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Novo Coronavírus (COVID-19)

Quanto tempo a pandemia ainda dura?

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Brasil tem 27.878 mortes e 465.166 casos confirmados de Covid-19, diz ministério

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O governo quer esperar quantas pessoas morrerem antes de começar a tratar a situação com seriedade? Cinquenta mil pessoas? Cem mil? Quantos precisam morrer pra que se comece a tomar medidas sérias? E nem é só o governo. Pelo menos na minha experiência do que eu tenho visto muitíssimas pessoas por aí são contra o isolamento e nem acreditam na gravidade da doença (sem falar nos que dizem que são a favor mas saem pra passear sem motivo em plena pandemia). É até morrer a mãe, o marido, o filho.

Fazer arminha com a mão, "mitar", usar camisa da seleção e bandeira não vai curar doença nenhuma. O Brasil está escolhendo ficar do lado da morte ao invés de ficar do lado da vida. Infelizmente é essa a situação em que vivemos. E ainda se dizem patriotas. Patriotismo de verdade é amar o país e não tem como amar o país sem amar as pessoas que nele vivem; não é possível amar o país e ao mesmo tempo ser conivente com a morte dele. A História vai julgar, mas tragicamente, não sei se alguém vai se importar.
 
O governo quer esperar quantas pessoas morrerem antes de começar a tratar a situação com seriedade? Cinquenta mil pessoas? Cem mil? Quantos precisam morrer pra que se comece a tomar medidas sérias? E nem é só o governo
Pois é... E parece que até os governos estaduais e municipais estão balançando no combate. Em SP, no auge dos casos, por exemplo, mas também no PR que tem por enquanto um relativo número pequeno de casos em comparação com estados da região, já quer reabrir tudo – shoppings em Curitiba, academias, clubes de natação, etc. – apesar dos números diários estarem crescendo, dia a dia.
 
Ontem, o prefeito daqui fez um decreto que determina a suspensão das aulas da rede Municipal (Centros infantis, instituições parceiras e escolas Municipais de Ensino Fundamental) até o dia 30 de junho. Como está a questão das aulas nas cidades de vocês?
 
Ontem, o prefeito daqui fez um decreto que determina a suspensão das aulas da rede Municipal (Centros infantis, instituições parceiras e escolas Municipais de Ensino Fundamental) até o dia 30 de junho. Como está a questão das aulas nas cidades de vocês?

governo sinalizando que retorno será em agosto (já abriu edital pra pss inclusive, então plano de voltar eles têm). como a prefeitura está mais ou menos alinhada ao governo, é provável que fique igual para as escolas municipais.

está rolando uma pressão gigante do sindicato das escolas particulares, porque tem muito pai tirando filho da escola particular e matriculando na rede pública. já apresentaram dois planos de retorno mas ambos não foram aceitos pela secretaria de saúde e até dá para entender, é um negócio meio estúpido. para começar que falam em voltar apenas para crianças que são filhas de prestadores de serviços essenciais: se o critério for a lista do governo federal, é meio que o mesmo que dizer que voltam todas as crianças, né.

mas além disso, essa promessa de atender crianças que estarão em casa e outras que estarão na escola é absurda se for pensar no professor. ele terá que continuar produzindo vídeo aulas e fazendo encontros por vídeo com crianças que estão em casa e dará aula presencial? o salário aumentará? as escolas particulares estão dispostas a pagar a mais pelos professores para garantir esse modelo de retorno?
 
Ana Lovejoy disse:
governo sinalizando que retorno será em agosto (já abriu edital pra pss inclusive, então plano de voltar eles têm). como a prefeitura está mais ou menos alinhada ao governo, é provável que fique igual para as escolas municipais.

Aqui, eu acho que a pressão falará mais alto e a gente vai acabar voltando em julho. Se bem que, até agora, o prefeito tem sido bastante responsável (O Governador, não. Afinal, o que esperar do Zema, né?). Pode ser que, dependendo de como estiver a situação, ele repense.

está rolando uma pressão gigante do sindicato das escolas particulares, porque tem muito pai tirando filho da escola particular e matriculando na rede pública. já apresentaram dois planos de retorno mas ambos não foram aceitos pela secretaria de saúde e até dá para entender, é um negócio meio estúpido. para começar que falam em voltar apenas para crianças que são filhas de prestadores de serviços essenciais: se o critério for a lista do governo federal, é meio que o mesmo que dizer que voltam todas as crianças, né.

Pelo que tenho observado das escolas particulares daqui, elas adotaram o ensino on-line e os pais que se virem. Mas não tenho muitas informações porque não é minha área de atuação.

Esse lance de voltar apenas para crianças que são filhas de prestadores de serviços essenciais é mais um desses negócios de "como a gente não pode falar que vai voltar todo mundo, fala assim, para ninguém chiar".

mas além disso, essa promessa de atender crianças que estarão em casa e outras que estarão na escola é absurda se for pensar no professor. ele terá que continuar produzindo vídeo aulas e fazendo encontros por vídeo com crianças que estão em casa e dará aula presencial? o salário aumentará? as escolas particulares estão dispostas a pagar a mais pelos professores para garantir esse modelo de retorno?

O que eu tenho visto de professor reclamando do aumento da jornada de trabalho... e os professores que dão aulas nos três turnos? Imagine o desgaste de ter de preparar, roteirizar, gravar, editar aulas para esse tanto de aluno? Quando eu tiver de preparar aulas em vídeo, vou passar aperto. Não tenho os equipamentos nem o domínio tecnológico necessário para fazer aulas minimamente atraentes. Sei o básico, mas aulas gravadas, para adolescentes, precisam de mais do que o básico para funcionarem.

Aqui, algumas escolas municipais já estavam enviando atividades aleatoriamente para os alunos. Geralmente, as escolas centrais. Mandavam coisas on-line e tal. Assim que essa prática começou, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação se pronunciou e disse que não seria viável essas escolas fazerem isso, já que se trata de uma rede e o calendário escolar é único, isto é, quaisquer negociações que forem feitas para a reposição das aulas suspensas por causa da quarentena deverá ser para todas as escolas da rede. Ainda assim, essas escolas continuaram.

Desde o início da pandemia, o sindicato tem se reunido (dentro das possibilidades, claro) com a Secretaria de Educação para pensar a situação toda. Fruto dessas reuniões é o fato de que no decreto de sexta, que prorroga a suspensão das aulas até o fim de junho, consta que as atividades que as escolas estão enviando para os alunos não poderão ser utilizadas para contabilização de nota, já que elas não alcançam todos os alunos da rede. Elas servirão como atividades complementares.
 
Aqui, eu acho que a pressão falará mais alto e a gente vai acabar voltando em julho. Se bem que, até agora, o prefeito tem sido bastante responsável (O Governador, não. Afinal, o que esperar do Zema, né?). Pode ser que, dependendo de como estiver a situação, ele repense.

alguns lugares que reabriram o comércio estão voltando atrás com o aumento de casos, de repente essa pressão para volta das escolas também diminua um pouco?

Pelo que tenho observado das escolas particulares daqui, elas adotaram o ensino on-line e os pais que se virem. Mas não tenho muitas informações porque não é minha área de atuação.

aqui não tinha dado nem 2 semanas de isolamento e já tinha escola com plataforma pronta. aí as mães da escola dos guris já estavam chiando que COMO ASSIM OS FILHOS DELA AINDA NÃO TINHAM. isso me assusta um pouco, a coisa feita a rapidamente para conter a reclamação de cliente.

Esse lance de voltar apenas para crianças que são filhas de prestadores de serviços essenciais é mais um desses negócios de "como a gente não pode falar que vai voltar todo mundo, fala assim, para ninguém chiar".

Mas do que eu observo tem realmente um grupo que não está disposto a mandar as crianças antes da hora. No grupo de mães da turma do guto algumas ficaram apavoradas quando saiu o plano do sindicato porque elas não querem que as crianças voltem. então se o sindicato acha que fala assim e vai voltar todo mundo, é melhor bolar um plano b porque não vai. O que nos leva a...

O que eu tenho visto de professor reclamando do aumento da jornada de trabalho... e os professores que dão aulas nos três turnos? Imagine o desgaste de ter de preparar, roteirizar, gravar, editar aulas para esse tanto de aluno? Quando eu tiver de preparar aulas em vídeo, vou passar aperto. Não tenho os equipamentos nem o domínio tecnológico necessário para fazer aulas minimamente atraentes. Sei o básico, mas aulas gravadas, para adolescentes, precisam de mais do que o básico para funcionarem.

tem um ano que não piso em sala de aula, mas cada crítica aos professores nesse momento eu tenho levado para o lado pessoal, tenho me sentido atacada também. é um absurdo que as pessoas não tenham o mínimo de empatia para entender que é uma situação emergencial, que não estamos lidando dentro da normalidade, que esses professores também estão assustados e precisando cuidar de suas famílias e no meio disso tudo se reinventar para criar aulas em vídeo.

as professoras da escola dos guris ainda estão contando com uma ajuda profissional para edição e afins, mas quando leio mãe reclamando das aulas no meeting, eu perco a paciência, sabe. é uma plataforma nova, claro que há um período para se adaptar. a gente está indo para a décima semana e ainda tem pai que não aprendeu a desligar o microfone, como é que você vai lá e critica o professor por dar "aula fraca" no meeting? wtf.

Aqui, algumas escolas municipais já estavam enviando atividades aleatoriamente para os alunos. Geralmente, as escolas centrais. Mandavam coisas on-line e tal. Assim que essa prática começou, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação se pronunciou e disse que não seria viável essas escolas fazerem isso, já que se trata de uma rede e o calendário escolar é único, isto é, quaisquer negociações que forem feitas para a reposição das aulas suspensas por causa da quarentena deverá ser para todas as escolas da rede. Ainda assim, essas escolas continuaram.

Desde o início da pandemia, o sindicato tem se reunido (dentro das possibilidades, claro) com a Secretaria de Educação para pensar a situação toda. Fruto dessas reuniões é o fato de que no decreto de sexta, que prorroga a suspensão das aulas até o fim de junho, consta que as atividades que as escolas estão enviando para os alunos não poderão ser utilizadas para contabilização de nota, já que elas não alcançam todos os alunos da rede. Elas servirão como atividades complementares.

então, tem o problema legal que benzadeus o ratinho jr. e a secretaria de educação cuidaram desde o início. você não pode dar aula online para educação básica sem autorização do conselho de educação. então aqui foram umas 3 semanas de atividade em papel, e logo que liberou a aula online para a educação básica, eles começaram com a plataforma online.

o outro passo foi sair da contagem de DIAS letivos para HORAS letivas, desse modo as atividades online poderão se converter em horas letivas do cronograma, e as crianças não terão tanta hora para repor quando retornar (por enquanto estão trabalhando com a possibilidade de voltar em agosto, aulas em alguns sábados, vai até 23 de dezembro mas 2020 se encerraria em 2020).
 
Como está a questão das aulas nas cidades de vocês?
As aulas online do PR no começo estavam bem confusas mesmo, o equipamento, qualidade de imagem, som e afins eram bem inferiores, mas essa situação mudou com o tempo.

Pelo menos no estado, diferente de outros como SP e RJ, a Secretaria não deu nenhuma apostila ou material de apoio que esteja relacionado com a matéria – no app usado para fazer as atividades, só tem o link do vídeo da aula e um PowerPoint com os slides usados pelos professores.

Quanto ao plano de reabrir as escolas, e complementando o que a @Ana Lovejoy disse, me parece que, mesmo nos países onde o pico do coronavírus efetivamente já passou, como França e Coreia do Sul (e, diga-se de passagem, lidaram bem de um modo geral com o vírus), está sendo um pouco conturbado.

Claro que a absorção de conteúdo na aula a distância (principalmente para alunos não habituados) não é lá essas coisas , mas fazer o que...
 
alguns lugares que reabriram o comércio estão voltando atrás com o aumento de casos, de repente essa pressão para volta das escolas também diminua um pouco?

Tomara! Eu acredito que, se o número de casos continuar a crescer, o prefeito vai prorrogar a suspensão das aulas. Inclusive, ele até chegou a mencionar em uma live - em meados de maio - que, dependendo do que acontecesse, as aulas ficariam suspensas pelos próximos sessenta dias. Por enquanto, ele oficializou os próximos trinta dias.

aqui não tinha dado nem 2 semanas de isolamento e já tinha escola com plataforma pronta. aí as mães da escola dos guris já estavam chiando que COMO ASSIM OS FILHOS DELA AINDA NÃO TINHAM. isso me assusta um pouco, a coisa feita a rapidamente para conter a reclamação de cliente.

Nossa, dá para desconfiar, mesmo. Pedagogicamente, é improvável que alguma escola estivesse efetivamente preparada para lidar com o que está acontecendo.

Mas do que eu observo tem realmente um grupo que não está disposto a mandar as crianças antes da hora. No grupo de mães da turma do guto algumas ficaram apavoradas quando saiu o plano do sindicato porque elas não querem que as crianças voltem. então se o sindicato acha que fala assim e vai voltar todo mundo, é melhor bolar um plano b porque não vai. O que nos leva a...

Tem uma moça que trabalha no supermercado aqui perto de casa que, quando apareço lá, me pergunta, toda preocupada: "As aulas não vão voltar não, né? Eu não vou mandar meus meninos, mesmo que eles percam o ano". Eu sempre dou um jeito de acalmá-la, dizendo que ela está certa e que, por enquanto, as aulas não voltarão.

tem um ano que não piso em sala de aula, mas cada crítica aos professores nesse momento eu tenho levado para o lado pessoal, tenho me sentido atacada também. é um absurdo que as pessoas não tenham o mínimo de empatia para entender que é uma situação emergencial, que não estamos lidando dentro da normalidade, que esses professores também estão assustados e precisando cuidar de suas famílias e no meio disso tudo se reinventar para criar aulas em vídeo.

Você disse o que eu tenho tentado expressar desde que começou essa loucura toda: todo o planejamento de aula que a gente tinha não serve mais. Todas as estratégias de ensino que a gente costumava adotar precisam ser repensadas. E, além disso, como você falou, a gente também está assustado, tendo de lidar com as outras consequências da pandemia. Muitos professores são do grupo de risco e/ou cuidam de pessoas que são (o que é o meu caso: meu pai e minha mãe pertencem ao grupo de risco; tenho cuidado deles).

E os professores que têm filhos (se você estivesse em sala de aula neste ano, essa seria sua realidade 😭) que, além de preparem as aulas em vídeo para seus alunos, precisam auxiliar seus filhos que também estão tendo aulas on-line?

as professoras da escola dos guris ainda estão contando com uma ajuda profissional para edição e afins, mas quando leio mãe reclamando das aulas no meeting, eu perco a paciência, sabe. é uma plataforma nova, claro que há um período para se adaptar. a gente está indo para a décima semana e ainda tem pai que não aprendeu a desligar o microfone, como é que você vai lá e critica o professor por dar "aula fraca" no meeting? wtf.

Esse lance de reclamar das "aulas fracas" eu ouvi de colegas que, além de trabalharem na escola pública, trabalham em escolas particulares.

então, tem o problema legal que benzadeus o ratinho jr. e a secretaria de educação cuidaram desde o início. você não pode dar aula online para educação básica sem autorização do conselho de educação. então aqui foram umas 3 semanas de atividade em papel, e logo que liberou a aula online para a educação básica, eles começaram com a plataforma online.
Pensaram rápido.

o outro passo foi sair da contagem de DIAS letivos para HORAS letivas, desse modo as atividades online poderão se converter em horas letivas do cronograma, e as crianças não terão tanta hora para repor quando retornar (por enquanto estão trabalhando com a possibilidade de voltar em agosto, aulas em alguns sábados, vai até 23 de dezembro mas 2020 se encerraria em 2020).

Nossa, seria muito bom se tivessem adotado isso aqui. Um dos pesadelos que tenho tido é em relação a incerteza de saber como vamos fazer para encerrar o ano letivo. Até agora, pelas falas da Secretaria de Educação e do Sindicato, acho que já está subentendido que o ano letivo de 2020 se encerrará em janeiro de 2021.

Eu sou contratada, e meu contrato se encerrará no dia 31 de dezembro. E eu tenho dez dias de greve para pagar. Ou seja, os dez dias serão descontados do meu acerto. Mas não me arrependo de ter participado da greve. Eu estou contratada, mas em exercício ou não, eu continuo sendo professora. Então não é uma luta minha, individual, é uma luta de todos os trabalhadores em educação, é uma luta pela qualidade do ensino, enfim.

Quanto ao plano de reabrir as escolas, e complementando o que a @Ana Lovejoy disse, me parece que, mesmo nos países onde o pico do coronavírus efetivamente já passou, como França e Coreia do Sul (e, diga-se de passagem, lidaram bem de um modo geral com o vírus), está sendo um pouco conturbado.

Espero que eles vejam isso e tentem organizar as coisas de um jeito mais tranquilo, aqui no Brasil. (Estou sendo otimista hahahaha)

Claro que a absorção de conteúdo na aula a distância (principalmente para alunos não habituados) não é lá essas coisas , mas fazer o que...

Pedagogicamente, ensino INTEGRALMENTE a distância tem um alcance menor, mesmo.
 
Última edição:
Ontem, o prefeito daqui fez um decreto que determina a suspensão das aulas da rede Municipal (Centros infantis, instituições parceiras e escolas Municipais de Ensino Fundamental) até o dia 30 de junho. Como está a questão das aulas nas cidades de vocês?

Aqui no extremo sul mineiro, tudo continua praticamente do jeito que começou, tudo suspenso sem ainda uma previsão
 
Gente, eu estava tentando (e falhando, miseravelmente) ler um trem em inglês que fala que o Coronavírus pode ser uma doença vascular. Eu não manjo dos paranauê da língua inglesa, mas parece que mais de 40% das mortes por covid-19 são fruto de complicações cardiovasculares. Por isso, pode ser que a doença seja uma infecção cardiovascular, e não puramente uma infecção respiratória. (Quem manja de inglês pode ler o trequinho e explicar melhor).

Parece que surgiram evidências de que o novo Coronavírus pode infectar vasos sanguíneos, o que explicaria a incidência de coágulos sanguíneos, derrames, ataques cardíacos e demais sintomas - da cabeça aos pés - que acometem pessoas contaminadas pelo vírus.

Eu fiquei meio confusa (por causa do inglês), mas parece que a ideia central do trequinho é a de que a covid-19 não é um vírus respiratório comum, é um vírus respiratório que ataca as células sanguíneas e circula pelo corpo. Ele começa a agir nos pulmões, e, quando resulta nas tosses, detona alguns vasos sanguíneos, ganha terreno, e se apossa das células endoteliais para causar pane no sistema.

Se (e bota "se" nisso!) ficar provado que a Covid-19 é uma doença vascular, há medicamentos que podem ajudar a proteger as células endoteliais. Se essa linha de estudo estiver correta, o tratamento mais eficaz contra a doença não seria necessariamente o de uma terapia antiviral, mas o uso de uma droga que possa estabilizar as células endoteliais.

Para quem, ao contrário de mim, se dá bem com a língua inglesa, vale a pena ler o artigo: Coronavirus May Be a Blood Vessel Disease, Which Explains Everything
 



A própria The Lancet reconhece a seriedade dessas questões:

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Ué, estou espantado: o pessoal que tava todo engajado na divulgação e discussão do artigo não deu nenhum tchumzinho sobre essa celeuma? Quase fico com a impressão que vão esperar o assunto voltar a ser favorável politicamente para se manifestar.... :hxhx:

Enfim, independente para onde a discussão for se encaminhar daqui para frente, para mim o episódio reforça a necessidade de ter uma postura, na divulgação científica, menos imediatista e menos movida por interesses políticos... Como disse anteriormente, não é sábio meramente sair reproduzindo o que o último artigo do momento disse, é preciso analisar como a comunidade científica vai recebê-lo e dar tempo ao tempo. Até porque, especialmente para quem não é da área, todo artigo bem escrito tende a passar uma imagem positiva sobre o trabalho em questão.
 
ontem saiu uma notícia dizendo que bolsonaro formalizou o pazuello como ministro interino da saúde e eu fiquei meio "oi? qual a novidade?". aí fui ler a notícia e entendi.

pode ser só "ah, é o que tá no papel", mas o fato é que o ministro ficou 19 dias informalmente no cargo, porque não tinha saído nada no diário oficial. o descaso é tão grande que estamos há 19 dias sem ministro da saúde e o interino só ocupou o cargo oficialmente agora.

e passamos dos 30.000 mortos.

está bem puxado, até porque não basta toda a incerteza envolvendo a pandemia ainda tem o clima político no brasil que está um cocô gigante. tem dias que fico bem de boa, lendo um livro ou fazendo faxina na casa, sei lá. aí ligo o computador e vejo o que as pessoas estão falando e bate um desânimo enorme.
 
Enfim, independente para onde a discussão for se encaminhar daqui para frente, para mim o episódio reforça a necessidade de ter uma postura, na divulgação científica, menos imediatista e menos movida por interesses políticos... Como disse anteriormente, não é sábio meramente sair reproduzindo o que o último artigo do momento disse, é preciso analisar como a comunidade científica vai recebê-lo e dar tempo ao tempo. Até porque, especialmente para quem não é da área, todo artigo bem escrito tende a passar uma imagem positiva sobre o trabalho em questão.

Você está correto.

Mas, ao mesmo tempo, o artigo em questão era mais um dentre vários outros apontando para a ineficácia da cloroquina. Então não é como se a coisa voltasse para a estaca zero. Até o momento, as evidências permanecem desfavoráveis. O artigo em questão fornecia um apelo adicional por dois aspectos: amplitude da amostra e sugestão de que a cloroquina não é apenas ineficaz (como outros estudos apontam), mas possivelmente prejudicial. Enfim, no que tange ao ônus da prova científica, a cloroquina permanece bastante distante de estar em posição de justificar alguma defesa de seu uso.

E por falar em artigos a respeito, surgiu outro, agora no The New England Journal of Medicine, cujos resultados indicam que a cloroquina não tem eficácia profilática contra a COVID-19. O artigo é um estudo controlado randomizado, considerado, em geral, o melhor padrão para esse tipo de investigação.

Link do artigo: A Randomized Trial of Hydroxychloroquine as Postexposure Prophylaxis for Covid-19
 
Vixe... Só pra piorar a situação.

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Mas o que o Fëanor disse acima continua valendo: há outros estudos menores que reforçam o ceticismo para com a cloroquina enquanto não há um só estudo a favor desse remédio contra a covid-19 (o único que havia também foi tirado do ar um tempo atrás para reavaliação etc.). Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
 
Como eu não consigo ficar sem apertar o botão de autodestruição, decidi rever Contágio, ontem. Não consegui continuar. Hoje, decidi tentar novamente, e estou na parte em que a personagem interpretada pela Kate Winslet fala: "Uma pessoa, em média, toca o rosto de duas a três mil vezes ao dia. De três a cinco vezes a cada minuto acordada." Preciso dizer que, antes que ela terminasse de falar, eu já estava tocando o rosto?
 

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