro. To até tentando fazer meu irmão ler, porque acho que ele está mais ou menos na mesma fase que o Holding! ;D

Brianstorm disse:
Relaxa, acho que vai muito do momento da sua vida também.

Creio que ele seja muito bom para momentos de indecisão e/ou momentos em que se está com raiva de um monte de coisa.

Então, acho que não é bem a idade, mas a fase que se está passando.
Mas já passei da hora mesmo de ler este livro, faz muito tempo que estou falando que vou ler. Vou ver se começo logo...
 
[align=justify]Como é bom reencontrar velhos amigos, não? Essa é a sensação que tenho toda vez que pego O Apanhador no Campo de Centeio para ler, parece um velho amigo com o qual não conversava há muito tempo e folheando o livro posso “conversar” com ele novamente, mesmo que, em linhas gerais, eu já saiba o que ele vai dizer.

Bem, isso é uma meia-verdade, já que, mesmo conhecendo o enredo, as falas etc. sempre há algo com que se surpreender, novamente ou pela primeira vez. Esse é o grande trunfo desse livro, essa sensação de estar realmente batendo um papo com o protagonista-narrador da história, tamanho o tom de conversa direta com o leitor que a “fala” dele se coloca. Não sou uma pessoa que tem por costume fazer releituras (tenho que mudar isso) mas esse livro está no campo das exceções.[/align]


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que bom recuperar esse tópico! a propósito, ainda esta semana petê rissatti entrevistou jorio dauster, um dos tradutores do apanhador, e comentava: "Em entrevista ao Correio Braziliense o senhor disse que se fosse rever O apanhador no campo de centeio, convocaria um painel de jovens para ajudá-lo".
http://peterissatti.com/conversas-tradutores/jorio-dauster/
 
Lucas_Deschain disse:
A única coisa que me preocupa com essa indicação de leitura para pessoas com 16 anos é terem o fim que o Holden teve. (...) E outra coisa é que, através do livro poderemos formar mais pessoas com o senso de humor do Holden, o que, diga-se de passagem, é muito bom, XD XD XD XD

É por isso que eu sempre achei que esse livro é indicato para adultos, não para adolescentes.

Pra eles se lembrarem mais ou menos como funcionava a cabeçinha deles nessa idade e como é esse senso de humor e de crítica que a maioria das pessoas perde com a passagem dos anos.
 
Clara disse:
É por isso que eu sempre achei que esse livro é indicato para adultos, não para adolescentes.

Pra eles se lembrarem mais ou menos como funcionava a cabeçinha deles nessa idade e como é esse senso de humor e de crítica que a maioria das pessoas perde com a passagem dos anos.

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Nunca tinha pensado nisso antes Clara, mas faz sentido sim. O tom de Holden é sempre de nostalgia com relação a infância. Entretanto, creio que dá para interpretar das duas formas, já que justamente pelo Holden ser adolescente, protagonista e narrador da história, os adolescentes se identificariam com ele, embora não necessariamente.

Os conflitos, a indecisão, a própria confusão dessa fase da vida que fazem dela uma espécie de limbo, uma transição, uma passagem, que está entre a infância e o mundo adulto. Por isso é que as caminhadas malucas de Holden e aquelas experiências pelas quais ele passa são como um rito de passagem, onde, se ele não passou a ser um adulto depois delas, pelo menos vislumbrou como é o outro lado da moeda.

Legal você ter falado sobre O Apanhador sem um livro para adultos, lembrei desse tópico aqui, onde ele põe palavras e indicações literárias mais maduras, mais ao estilo adulto; na boca de uma criança. A própria Phoebe, do Apanhador é bem madura e tal.[/align]
 
Verdade, a Phoebe é uma fofa.
Parece ser a única pessoa que faz o Holden gostar da vida.

E é uma parte bem interessante da história, a maioria dos adultos se comporta como uns bestalhões e a única pessoa madura é uma garotinha, mais nova até que o próprio Holden.
Será que tem a ver com essa nostalgia da infância de que você falou?
Tipo, o mundo dos adultos é um saco sem fim e as coisas boas, ou melhor, as coisas sensatas e que merecem ser vividas estão na infância?
 
[align=justify]Pois é, a infância é vista como algo agradável, despreocupado, não-cretino ou hipócrita, acho que nesses pontos é que ele "condena" o mundo adulto.

Lembrando da passagem do campo de centeio: se nesse pensamento dele ele cuida das crianças, para que não caiam no abismo que se esconde no final do campo de centeio, talvez ele esteja querendo associar isso justamente ao fato de desaprovar alguns aspectos do mundo adulto. Digo "mundo adulto" de forma geral, assim, sem ser via de regra ou se aplicar a todos os casos.

O marasmo parece ser algo que o incomoda também, essa coisa de conseguir um emprego, vidinha pacata, rotina etc. e tal. Acho que é esse mundo meio superficial que faz com que ele sinta nostalgia da infância, quando tudo é novidade, tudo é uma grande aventura, um mundo a descobrir, uma vida em potencial.

O que achas?[/align]
 
Estive pensando:

o que se esconde por trás daquela pergunta insistente do Holden: Para onde os patos do lago do Central Park vão quando o lago está congelado?

Pode ser besteira, mas me intriga.
 
Lucas_Deschain disse:
(...)O marasmo parece ser algo que o incomoda também, essa coisa de conseguir um emprego, vidinha pacata, rotina etc. e tal. Acho que é esse mundo meio superficial que faz com que ele sinta nostalgia da infância, quando tudo é novidade, tudo é uma grande aventura, um mundo a descobrir, uma vida em potencial.

"...mundo meio superficial", acho que é mais esse o ponto, não tanto o marasmo em si, mas o fato de a pessoa fazer concessões ("se prostituir", se não me engano é esse o termo que ele usa pra definir o que o irmão dele fez, indo escrever roteiros em Hollywood) pra alcançar esse tipo de vida, de posição no mundo.

Lucas_Deschain disse:
Estive pensando:

o que se esconde por trás daquela pergunta insistente do Holden: Para onde os patos do lago do Central Park vão quando o lago está congelado?

Pode ser besteira, mas me intriga.

Eu lembro disso, mas só agora lendo seu post.
Acho que preciso dar uma nova lida nesse livro. =/
Vou procurar meu exemplar (velhíssimo) pra conferir. :sim:
 
Enquanto eu lia este livro vinha o tempo todo os filmes de adolescentes americanos. Eu li em quatro noites.
 
Lucas_Deschain disse:
Estive pensando:

o que se esconde por trás daquela pergunta insistente do Holden: Para onde os patos do lago do Central Park vão quando o lago está congelado?

Pode ser besteira, mas me intriga.

Acho uma pergunta bem interessante, considerando que não foi respondida no livro (pelo que eu me lembre!). Me dá até vontade de pesquisar, mas será que dá certo se eu jogar no google a pergunta?? haha Salinger deixou um mistério pra gente.
 
“... fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo. Milhares de garotinhos, e ninguém por perto – quer dizer, ninguém grande – a não ser eu. E eu fico na beirada de um precipício maluco. Sabe o quê que eu tenho de fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar onde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto. Só isso que eu ia fazer o dia todo. Ia ser só o apanhador no campo de centeio e tudo. Sei que é maluquice, mas é a única coisa que eu queria fazer. Sei que é maluquice.”

Ninguém que tenha lido a obra-prima de J.D.Salinger poderá se esquecer da cena em que Holden, tarde da noite, resolve visitar a irmã, entrando sorrateiramente no apartamento para que seus pais não o vejam. Por sorte, eles haviam saído e Holden tem uma longa conversa com Phoebe, que não demora a descobrir que ele havia sido expulso da escola, reprovado em todas as matérias com exceção de inglês. Com a sensatez imbatível das meninas de dez anos de idade, a irmã o acusa de não gostar de nada e, tendo Holden a duras penas conseguido dizer que gostava do Allie (um irmão já morto) e de estar ali conversando com ela, Phoebe exige que ele diga o que gostaria de ser quando crescesse.

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Perdeu a primeira parte? Você pode encontrá-la aqui.
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Voltando ao nosso drama lingüístico, fizemos longas listas de títulos alternativos até encontrarmos A sentinela do abismo, em que respeitávamos tanto o contexto quanto o conceito. Heureca! Que nada, a alegria durou pouco. Da agente literária de Salinger veio a ordem ríspida: ou se vertia o título literalmente ou era suspensa a venda dos direitos de tradução. Ordens do autor. Em vão tentei explicar por carta que a expressão era virtualmente ininteligível no vernáculo. Aproveitando uma ida a Nova York, obtive a graça de uma entrevista com a agente, pois já então era de todo impossível comunicar-se com o próprio eremita de New Hampshire. Nenhuma chance de revisão da sentença, porém ao menos fiquei sabendo que Salinger entrara em órbita ao tomar conhecimento de certas versões dadas ao título que lhe devera ter custado imensas dores de parto.

Com base em três delas que vim a conhecer mais tarde, passei a dar toda a razão ao autor. Senão vejamos.[/align]

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Nossa, que bacana esses dois artigos! :sim:

E, agora que já nos acostumamos com "O Apanhador no Campo de Centeio", falar em Uma Agulha no Palheiro (argh!) ou mesmo em Sentinela do Abismo é bem esquisito.
 
Escrito por J. D. Salinger em 1951, O Apanhador no Campo de Centeio influenciou várias gerações no mundo inteiro. Apesar de ter sido recebido com apatia pela crítica na época de seu lançamento, tornou-se um livro obrigatório para qualquer adolescente das décadas subseqüentes. Também foi o centro de acaloradas discussões, sendo censurado e retirado das prateleiras de escolas americanas por incontáveis vezes. Adorado por adolescentes, odiado por moralistas e aparte do mundo literário, o fato é que esta obra tem uma significância cultural (por ser tão lido e comentado) que vai muito além de seu valor literário.

A trama, narrada em primeira pessoa, gira em torno do adolescente Holden Caulfield, que está para ser expulso de sua atual escola (depois de reprovar na maioria das disciplinas) e que decide deixá-la mais cedo, antes do início das férias do Natal, e passar sozinho três dias em Nova York. Ele conta essa história que o levou a ser internado num hospital psiquiátrico, seus traumas, seus problemas relacionados não só à família e ao sistema educacional, mas ao mundo adulto. Dessa forma, o ambiente ficcional é dominado pelo plano mental, no qual é possível perceber a visão de mundo do adolescente que, invariavelmente, está sob a pressão de torna-se adulto. Ao mesmo tempo em que ainda resiste nele certo idealismo, ele se depara com a realidade imperfeita do mundo e sente-se enojado com tudo e com todos.

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Eu comecei a ler esse livro e tive a mesma reação das outras pessoas daqui dese Post.
No começo detestava o personagem:hahano:.Mas depois fui me acostumando com sua maneira de ser e de seu jeito reclamão.

Apesar de o livro pra epoca ser muito mais chocante do que hoje. Este é um livro bom de se ler e você se apega ao personagem. Ainda nao acabei de ler. Vou termina-lo:rofl:
 
A primeira vez que li O Apanhador no campo de centeio foi em 2007. Já cansado das leituras obrigatórias da faculdade, resolvi escolher algo por mim mesmo e conheci Holden Caulfield. Cheguei, em alguns momentos, a incorporá-lo.
Lembro de ter ido, junto com alguns amigos, ao Morumbi, dias após terminar o livro. Era a semifinal do Campeonato Paulista, entre São Paulo e São Caetano. Tarde chuvosa, parecia um ensaio geral para a segunda versão do dilúvio. Ingressos esgotados, fomos negociar com o cambista:
- Tem arquibancada azul? – perguntei.
- Tenho, mano. R$ 120,00.
- R$ 120,00? Cento e vinte reais!? Na bilheteria era R$ 30,00! Tá me vendendo um pelo preço de quatro, seu cretino!
Seu cretino. Influência de Caulfield. Até chegar a turma do “deixa disso”, trocamos uns sopapos. Melhor, levei uns sopapos, pois o cambista devia lutar boxe ou coisa assim. O fato é que o “cretino” já estava lá dentro, em alguma sala do cérebro onde ficam nossas respostas imediatas, que fogem do padrão pensar-dizer. Foi uma resposta, uma expressão, vejamos, instintiva.
Sei que foi em 2007, pois esse jogo o São Paulo perdeu de 4 a 1 para o São Caetano e essas derrotas vexatórias sempre marcam um torcedor. Mais, até, que as porradas de um cambista.

Holden, como é saudável utilizar a droga do seu sarcasmo em algumas situações toscas que a gente acaba vivenciando. Uma terapia.

Hoje, terminei a releitura e li boa parte dos comentários e artigos aqui do Meia. Nessa releitura, o que me chamou a atenção foi a passagem com Sally. Talvez por ter assistido recentemente aos filmes Beleza Americana e Foi apenas um sonho, tenho comigo que Caulfield, mais do que deixar a infância, teme pela vida adulta, classe média e vazia que esses filmes retratam - lá, onde os sonhos de se aventurar e mudar o mundo dão lugar aos sorrisos falsos e prestações a pagar. O convite de fuga feito a Sally e o diálogo que se seguiu mostra o desejo de escapar do destino que parece ser de todos, que se mostra inevitável.

Um livro para se reler sempre.

" Bom mesmo é o livro que quando a gente acaba de ler fica querendo ser um grande amigo do autor, para se poder telefonar pra ele toda vez que der vontade."
 
Hoje vi uma biografia do J.D. Salinger na livraria. Deu uma vontade danada de levar, mas vacilei. Pensei demais e acabei deixando na prateleira, bem ao lado da biografia do Justin Bieber (desculpe, Salinger).

Fuçando no Google para diminuir o arrependimento, achei essa reportagem no Globo.
 

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