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Numerologia? O que dizem os números na Obra de Tolkien?

Eru disse:
Não duvido nada que, mesmo que se expecule muito para além dos fatos, Tolkien tenha se valido desses números, com forte carga e atribuição simbólica, para construir a sua própria mitologia.

Eu também acho possível que haja algum simbolismo nesses números, mas é impossível não pensar em alguns fatores que podem ser contra essa possibilidade.

Tolkien procurou analisar e explicar sua própria obra, de certa forma, mais de uma vez em suas cartas. Ao que consta, nenhuma tem nem mesmo um vislumbre de que possa haver alguma influência da cabala numérica nela. O trecho que o Gil-Galad destacou, ao meu ver, pode no máximo sugerir alguma coisa nesse sentido quando fala em "erro moral". Os anéis foram feitos pelos elfos, e não raro eles erravam em suas atitudes (a própria forja de anéis de poder pode ser considerada um erro).

Acho altamente improvável que Tolkien tenha relacionado sua obra à cabala da forma "esotérica" como se ouve falar hoje em dia. Da mesma forma que ele não deve ter pensando em números quando batizou seus personagens (já imaginaram a cena bizarra de pessoas analizando os nomes de Fëanor para explicar o comportamento alterado dele? :lol: ), dificilmente escolheu quantos seriam os anéis ou os Aratar com algum sentido que pendam para esse lado.

E existe um problema que eu reconheço ser, em boa parte, pessoal meu. Eu costumo ser bastante cético, por isso não confio muito nesse tipo de análise. Aqueles significados, eles são suficientemente respaldados por estudos de teólogos para se dizer que existe uma "cabala bíblica". Mas ainda sim, isso é cuidado e estudado com minúcias. Não é tão simples assim; se fosse, qualquer obra que contiver números de alguma forma pode ser associada com a cabala. E as descrições parecem bastante vagas, como se muitas coisas pudessem se encaixar naqueles "significados"; tanto é que dão mais exemplos como possíveis "provas" do que realmente o que os números representam.

Mas vou procurar dar uma olhada na Carta 113 novamente. No contexto, pode ser que eu encontre algum sentido novo, ou alguma coisa esclarecedora de fato ali.
 
Maglor disse:
Eru disse:
Não duvido nada que, mesmo que se expecule muito para além dos fatos, Tolkien tenha se valido desses números, com forte carga e atribuição simbólica, para construir a sua própria mitologia.

Eu também acho possível que haja algum simbolismo nesses números, mas é impossível não pensar em alguns fatores que podem ser contra essa possibilidade.

A não ser que o próprio mestre tenha se manifestado a respeito, nunca saberemos. Se bem que ele já disse que SDA não tinha nada a ver com os Anéis de Nibelunco. :roll:


Maglor disse:
Tolkien procurou analisar e explicar sua própria obra, de certa forma, mais de uma vez em suas cartas. Ao que consta, nenhuma tem nem mesmo um vislumbre de que possa haver alguma influência da cabala numérica nela. O trecho que o Gil-Galad destacou, ao meu ver, pode no máximo sugerir alguma coisa nesse sentido quando fala em "erro moral". Os anéis foram feitos pelos elfos, e não raro eles erravam em suas atitudes (a própria forja de anéis de poder pode ser considerada um erro).

Não sei se ele de fato se inspirou na Cabala. Eu acredito na possibilidade de uma involuntária apropriação de números místicos sem uma grande investigação acerca do significado simbólico deles para as religiões. Não podemos negar que são números que dada a carga semiológica a eles imputada, tem uma força e expressão próprias. Se os nazgul fossem 8 não sei se teria a mesma graça. :| :mrgreen:


Maglor disse:
Acho altamente improvável que Tolkien tenha relacionado sua obra à cabala da forma "esotérica" como se ouve falar hoje em dia. Da mesma forma que ele não deve ter pensando em números quando batizou seus personagens (já imaginaram a cena bizarra de pessoas analizando os nomes de Fëanor para explicar o comportamento alterado dele? :lol: ), dificilmente escolheu quantos seriam os anéis ou os Aratar com algum sentido que pendam para esse lado.

Só é dito no Silmarilion que Fëanor era assim chamado, espírito de fogo, porque seu espírito era tão forte e altivo que no nascimento sua mãe sucumbira ao dar a luz. Era isso, se não estou enganado. Tenho que reler o livro... :oops:


Maglor disse:
E existe um problema que eu reconheço ser, em boa parte, pessoal meu. Eu costumo ser bastante cético, por isso não confio muito nesse tipo de análise. Aqueles significados, eles são suficientemente respaldados por estudos de teólogos para se dizer que existe uma "cabala bíblica". Mas ainda sim, isso é cuidado e estudado com minúcias. Não é tão simples assim; se fosse, qualquer obra que contiver números de alguma forma pode ser associada com a cabala. E as descrições parecem bastante vagas, como se muitas coisas pudessem se encaixar naqueles "significados"; tanto é que dão mais exemplos como possíveis "provas" do que realmente o que os números representam.

Eu também sou bem cético, acredite. Não sei o grau de apropriação intencional dos significados bíblicos dos números por Tolkien, mas acredito que eles foram certamente escolhidos por portar algum significado, ter um peso. E pela redundância. 3 silmarils, 3 anéis élficos, 3 eras, 9 anéis, sociedade com 9 membros, e por aí vai. São sempre os mesmos números se repetindo em questões imperativas na obra.


Maglor disse:
Mas vou procurar dar uma olhada na Carta 113 novamente. No contexto, pode ser que eu encontre algum sentido novo, ou alguma coisa esclarecedora de fato ali.

Cara, por favor, faz isso. Eu não li as cartas :oops: e informação nova é sempre bem vinda.
 
Eu não sei... Acho q toda a obra está carregada de simbolismos e isso pode até ter algo a ver com numerologia, assim como tem a ver com diversas outras coisas... :roll:

A não ser que o próprio mestre tenha se manifestado a respeito, nunca saberemos.

Acho q essa frase do Eru diz tudo. 8-)
 

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