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[Novela] - Aliança de Fogo

Fernando Giacon

[[[ ÚLTIMO CAPÍTULO ]]]
*Atenção: não postar nesse tópico!

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Exibição: Terça, Quinta e Sábado.

Painel de Capítulos + Audiência

Média Mínima Requisitada: 8.0 pontos
Média Geral: 8.3 pontos


1ª Semana - [Média: 6.2 pontos]
[x]Capítulo 1: A Morte de Edgar
[x]Capítulo 2: Discussão no Velório
[x]Capítulo 3: Uma Surpresa no Hospital
2ª Semana - [Média: 7.5 pontos]
[x]Capítulo 4: Sem Eira nem Beira
[x]Capítulo 5: Telefonemas
[x]Capítulo 6: Escândalo no Aniversário
3ª Semana - [Média: 4.5 pontos]
[x]Capítulo 7: Domingo Tenebroso
[x]Capítulo 8: O Testamento
[x]Capítulo 9: Do Abismo ao Topo
4ª Semana - [Média: 8.3 pontos]
[x]Capítulo 10: Deixando o Lar...
[x]Capítulo 11: Corações em Transe
[x]Capítulo 12: Ressaca Moral
5ª Semana - [Média: 11.5 pontos]
[x]Capítulo 13: Expulsa
[x]Capítulo 14: Cartas na Mesa
[x]Capítulo 15: Noitada Agitada
6ª Semana - [Média: 8.9 pontos]
[x]Capítulo 16: Síndrome da Culpa
[x]Capítulo 17: Exército da Salvação
[x]Capítulo 18: O Passado Presente
7ª Semana - [Média: 8.8 pontos]
[x]Capítulo 19: Acerto de Contas
[x]Capítulo 20: Nova Fase, Nova Descoberta
[x]Capítulo 21: Barraco e Humilhações
8ª Semana - [Média: 9.6 pontos]
[x]Capítulo 22: A Casa Caiu!
[x]Capítulo 23: 19 de Janeiro de 2002
[x]Capítulo 24: Desaparecida
9ª Semana - [Média: 9.7 pontos]
[x]Capítulo 25: Histeria Coletiva
[x]Capítulo 26: A Casa de Prostituição
[x]Capítulo 27: A Virada da Maré
10ª Semana
[x]Capítulo 28: Tensão Total
[x]Capítulo 29: Eterna Aliança
 
[Capítulo 1: A morte de Edgar]

[Abertura da Novela]

Com as mãos no rosto, Clarisse Elian as esfregava na cara e chorava contidamente no cantinho de seu quarto pela morte de seu marido.

-Eu sinto muito senhora... Muito mesmo! – Diz a governanta Bel que havia entrado no ambiente com uma expressão abatida emocionalmente – Posso fazer alguma coisa pra ajudar? Talvez um chá, ou um remédio caseiro.

-Ah Bel... – Limpando o rosto com um lenço. - O que a gente pode fazer num momento como esse?

Num lapso de instante, as duas começam a ouvir barulhos de coisas sendo quebradas e ruídos que vinham do quarto de Beatriz. O espanto foi inevitável, e a correria também quando entraram e viram a menina quebrando tudo:

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-Bia, mais o que está fazendo?! – Colocando as mãos na cabeça.

-Pare com isso Beatriz!!! – Berra Clarisse – Parece que eu já estava adivinhando que você ia dar mais um de seus showzinhos pra chamar a atenção!!!

-Sai do meu quarto mãe!!! – Responde à altura: - Me deixe sozinha um pouco!

-Não fale assim comigo! – A mulher da dois passos e encara sua filha olhando nos olhos: - É assim que você demonstra maturidade perante ao que está acontecendo? Destruindo as coisas, quebrando tudo?!

-Dona Clarisse, eu acho que não é um momento apropriado para... – Bel é interrompida:

-É claro que é! – Sendo categórica – Essa menina não pode agora achar que só ela está sofrendo, e que...

-Você não gostava dele, não é mãe? – Dispara Beatriz com o rosto banhado em lágrimas.

Entre dentes, a mulher responde num tom baixo e suave, porém se segurando para não causar ainda mais transtornos:

-Desce dessa cama e vá tentar achar o seu irmão que saiu correndo pela rua pra Deus sabe onde. – Diz apontando o braço para a porta.

-Não vai me responder? – Insiste afrontando: - Pra quê responder se a resposta é tão evidente, não há uma pessoa que não perceba isso.

Num tom desprezível e concentrado de raiva, a mulher se posiciona com uma voz baixa e arrastada:

-É melhor... – Fazendo uma pausa para respirar e arqueando as sobrancelhas – Você sair da minha frente.

-É... Bia – Interrompe Bel, que estava apavorada com o clima que estava se instalando. - Vamos tentar achar o seu irmão na rua comigo? – Fala com olhar quase implorado.

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Clarisse permanece no local e recomeça a chorar. Estava anoitecendo, e ela precisava tomar providências com relação ao velório, e tudo o que envolvia seu marido. Diante de todas as informações que lhe foram passadas, estava intrigada com uma: quem era a mulher que estava junto no carro e que sobrevivera?
Durante à noite chegaram parentes e mais parentes vindos de Campinas, todos estavam dispostos a dar apoio e dar as condolências necessárias, mesmo que não sanassem dor alguma já era um verdadeiro abraço naquele momento tão triste. Frente à todos, mais uma vez Beatriz se mostrou incomodada e precisava demonstrar sua raiva de alguma maneira:

-De que adiantam flores se isso não irá trazer meu pai de volta, hein vó? – Diz em alto e bom tom entrando no meio do assunto à respeito dos arranjos.

Clarisse que havia visto essa cena, caminha com passos rápidos e de maneira discreta tira a menina do local e a leva para a cozinha:

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-Será que você não consegue perceber que todos já estão desconfortáveis o bastante? – Fala expressivamente. – Você tem que ajudar a sua mãe, e não se rebelar como se só você tivesse sofrendo nessa casa!

-Não parece que está sofrendo. – Balançando a cabeça negativamente com os braços cruzados – Não te vi chorar, não te vi entrar em desespero, nem nada disso.

-Você acha que todo mundo é descontrolada nem você? - Esperando alguma resposta – Eu já chorei muito naquele quarto hoje, e chorei sozinha e calada.

Aquela noite seria insuportavelmente longa, e todos sentiriam a dor das mais diversas formas até que chegasse a hora do velório no dia seguinte.
 
Última edição por um moderador:
[Capítulo 2: Discussão no velório]

Foi se ajeitando diante do espelho que Clarisse naquela manhã viu o que uma noite inteira de choro consegue provocar no rosto. Tratou de se vestir, e enquanto buscava seus óculos escuros, uma triste canção molhava o ambiente através de seu pequeno rádio relógio.

[Tema de Clarisse Elian]

Estava exausta, saiu sem olhar para aquela imensa cama. No corredor se depara com Bel se retirando do quarto de Bia:

-Ela já está pronta? – Com uma voz apática.

-Disse que vai arrumar o cabelo e já está descendo – Completa.

-E onde está o Fábio?

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-Ele disse que ia até a cozinha ver se conseguia comer alguma coisa – Olha com pena para ela e retoma com o máximo de cuidado possível: - A senhora conseguiu dormir?

-Não, eu não consegui. – Passando a mão no rosto.

-Bom senhora, eu vou ver se ele está precisando de alguma coisa, com licença. – Deixa o local e desce as escadas rumo à copa.

Em meio a conversas com altas doses de sentimentalismos, finalmente todos entram no carro e rumam ao cemitério do Morumbi, inclusive Beatriz que praticamente estava indo pra ver se assim sua mãe ficava um pouco mais calma e tranqüilizada. O cenário ao chegarem não poderia ser diferente: pessoas e mais pessoas bloqueavam a entrada. A família se misturava a um mar de indivíduos ligados ao trabalho de Ed e sua importante corretora, até que presença de um deles chama a atenção:

-Era com a senhora mesmo que eu queria falar! – Diz Alencar Amaral, o principal investidor da empresa que abria espaço para conseguir ser notado – Onde está seu advogado? Precisamos falar sobre a sucessão e tratar urgentemente da papelada.

-Isso não é assunto pra tratarmos aqui, nesse local. – Rebate ela em um tom quase imperceptível.

-Não me venha com desculpas! – Erguendo o volume da voz gradativamente – A senhora sabe muito bem do que eu estou falando, e sabe também o impacto que isso tudo causará se não for resolvido – Todos se voltam para os dois.

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-E o quê você quer? Quer que eu pegue os papéis e assine em cima do caixão?! – Ironiza Clarisse num volume suficiente para ser ouvida por dezenas de pessoas.

-Debocha bastante mesmo, deboche mais! – Faz uma pausa para olhá-la e encará-la – Eu quero ver até onde vai a sua arte de ironizar as situações quando a casa começar a cair.

-Cala essa boca Alencar! – Grita – Você não tem respeito com ninguém? Não respeita meus filhos e a minha família?! - Se indignando.

-Respeito não paga as minhas e nem as suas contas! – Se posicionando de maneira agressiva.

Em meio ao ocorrido, a massa de gente vestida em negro ainda cultuava o vazio. O vazio de não saber o que pensar e o vazio de apenas chorar pelo inevitável. Nada foi pior que ser enterrado às pressas, já que o corpo estava exalando os mais diversos odores devido à gravidade do acidente na Rodovia dos Tamoios. Com o fim de tudo aquilo, Bel pode consolar plenamente Fábio, e apoiados num banco próximos a uma videira, avistavam Clarisse e o advogado da família, Denis Andrade andando pelo jardim.

-Aparentemente a senhora não se desesperou como achei que iria fazer – Diz o advogado meio que perplexo.

-Não sou de chorar em público... Também tenho que ser forte para meus filhos, que precisam de mim invicta nesse momento – Olha com intensidade para ele: - No fundo eu estou apodrecendo.

-E o que foi aquela discussão com o Alencar?

Clarisse estava dispersa, totalmente desligada. Havia parado de ouvir, até que num estalar retoma com algo que tinha se lembrado:

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-Denis! – Entra em sua frente e o encara: - Precisamos saber em que hospital está internada aquela mulher que estava com ele no carro. – Tira os óculos e continua: - Não quis colocar isso tudo em alarde, e fiquei até surpresa de ver poucas pessoas me perguntando sobre isso.

-Eu já verifiquei, e me parece que ela foi para o Hospital das Clínicas.

-Pois é pra lá que nós vamos amanhã de manhã.
 
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[Capítulo 3: Uma surpresa no Hospital das Clínicas]

[Abertura da Novela]


Pacientes pelos corredores, gemidos e muita confusão. Assim era a cena de uma das recepções do Hospital da Clínicas. Clarisse estava se sentindo ainda pior, mais precisava de respostas daquela que poderia dar algum sinal do que realmente havia acontecido. Para a surpresa dos dois, o nome dela havia sido liberado para visita ao leito onde se encontrava a vítima. Seu nome era Suzana Mendonça, e sob poucas lesões e alguns machucados, escapou por pouco quando o carro em que estava com Edgar se chocou lateralmente com um caminhão da via oposta. Os dois subiram, andaram pelo corredor em busca do quarto, até que se topam com a porta da referida. A pressa da madame Elian era tanta, que apenas deu um leve toque e já se jogou quarto adentro. Sem remediar chamou:

-Suzana... Sou eu, Clarisse.

Suzana estava de lado na cama, não conseguindo a ver de imediato, mas assim que se virou foi logo dizendo:

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-Eu sabia que você iria vir aqui. - Olha para as poltronas e sugere que os dois se sentem.

-Não, nós viemos aqui só perguntar algumas coisas e já vamos nos retirar – Diz Clarisse na mais tranqüila paz.

-Mas nós temos muito o que conversar, e eu também tenho muita coisa pra esclarecer.

-Que coisas você tem pra esclarecer? – Franzi a testa.

-Sei que não é um momento oportuno para isso, mais eu e seu marido... – Faz uma longa pausa e não consegue retomar.

-O que têm vocês? Você era alguma encarregada, uma espécie de secretária pessoal, responde pra mim! – Não conseguindo esconder mais seu nervosismo.

-Nos tínhamos um caso – Sendo cautelosa nas palavras – Mais eu quero que você entenda tudo pra que...

-Já entendi, entendi tudo. – Começa a abrir a sua bolsa e a mexer em sua carteira – É dinheiro que você quer?

-Você escutou o que eu disse? - Tentando ser ouvida.

-Não me interessa! – Se aproximando da cama começa a concretizar uma ameaça – Até que a perícia do acidente seja concluída, eu quero ficar de olho em você, pois se você tiver algum dedo nisso tudo, pode ir se preparando para passar o resto dos dias em uma penitenciaria!

-Mais o quê que é isso Clarisse? - Sendo tomada por uma profunda indignação – Não é nada disso que você está imaginando não! – Defendendo-se.

-Você matou meu marido não foi? Que tipo de golpe você estava planejando? – Arregala o olho num completo estado de ódio e nervos – É melhor confessar e começar a se preparar pra...

-Quem matou ele foi você! – Diz Suzana se levantando da cama e encarando-a frente a frente – E matou ele de desgosto! – Empinando o nariz o máximo que podia.

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Sem pensar duas vezes, Clarisse pega um copo com água que estava reservado em cima de uma mesinha próxima a janela, e joga na cara da oponente como se estivesse expulsando o anticristo daquele quarto de hospital. Denis tentou acalmá-la, mais não conseguiu frear o imenso descontrole:

-Eu não sei quem é você, nem de onde veio... – Suzana passava a mão no rosto para se secar – Mais fique sabendo que eu não acredito em nenhuma palavra sua, e também está na cara que você não faz a mínima idéia do que é um matrimonio, uma família e uma casa. – Molha os lábios e respira – Meu marido era um homem digno, pai responsável e um exemplo de conduta! – Estufa o peito e se emociona.

Clarisse a olha com pena e se dirige até a porta com Denis, que naquele momento estava completamente confuso, porém Suzana não perde a oportunidade de atacar:

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-Não adianta fugir da verdade! Eu vou atrás de você, e você vai ter que me escutar.

A mulher deu de ombros e começou a caminhar em direção ao elevador.
 
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[Capítulo 4: Sem eira nem beira]

[Abertura da Novela]


Uma semana havia se passado desde o terrível acidente na Rodovia dos Tamoios. Clarisse tentava se acertar com seus pensamentos e lembranças, porém o mesmo não acontecia com a sua suposta sucessão na empresa, e teria que ocupar esse cargo até que o testamento fosse validado com todas as clausulas. Mais afinal o que acontecerá com esse manuscrito? Denis havia dado o prazo de pelo menos uma semana até que todo o inventário fosse revisto e as testemunhas chamadas perante ao juiz, já que essa tarefa não havia sido entregue a ele pelo simples fato de Edgar ter dividido responsabilidades para outros advogados. Até que esse momento chegasse, cada um tentava superar as dores das mais diversas maneiras. Fábio se enfiou de cabeça nos estudos da faculdade de administração, enquanto que Bia continuava sem chão. Numa das noites resolveu que precisava sair, necessitava se desligar daquela casa e de tudo o que lembrava seu pai. Chamou um táxi, e se dirigiu para o um bar local no Itaim.

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Enquanto isso ocorria, Suzana finalmente chegava em seu apartamento na Barra Funda. Havia sido liberada do hospital, e já podia voltar a sua rotina normal. Mas não era isso o que ela queria. Estava pensativa e com várias idéias na cabeça, e uma delas era fazer Clarisse enxergar a verdade de uma vez por todas, literalmente esfregar tudo em sua cara. Precisava ser cautelosa, e reunir provas que a fizesse triunfar perante a esse episódio.

Na casa dos Elian, a desconfiança já começava a planar pelos ares, e Bel não conseguia se conter:

-Fabinho... – Batendo na porta e empurrando – É impressão minha ou sua irmã saiu escondida? Não que isso fosse da minha conta, mas é que eu me preocupo com ela, você entende, não entende? – Passando uma mão contra a outra.

-Não sei Bel... Eu estava aqui estudando... Não vi!

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-Meu Deus! Sua mãe está uma pilha de nervos, ela não pode nem sonhar que a Bia no estado que está, tenha saído por aí!

Como num passe de mágica, coincidentemente Clarisse passa no corredor e escuta o que tinha sido dito. Não demorou pra entrar no quarto e se atirar na conversa:

-O que aconteceu com a Beatriz? Onde está ela?! – Aparentando nervosismo.

Uma, duas, três, quatro, cinco horas após Bia ter saído, eis que a maçaneta da sala gira, e surge uma criatura tropeçando entre os sapatos e se esbarrando nos móveis. Estava completamente embriagada, o que surpreendeu Bel, que a estava esperando deitada no sofá:

-Menina Bia... Mais o que foi fazer?! – Levando aos mãos ao rosto.

-Faz pra mim... Ai... Minha cabeça! – Reclama a garota.

-Venha, eu vou lhe ajudar – Segurando-a para que não caísse.

Quando já estavam quase subindo as escadarias, Clarisse surge por de trás de uma parede e perde a paciência subitamente:

-Então é dessa maneira que você resolve seus problemas? – Engole um pouco de saliva – Não lhe dá vergonha fazer esse papelzinho ridículo?

-Você ta nervosinha mamãe? – Debochando e colocando a mão na boca para não rir – Eu vou cantar... Cantar uma musiquinha pra você ficar feliz. – Clarisse só observava – Barra mantei... manteiga na teta da nega... Na teta, na teta, na teta! – Se descontrola numa deliciosa gargalhada.

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-Já chega de palhaçada Beatriz!!! – Berrando e se exaltando.

-Senhora, por favor... Ela não está bem! – Diz Bel intervindo.

-Claro que não está bem! – Aponta o dedo para a filha – Está bêbada!

-Eu num to não... Tô só felizinha mãezinha! – Começa a rir – Não gosta de porre?

-Abusada! – Aponta o dedo para o teto - Deus, o nosso Senhor, ele está nesse momento chorando de desgosto por ver o que se tornou a sua filha tão amada, e o seu pai também!

-Dona Clarisse, eu acho melhor conversarem amanhã, ela não está em condições de ouvir nada... Vou levá-la pra cama, ou tentar dar um banho nela.

Finalmente o dia tinha terminado... Ou seria começado?
 
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[Capítulo 5: Telefonemas]

[Abertura da Novela]


Sentada no balcão da cozinha com as mãos na testa, Clarisse observava Bel aprontar o café da manhã que estava composta por todas as coisas possíveis, de pães à apfelstrudel, mas isso não estava conseguindo chamar a atenção dela. A governanta não perde tempo e puxa uma cadeira para ter uma conversa com a patroa.

-Sei que está triste, e também cansada – Coloca suas mãos sob a dela e olha de maneira gentil para seus olhos – Mas tem que ser forte, e ter total controle, pois seus filhos dependem da senhora.

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Nesse instante Beatriz entra na cozinha de pijama sem olhar para ninguém, abre a geladeira, pega uma grandiosa jarra de suco e começa a despejar num copo de plástico. Clarisse desvia o olhar para a menina e questiona:

-Abre a geladeira e pega suco, como se nada tivesse acontecendo né Beatriz?

-Você tem ódio de mim mãe? – Diz tirando o copo da boca.

No quarto, Fábio parecia estar apreensivo ao telefone, e a todo o momento dava uma espiadela perante o corredor para ver se não vinha alguém.

-Eu não posso falar agora. – Sussurrando e enrolando o fio do aparelho – Na faculdade eu te entrego.

-Do quê você tem medo? – Dizia a voz do outro lado da linha.

-Não tenho medo. – Olha para a janela em direção a piscina – É só que... Olha, depois a gente se fala. – Se despede e coloca o telefone na base.

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Enquanto isso os ânimos esquentavam na cozinha:

-Não mudemos de assunto! – Diz Clarisse começando a se alterar – Eu tenho certeza de que aquela sua amiga, a Flávia, é que faz a sua cabeça pra que você beba e cometa essas coisas! – Batendo no balcão como quem concretiza algo.

-Ai... – Desabafa e passa as mãos no cabelo – Que Flávia? De onde é que você tirou isso?!

-Que vergonha meu Deus, que vergonha! – Completa o diálogo sem escutar, porém mostrando toda a sua desaprovação e desgosto. – Depois você vêm me cobrar para que eu te trate assim como trato o Fábio, não é?

-Sempre fez questão de demonstrar que gosta mais dele. – Dá de ombros.

-A questão não é essa. – Balançando a cabeça – Seu irmão nunca me desrespeitou e também nunca me escondeu nada. – Observa a menina fixamente – Agora você... Sempre fazendo questão de me desafiar.

-Dona Clarisse... – Bel chama da copa – Telefone pra senhora... É a secretária do seu Edgar, a Alice.

Respirando e contando os passos, catou o aparelho e tentou transparecer o máximo de simpatia possível:

-Alô, Alice? Oi... Como vai?

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-Aqui é Suzana Mendonça. – Clarisse havia ficado congelada – Me diz um lugar pra gente conversar a sós.

A mulher não conseguia responder. Não estava conseguindo raciocinar direito, e o silêncio permanecia na linha até que:

-Você ficou surda? - Tosse – Não está ouvindo o que eu estou falando?

-Escuta aqui sua bandida! – Falando baixo, porém extremamente nervosa – Como você conseguiu esse número? – Respira fundo e olha para os lados para se assegurar de que ninguém estava por perto. – Eu vou colocar a polícia atrás de você sua chantagista barata! – Bate o telefone no gancho.

-Senhora... – Diz Bel colocando a mão em seu ombro, o que fez com que ela se assustasse –Tá tudo bem? – Vendo o rosto vermelho da patroa – Está passando mal?

-Não... Não, eu estou bem.

-Eu não sei se você se lembrou, mas amanhã é o aniversário do Fabinho, e estava pensando em fazer um bolo e chamar os amigos dele, ou talvez a senhora queira chamar uns parentes – Dando uma pausa para respirar – O seu Ed jamais deixou de comemorar isso com eles, acho que seria justo, não?

A patroa faz um sinal positivo e se tranca em seu quarto, deixando a governanta extremamente preocupada.
 
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Capítulo 6: Escândalo no aniversário

[Abertura da Novela]


Um sábado nublado se revelava. Clarisse se levantou rapidamente e correu para a cozinha. Bel já estava confeitando o bolo e terminando de fazer algumas de suas delícias. Mesmo que o ambiente não fosse propicio para se realizar uma festa, as duas decidiram que isso não iria passar em branco, que pelo menos alguma comemoração pequena haveria de ter. O combinado foi aprontar tudo antes que Fábio retornasse de sua aula de violão. Todos estavam avisados, amigos, parentes próximos e até mesmo Bia estava armando essa agradável surpresa para a hora do almoço. Por volta de quinze pro meio-dia, todos sumiram da casa e ficaram escondidos no cômodo dos fundos, atrás da piscina. Fábio olhou a casa toda em busca de alguém. Decidiu então ir até lá fora, e ao chegar no deck se deparou com balões coloridos na parte externa.

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-Parabéns!!! – Todos gritaram num coro uníssono quando o garoto deu as caras.

Havia ficado totalmente envergonhado, chegando a colocar as mãos no rosto. Em meio ao falatório e cumprimentos, Clarisse resolve tomar a palavra e a dizer algumas coisas para todos:

-Queria agradecer todos aqui presentes, e também dizer algumas coisas – Olha para seus filhos – Sei que não é momento para festas, nem nada disso! – Engole a saliva – Mas acho que o Ed, ficaria contente e feliz ao ver isso aqui, já que ele jamais deixou de passar um aniversário de nossos filhos em branco... Ele sempre fez questão de comemorar a vida, portanto... – Clarisse é interrompida com aplausos de uma pessoa que se adentra ao local:

-Emocionante! – Diz Suzana que entrava no salão aparentemente muito tranqüila e sorridente.

Todos ficam calados, sem entender quem é aquela mulher. Em seguida Bel, que havia deixado ela entrar, completa a cena:

-Não é ótimo dona Clarisse? Até sua amiga veio! – Abrindo um prestimoso sorriso de contentamento.

-Não vai me dar um abraço? – Diz Suzana se aproximando da terrível face de raiva da madame Elian.

-Eu ia te procurar e nos íamos conversar! – Responde quase que de boca fechada, entre ruídos para que ninguém notasse algo estranho.

Ignorando completamente o que tinha sido dito, Suzana resolve se dirigir até Fábio e lhe entregar um presente.

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-Fábio! – Mostrando uma expressão esplendorosa – Aqui está – Estendendo a mão para entregar – Não é grande coisa, mais eu tentei comprar de acordo com o que sua mãe me orientou – Desvia um olhar malicioso para rival que estava do outro lado do salão.

A viúva estava assistindo aquilo tudo de longe, e estava se segurando pra não acabar fazendo uma loucura. Não era de seu feitio se conter, porém em lapsos de segundos imaginou que dentro daquela caixa poderia estar algum tipo de truque ou tramóia. Contou, respirou e no final das contas não se agüentou. Saiu em disparada cortando e empurrando todo mundo no percurso:

-Você não vai presentear ninguém, me dá isso. – Diz a mulher entrando no meio e puxando o pacote para si.

-Como que eu não vou presentear? – Se defendendo e segurando firmemente – Eu comprei, eu escolhi, então eu tenho o direito de dar!

-Pro meu filho você não vai dar nada! – Arregala o olho e puxa o pacote – Solte essa caixa!

Os convidados estavam assistindo ao que mais parecia um episódio de duas leoas brigando por causa de um pedaço de carne, ou seriam duas crianças por causa de um chocalho? Dali em diante ninguém entendeu mais nada, pois as duas começaram a falar junto e em alto tom de voz.

O intenso cabo de guerra fica ainda pior quando começam a rodar o salão com a finalidade de alguém sair vencedora, porém as duas caem no chão. Suzana bate a cabeça no balcão, e Clarisse perde o equilíbrio e acaba empurrando a mesa de comes e bebes, fazendo tudo desmoronar. Bia era a única que não conseguia parar de rir. Todos ficaram sem reação, especialmente Fábio e Bel, que não estavam entendendo nada.

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-Eu... Não estou bem. – Se levantando e olhando para o estrago – Vocês podem continuar... Vou subir e vou me deitar. – Olha para Fábio – Me perdoe meu filho, perdoe sua mãe!

Os comentários eram os mais diversos, de uma possível insanidade à até mesmo a possessão de algum espírito maligno. Suzana saiu em seguida, calada e sem ser notada.
 
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Capítulo 7: Domingo Tenebroso

[Abertura da Novela]


Ainda na cama, Clarisse estava ouvindo seu celular tocar. Estendeu o braço até o criado mudo e atendeu:

-Alô? – Com a voz rouca.

-Clarisse? É Denis... Eu te acordei?

-Sim, mas eu já ia me levantar – Diz saindo da cama e calçando os chinelinhos – Esse número seu é novo?

-Não, eu o tenho a bastante tempo, esse era o meu número de conexão direta com o seu Edgar – Dá uma pausa e respira – Bom, eu liguei justamente pra falarmos disso.

-O quê aconteceu? – Se olhando no espelho do banheiro.

-Possivelmente amanhã seremos chamados até o cartório local e depois iremos ao Tribunal ficar frente a frente com o Juiz, onde serão apresentadas as testemunhas dos documentos.

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Enquanto o advogado explicava todos os processos burocráticos, Bel estava no quarto de Fábio colocando todas as roupas passadas no armário, até que avistou no fundo de uma gaveta algumas coisas estranhas e a reação foi de perplexidade e também falta de entendimento sobre aquilo. O garoto sai do banho e se exalta em nervosismo:

-O que você está fazendo??? – Corre e fecha com toda a força as portas do roupeiro.

-Eu... Eu fui... – Olhava para o chão e buscava palavras.

-O que você viu? – Observou a expressão da pobre senhora e retomou: - Jamais fale disso com a minha mãe Bel... Ou com qualquer outra pessoa que seja, entendeu?

-Mas o que está fazendo Fabinho? – Uma lágrima corria de seu rosto – Eu não estou te reconhecendo mais.

Os dois começam uma longa conversa de portas trancadas. Trancada também estava a porta de Beatriz, e era para ela que se dirigia Clarisse que não tardou em bater:

-Beatriz abre essa porta! – Sendo seca.

A menina abre e continua falando com sua amiga no celular:

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-Nossa, eu acho ele muito gostoso amiga! – Ri e mexe no cabelo.

-Me dá isso aqui. – A mulher arranca o aparelho da menina e atende sem ao menos saber quem estava na linha – São pessoas como você que estragam a moralidade de minha filha! – Desliga.

-Mãe você está ficando louca?! – Indaga e insiste – O quê ta acontecendo?

-Bom... – Ignora o que tinha sido dito – Só vim avisar que possivelmente amanhã iremos todos pro cartório pra reconhecermos o testamento - Olha com uma expressão de desgosto para a filha e sai do ambiente batendo a porta.

Finalmente o grande dia havia chegado, e todos estavam bastante apreensivos naquela saleta escura, tão escura que necessitava de luzes ligadas mesmo durante o dia. A viúva e seus filhos ocupavam as primeiras cadeiras daquela grande mesa, e Denis ao lado para dar todo o suporte necessário. Em meio à intensa espera, eis que Suzana Mendonça ultrapassa os limites da porta e se aproxima. Clarisse é a primeira a se dar conta, e com um rosto retido em ódio grita dali mesmo:

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-Mais o quê essa ordinária está fazendo aqui? – Todos olham para a cara da intrusa.
 
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Capitulo 8: O testamento

[Abertura da Novela]


A situação estava começando a ficar insustentável naquela pequena sala mesmo com a entrada de advogados e até mesmo do Juiz. Demorou vários minutos até que as duas parassem de trocar acusações levianas. Olhares nervosos transcorriam a sala. Bia roia as unhas, e Fábio olhava fixamente para a mesa.

-Começo então, a ler as palavras de Edgar Elian Corrêa para os referidos nesse documento formulado em 12 de Setembro de 2007. – Dizia o meritíssimo que reproduzia tudo da mesma forma deixada por ele.

“Deixo aqui todas as minhas mais sinceras vontades, e gostaria que fossem cumpridas no rigor da legislação. Para meu filho Fábio Elian Corrêa, deixo 25% de toda a Corretora Jardim Planalto, tal como 50% da Chácara de Botucatu. Deixo igualmente para minha filha Beatriz, pois essas são minhas maiores riquezas em valores. Para minha esposa, deixo a nossa casa no Morumbi, juntamente com os carros. Gostaria que sucessão na empresa fosse tomada por Suzana Mendonça Neves, na qual sempre depositei meus mais sinceros votos de confiança para tal cargo.”

O silêncio havia invadido aquele local, até que a curiosidade de Bia se desprende:

-Eu não entendi... Mais e os outros 50% da Corretora?

-Segundo os dados que levantei com os advogados financeiros aqui presentes, a outra parcela corresponde aos investidores e acionistas, portanto não podem ser repassados como herança. – Faz uma pausa para respirar – Alguém tem mais alguma pergunta?

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Clarisse olha para Suzana e dispara para estragar os planos da rival:

-E desde quando uma amante recebe posse de alguma coisa? – Olha para o Juiz – É isso mesmo o que vocês estão ouvindo, pois essa tal aí era amante dele, e pelo o que sei, concubinato não dá o direito e não existe reconhecimento de porcaria nenhuma – Exaltando-se.

-Dona Clarisse... – Prossegue o Juiz – No caso desde documento, a senhora Suzana é reconhecida como sucessora, até pelo fato dela ter feito sociedade com o senhor Edgar durante anos. – Denis havia ficado de boca aberta juntamente com Fábio e Beatriz.

A mulher havia ficado sem palavras, sem chão e seguia a mesma expressão que a maioria das pessoas presentes naquele local.

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-Você reparou o que você acabou de fazer? – Diz Suzana do outro lado da mesa – Seus filhos poderiam estar saindo daqui nesse momento sem nenhum constrangimento ou receio da figura do pai maravilhoso que eles tinham. – Olha com pena para Clarisse – Mais você... Não perde a oportunidade de tentar destruir as pessoas, não é mesmo? – Faz uma pausa - Seu orgulho fere até mesmo pessoas de seu sangue.

-Não me venha bancar a vítima! – Segurando uma caneta como quem fosse enfiar na garganta da oponente. – Você é a única culpada da ruína dos pilares de minha família, e o que mais que você quer agora?

-Eu tentei lhe procurar várias vezes pra quê nós pudéssemos ter uma conversa. – Rebate Suzana – Mais você não me escutava, só me acusava de coisas sem sentido... Eu também amava aquele homem, Clarisse! – Se emocionando – E eu nem pude ir ao enterro dele - Abaixa a cabeça e começa a chorar.

-Eu não tenho mais nada pra fazer aqui – Diz pegando sua bolsa e indo em direção a assinatura que deveria dar, juntamente com seus filhos, que não poderiam estar mais tristes.

De longe Bia era a que mais preocupava, ao se levantar levou as mãos ao rosto e num misto de choro e ódio se retirou do local.

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Denis veio dirigindo o carro de Clarisse na volta, por alegar que a mulher não tinha condições de realizar tal tarefa. O silêncio assustava o coração do advogado, pois nenhum dos três abriu a boca, ou fez se quer algum questionamento, porém sabia que essa bomba relógio tinha prazo para explodir: quando ele os deixasse em casa.
 
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[Capítulo 9: Do abismo ao topo]

[Abertura da Novela]


Assim que Bel escutou o carro roncando dentro da garagem, tratou de largar tudo o que estava fazendo para sanar sua imensa curiosidade sobre o que tinha acontecido no cartório.

-Como é que foi lá Fabinho?! – Quase dando pulos – Deu tudo certo?

O menino passou de cabeça baixa sem ao menos notá-la. Na seqüência entram Clarisse e Bia que como sempre não estavam se entendendo:

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-Eu fiz isso pra proteger vocês dois, pra que não chegassem perto daquela mulher mentirosa! – Diz discursando em um tom quase célebre.

-E adiantou o quê mãe? – Com os olhos cheios de lágrimas – Me explique, como essa sua tentativa ajudou alguém? – Aumenta o tom de voz – Agora a verdade está aí... Pra todo mundo ver!

-Você não pode achar agora que aquilo tudo que ela disse é verdade, não é? - Mostrando uma feição de pouco caso – Pelo amor de Deus, o seu pai não ia fazer uma coisa dessas com a gente!

-Não é melhor encarar a realidade de uma vez? – Questiona a garota.

-Realidade? – Franzindo a testa - Você prefere acreditar numa vagabunda qualquer e manchar a memória de seu pai, é isso?!

Bel estava começando a entender do que tudo se tratava sem ao menos perguntar alguma coisa. No quarto, Fábio desabafava ao telefone com alguém.

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-Eu acho que vou aceitar aquele convite seu. – Coça a testa e alinha os óculos – Talvez essa seja a melhor hora pra isso.

-E se alguém desconfiar de algo? – Falava a voz em meio a ruídos.

-Não, ninguém vai desconfiar... Já me assegurei disso.

Na corretora, Suzana chegava ao escritório de Edgar e com os olhos marcados pela emoção foi logo se sentando em sua cadeira. Passou a mão delicadamente sob a mesa, e encostou a cabeça levemente, como quem queria sentir algo. Mais tarde, a mulher iria fazer uma reunião e se pronunciar oficialmente perante aos envolvidos mais próximos.

-Então você vai ser a nova sucessora? – Dizia Alencar Amaral, que entrou repentinamente sem pedir licença e num tom totalmente interesseiro.

-Oi... – Dando um risinho sem graça – Sim, mas eu ainda preciso convocar uma reunião... Você é?

-Alencar Amaral. – Oferecendo sua mão para um cumprimento sensato.

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No dia seguinte, uma surpresa estava sendo preparada para Clarisse e as pessoas da casa. Fábio decididamente estava de malas prontas para deixar tudo aquilo ali. Passou pelos quartos e não viu ninguém, porém ao chegar à sala de jantar avistou sua mãe tomando café e logo foi se declarando.

-Eu vim me despedir mãe.
 
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[Capítulo 10: Deixando o lar...]

[Abertura da Novela]


A viúva larga a xícara e faz uma expressão de desentendida:

-Você veio o quê?! – Se levantando da cadeira. – Se despedir?!

-Sim mãe, lembra daquele meu amigo que tem um flat perto da faculdade?

-De novo essa história sem cabimento? – Reprovando com olhares nada satisfeitos. – Aqui você tem seu quarto, suas coisas! Juro que não entendo o que lhe motiva a fazer uma coisa dessas!

-Lá eu vou ficar perto dos meus amigos, e também... – É interrompido.

-Não!!! - Grita Clarisse – Não, e está decidido!

Bel assistia tudo isso à distância, e resolveu dar uma força ao menino.

-Dona Clarisse, vai ser bom pra ele e pros estudos nesse momento, e também ele já conversou isso com a senhora.

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-Como que já conversou Bel??? – Gritando e indo pra cima da governanta com gestos – Como que esse menino traumatizado pode morar com outro desequilibrado?

-Mas você nem o conhece mãe! – Se posiciona o garoto.

Bia surge no ambiente e coloca ainda mais fogo na situação.

-Pois eu acho que o maninho está certíssimo! – Colocando as mãos na cintura e abrindo um sorriso sarcástico.

Depois de uma dose considerável de drama, Clarisse finalmente cede ao pedido com seu coração dando urros de dor. O menino resolveu sair pela porta dos fundo, e passando pela cozinha quando Bel o chama baixinho:

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-Pelo amor de Deus menino Fábio! – Largando o guardanapo – Tome muito, mais muito juízo nessa cabeçinha! – Abraçando-o.

-Lembra do que combinamos, não é? - Coloca as mãos no rosto da pobre senhora – Eu preciso muito da sua ajuda!

Na sala de jantar a discussão recomeçava entre mãe e filha:

-Você tem que ficar do lado de sua mãe num momento como esse, e não causar ainda mais tumulto! – Diz ela dando um aviso.

-Eu já não sei de mais nada. – Fazendo sinal negativo com a cabeça – Já não sei mais em quem acreditar depois de tudo isso.

-Como tem a coragem de duvidar de sua própria mãe?!

-Eu acreditava no papai, e veja só o que aconteceu... – A menina sai e a deixa plantada ali mesmo.

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A mulher fica desolada... Sem chão. Não pensou duas vezes em telefonar para Denis, precisava muito conversar com ele, desabafar. Naquele momento ele parecia a única coisa que Clarisse tinha. Algo verdadeiro e confiante:

-Alô, Denis... Tem como você vir aqui em casa, ou a gente se encontrar? – Fala em tom aflito.
 
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[Capítulo 11: Corações em transe]

A madame Elian que já foi tida como fortaleza de esperança, estava em frangalhos. Não tinha seu marido por perto, nem seu filho, e agora Bia estava desconfiando de seu caráter, sem contar as inúmeras afrontas vindas de Suzana. Havia ido a um restaurante no começinho da noite pelas redondezas mesmo, e esperava Denis com ansiedade.

-Dona Clarisse... A senhora está bem? – Surge por de trás dela.

Com as mãos no rosto, e sem olhar para ele, rebate:

-Minha vida tá acabada... Tá tudo caindo e desmoronando – Se vira para ele – O Fábio saiu de casa e minha filha agora desconfia de mim.

-Eu não sei o que dizer senhora. – Argumenta e se senta à mesa.

-Me chame de Clarisse, por favor. Você é digno de chamar meu nome, e eu confio em você Denis. – Aproxima sua mão da dele. – Você tem sido um grande apoio nesse momento tão difícil em minha vida – Olha profundamente em seus olhos e dá um lindo sorriso – Obrigada!

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Sem que ela percebesse, o advogado havia ficado com as pernas bambas. Não sabia o que dizer, nem o que fazer. Apenas permaneceu quieto. Contudo a conversa fluiu normalmente por noite adentro.

Nesse mesmo instante Fábio estava tremendo e não conseguia tocar a campainha do apartamento de Gabriel. O garoto havia ficado o dia todo andando pela cidade com suas coisas, pois lhe faltava muita coragem para fazer o que realmente gostaria. Lá dentro, um poderoso som chacoalhava a porta e uma linda canção estremecia seu coração. Fechou os olhos e viajou por alguns instantes, até que recebeu uma mensagem de texto.

[Tema de Fábio e Gabriel]

“Se você chegar e só entrar ok? Destranquei a porta e vou tomar um banho.”

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Entrou com cautela, largando suas coisas num cantinho da sala e indo em direção ao banheiro. Parou diante da porta entreaberta e abriu um concreto sorriso ao vê-lo debaixo daquele chuveiro.

-Posso tomar banho contigo? – Dizia Fábio meio constrangido, porém arriscando-se em seu desejo muito particular.

-Vêm cá. – Rindo – Aposto que deve ta pensando um monte de bobeira. – Gabriel caia na gargalhada.

-Eu? – Fábio entra debaixo de toda aquela água e fecha os olhos – Tava precisando de um banho – Desabafava.

-Só de um banho que você estava precisando? – Questionava o rapaz que estava fazendo uma expressão bem safada.

Os dois se aproximam e começam um longo beijo cheio de carícias perante o vapor do ambiente. Pós banho, resolvem continuar matando a imensa saudade no sofá da sala. Os corpos ainda quentes se misturavam naquela escuridão dentre mordidas e sussurros.

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-É desse jeito que você gosta? – Dizia Gabriel que o prendia.

-Seu safado, você gosta de me castigar! – Ria o menino.

-Também, mas gosto de cuidar de você... De te proteger. – Passando levemente a mão em seu rosto.

Na casa dos Elian, Bel estava aflita e sem saber o que fazer. Os gritos vindos do quarto de Beatriz acusavam uma suposta farra que não iria terminar bem. Mais o que ela deveria fazer? Chamar alguém? Telefonar para a polícia? Decididamente a pobre velhota tinha perdido o controle da situação, e para sua desgraça o celular de Clarisse estava desligado.
 
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[Capítulo 12: Ressaca Moral]

[Abertura da Novela]


Tudo estava girando, e o ar parecia um bocado enjoativo. Clarisse estava olhando para o chão e não conseguia reconhecer o lugar. Haviam quadros e espelhos por toda a parte, misturadas com uma decoração bem duvidosa. Os olhos estavam entreabertos, e também insaciados pela luz que entrava pela fresta da cortina. Estava em um motel, e Denis estava roncando do outro lado da cama.

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-Meu Deus!!! – Coloca as mãos na cabeça – O que foi que eu fiz?! – Acordando-o

-Dona, é... Quero dizer, Clarisse... Eu não... – Dizia o advogado que havia acordado e tentava vestir sua cueca às pressas e sem fôlego para arranjar alguma resposta.

-Isso não podia ter acontecido, não podia! – Tentando se vestir o mais rápido possível.

-Fique calma, a gente bebeu um pouco e isso é normal... Eu acho. – Pensando na besteira que tinha acabado de dizer.

-Normal? – Se vira para ele – Você acha isso tudo normal?

-Não foi isso o que eu quis dizer... Tente entender, e veja a situação em que... – É interrompido.

-Olha, já chega de conversa! – Calçando seus sapatos – Eu preciso ir embora desse lugar, preciso sair daqui!

-Clarisse, espere!

No escritório da corretora, Suzana era surpreendida por Alencar Amaral que surgira na sala de reunião de forma brusca:

-Estou te atrapalhando? – Fazendo gestos.

-De maneira alguma, entre! – Fechando uma pasta – Eu estava conferindo alguns papéis antigos e tentando encontrar algumas coisas.

-Olha que quem procura, uma hora acaba achando. – Ria um riso debochado.

-Eu não entendi a piada... Achando o quê? – Com um olhar sério.

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-Você surgiu como quem não queria nada, foi se rastejando e andando por debaixo dos tapetes e agora está aqui – Fazendo sinais com as mãos – na sala do seu Edgar.

-E você quer dizer o quê com isso? – Largando os papéis e encarando-o. – Que eu tramei alguma coisa?!

-Não, de maneira nenhuma. – Balançando a cabeça – Digamos que você foi escolhida para esse clã, e aposto que deve estar cheia de truque nas mangas, o que é ótimo!

-O senhor me dê licença, eu preciso levar isso aqui pra Alice. – Dando uma desculpa para sair daquele local, pois não estava entendendo nada.

-Fique à vontade Suzaninha... – Completou a frase com sua ausência – Ninfetinha!

Depois de pegar um táxi, Clarisse finalmente havia chegado em casa. Estava com muita dor de cabeça, e assim que entrou, procurou por Bel que estava na cozinha.

-A senhora está bem? – Dizia aflita ao ver a patroa se sentando na cadeira da bancada. – O quê aconteceu?

-Ai... Depois nós conversamos, eu não estou muito bem. – Com as mãos no rosto – Me faz um chá, por favor.

-Claro, faço sim. – Abrindo o armário para pegar utensílios e se lembrando de coisas – Ah... o Fábio ligou, e disse que está tudo bem lá.

-Esse menino... – Desvia o olhar para o teto e dá um longo suspiro – Talvez seja a única alegria da minha vida nesse momento... E onde está a Beatriz?

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Silêncio absoluto.

-O quê está acontecendo? – Notando o nervosismo da mulher – Cadê ela?

-Eu ia contar pra senhora, mas achei melhor não dizer nada. – Largando a xícara na pia – Ela chamou alguns amigos e se trancaram no quarto com o som alto... Não sei se cheguei a ver garrafas, mas eles estão lá ainda e... – Perde completamente a voz e começa a tremer.

Clarisse pula da cadeira e sai em direção ao quarto da garota soltando fumaça.
 
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[Capítulo 13: Expulsa]

[Abertura da Novela]


Totalmente descontrolada, sobe as escadas pisando forte e dispara em direção ao quarto da menina e golpeia a porta várias vezes.

-Abre essa porta Beatriz!!! – Dando socos e gritos – Eu estou mandando!!!

-Eles devem ter caído no sono senhora. – Dizia a governanta que tentava remediar a situação.

-E você? – Olhando com uma expressão terrivelmente seca – Não chamou a polícia, não fez nada pra impedir isso tudo! – Tentando abrir a maçaneta – Pode ter um marginal lá dentro, sabia?

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Bel estava sem palavras, parecia não conhecer mais sua patroa que outrora fora gentil e amável, mesmo nas piores situações. Parecia que algo estava se esvaindo de Clarisse, e com ela ficando algo assustador.

A porta se destranca e o ambiente se mostra um verdadeiro caos. Garrafas, cigarros, e peças intimas se misturavam com pessoas nuas cheirando vômito num ar condensado. Bia não perdeu tempo:

-Gostou da nova decoração do meu quarto? – Abrindo os braços e demonstrando com gestos todas as gravuras e grafites feitos nas paredes.

-Vista algo, e arrume as suas coisas. – Fazendo uma pausa pra respirar enquanto observava aquele quarto todo sujo e pintado de preto. – Eu quero que você saia dessa casa agora!

-Está me expulsando daqui?! – Diz a menina não acreditando no que havia sito dito. – Mais você não pode fazer isso comigo!

-Não quero perguntas, só quero que pegue as suas coisas e saia dessa casa.

-Dona Clarisse, o que está acontecendo com a senhora? – Bel entra no meio – Não pode colocar a menina na rua desse modo! – Se desespera – Ela precisa de ajuda, se não ela vai cair ainda mais e ficar condenada!

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-A vida vai ensiná-la Bel, não tenha dúvidas disso. – Olhando pra menina – Eu não quero ter em minha casa uma filha que dúvida do próprio caráter da mãe. – Desabafa a mulher.

-Você omite os fatos sobre sua vida e sobre aquela mulher e eu é que duvido de seu caráter? – Exaltando-se.

-Cala a sua boca e tire as coisas daquele armário e coloque numa mala!!! – Berra Clarisse – Você está ouvindo isso? – Pegando-a pelo braço e falando em alto tom de voz – Pegue aqueles trapos e retalhos que você usa, e enfie logo dentro daquela maleta antes que eu perca a paciência, e te jogue no meio da rua pelada!

Eis que um rapaz que estava dormindo no chão se sente incomodado:

-Ô tia, num tem como falar mais baixo não?

-E vocês peguem as roupinhas espalhadas de vocês, e sumam da minha frente!!! – Jogando as roupas na cara das pessoas – Andem logo com isso, acordem seus bêbados inconseqüentes!

Enquanto as pessoas se levantavam e se vestiam, Beatriz com os olhos cheios de lágrimas colocará sua malinha em cima da cama e se direcionava em arrumar seus pertences. Ao ver que já não cabiam mais coisas, a menina juntava suas peças intimas em outra maleta, quando Clarisse intervém vorazmente.

-Não vai levar mais nada! – Segurando as peças restantes – Vai levar o que está ali naquela mala – Apontando o dedo.

-Mais mãe, não tem quase nada ali! – Limpando o rosto. – Por favor, não faz isso comigo!

Sem mais delongas, a garota sai com sua mala do quarto e Bel a segue falando coisas:

-Minha menina, não leve em consideração as coisas que a sua mãe disse. – Tocando-a em seu ombro levemente – Ela não tem estado bem por conta de tudo isso que está acontecendo, você a entende?

-Tudo bem Bel, eu já estou acostumada. – Passando a mão no rosto – Eu vou ficar na casa de algum amigo, e quando me acertar eu ligo pra te dizer. – Dando um longo abraço.

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-Não deixe de dar notícias, e se proteja minha filha! – Retribuindo.

A governanta passaria a manhã toda chorando diante do chazinho com bolachas na cozinha. Estava perplexa, e profundamente triste em ver a família inteira se desintegrar desse modo. O quê ela poderia fazer?
 
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[Capítulo 14: Cartas na mesa]

[Abertura da Novela]


Em seu dia de folga, a governanta decide ir até o flat dos meninos para ajudá-los e também desabafar sobre tudo o que estava acontecendo.

-Quer dizer que ela expulsou a minha irmã de casa? – Dizia Fábio perplexo.

-A dona Clarisse não está bem meu menino, ela precisa de ajuda. – Coçando a cabeça – Eu não consigo entender até agora como o seu pai teve a coragem de fazer isso com ela, de enganá-la esses anos todos! – Fica pensativa – Imagine o sofrimento... Você precisa ir vê-la, só Deus sabe o quanto ela gosta de você Fabinho.

-Sim... Eu estava falando com o Biel ontem justamente sobre isso, e também deu apresentá-lo a ela.

-Bom, eu sou um pouco leiga sobre esses assuntos, mas... – Fica com vergonha e se mostra bastante tímida – Vocês... Se beijam? – Se aliviando por ter dito isso.

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-Claro né Bel! – Ri o garoto – E quer saber o que mais fazemos? – Sussurra em seu ouvido.

-Ai meu pai celestial! - Começa a dar risada.

Nesse mesmo instante Gabriel chega da rua e se mostra super interessado em conhecer a tão falada governanta, onde passariam a tarde toda conversando sobre vários assuntos minados de descontração.

Na corretora, o final de semana estava caminhando para algo macabro, beirando o sinistro. Suzana havia encontrado vestígios de dados incorretos e várias notas fraudulentas. Interrogou o setor administrativo, e parecia estar juntando as peças. O caso é que o seu entendimento por Edgar Elian não lhe permitia se esclarecer por tamanho crime. Informou-se sobre as reuniões do dia, e também sobre a presença de Alencar, estava pronta para colocá-lo contra parede.

-Alencar... – Dando um ligeiro sorriso – Sente-se, por favor! – Dizia Suzana se armando sob aquela imensa sala de reunião.

-Só seja breve, está bem? – Puxando a cadeira para se sentar – Eu marquei um encontro com uma mulher que é um espetáculo! – Esfregando as mãos.

-Me poupe de seus comentários! – Sendo fria – Eu já sei de tudo – Jogando os papéis na mesa – Então toda essa corretora é uma grande fachada para você cometer os seus crimes, não é isso?

-Muito bem, é isso mesmo! – Debocha e passa a mão no queixo – De onde você acha que vêm o capital bruto que movimenta? – Indaga e responde na seqüência. – Vêm desses contratos e pequenos serviços que realizamos por fora, ajudando os nossos parceiros em empreiteiras e construtoras – Abre um sorriso cínico – Interessante, não?

-Como você consegue ser tão sujo desse jeito? – Enrugando o rosto – Você fala com uma naturalidade que chega a me embrulhar o estomago.

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-Ah, você resolveu jogar as cartas na mesa? – Ironizando e dando uma pausa – Pois bem, e você vai fazer o quê? – Cruza os braços e arregala os olhos – Denunciar todo o esquema e entregar tudo pra polícia? – Molha os lábios e pensa alto – O Edgar era mestre em fazer isso, o cara tinha todas as táticas possíveis, nunca vi alguém levar tanto jeito pra mentir e simular coisas... Uma pena que tenha ido tão cedo. – Lamenta – Você não faz idéia do que esse homem era capaz. – Faz gestos com as mãos.

Suzana estava congelada, não conseguia dizer uma palavra se quer, apenas estava ouvindo.

-Essa sala... Quantas vezes trouxemos mulheres para cá, para fazer orgias... Bons tempos!

-Chega... – Limpando as lágrimas – Eu não quero escutar mais nada!

-Ah... – Olhando-a com uma pena fingida - Você ficou tristinha com o fato do seu amante ser um criminoso de primeira linha? – Se aproxima dela. – Mais você fique tranqüila, se ele te deixou a sucessão, é por que realmente gostava e confiava bastante em você – Inclina a cabeça e muda o tom – Ou você teve êxito no seu golpe, mas não acredito muito nessa hipótese... Você é muito burra pra isso. – Fazendo cara de pouco caso.
Em seguida o homem começa a dar uma risada totalmente despojada e começa a dizer mais atrocidades.

-Sabe o que é o mais engraçado? – Gargalhando – É que apesar de tudo, eu acho que o Ed tinha uma quedinha por mulher burra e tapada – Se levanta da cadeira – Porque você e aquela vaca louca da Clarisse dão um verdadeiro show de ignorância! – Suzana chorava e soluçava – Acho que o conquistou porque você deve fazer muito gostoso na cama, não é? – Rindo.

A mulher se levanta da cadeira e cospe na cara de Alencar.

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-Eu devia socar a sua cabeça nessa mesa... Mas não vou fazer isso – Limpando o rosto e falando em um tom baixo e provido de raiva – Você trate de andar na linha pra não causar nenhum tipo de problema aqui dentro, por que se você sonhar em fazer alguma coisa pra nos prejudicar... – Olha no fundo dos olhos dela – Eu te mato!

O homem sai da sala, deixado-a em prantos e muito assustada.
 
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[Capítulo 15: Noitada agitada]

Enfiada em mais um barzinho com suas amigas, assim estava Beatriz que dessa vez estava mais agitada que o normal. Apontava o dedo para as pessoas e ria em gargalhadas ao atravessar as ruas do bairro do Itaim. Estava pulsando felicidade, ou pelo menos teoricamente era o que ela achava.

-Pô galera, a gente podia comprar uns baratos, né? – Sugere a garota.

-Conheço um lugar que vende no maior esquema de sigilo gata, topa? – Propõe um de seus amigos.

-Seria muito demais! – Dando um toque e chamando a atenção de todos – Eu queria aproveitar também esse momento pra fazermos um brinde ao imbecil do meu falecido pai, que graças a Deus não está mais entre nós. – Vira uma dose de vodka – Amém! – Todos se olham, porém ninguém comenta nada.

No bairro da Vila Olímpia, Gabriel e Fábio entravam numa boate gay onde um DJ estava fazendo um especial muito bacana com várias músicas e estilos diferentes.

-Quer que eu pegue uma bebida pra gente? – Gritava Gabriel para ser ouvido.

-Depois... Vamos pra pista? – Sussurrando próximo ao pescoço do rapaz. – Nunca pensei que um dia eu fosse estar numa boate assim. – Sorrindo alegremente.

-E eu nunca pensei que fosse entrar numa boate ao lado do meu namorado. - Retribuindo o sorriso.

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Os dois se misturam no meio da multidão e uma canção desabou no meio da pista. Uma canção que os fez se unirem em um único abraço, e num único olhar enquanto as luzes pintavam todo aquele cenário.

[Música da Balada]

Na casa dos Elian, Denis oferecia um lindo arranjo de flores para Clarisse.

-Aceite essas flores como pedido de desculpas por tudo o que aconteceu aquela noite, pois juro que não tinha a menor intenção de te levar pra um motel. – Olhando suavemente nos olhos dela. – Nunca isso passou pela minha cabeça, nunca!

-Denis... – Passando as mãos no rosto – Você não tem que me pedir desculpa por nada, e eu acredito... Também fui responsável por isso. – Sendo sensata.

Bel entra correndo na sala e avista os dois. De certa maneira se surpreendeu de uma maneira positiva ao perceber certa harmonia. Quase que esquecendo o que ia falar, a governanta retoma e interrompe os dois:

-Dona Clarisse – Os dois olham pra ela - A dona Suzana está no portão!

-Mais que inferno de uma mulher! – Desabafava a senhora Elian – Não, mas pode mandar ela entrar – Respira fundo – E eu quero que vocês dois se escondam em algum lugar que dê para nos escutar, quero que sejam testemunhas de tudo o que eu for dito.

Sem mais delongas, a entrada da rival é permitida e não demorou para que Denis e Bel ficassem escondidos próximos ao batente da cozinha.

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-Eu posso saber o quê você veio fazer aqui? – Se impondo de maneira atrevida.

-Vim para termos uma conversa, e uma conversa muito séria! – Fecha o olhar.

-Escuta aqui... – Colocando o dedo indicador nos lábios – Pare de ficar tentando remendar a situação pra contornar a verdadeira... – É interrompida.

-O Edgar era chefe de um esquema sigiloso dentro da corretora. – Dispara com todas as letras.

Dalí em diante, Clarisse apenas escutou tudo cautelosamente, sem abrir a boca ou interromper. Ficou sem reação e não sabia o que argumentar diante de tudo que estava sendo dito, chegando a ficar dispersa no ar.

-Clarisse? – Dizia Suzana que acenava para ver se ela estava prestando a atenção – Você ouviu as coisas que eu disse? – Esperando uma resposta.

-Escutei... – Vagando nas idéias e totalmente desconexa – Mande a Bel te acompanhar até a porta, eu vou me deitar... Não estou muito bem.

-É isso o que você tem pra dizer? – Abismada – Que vai se deitar? – A viúva sobe as escadas e a abandona na sala de
jantar – Clarisse eu estou falando com você!

Denis e Bel surgem no ambiente impressionados por terem escutado tantas coisas horríveis.

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Depois de dançarem a noite toda, eis que Fábio e seu namorado se dirigem pra um local mais reservado da boate, onde haviam poltronas e sofás. Ficaram ali por horas, na mais pura curtição. Esqueceram do mundo, e de tudo que estava ao redor.
 
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[Capítulo 16: Síndrome da culpa]

[Abertura de Novela]


A governanta havia preparado algo bem reforçado para sua patroa, algo digno de reis. Subiu até o quarto e como num ato divino logo foi dizendo com um imenso sorriso na cara:

-Bom dia senhora Clarisse! – Empurrando a porta do quarto e entrando com uma grande bandeja de café da manhã – Olha quantas coisas gostosas eu fiz pra... – Observa a mulher andando pra lá e pra cá – Nossa, mas já está arrumada?

-Bel onde está o meu estojo de maquiagem? – Se debruçando sob a porta do banheiro.

-Na segunda gaveta do armário... Mas a senhora já vai sair assim, desse jeito? – Largando a bandeja em cima de um móvel.

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-Depois nos falamos, estou com pressa. – Sai do quarto velozmente e a deixa ali plantada sozinha, com muitas interrogações.

Ao chegar no escritório, verificou com a secretária se Suzana estava, porém ela havia saído para tratar de assuntos pertinentes com clientes. Se dirigiu então até a sala de Edgar, e começou a mexer em papéis e mais papéis. Deu uma escapada para o arquivo morto, e lá não parou até achar algo de valor verídico, que pudesse moldar tudo o que fora dito pela amante. Quando menos esperava, Alencar surge no local:

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-Mas que surpresa mais agradável! – Dando tapinha nos ombros e observando o que a viúva estava fazendo – Você também resolveu vasculhar papelzinho e mexer em gavetas agora?

-Você não tem mais nada de importante pra fazer Alencar? – Sendo rude.

-Pelo visto já está sabendo o que aquela lá anda fazendo, não é? – Se expressando seriamente.

-Eu não sei do quê você está falando. – Continuava a revirar as gavetas.

-Sabe sim, é claro que sabe. – Insistente – Tá aí toda nervosa, apreensiva... Sabe como se chama isso? – Molha os lábios – Síndrome da culpa!

-Culpa? – Solta os papéis e grita - Do quê é que você está falando? – Avança dois passos - Culpa deve ter você, que tem contas altas pra prestar, que dão cadeia!

-Não adianta se desesperar, porque a casa vai começar a cair e você sabe disso! – Se posiciona.

-A única casa que vai cair é a sua quando eu... – Se assusta ao ver que suas assinaturas estavam por toda a parte.

-É bom se preparar Clarissinha, pois quem tem contas altas pra acertar... – Aponta o dedo – É você! – A mulher estava gélida, sem conseguir dizer nada.

No Flat dos meninos, algo estava para acontecer.

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-Ai maninho, que saudades! – Dizia Bia Abraçando-o. – E esse deve ser o seu amigo, o Gabriel né? – Indo em direção ao garoto.

-É... Não é bem amigo mana... – Respirando fundo – Ele é meu namorado! – Tirando um grande peso das costas e abrindo o jogo.

A menina havia fechado a expressão, e nada disse de imediato.
 
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[Capítulo 17: Exército da Salvação]

Abertura da Novela

Retomou o fôlego e disse atenciosamente com um lindo sorriso:

-Eu fico muito, mas muito feliz mesmo que você tenha se encontrado maninho. – Dando outro abraço.

-Te disse que ela iria aceitar numa boa Fá! – Complementava Gabriel.

-Mas claro, eu tenho vários amigos gays – Faz uma cara engraçada – Sou do babado bem! – Ri em voz alta.

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-Só você mesmo maninha – Gargalhava Fábio.

-Tu sabe que se a mamãe souber ela é capaz de entrar em parafuso de vez, não sabe? – Avisa a menina.

-Não, de jeito nenhum ela pode saber... Não agora, não é o momento pra isso – Se preocupando.

Por volta do meio dia, a casa dos Elian estava sujeita a receber um furacão chamado Clarisse. Bel estava limpando os móveis da sala quando a mulher entra descontrolada pela porta dizendo:

-Não... Não precisa continuar limpando nada – Largando a bolsa no sofá – Você ligue pro Fábio e pra Beatriz e mande eles virem aqui encaixotar todos os pertences, como livros roupas e essas coisas – Olha para o teto – Eu vou subir até meu quarto e fazer o mesmo.

-Mas senhora, pra quê fazer isso? – Se assustando.

-Porque eu fiz uma doação pro Exército da Salvação e agendei a retirada ainda hoje – Fecha a expressão – Eu não quero mais olhar pra essas coisas, nem tocar!

-Dona Clarisse, esses móveis fazem parte da história dessa família e custam tan... – É cortada repentinamente.

-Nada de questionamento! – Ficando brava – E anda logo com isso que eu tenho urgência em anunciar que essa casa está à venda.

A governanta liga imediatamente pros meninos, e se mostra assustada ao telefone, fazendo com que viessem as pressas para ver o que estava acontecendo. Após um trânsito incorrigível, os dois chegam e se deparam com móveis sendo carregados e muita coisa sendo empilhada na sala.

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-Mãe, o quê que é isso? – Dizia Bia vendo todas aquelas coisas – Você perdeu o juízo?

-Pelo contrário, eu nunca estive tão ajuizada na minha vida – Estufando o peito – Anda, pega aquelas caixas que eu deixei no seu quarto e coloque tudo dentro.

-Mas o quê ta acontecendo mãe? – Fábio entra no meio.

-Eu vou explicar o quê está acontecendo... – Em um tom ressentido e baixo – Vocês estão vendo tudo isso aqui? – Nesse instante Bel também estava atenta ao que a patroa estava dizendo – Tudo isso aqui foi feito com dinheiro sujo, dinheiro roubado e desviado. – Balança a cabeça em desaprovação – O pai de vocês teve a coragem de usar o meu nome pra fazer fraudes, comprar coisas... Vocês não sabem a sujeira que existe por de trás daquela corretora e dessa casa – Mostrando com gestos e retendo-se pra não chorar – Tudo isso aqui é um a mentira, nada disso aqui é verdade.

-Eu sinto muito senhora – Bel tentava trazer um pouco de solidariedade ao desamparo daquela pobre mulher.

-Ele enganou todo mundo! Eu me deitei durante dez anos com alguém que eu não conhecia, vocês podem imaginar uma coisa dessas? – Se desespera – Eu to sentindo... – Procurando palavras que não vinham – Nojo... Repulsa, ódio... Minha vontade é de ir até aquele túmulo e cuspir, pisar em cima!

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-Mas você não via o que estava assinando mãe? – Intervém Fábio.

-Não, eu não lia nada. – Olhando perdidamente – Como é que eu poderia imaginar quê o que eu estava assinando, poderia ser algo desse tipo? – Se exalta – Eu confiava naquela homem, e agora eu corro o risco de ser presa por causa disso! – Chorando – Que horror meu Deus, quanta mentira, quanta lama!

Minutos depois, a viúva sobe até seu quarto para verificar se havia retirado todas as suas coisas dos criados. Vasculhou, arrumou e acabou avistando sua fita de casamento jogada no meio de livros.
 
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[Capítulo 18: O Passado Presente]

[Abertura da Novela]


Uma reunião de portas fechadas estava acontecendo na corretora. Beatriz e Fábio estavam comunicando a Suzana sobre a decisão que haviam tomado, e no que isso iria afetar de imediato.

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-Vocês não podem simplesmente jogar ao quinto réu toda a herança dessa maneira! – Confusa e tentando entender – A Clarisse concorda com isso?

-Não só concorda como dá total apoio para nós não tenhamos mais se quer uma vírgula aqui dentro – Fábio só concordava com a cabeça.

-Já entendi tudo! – Sendo analítica – Ela quer tentar livrar pelo menos os filhos da culpa que ela tem no cartório, não é isso? – Debruçando-se sob a mesa.

-A nossa mãe não tem nada a ver com essas fraudes Suzana! – Defende o garoto – Ela não fazia idéia do que nosso pai estava... – É interrompido.

-Por favor, não tente costurar as sujeiras que a sua mãe faz! – Mudando o tom de voz.

Na residência dos Elian, Clarisse se ocupava de distrair a mente de uma forma um tanto quanto triste. Resolveu assistir sua fita de casamento, e com os olhos vidrados não conseguia se quer se mover daquela poltrona.

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-Senhora... – Dizia Bel entrando no quarto – Eu coloquei o almoço lá no balcão dos fundos e... – Observa a patroa vendo tudo aquilo e resolve dizer algo – Não acha que isso é se machucar demais?

-Olhe Bel, olhe! – Apontando com o dedo – Eu estava linda essa dia, não estava?

-Claro, estava deslumbrante! – Abrindo um sorrisinho – Se lembra que na última hora eu tive que dar alguns pontos na barra do vestido?

-Sim, me lembro perfeitamente – Suspirando – Que dia mais magnífico, mais inesquecível... Pena ser algo quebrado e amargo – Desvia o olhar.

-Dona Clarisse, eu acho que não é uma boa idéia a senhora ficar aqui, isolada desse jeito remoendo as coisas dessas filmagens e sobre esse dia – Se mostra preocupada – Não a vejo se alimentar direito, nem muito menos dormir.

-Como continuar a vida pela segunda vez? – Enruga o rosto – Meu mundo acabou com a morte dele, e agora está acabando pela segunda vez com a descoberta de... – Fica muda ao ver algo estranho no vídeo – Não pode ser! – Volta o tape e congela a imagem.

-Minha santíssima virgem Maria! – Dizia Bel colocando as mãos no rosto – É ela!

-Não, não pode ser! – Se levantando da poltrona e se desespera – Como que ela estava lá aquele dia? – Começa a gritar – Eu fiz a lista de convidados, eu que planejei tudo, me explique como aquela maldita estava lá debaixo de nossos olhos? – Enfurecida.

-Eu não sei senhora, mas eu não me lembro de tê-la visto. – Tenta acalmar a patroa – Deve ser algum engano, é impossível que ninguém tenha se dado conta que ela era um rosto conhecido.

-É o que nós vamos ver agora! – Cata sua bolsa e sai correndo em direção a garagem.

Na corretora não se conseguia chegar a nenhum acordo, e outros assuntos estavam vindo à tona

-Eu preciso resguardar o prestigio dessa empresa meninos! – Avisava Suzana – Me dêem tempo de conseguir reunir o restante dos investidores, afinal isso tudo é algo de risco!

-Prestigio? – Se indignava Beatriz – Você vai resguardar um patrimônio banhado de crimes, quer realmente lutar por essa causa?

-As coisas não são desse modo menina, eu já te expliquei que não é tão simples assim! – Se irritando.

Eis que a figura transtornada de Clarisse surge na sala de reunião, implantando tensão e nervosismo.

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-Então você estava enganando todo mundo... Sua desgraçada! – Fixa um olhar diabólico para a oponente.
 
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[Capítulo 19: Acerto de Contas]

[Abertura da Novela]


A rival cruza os braços diante da mesa e rebate:

-Ô Clarisse, o quê que é isso? – Olhando fixamente – Como é que você entra aqui dessa maneira, empurrando a porta e falando desse jeito?

-Feche sua boca sua cretina! – Dando um passo – Eu vim aqui pra acabar com você, e é melhor eu escutar uma explicação muito convincente, do contrário eu arrasto você pelo cabelo por toda a sessão administrativa! – Fecha a expressão e ergue o tom de voz – Você entendeu isso?

Seus filhos nada diziam, apenas observavam o que parecia ser a briga da década.

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-Você gosta de um escandalozinho, de um barraquinho com voz alta, não é? – Se levanta da mesa – Pois então nós vamos ter um barraco! – Sai em direção as repartições.

Na ala administrativa e de atendimento, Suzana surge chamando a atenção de todos.

-Eu gostaria de um momento da atenção de vocês – Sobe em cima de uma cadeira – Eu queria que me respondessem, quando foi o dia em que aquela mulher – Apontando o dedo para Clarisse – entrou aqui e cumprimentou vocês ou desejou algo? – Silêncio absoluto – Nunca, não é mesmo? – Fazendo gestos – É porque ela não se importa com ninguém, nunca se importou... Nem com o falecido marido, que ela mal conhecia!

-Você achou que nunca ninguém ia acabar se lembrando de você no meu casamento? – Ri em fase de deboche – Mais como você é esperta, não? – Cruza os braços – Você armou tudo direitinho, desde o inicio, e ainda contou com a sorte naquele hospital pra que eu não te reconhecesse de cara.

-É, é isso mesmo! – Com uma cara atrevida – Eu estava no seu casamento sim, e quem havia me convidado por fora foi justamente o Ed, por isso meu nome não estava na lista. – Muda para um tom suave – Eu não podia contar isso pra você logo de inicio, pra não achar que eu estava armando pra acabar com o seu casamento, de maneira alguma! – Balança a cabeça – Naquela época ainda éramos amigos e... Aconteceu Clarisse!

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-Aconteceu Clarisse? – Respira fundo e se aproxima gritando – Sua desgraçada! Você também deveria ter sido jogada pra fora daquele carro, pois eu adoraria ter o prazer de ver seu rosto sendo quebrado e a sua cara sendo rasgada por vidro e asfalto quente... Eu quero que você morra, sua malfeita, sua maldita! – Bia estava se retirando da sala naquele instante.

Os funcionários estavam admirados por tamanho ódio, e tamanho disparate vindo das duas.

-Olha aqui ô santinha do Morumbi, eu estou cheia de discutir com você e cheia também de seus escândalos! – Desce da cadeira – Eu não tenho que lhe dar explicação alguma, não te devo nenhum troco furado, portanto é melhor você ir embora pois isso aqui é uma escritório, e não aquela palanque da sua casa! Não tem vergonha de expor seus filhos dessa maneira?

-Escuta aqui! – Segurando-a firmemente pelo braço – Eu estou cheia de você também, e eu vou fazer o impossível pra ser provado que você armou tudo isso aqui, com documentos falsos e testemunhas compradas e... – É interrompida.

-Solte o meu braço, você está me machucando! – Passando a mão no cabelo – Você quer o quê? – Encara – Não adianta vir com discurso de heroína da pátria, porque basta mexer nos papeis dessa corretora pra ver o seu nome estampado em tudo quanto é maracutaia!

-Eu não sabia do quê aquilo tudo se tratava, não tinha o conhecimento de nada disso! – Rebate – Eu fui enganada!

-Olhe você me desculpe, mas a Clarisse que o Ed me contava não bate nada com esse seu papelzinho que você está fazendo. – Fica pensativa e completa – Você sabe que ele me falava absurdos a seu respeito, como o fato de que você o sufocava como pessoa por ser possessiva e transtornada... Olhando pra sua cara já dá pra ter noção de como você é... Amargurada, seca.

-E você sua bandida biscateira? – Arregala o olho e avança – Você podia ter evitado tudo isso, mas não, você foi condizente com o que você é... Uma descarada e aproveitadora!

-Você tem raiva de quê? – Fica frente à frente – De que eu o fiz feliz, e você fracassou como mãe e como esposa por não ser uma mulher suficiente?

-Sua mau caráter... Nojenta! – Falando baixo, porém carregada de ódio – Agora você vai ver só o que vai te acontecer. – Dá um tapa de mão virada na cara da rival e parte pra agressão com toda a sua ira.

De inicio ninguém se arriscou a apartar. Porém no meio de toda aquela confusão, Suzana fora lançada para cima de uma mesa, onde caiu na seqüência levando um computador para si. A situação havia ficado insustentável.

-Dona Clarisse, por favor! – Dizia um funcionário. – Já chega!

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-Ninguém se mete aqui! – Grita e anuncia pra todos – Biscate! – Chutando-a no chão – Filha de uma puta e ordinária! – Outro chute forte – Pronto... Vocês podem continuar o serviço de vocês, eu é que saio. – Sendo friamente debochada.

-Você... – Respirando forte – Você me paga Clarisse! – Dizia Suzana se apoiando em uma mesa pra se levantar, e com a boca machucada juntamente com dores fortes nas costas – A policia vai bater na sua porta, e aí acabou pra você.

-É o que nós vamos ver... – Olha no fundo dos olhos – Sua meretriz!

No término de tudo, Fábio e Beatriz se quer falaram sobre todo o ocorrido pois estavam assustados com as reações daquela que não parecia mais ser a mãe deles.
 
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